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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Brazil's Rising Star


*esquerdonews

A última vez (por enquanto)




O último pronunciamento que Lula fará à nação, amanhã, será cheio de emoção e de recados. "Saio do governo para viver a vida das ruas", diz ele. "Homem do povo que sempre fui, serei mais povo do que nunca, sem renegar meu destino e jamais fugir da luta." "Onde houver um brasileiro sofrendo, quero estar espiritualmente ao seu lado. Onde houver uma mãe e um pai com desesperança, quero que minha lembrança lhes traga um pouco de conforto. Vivi no coração do povo e nele quero continuar vivendo até o último dos meus dias."

Lula diz ainda que governou "bem" por ter berço pobre, se sentir como um cidadão comum e por conseguir se "livrar da maldição elitista" que governava para poucos e se esquecia "da maioria do seu povo, que parecia condenada à miséria e ao abandono eternos". Encerra com um "pedido enfático" para que "todos apoiem a nova presidenta, assim como me apoiaram em todos os momentos".
*osamigosdopresidenteLula
 

Atendendo a pedidos dos amigos leitores, segue o vídeo com trechos da homenagem e do discurso do presidente no show "Obrigado, Lula", no Rio de Janeiro.

O local não poderia ser melhor: na praça da Apoteose, do sambódromo do Rio. O nome da praça, dado por Darcy Ribeiro, foi simbolizando o fim do desfile das escolas de samba acabar em uma apoteose. Pois o governo Lula também está terminando em apoteose. 

Dona Marisa, a primeira dama companheira




Dona Marisa, a primeira-dama que nos oito anos do governo Lula manteve-se solidária, companheira e discreta. Um exemplo de conduta.
Marisa Letícia Lula da Silva nasceu em 7 de abril de 1950, na cidade de São Bernardo do Campo, região do ABCD, em São Paulo. Neste município cresceu, estudou, trabalhou, casou e construiu sua militância política. Casada com Luiz Inácio Lula da Silva, desde 1974, tem quatro filhos e dois netos.
Neta de italianos, Marisa Letícia é a penúltima filha do casal Antonio João Casa e Regina Rocco Casa, pais de 11 filhos.
Até os cinco anos de idade, Marisa viveu com a família no antigo sítio dos Casa, onde seu avô construiu a capela de Santo Antônio, que ainda existe. Hoje toda área chama-se bairro dos Casa, em homenagem a sua família, uma das primeiras a chegar ao local.
Em 1955, a família mudou-se para o centro de São Bernardo do Campo. A primeira escola que Marisa freqüentou era de madeira. Na terceira série, foi transferida para o Grupo Escolar Maria Iracema Munhoz. Aos nove anos, começou a trabalhar como pajem de três meninas mais novas do que ela.
Com 13 anos, empregou-se na fábrica de chocolates Dulcora. Sem carteira regular de trabalho, o pai assinou uma autorização para que Marisa pudesse trabalhar como embaladora de bombons. Permaneceu na fábrica até os 21 anos, quando engravidou do seu primeiro filho.
Em 1973, viúva e mãe de um filho do primeiro casamento, Marisa Letícia voltou a trabalhar. Desta vez, como inspetora num colégio do Estado, contratada pela Prefeitura. Neste mesmo ano, conhece Lula, no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Sete meses depois se casam.
Em 1975, Lula é eleito presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo. Começa também a militância política de Marisa. Sempre ao lado de Lula, incentiva outras mulheres a participarem da vida sindical no ABCD. A partir de 1978, começam as greves no ABC paulista.
Em 10 de fevereiro de 1980, o PT é fundado. A primeira bandeira foi cortada e costurada por Marisa. Militante ativa, ajudou a criar os núcleos e a estampar camisetas para arrecadar fundos para o Partido. Em abril do mesmo ano, o Governo Federal decreta intervenção no sindicato. Sem espaço para reuniões, a casa de Marisa vira palco para os encontros de sindicalistas, políticos, artistas e intelectuais. Lula e outros dirigentes sindicais são presos.
Nesse período Marisa ajudou a organizar a passeata de mulheres pela libertação dos sindicalistas. Cercada por policiais, tanques e cavalaria, centenas de mulheres e crianças saíram da Praça da Matriz, caminharam pela Rua Marechal Deodoro até o Paço Municipal e retornaram à Igreja da Matriz. Um grande ato foi realizado com a participação do então bispo de Santo André, Dom Cláudio Hummes.
Nas disputas eleitorais de 1982, 1986, 1994 e 1998, em que Lula candidatou-se, Marisa Letícia dividiu o seu tempo entre os filhos, a casa e as campanhas. Também participou das Caravanas da Cidadania que percorreram todo o País. Junto com Lula conheceu a realidade do povo brasileiro.
Mas em 2002, já com os quatro filhos adultos, a esposa do candidato Lula pôde dedicar-se exclusivamente à campanha eleitoral daquele ano. Ao lado de Lula, percorreu o País como a sua mais importante cabo eleitoral. A presença constante e marcante de Marisa ao longo da trajetória de Lula reafirmou a sua posição de primeira-companheira.
Desde 1º de janeiro de 2003, Marisa Letícia Lula da Silva é a primeira-dama do Brasil.
Em outubro de 2003, em uma das viagens internacionais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama recebeu a condecoração Grã-Cruz da Ordem do Mérito Real, concedida pelo Governo da Noruega.
As atitudes de Dona Marisa ficarão registrados na história como um exemplo a ser seguido por sua participação eficiente a frente das causas sociais, sempre com discrição, grande companheira e solidária ao presidente Lula

O CRISTO DA 25 DE MARÇO




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Sei que é lugar comum, mas não deixo de bater na tecla de que o Natal, data máxima da cristandade transformou-se na data mais mercantilista do calendário.
A figura de Santa Klaus, divulgada pela Coca- Cola no pós II Guerra tornou-se mais marcante que a do Menino Jesus.
Em que pese que os três reis da magia trouxessem presentes significativos ao recém nascido, o dar presentes no Natal voltou a ser um ritual pagão sem nenhum significado que não seja uma falsa fraternidade e uma exibição de consumo.
O desespero de todos, cristãos e não cristãos em apressurar-se nas compras de fim de ano mostra uma carrada de cérebros lavados por propaganda maciça de que o bom da vida não é o advento daquele que viria a se tornar o Cristo, mas o desespero consumista da rua 25 de março, do Saara ou dos shoppings em todo o Brasil e no Mundo.
A própria árvore de Natal nada tem a ver com os significados cristãos, e colocar aos seus pés presentes e mais presentes remete-nos a cultos pagãos soberbamente explorados pelo comércio.
Enfim, o que deveria ser uma data de meditação, de alegria interna e glória, acaba sendo uma das mais chatas datas do calendário, motivo para glutonarias,alterações de consciência com álcool e drogas, orgias, e desavenças familiares que vem à tona em volta da mesa que deveria servir de comunhão..
Depois de sessenta anos de vida confesso que fico de saco cheio, ansioso para que passe logo esta celebração que o Igreja de Roma institucionalizou, pervertida pelo mercado. E que passados os momentos de êxtase diante de balcões e caixas registradoras possam os homens de boa vontade reencontrar o êxtase que a compreensão crística nos traz.
*Bemvindosequeira

Capitalismo e consumismo

Consumidor ergue seu troféu (Iphone) recém adquirido

Por Cléber Sérgio de Seixas

Há alguns meses, propus o seguinte desafio a uma colega de trabalho: até o fim deste ano ela não poderia comprar mais do que seis pares de sapatos. A aposta foi feita em função de eu já conhecer as tendências consumistas de minha amiga. Se a quantia de seis pares fosse ultrapassada, eu escreveria um texto em homenagem a ela. Passaram-se os meses e cá estou escrevendo este artigo, ao mesmo tempo em que a supracitada caminha para a aquisição do nono par de sapatos.

Lá pelos idos de 70, em pronunciamento à nação, o presidente norte-americano Jimmy Carter disse o seguinte: "muitos de nós tendem a idolatrar o esbanjamento e o consumo. A identidade humana não é mais definida por aquilo que se faz, mas sim por aquilo que se possui. Esta não é uma mensagem de felicidade ou tranqüilidade. Mas é a verdade e é uma advertência”. O tom melancólico do discurso do democrata Carter destoava do “espírito americano” tão afeito ao consumismo, mas deve ser inserido no contexto do momento econômico e social por que passava a potência do norte.

O país havia experimentado quase três décadas de pujante desenvolvimento econômico. Este período, denominado Era de Ouro por vários historiadores, durou de 1947 a 1973. O crescimento auferido nessa fase trouxe aos norte-americanos um estilo de vida que passou a ser copiado pelas sociedades de várias nações capitalistas. Trata-se do american way of life que, em português bem claro, é um estilo de vida centrado no consumo de bens e supostamente mais livre que o observado nas demais nações. À altura do pronunciamento de Carter, os EUA estavam numa depressão econômica em cujas raízes figuravam o envolvimento na Guerra do Vietnã e a crise do petróleo. Assim, era necessário abrir os olhos do cidadão norte-americano em relação às conseqüências do consumo desregrado. O presidente queria dizer que era hora de botar o pé no freio do consumo para evitar os nocivos efeitos inflacionários.

O capitalismo tem uma fachada atrás da qual se escondem incontáveis mazelas. Nesta fachada – constituída por shopping centers, engenhocas tecnológicas, novelas que fazem sonhar, artigos de grife etc -, os arautos do sistema entoam loas à eficiência e justiça do mesmo ao passo que teimam em identificá-lo com democracia. Esses teóricos e entusiastas não se cansam de dizer que o capital concede a liberdade de empreender para que todos possam ter oportunidades de vencer. Nada contra a liberdade e a oportunidade, tudo contra o que se esconde nos bastidores.

Se cada ser humano tivesse o mesmo padrão de consumo de um cidadão norte-americano de classe média, quantos planetas seriam necessários para satisfazer nossos caprichos consumistas? A Terra daria conta de suprir-nos? O que seria feito com os resíduos resultantes de nossa sanha consumista? As respostas a estas questões revelam o caráter excludente do sistema econômico ora hegemônico. Seguindo os atuais padrões de consumo, para que a raça humana siga sua epopéia nesse asteróide chamado Terra, é pacífico que muitos deverão continuar consumindo pouco para que poucos sigam consumindo muito. É esse fatídico pano de fundo que os gurus do capitalismo querem esconder.

A realidade é que muitos vão tentar melhorar a própria sorte, mas poucos lograrão êxito, pois não bastam boa vontade, esforço, persistência e virtudes afins para tornar possível a mobilidade social. A tragicomédia da busca pelo bem-estar nas sociedades capitalistas lembra um experimento behaviorista no qual uma haste é presa às costas de um coelho de forma a projetar à sua frente uma suculenta cenoura. A despeito de quanto corra o felpudo, nunca alcançará seu cobiçado manjar. Melhor seria o coelho olhar para si para perceber o sortilégio que o engana. Coelhos não são racionais e sim instintivos. E nós, bichos homens, seguiremos conforme o “instinto” de consumir? Em busca da riqueza, do status ou do consumo de produtos de grife, o cidadão não percebe a trama maior que o envolve.

Dentre todos os paradoxos do capitalismo, o maior deles é que, enquanto a construção da riqueza é feita de forma cada vez mais socializada, a apropriação da mesma é privilégio de uns poucos abastados. Isso gera uma multidão de desprovidos dos meios de produção necessários à materialização de sua força de trabalho. Sob tal circunstância, não resta ao trabalhador outra alternativa a não ser vender sua força de trabalho no mercado, submetendo-se às férreas leis de oferta e procura.

O desemprego pairará sempre como uma ameaça à classe trabalhadora. O neoliberalismo, atual vertente capitalista, apregoa o “fim da História”, defende a mínima intervenção estatal, declara a morte do welfare state e apresenta o desemprego como necessário à manutenção de um gigantesco exército de reserva, pré-condição para manter baixos os salários, flexibilizar (eufemismo de precarizar) as relações de trabalho e diminuir o poder dos sindicatos.

Em tal ambiente inóspito não são poucos os que se desiludem e fazem da despolitização e do individualismo suas palavras de ordem. Nesse contexto, o cidadão perde espaço para o consumidor e a busca pelo consumo substitui a luta por mudanças sociais. Aos trabalhadores caberia somente assumir o papel de consumidores.

“Consumo, logo existo”, eis um lema que poderia resumir o estilo de vida sob o capitalismo moderno, pois sob a égide do capital só é visível quem tem acesso aos bens de consumo que conferem ao portador a tão cobiçada visibilidade social. O que o indivíduo é não faz diferença e sim o que ele tem. Homens de bem cedem lugar a homens de bens. O “ter” substitui o “ser”. A relação sujeito-objeto é subvertida, promovendo o que o marxismo denomina fetichismo - no lugar de conceder ao sujeito um objeto, trata-se de prover ao objeto um sujeito.

Um dos ícones do consumismo é o automóvel. A posse de um carro confere ao proprietário um status que muitas vezes o mesmo não tem. Quantos são aqueles que vivem em função do automóvel, ou seja, direcionam parte substancial de suas rendas para manter um veículo, em detrimento de investimentos em bens mais duráveis como habitação, educação e saúde? O trânsito das grandes cidades está caótico e um dos motivos é o grande número de veículos em circulação. No caso do Brasil, o controle da inflação, o aumento da renda nos últimos anos e o amplo acesso ao crédito facilitaram a aquisição de veículos automotores.

O celular é outro exemplo. Quanto mais caro e quanto mais recursos tiver, maior o status do dono. No entanto, um artefato tecnológico cuja funcionalidade principal é aproximar pessoas que estão, via de regra, distantes, há muito se converteu num talismã cujos poderes mágicos introduzem o portador no seleto rol dos socialmente visíveis. Ter um passa ser o desejo de todos e na escolha do modelo não basta o critério de ouvir e ser ouvido. Pesquisa divulgada pela Anatel no mês passado estima que o Brasil já ultrapassou a cifra de mais de um celular por habitante.

Após a revolução industrial do século XIX, houve um aumento vertiginoso da produção. Dentro das grandes indústrias, a capacidade de produzir superava em muito a de consumir, o que gerou os excedentes de produção. Esta deixou de visar apenas a satisfação das necessidades humanas e passou a priorizar a maximização dos lucros. Por conseguinte, tornou-se premente a motivação para o consumo com vistas ao escoamento da produção.

O capitalismo atual não é nada sem seu irmão siamês, o marketing. Sem este, como fazer com que os cidadãos adquiram produtos de que não têm necessidade? Se uma pessoa possui 10 pares de sapatos, e tal quantidade é mais que suficiente para que ela tenha suas necessidades satisfeitas, como induzi-la a adquirir mais calçados? A resposta passa por associar o calçado a um estilo de vida, a um modismo ou a um status que a posse do produto possa conferir.

Em tese, os consumidores são livres em suas escolhas. Paradoxalmente, o consumo de modismos promove a homogeneização dos gostos. Basta uma breve observação para atestar que quase todos possuem celulares, quase todos têm aparelhos MP3 player, escutam as músicas do cantor(a) do momento e, em se tratando de vestuário, estão quase todos em consonância com as atuais tendências da moda.

A motivação para o consumismo vai da já citada necessidade de visibilidade social à baixa auto-estima. Há aqueles que se sentem aliviados quando vão as compras, mesmo que imediatamente depois o produto adquirido seja condenado ao desuso.

É oportuno citar o filósofo Epicuro, que no século IV a.C. afirmou que “nada é bastante para quem considera pouco o que é suficiente”. O celebrado Benjamim Franklin disse que “nenhum homem deve possuir mais bens do que precisa para viver; o resto, por direito, pertence ao Estado”. Já na epístola bíblica de Paulo a Timóteo (I Tm 6:8) é dito o seguinte: “tendo sustento e com que nos vestir, estejamos contentes”.

Apesar da exortação bíblica, é necessário considerar as necessidades humanas dentro de um contexto histórico e sócio-cultural, variando conforme as culturas e as épocas. Assim sendo, nos sustentar, ter onde habitar, ter o que comer e o que vestir, nos dias atuais, pode não ser mais suficiente. Como destaca o grupo musical Titãs nos versos da canção Comida, “a gente não quer só comida/a gente quer comida diversão e arte/a gente não quer só comida/ a gente quer bebida, diversão, balé...

É importante ter claro que nem todo consumo é consumismo. O consumo que se faz na esfera do que foi citado no parágrafo anterior não configura consumismo. No entanto, o consumo que se faz tendo como finalidade o reconhecimento social, o consumo pelo consumo, o consumo como fim e não como meio, configura consumismo.

Antes que esgotemos todos os recursos naturais com nosso consumismo, o planeta dará vários recados em forma de epidemias, desequilíbrios ambientais, extinção de espécies e toda sorte de catástrofes. Cabe-nos, então, ouvir os sons da natureza e entender o recado.

Persiste a seguinte indagação: é possível não ser consumista nos dias de hoje? A resposta deixo a cargo de cada um dos leitores deste artigo, mas é possível arriscar que a solução passará por valorizar mais o “ser” que o “ter”.


Ler também:
- Templo do consumo;
- Educados para o consumo;
- Homo davos em extinção.
*observadoressociais

Bispo recusa comenda no Senado em protesto contra reajuste de parlamentares



Por Marcos Chagas*

Brasília – Uma solenidade de entrega de comenda no Senado terminou em constrangimento para os parlamentares que estavam em plenário. Em protesto contra o reajuste de 61,8% concedido a deputados e senadores na semana passada, o bispo de Limoeiro do Norte (CE), dom Manuel Edmilson Cruz, recusou-se a receber a Comenda dos Direitos Humanos Dom Hélder Câmara.
Em discurso, ele destacou a realidade da população mais carente, obrigada a enfrentar as filas dos hospitais da rede pública. “Não são raros os casos de pacientes que morreram de tanto esperar o tratamento de doença grave, por exemplo, de câncer, marcado para um e até para dois anos após a consulta”.
Ao recusar a comenda, o bispo foi taxativo: “A comenda hoje outorgada não representa a pessoa do cearense maior que foi dom Hélder Câmara. Desfigura-a, porém. De seguro, sem ressentimentos e agindo por amor e com respeito a todos os senhores e senhoras, pelos quais oro todos os dias, só me resta uma atitude: recusá-la”. Nesse momento, quando a sessão era presidida por Inácio Arruda (PCdoB-CE), autor da homenagem, o público aplaudiu a decisão.
Após a recusa formal, o bispo cearense acrescentou que “ela é um atentado, uma afronta ao povo brasileiro, ao cidadão contribuinte para o bem de todos com o suor de seu rosto e a dignidade de seu trabalho”. Ele acrescentou que o reajuste dos parlamentares deve guardar sempre “a mesma proporção que o aumento do salário mínimo e o da aposentadoria”.
Dom Edmilson Cruz afirmou que assumia a postura “com humildade, sem a pretensão de dar lições a pessoas tão competentes e tão boas”. Diante da situação criada, o senador José Nery (PSOL-PA) cumprimentou o bispo pela atitude considerada “coerente” com o que pensa.
“Entendemos o gesto, o grito e a exigência de dom Edmilson Cruz que, em sua fala, diz que veio aqui, mas recusará a comenda. Também exige que o Congresso Nacional reavalie a decisão que tomou em relação ao salário de seus parlamentares”, acrescentou o senador paraense.
O protesto contra o reajuste dos parlamentares não se resumiu, no entanto, à manifestação do bispo. Cerca de 130 estudantes secundaristas e universitários de Brasília foram barrados na entrada principal do Congresso quando preparavam-se para protestar contra a decisão tomada na semana passada pelos parlamentares.
Da Agência Brasil

terça-feira, dezembro 21, 2010

USP cai 84 posições no ranking mundial. Viva o PSDB!





Para os tucanos, essa é a melhor política para a USP


E olha que os tucanos ganham todas as eleições entre a comunidade acadêmica da USP, de vereador a presidente. O PSDB está destruindo a Universidade Pública paulista, querem completar o serviço, pois já acabaram com o Ensino Fundamental e Médio. 
Se fosse no Rio Grande do Sul, ou em Pernambuco, um tipo como Geraldo Alckmin não ganharia eleição nem pra ministro de igreja. 
Mas como é por aqui...
A USP representa o que sobrou do desenvolvimento de São Paulo, embora exista uma elite intelectual nessa Universidade, pensadores realmente sérios são minoria, entrincheirados em poucos departamentos. O restante, talvez o conceito de Razão Instrumental dos teóricos críticos explique. 
Talvez... 
Existem doutores nessa Universidade que usam sua racionalidade como um jaleco de pesquisa, após o fim do expediente, guardam sua razão no armário junto com as vestes de trabalho. Entre os comuns mortais, possuem a mesma capacidade de análise social que um sujeito que tem apenas o ensino básico. Quando querem se inteirar sobre a política, lêem a Folha de São Paulo, o Estadão, ou Veja. Claro, existem os mais sérios, esse lêem a Revista Exame, ou a Piauí. Quando querem ir direto ao ponto, vão ao Blog do Noblat. Jornal Nacional nem pensar, é coisa de gentalha, pra isso existe a Globonews.
E a USP? 
Bom, irá demorar um pouco para alguma Universidade paulista ultrapassá-la, até lá, vai dar para empinar o nariz e dizer: sou da USP! Fora de São Paulo talvez a coisa não seja bem assim, mas aí é só desconversar e falar do passado, dos áureos tempos em que a USP era a maior Universidade da América Latina.  

Para informações detalhadas sobre a derrocada da USP tucana, vá ao Blog  Vi o Mundo

A rebelião dos artistas de rua


*nassif

Boas Festas e Feliz 2011

Espero que as falsidades e mentiras do ano que se enCerra, fiquem para trás e não façam parte de sua vida em 2011.
E que as bolinhas de sua árvore de Natal
sejam verdadeiras, e não de papel
*celsojardim

Bloqueio comercial ao Irã contribui para elevação dos preços do petróleo


A segurança energética dos Estados Unidos encontra-se diretamente atrelada a condição de dominação e controle das regiões produtoras de petróleo. A aplicação e manutenção desta política inclui, segundo alguns analistas, o reconhecimento de monarquias teocráticas ao estilo dos Emirados Árabes (particularmente prefiro uma classificação mais moderna e considero a monarquia do rei saudita  Abdullah neo-absolutista) invasão de países não alinhados impondo em seguida um modelo caricatural de democracia na qual a principal função dos governantes é estabelecer os meios necessários para entrega dos recursos minerais às petrolíferas estadunidenses e inglesas.
            Esta política de invasão e legitimação de governos autoritários em nome da segurança energética dos Estados Unidos é justificada por diferentes “especialistas” em função da aparente liberalização do mercado petrolífero cujo resultado seria um aumento da concorrência e conseqüente queda no valor do petróleo. Grande ilusão! Na realidade o setor é dominado através oligopólios constituídos por gigantescos consórcios que a todo instante anunciam aquisições concentrando ainda mais o mercado petrolífero.
            O caso do bloqueio comercial ao Irã revela a mais recente fase da política de segurança energética dos EUA no qual verifica-se de imediato o prejuízo da concorrência e conseqüente colaboração para a elevação dos preços do petróleo.
            O Irã, impedido de vender a sua produção petrolífera, estocava em petroleiros localizados no Golfo Pérsico no último dia 17 de dezembro aproximadamente 20 milhões de barris a isto devemos somar a quantidade de armazenamento em terra iraniano em torno de 11,5 bilhões de barris. Torna-se desnecessário observar as conseqüências deste fator fabricado de queda na oferta.
            Naturalmente o prejuízo do Irã transforma-se nos lucros dos oligopólios ou alguém duvida que a retirada do mercado do 4º maior produtor mundial não constitui um dos fatores para elevação do preço do petróleo?
            Ao povo iraniano reservam estas práticas momentos de extremas dificuldades aspectos potencialmente geradores de insatisfações – o aumento do valor nos combustíveis internamente revela apenas o início – habilmente utilizadas por grupos de inteligência visando a desestabilização do governo. Vamos acompanhar nos próximos meses a força de resistência do regime do Irã espero – sinceramente – não acompanhar mais uma guerra em nome do petróleo.