A segurança energética dos Estados Unidos encontra-se diretamente atrelada a condição de dominação e controle das regiões produtoras de petróleo. A aplicação e manutenção desta política inclui, segundo alguns analistas, o reconhecimento de monarquias teocráticas ao estilo dos Emirados Árabes (particularmente prefiro uma classificação mais moderna e considero a monarquia do rei saudita Abdullah neo-absolutista) invasão de países não alinhados impondo em seguida um modelo caricatural de democracia na qual a principal função dos governantes é estabelecer os meios necessários para entrega dos recursos minerais às petrolíferas estadunidenses e inglesas.
Esta política de invasão e legitimação de governos autoritários em nome da segurança energética dos Estados Unidos é justificada por diferentes “especialistas” em função da aparente liberalização do mercado petrolífero cujo resultado seria um aumento da concorrência e conseqüente queda no valor do petróleo. Grande ilusão! Na realidade o setor é dominado através oligopólios constituídos por gigantescos consórcios que a todo instante anunciam aquisições concentrando ainda mais o mercado petrolífero.
O caso do bloqueio comercial ao Irã revela a mais recente fase da política de segurança energética dos EUA no qual verifica-se de imediato o prejuízo da concorrência e conseqüente colaboração para a elevação dos preços do petróleo.
O Irã, impedido de vender a sua produção petrolífera, estocava em petroleiros localizados no Golfo Pérsico no último dia 17 de dezembro aproximadamente 20 milhões de barris a isto devemos somar a quantidade de armazenamento em terra iraniano em torno de 11,5 bilhões de barris. Torna-se desnecessário observar as conseqüências deste fator fabricado de queda na oferta.
Naturalmente o prejuízo do Irã transforma-se nos lucros dos oligopólios ou alguém duvida que a retirada do mercado do 4º maior produtor mundial não constitui um dos fatores para elevação do preço do petróleo?
Ao povo iraniano reservam estas práticas momentos de extremas dificuldades aspectos potencialmente geradores de insatisfações – o aumento do valor nos combustíveis internamente revela apenas o início – habilmente utilizadas por grupos de inteligência visando a desestabilização do governo. Vamos acompanhar nos próximos meses a força de resistência do regime do Irã espero – sinceramente – não acompanhar mais uma guerra em nome do petróleo.
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