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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, dezembro 19, 2010

São Paulo fica prá trás do Rio de Janeiro e BH




As principais cidades brasileiras e metrópoles de países emergentes melhoraram sua colocação no ranking de dinamismo econômico após a crise mundial, de acordo com pesquisa da London School of Economics.
O estudo Global Metro Monitor mede a performance econômica de 150 regiões metropolitanas pelo mundo nos anos de 2009 e 2010, utilizando indicadores de renda e geração de emprego. Foi a terceira edição do estudo, que também foi feito no período pré-crise (1993 a 2007) e durante a crise (2007 a 2010).
O Rio de Janeiro é a cidade brasileira mais bem colocada na lista, ocupando o 10º lugar. Em seguida estão Belo Horizonte (22º), São Paulo (25º) e Brasília (32º). Istambul ocupa o topo do ranking.
"A análise mostra que muitas metrópoles de América Latina e Ásia se recuperaram completamente da crise, ao contrário da Europa e dos EUA", explica um dos autores do estudo, Alan Berube.
Em relação a edições anteriores, as cidades brasileiras apresentaram significativa melhora. No período pré-crise, o Rio ocupava apenas a 100ª colocação, Belo Horizonte, a 42ª, São Paulo, a 70ª, e Brasília, a 95ª.

*Celso Jardim

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