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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, dezembro 27, 2010

Brasileiros no Mundo Presidente Lula:


Trabalhar até o último dia é um compromisso que assumimos

Café com o presidenteO presidente Lula reafirmou em entrevista ao programa Café com o Presidente desta segunda-feira (27/12) que pretende trabalhar até o último dia do ano, porque foi um compromisso assumido com o povo brasileiro quando tomou posse em 2003. Segundo ele, “não há razão para a gente fraquejar, para a gente amolecer e ir parando antes do tempo”. Esta foi a 279ª edição do programa Café com o Presidente, que fez sua estreia no dia 17 de novembro de 2003.
“Eu tenho compromissos com a administração. Eu, até o dia 30, vou trabalhar. Eu ainda tenho que viajar esta semana para Pernambuco, ainda tenho que viajar para o Ceará, tenho que viajar para a Bahia, e tem coisa para fazer aqui em Brasília, tem inaugurações para fazer em Brasília, tem muita coisa. Então, até o dia 30 eu trabalho. No dia 31 eu paro para descansar, desligo o motor, deixo o motor esfriar para poder entregar o motor para a Dilma, com manutenção feita, tudo direitinho, para que ela possa começar, no dia 2 de janeiro, a 100 (km) por hora.”
O presidente aproveitou a entrevista para deixar uma mensagem de Ano Novo ao povo brasileiro, em que pediu apoio para a presidente eleita, “porque o Brasil vai precisar de muita energia positiva”. O Brasil está vivendo uma fase importante de crescimento, afirmou Lula, que pode fazer do País a quinta economia mundial. Lula agradeceu novamente o carinho dos brasileiros nos últimos oito anos e disse que não foi nada complicado governar o Brasil, “achei até gostoso demais”.
“Então, dizer para vocês: muito obrigado, vocês fizeram parte da minha vida, vocês viveram comigo os bons momentos, viveram comigo os maus momentos. O que é importante é que, no frigir dos ovos, nós vivemos mais melhores momentos do que piores momentos. Então, eu sou um homem agradecido. Agradecido a vocês, agradecido a Deus, que foi muito generoso comigo, me deu o que eu jamais imaginei ter, ou seja, a sorte de ser presidente deste país e de poder governar o Brasil com a dimensão que o povo brasileiro queria que governasse.”
Ouça aqui a íntegra do programa:

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