Retrospectiva 2010: A massa cheirosa se deu mal
Candidatos ao troféu PIG de ouro 2010
O amigo leitor, que assina no twitter @Porra_Serra_ , fez uma seleção de 40 frases de 33 "colonistas" golpistas do PIG (Partido da Imprensa Golpista), nestes últimos 8 anos, atacando o Governo Lula.Merecem um troféu "PIG de ouro" por categorias, assim como ocorre com a premiação do Oscar.
Olhando hoje o que eles disseram no passado e o que aconteceu, dá para rir bastante. Segue o texto de nosso amigo:
Pretendo nesse post mostrar o que disseram os “colOnistas” (*) do Partido da Imprensa Golpista nesses 8 anos de Governo Lula, na medida do possível citarei os links das frases e mostrando como os argumentos de tais pessoas são de extrema falsidade, fundamentados por preconceitos, racismos e ódio ao Governo Lula.
O link com a frase original encontra-se na imagem, em vermelho com link do desmentido ao PIG:
“Lá [em Honduras] como cá houve, na verdade, um contragolpe. Aqui, por uma ação militar que deixou o Congresso diante de um fato consumado: a invacância da presidência, com a fuga de Goulart para o exterior. Lá, por uma ação totalmente dentro da legalidade.” (Alexandre Garcia, em 29/12/2009.)
Comentário: Documentos vazados pelo Wikileaks comprovam que o EUA assume ter ocorrido um golpe de Estado ilegal
Comentário: Embora a mídia jogasse a responsabilidade pela a tragédia no Governo Lula, o acidente foi causado por falha humana

“A adversária com que sonham todos os candidatos do mundo“. (Augusto Nunes, título de post no site da “Veja” 7/2/2010)
Comentário: Dilma virou o pesadelo do Serra
Comentário: Dilma virou o pesadelo do Serra
“O chanceler de Lula é só um áulico a caminho da lata de lixo da História.” (Augusto Nunes, título de post no site da revista “Veja” 16/11/2010)
Comentário: A famosa e respeitada revista Foreign Policy elegeu o Celso Amorim como o melhor Ministro das Relações Exteriores do mundo. Quem tem mais credibilidade?
Comentário: A famosa e respeitada revista Foreign Policy elegeu o Celso Amorim como o melhor Ministro das Relações Exteriores do mundo. Quem tem mais credibilidade?
Comentário: A campanha de José Serra para a presidência utilizou redes neonazistas para caluniar a Dilma Rousseff
Comentário: O mensalão nunca foi provado. O PIG tentou usar o escândalo para golpear o Governo Lula
Comentário: Desligamento do transponder pelos pilotos no jato Legacy ocasionou o acidente
Comentário: Em 2009, enquanto os países sofreram grave recessão e cortes de emprego, o Governo Lula continuou a política de geração de empregos. O saldo de empregos foi de 1.765.980
“(Lula)… passou seu governo inteiro no palanque, anunciando planos e mais planos, metas e mais metas, inaugurando várias vezes a mesma obra. Uma parte da imprensa simplesmente aderiu ou foi obrigada a isso pelo volume das verbas oficiais de publicidade. A imprensa livre e independente, apesar das reclamações do presidente, sempre cobriu essas atividades, o que ampliou os palanques. (Carlos Alberto Sardenberg, “Lula é o nosso Mao; FHC, o nosso Deng, 21 de dezembro de 2010)
Comentário: 87% de aprovação popular contraria isso. Só se inaugura obras porque elas existem. Quer dizer, o José Serra inaugura maquetes, né? Quer dizer que Sardenberg é independente? Huumm
Comentário: O PIG mostra não suportar o jogo democrático, muito menos respeitar o voto soberano e o povo brasileiro.
Comentário: A dondoca indignada por ninguém escutar seu cacarejar.

Comentário: Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, Bicho Papão e ET de Varginha. A autenticidade desses personagens não pode ser assegurada – bem como não pode ser descartada.

Comentário: Estamos esperando os meios de comunicação serem honestos e dizer que são de oposição
“O PT vai pensar com mais cuidado na escolha de seu candidato para a Presidência. Será mesmo a Dilma Rousseff? Se alguém quiser dar nome a um poste, pode chamá-lo de Dilma. Ela nunca foi eleita para um cargo representativo, não tem experiência eleitoral. Como pretendem jogá-la na eleição de 2010, que se anuncia como a mais disputada da história republicana do Brasil?” (Marco Antonio Villa, no “Estado de S. Paulo” 28/10/2008)
Comentário: Uma mulher que lutou contra a ditadura, foi barbaramente torturada, Secretária Municial da Fazenda, Secretária de Minas e Energia, Ministra de Minas e Energia, Ministra da Casa Civil e foi eleita Presidenta do Brasil pode ser considerada um poste?
Comentário: O PIG nervoso por descobrir através do Lula que o povo brasileiro são seres pensantes.
Comentário: Que liberdade o Serra prega? A de imprensa? Logo ele que é responsável por demissões de jornalistas e roubo de gravações na CNT?
“Este governo que está aí é um governo autoritário que não perde a oportunidade de mostrar seu autoritarismo” (TV Estadão, 02 de março de 2010)
Comentário: Caceta e Planeta acabou, mesma tática de Tasso Jereissati e César Maia: Ao ficar desempregado, ataque o Lula por toda frustração e impotência

Comentário: O neto da Dilma nem havia nascido e o PIG já o bombardeou. “O mito começou a ruir”? Só digo isso: Dilma Presidenta.

Comentário: Cristiana Lôbo como jornalista é uma ótima vidente. Ops, nem isso!
Comentário: Ministro Celso Amorim disse tudo sobre o Alca: “(…)foi melhor talvez mesmo não ter tido a Alca. A crise nos EUA demonstrou isso. Nós ficamos mais protegidos, tivemos mais liberdade. E pudemos investir numa política Sul-Sul. E nada foi mais importante do que o processo de integração da América do Sul”
“Gripe [suína] pode afetar até 67 milhões no Brasil em até oito semanas. [...] De 3 milhões a 16 milhões desenvolverão algum tipo de complicação a exigir tratamento médico e entre 205 mil e 4,4 milhões precisarão ser hospitalizados.”Helio Schwartzmann, em matéria na “Folha de S. Paulo” 19/7/2009)
Comentário: Documentário estrangeiro (legendado) mostra o quão golpista foi essa ”Operação Pandemia”
“Aécio fecha acordo para ser vice de Serra.” (Kennedy Alencar, em coluna na “Folha de S. Paulo” 17/5/2009)Comentário: Mais uma barrigada… quer dizer, furo jornalístico.
Comentário: Documentário estrangeiro (legendado) mostra o quão golpista foi essa ”Operação Pandemia”


Comentário: Mais uma vez terei de citar, o que houve foi um tsunami de empregos. Em 2009, enquanto os países sofreram grave recessão e cortes de emprego, o Governo Lula continuou a política de geração de empregos. O saldo de empregos foi de 1.765.980
Comentário: Como todos sabemos, a história do estupro é falsa. Mas o Olavo de Carvalho com certeza ganhou o troféu de FILHO DA P* do ano com esse comentário.

Comentário: Como vocês veem, o Brasil é o pior lugar do mundo para se morar.
Comentário: Saiu no jornal alemão Der Spiegel: “Lula salta para a Grande Liga da diplomacia mundial“. Quem tem credibilidade?

Comentário: A biografia do Lula está concorrendo ao Oscar.
“Sobre o livro ‘Lula, minha anta‘, no caso é anta substantivo e não adjetivo. Eu não tenho grande apreço pelo intelecto do presidente mas nesse caso é animal de caça, eu caçei esse bicho durante 2 anos e ele conseguiu fugir” (Diogo Mainardi, no Programa do Jô)
“Na única vez que fiquei ao lado do Lula, eu cometi um ato criminoso. Isso deve ser um indicativo de alguma coisa” (Diogo Mainardi, no Programa do Jô falando que participou de uma greve”)
Comentário: Mainardi como todos sabem, sofre de inveja crônica. Além disso, é citado pelo Nassif como lobista de Daniel Dantas.

Comentário: Por um momento pensei que Nêumanne estivesse convocando um golpe militar. É incrível como o PIG que prega “liberdade de imprensa” e ao mesmo tempo adora uma ditadura.
Comentário: Lina Vieira é casada com ex-ministro de FHC e suspeita de tráfico de influência e prevaricação. Dilma Rousseff, a presidenta do Brasil, é a mentirosa?
Comentário: Chega a ser cômico as análises da Miriam Leitão, só para citar: “Brasil ganha nota máxima em medição da reação à crise” e “Brasil recebe elogios por reação à crise global”. Mais uma barrigada do PIG.
Comentário: É o famoso”complexo de vira-latas”, o que vem de fora é melhor. O PIG acha tudo de fora bonitinho, já o que é brasileiro é ruim. Veja o discurso histórico de Lula sobre isso (Youtube)
“A idéia de comemorar as bodas de pérola com uma festa caipira não podia ter sido pior. O Brasil tem tantos regionalismos bacanas, uma culinária riquíssima, várias maneiras de ser cheias de ginga e charme que deslumbram o mundo inteiro, e o presidente e dona Marisa Letícia vão escolher logo uma caipirada dessas?” (Danuza Leão, 15 de junho de 2004)
Comentário: O PIG possui um ódio enorme do povo brasileiro e de sua cultura.

Comentário: Olavo de Carvalho chama o Lula de pervertido e estuprador, já Jabor chama de psicopata. Essa é a ética do PIG

Comentário: O Indio da Costa deve estar certo então: “Eu estava ao lado do Serra quando aquele pacote enorme bateu na cabeça dele e fez até barulho, tinha 2kg. Veio numa velocidade enorme” Um OVNI
Comentário: Para o PIG, pessoas de classe social mais baixa não podem ter carro. Não deveria nem ficar no mesmo ambiente das pessoas ricas. Será que só pobres causam acidentes? “Juíza, com suspeita de embriaguez, foge de blitz policial e bate em 8 carros em Porto Alegre”
“Como se sabe, o PAC é uma criação literária de razoável sucesso. Sob seu condão, até dragagem de lodo virou aceleração do crescimento. O PAC é tudo. Conseqüentemente, não é nada. E um centavo de nada também é nada. Nada mais apropriado do que um ministro (Mantega) abstrato dando uma declaração contundente sobre um programa abstrato, a mando da Mãe do PAC – a abstração em pessoa – e tudo sendo dissolvido em uma frase por Lula, o concreto. Agora, anunciando que continuará concreto a partir de janeiro. Lula 12 anos. Se dá certo com uísque, por que ele também não pode envelhecer sem sair da garrafa?” (Guilherme Fiuza, portal EXAME, 8 de dezembro de 2010)
Comentário: O próprio PIG diz que o PAC concluiu 82% das obras previstas para 2010 com investimento de 619 bilhões de reais. O PIG necessita de coordenação, ou o PAC existe ou não. Assim os colOnistas terão um piriPAC.
Comentário: DEM entra com Ação no STF contra o ProUni. PSDB e DEM defendem as privatizações. Oposição chama Bolsa Família de Bolsa Esmola. Será que responde?

Comentário: E o Lula foi premiado pelo Le Monde como o “Homem do Ano 2009″. Só o PIG acha ruim
Comentário: Cadê a explosão?
*osamigosdopresidenteLula/CelsoJardim
Partido da imprensa Golpista (PiG) termina década no fundo do poço
Um bom indício desse fato é o de que, desde a redemocratização até 1998, o país elegia o candidato a presidente que essa parte da imprensa apoiava – foi assim com Collor e com FHC em três eleições. A partir da década que vai terminando, em três eleições presidenciais os veículos perderam as três.
- por Eduardo Guimarães, no blog Cidadania
Em 31 de dezembro próximo, encerrar-se-á a primeira década do século XXI e do novo milênio. A imprensa escrita chega a esse momento histórico com a credibilidade abalada e despida de um poder que deteve durante o século passado, o de influir decisivamente nas decisões políticas dos brasileiros.
Dados do IVC (Instituto Verificador de Circulação) de 2000 e de 2010 (estes, aproximados), se comparados mostram muito mais do que a queda na circulação dos grandes jornais do eixo Rio-São Paulo, que pautam politicamente todos os outros veículos impressos menores, mas de maior porte entre o universo total da imprensa escrita.
No início da década, a Folha de São Paulo vendia 471 mil exemplares/dia e hoje vende 295 mil; o Estadão vendia 366 mil e hoje vende 213 mil; O Globo vendia 336 mil e hoje vende 257 mil; a revista Veja vendia 1,9 milhão de exemplares por semana e hoje, vende 1,2 milhão.
A situação é muito pior do que parece, porque, durante a década que termina, jornais e revista passaram a doar exemplares aos leitores perdidos, ou seja, enviando esses exemplares a eles gratuitamente, de forma a sustentarem os números da tiragem cadente.
Finalmente, há que lembrar que, em 2000, o Brasil tinha 170 milhões de habitantes e hoje, tem 190 milhões. Enquanto a população cresceu quase 12 por cento nesse período, a tiragem dos jornais e revista mencionados caiu de 3 milhões de exemplares por edição para 1,9 milhão, ou seja, uma queda de quase 37 por cento.
Fazendo bem as contas, se a relação entre a tiragem dos jornais e da revista e o conjunto da população no início da década era de 1,76%, hoje essa relação caiu para 1%, ou seja, uma perda de 43% do mercado.
Alguns dirão que esse leitorado migrou para a internet, onde lê os grandes portais de notícias, todos controlados pelos grupos empresariais donos dos jornais e revistas em questão. Contudo, essa premissa desconsidera a queda de receita e a quebra de fidelidade, pois é muito diferente ler os portais sem pagar nada e comprar a assinatura desses veículos.
A queda de tiragem, porém, não dá a dimensão da perda de credibilidade e de influência desses veículos no conjunto da sociedade, pois, aí, a queda é muito maior.
Um bom indício desse fato é o de que, desde a redemocratização até 1998, o país elegia o candidato a presidente que essa parte da imprensa apoiava – foi assim com Collor e com FHC em três eleições. A partir da década que vai terminando, em três eleições presidenciais os veículos perderam as três.
A razão de fundo para essa perda de credibilidade – e, conseqüentemente, de mercado – foi explicitada por um homem que conhece a fundo o mainstream midiático, o atual ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, egresso da TV Globo, onde foi comentarista político por anos a fio.
Segundo Martins,”Um grande número de leitores não acredita mais no que o jornal diz” porque “Percebeu que havia má vontade com o governo e leniência com a oposição”. Há que acrescentar que essa “leniência” se estende, até o momento, às administrações estaduais e municipais em que a oposição federal é governo.
O exemplo mais clamoroso é o do governo de São Paulo e o da capital desse Estado, em que o consórcio tucano-pefelê governa há muito tempo, sendo que em nível estadual o PSDB já caminha para vinte anos no poder.
A degradação da qualidade de vida em São Paulo (Estado e capital) é visível. Quem vem a São Paulo se horroriza sobretudo com a capital, que se tornou violenta, poluída, assolada por tragédia sobre tragédia cotidianamente, com serviços públicos como saúde e educação em situação calamitosa etc.
Não há cobertura crítica do péssimo governo tucano do Estado ou da administração municipal desastrosa do DEM na capital. Escândalos, incompetência, perda de importância do maior Estado da Federação, tudo isso sucumbe, em São Paulo, a um noticiário absolutamente chapa-branca.
No apagar das luzes da primeira década do século XXI, dois fatos exemplificam a razão dessa débâcle da grande imprensa escrita no Brasil.
Na semana passada, foi concluído o inquérito da Polícia Federal sobre o caso do grampo telefônico que Globos, Folhas, Vejas e Estadões sustentaram que o governo Lula teria mandado fazer contra o então presidente do STF, Gilmar Mendes, e o senador goiano Demóstenes Torres, do DEM. Concluiu-se que não houve grampo algum.
Na edição do último domingo do ano do jornal Folha de São Paulo, a ombudsman, Suzana Singer, apresenta uma “prova” de que seu jornal, apesar das acusações múltiplas e crescentes que recebe, “não é tucano”. A “prova” seria editorial que o jornal publicou durante a semana em que reconheceu méritos em um governo apoiado por mais de 80% da sociedade (?!).
O ridículo nunca parece suficiente para essa parcela ainda vistosa – mas totalmente decadente – da imprensa escrita. Acreditando-se extremamente espertos, comandantes das redações esbofeteiam um público que freqüentemente é mais bem informado do que eles devido à multiplicidade de fontes de informação de que dispõe.
- por Eduardo Guimarães, no blog Cidadania
Em 31 de dezembro próximo, encerrar-se-á a primeira década do século XXI e do novo milênio. A imprensa escrita chega a esse momento histórico com a credibilidade abalada e despida de um poder que deteve durante o século passado, o de influir decisivamente nas decisões políticas dos brasileiros.
Dados do IVC (Instituto Verificador de Circulação) de 2000 e de 2010 (estes, aproximados), se comparados mostram muito mais do que a queda na circulação dos grandes jornais do eixo Rio-São Paulo, que pautam politicamente todos os outros veículos impressos menores, mas de maior porte entre o universo total da imprensa escrita.
No início da década, a Folha de São Paulo vendia 471 mil exemplares/dia e hoje vende 295 mil; o Estadão vendia 366 mil e hoje vende 213 mil; O Globo vendia 336 mil e hoje vende 257 mil; a revista Veja vendia 1,9 milhão de exemplares por semana e hoje, vende 1,2 milhão.
A situação é muito pior do que parece, porque, durante a década que termina, jornais e revista passaram a doar exemplares aos leitores perdidos, ou seja, enviando esses exemplares a eles gratuitamente, de forma a sustentarem os números da tiragem cadente.
Finalmente, há que lembrar que, em 2000, o Brasil tinha 170 milhões de habitantes e hoje, tem 190 milhões. Enquanto a população cresceu quase 12 por cento nesse período, a tiragem dos jornais e revista mencionados caiu de 3 milhões de exemplares por edição para 1,9 milhão, ou seja, uma queda de quase 37 por cento.
Fazendo bem as contas, se a relação entre a tiragem dos jornais e da revista e o conjunto da população no início da década era de 1,76%, hoje essa relação caiu para 1%, ou seja, uma perda de 43% do mercado.
Alguns dirão que esse leitorado migrou para a internet, onde lê os grandes portais de notícias, todos controlados pelos grupos empresariais donos dos jornais e revistas em questão. Contudo, essa premissa desconsidera a queda de receita e a quebra de fidelidade, pois é muito diferente ler os portais sem pagar nada e comprar a assinatura desses veículos.
A queda de tiragem, porém, não dá a dimensão da perda de credibilidade e de influência desses veículos no conjunto da sociedade, pois, aí, a queda é muito maior.
Um bom indício desse fato é o de que, desde a redemocratização até 1998, o país elegia o candidato a presidente que essa parte da imprensa apoiava – foi assim com Collor e com FHC em três eleições. A partir da década que vai terminando, em três eleições presidenciais os veículos perderam as três.
A razão de fundo para essa perda de credibilidade – e, conseqüentemente, de mercado – foi explicitada por um homem que conhece a fundo o mainstream midiático, o atual ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, egresso da TV Globo, onde foi comentarista político por anos a fio.
Segundo Martins,”Um grande número de leitores não acredita mais no que o jornal diz” porque “Percebeu que havia má vontade com o governo e leniência com a oposição”. Há que acrescentar que essa “leniência” se estende, até o momento, às administrações estaduais e municipais em que a oposição federal é governo.
O exemplo mais clamoroso é o do governo de São Paulo e o da capital desse Estado, em que o consórcio tucano-pefelê governa há muito tempo, sendo que em nível estadual o PSDB já caminha para vinte anos no poder.
A degradação da qualidade de vida em São Paulo (Estado e capital) é visível. Quem vem a São Paulo se horroriza sobretudo com a capital, que se tornou violenta, poluída, assolada por tragédia sobre tragédia cotidianamente, com serviços públicos como saúde e educação em situação calamitosa etc.
Não há cobertura crítica do péssimo governo tucano do Estado ou da administração municipal desastrosa do DEM na capital. Escândalos, incompetência, perda de importância do maior Estado da Federação, tudo isso sucumbe, em São Paulo, a um noticiário absolutamente chapa-branca.
No apagar das luzes da primeira década do século XXI, dois fatos exemplificam a razão dessa débâcle da grande imprensa escrita no Brasil.
Na semana passada, foi concluído o inquérito da Polícia Federal sobre o caso do grampo telefônico que Globos, Folhas, Vejas e Estadões sustentaram que o governo Lula teria mandado fazer contra o então presidente do STF, Gilmar Mendes, e o senador goiano Demóstenes Torres, do DEM. Concluiu-se que não houve grampo algum.
Na edição do último domingo do ano do jornal Folha de São Paulo, a ombudsman, Suzana Singer, apresenta uma “prova” de que seu jornal, apesar das acusações múltiplas e crescentes que recebe, “não é tucano”. A “prova” seria editorial que o jornal publicou durante a semana em que reconheceu méritos em um governo apoiado por mais de 80% da sociedade (?!).
O ridículo nunca parece suficiente para essa parcela ainda vistosa – mas totalmente decadente – da imprensa escrita. Acreditando-se extremamente espertos, comandantes das redações esbofeteiam um público que freqüentemente é mais bem informado do que eles devido à multiplicidade de fontes de informação de que dispõe.
Abrir caminho, sempre
Ser blogueiro “progressista”, “de esquerda”, “independente”, “sujo” ou o que quer que seja é isso: abrir caminho, ousar, desafiar o lugar comum, peitar o discurso único e, acima de tudo, se divertir com a incompetência, o horizonte limitado e a submissão intelectual de nossas grandes redações.
- por Luiz Carlos Azenha
Nas últimas semanas uma fatia significativa da direitona brasileira admitiu o óbvio: o presidente Lula foi melhor que o presidente FHC e não apenas uma continuação dele.
A Folha de S. Paulo, doente de pesquisismo, escondeu seu diagnóstico atrás da “descoberta” de que 83% dos brasileiros consideraram o governo Lula ótimo ou bom.
A gente, da blogosfera progressista, já sabia disso.
“No pós-ditadura, nenhum presidente eleito diretamente deixou o cargo tão bem avaliado, o que se explica sobretudo pela melhora do emprego, da renda e de sua distribuição”, escreveu a Folha em um caderno especial, publicado no mesmo dia em que o jornal, em editorial de primeira página, admitiu: o governo Lula, cheio de defeitos, foi bom.
E, no entanto, por dizer exatamente isso na campanha eleitoral nós, blogueiros progressistas e leitores progressistas, fomos tachados de sujos, de chapa-branca, de vendidos e de outros adjetivos. O resumo dos xingamentos está no inesquecível discurso do deputado derrotado Marcelo Itagiba, no Congresso. Os impropérios continuam, como notou o Miguel do Rosário a propósito do texto de um colunista do Estadão. São tão poucos os leitores deles que já não vale a pena promovê-los.
O que isso nos diz sobre a blogosfera progressista? Diz que em 2010 fizemos, sim, a diferença. Enquanto alguns se entregavam ao onanismo intelectual, perguntando se “progressista” não era algo datado, do século 19, se não seria melhor usar “independente”, “de esquerda” ou “do diabo”, nós fizemos a diferença ao desmoralizar a bolinha de papel, ao desencavar o que foi dito sobre a privatização da Petrobras, ao demonstrar que o candidato da direita não era apenas o do atraso, mas também da hipocrisia e da mentira. O que quero dizer é que fomos suficientemente ágeis, pragmáticos e leais uns aos outros e às nossas ideias e que isso deu mais resultado que qualquer debate estéril sobre o sexo dos anjos.
Fiquei igualmente satisfeito pelo fato de que um grupo de blogueiros sujos conseguiu, no Palácio do Planalto, algo que o PIG não conseguiu ao longo dos dois mandatos de Lula: definir claramente os limites do governo que finda.
Hoje, na Folha, em “Ecos da Ditadura”, o articulista Fernando de Barros e Silva lamenta o papel de Nelson Jobim no debate sobre a Comissão de Verdade. Barros atribui a Jobim “pressão obscurantista”. Isso também a gente já sabia. Está na pergunta que Leandro Fortes fez ao presidente no Palácio do Planalto. Assim como estiveram nas perguntas de Rodrigo Vianna, Eduardo Guimarães, Conceição Oliveira e Altamiro Borges os limites de Lula nas questões da comunicação, educação e direitos trabalhistas.
Nós, da dita blogosfera progressista, fomos os primeiros a reconhecer a ousadia do Itamaraty na política externa, quando os chanceleres de pijama que frequentam as colunas de opinião dos grandes jornais pregavam a invasão da Bolívia e a derrubada de Hugo Chávez. Só depois de descobrir que o Departamento de Estado de Hillary Clinton estuda o Itamaraty para descobrir como o Brasil ganhou peso internacional sem uma única ogiva nuclear é que a grande mídia brasileira vai dizer, sobre a política externa de Lula, o que nós já sabíamos.
Afinal, foi só depois do vazamento dos telegramas diplomáticos do WikiLeaks que nossa mídia “descobriu” o que denunciamos na campanha eleitoral: na questão do pré-sal, José Serra era owned pelas petroleiras.
Ser blogueiro “progressista”, “de esquerda”, “independente”, “sujo” ou o que quer que seja é isso: abrir caminho, ousar, desafiar o lugar comum, peitar o discurso único e, acima de tudo, se divertir com a incompetência, o horizonte limitado e a submissão intelectual de nossas grandes redações. Feliz 2011 a todos!
- por Luiz Carlos Azenha
Nas últimas semanas uma fatia significativa da direitona brasileira admitiu o óbvio: o presidente Lula foi melhor que o presidente FHC e não apenas uma continuação dele.
A Folha de S. Paulo, doente de pesquisismo, escondeu seu diagnóstico atrás da “descoberta” de que 83% dos brasileiros consideraram o governo Lula ótimo ou bom.
A gente, da blogosfera progressista, já sabia disso.
“No pós-ditadura, nenhum presidente eleito diretamente deixou o cargo tão bem avaliado, o que se explica sobretudo pela melhora do emprego, da renda e de sua distribuição”, escreveu a Folha em um caderno especial, publicado no mesmo dia em que o jornal, em editorial de primeira página, admitiu: o governo Lula, cheio de defeitos, foi bom.
E, no entanto, por dizer exatamente isso na campanha eleitoral nós, blogueiros progressistas e leitores progressistas, fomos tachados de sujos, de chapa-branca, de vendidos e de outros adjetivos. O resumo dos xingamentos está no inesquecível discurso do deputado derrotado Marcelo Itagiba, no Congresso. Os impropérios continuam, como notou o Miguel do Rosário a propósito do texto de um colunista do Estadão. São tão poucos os leitores deles que já não vale a pena promovê-los.
O que isso nos diz sobre a blogosfera progressista? Diz que em 2010 fizemos, sim, a diferença. Enquanto alguns se entregavam ao onanismo intelectual, perguntando se “progressista” não era algo datado, do século 19, se não seria melhor usar “independente”, “de esquerda” ou “do diabo”, nós fizemos a diferença ao desmoralizar a bolinha de papel, ao desencavar o que foi dito sobre a privatização da Petrobras, ao demonstrar que o candidato da direita não era apenas o do atraso, mas também da hipocrisia e da mentira. O que quero dizer é que fomos suficientemente ágeis, pragmáticos e leais uns aos outros e às nossas ideias e que isso deu mais resultado que qualquer debate estéril sobre o sexo dos anjos.
Fiquei igualmente satisfeito pelo fato de que um grupo de blogueiros sujos conseguiu, no Palácio do Planalto, algo que o PIG não conseguiu ao longo dos dois mandatos de Lula: definir claramente os limites do governo que finda.
Hoje, na Folha, em “Ecos da Ditadura”, o articulista Fernando de Barros e Silva lamenta o papel de Nelson Jobim no debate sobre a Comissão de Verdade. Barros atribui a Jobim “pressão obscurantista”. Isso também a gente já sabia. Está na pergunta que Leandro Fortes fez ao presidente no Palácio do Planalto. Assim como estiveram nas perguntas de Rodrigo Vianna, Eduardo Guimarães, Conceição Oliveira e Altamiro Borges os limites de Lula nas questões da comunicação, educação e direitos trabalhistas.
Nós, da dita blogosfera progressista, fomos os primeiros a reconhecer a ousadia do Itamaraty na política externa, quando os chanceleres de pijama que frequentam as colunas de opinião dos grandes jornais pregavam a invasão da Bolívia e a derrubada de Hugo Chávez. Só depois de descobrir que o Departamento de Estado de Hillary Clinton estuda o Itamaraty para descobrir como o Brasil ganhou peso internacional sem uma única ogiva nuclear é que a grande mídia brasileira vai dizer, sobre a política externa de Lula, o que nós já sabíamos.
Afinal, foi só depois do vazamento dos telegramas diplomáticos do WikiLeaks que nossa mídia “descobriu” o que denunciamos na campanha eleitoral: na questão do pré-sal, José Serra era owned pelas petroleiras.
Ser blogueiro “progressista”, “de esquerda”, “independente”, “sujo” ou o que quer que seja é isso: abrir caminho, ousar, desafiar o lugar comum, peitar o discurso único e, acima de tudo, se divertir com a incompetência, o horizonte limitado e a submissão intelectual de nossas grandes redações. Feliz 2011 a todos!
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