A senadora Marta Suplicy (PT) quer uma revanche com o ex-governador José Serra (PSDB) na eleição do ano que vem para a Prefeitura de São Paulo. Apesar do apelo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo lançamento de um "nome novo" na seara petista, Marta já começou o trabalho de bastidor para obter apoio à sua pré-candidatura dentro e fora do PT.
Já o prefeito Gilberto Kassab (PSD) mostra preocupação com uma eventual candidatura do deputado federal Gabriel Chalita, que deve trocar o PSB pelo PMDB para concorrer a prefeito em 2012. Kassab tem alertado cardeais peemedebistas para o fato de que Chalita “é Alckmin”. Na terça-feira (3), o prefeito conversou por telefone com o senador Renan Calheiros (AL).
Oficialmente, Valdir Raupp exerce interinamente a presidência do PMDB no lugar do vice-presidente Michel Temer. Mas o fato é que as articulações para a filiação de Chalita, do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, e outros políticos nem passam pela Executiva Nacional do partido. Têm como origem e destino apenas a vice-residência da República.
Na noite desta quarta-feira, Temer se reuniu, no Palácio do Jaburu, com Chalita e Skaf. A propósito, nos próximos dias, ele terá uma última conversa com Skaf antes de oficializar sua entrada no PMDB. Temer não pensa em dar ao empresário a garantia de que, ao trocar o PSB pelo PMDB, poderá disputar o governo de São Paulo em 2014. O vice-presidente tem dito que até 2014 muito pode acontecer.
Temer também marcou presença, na última terça-feira, na posse de dois secretários do partido na Prefeitura. Depois de liderar também o PMDB-SP, no vácuo da morte do ex-governador Orestes Quércia, Temer pediu e o novo presidente estadual do partido, Baleia Rossi, atendeu: Quércia foi homenageado na cerimônia de ingresso de secretários peemedebistas. “Quércia é um nome histórico, um grande quadro do PMDB”, afirmou Rossi. Foi aplaudido de pé.
Para Marta, no entanto, o que importa é mesmo a revanche. “Se o Serra for candidato, eu me animo ainda mais a disputar a Prefeitura”, diz a senadora, que foi prefeita entre 2001 e 2004 e perdeu a eleição justamente para Serra. "Dizem que uma revanche viria em boa hora, mas eu não gostaria de fazer isso. Agora, não posso negar que seria uma oportunidade de o eleitor fazer uma avaliação dos dois governos."
Um ano e dois meses após assumir o cargo em 2005, Serra renunciou para concorrer ao governo paulista e conquistou o Palácio dos Bandeirantes. O então vice-prefeito Kassab, na época filiado ao DEM e hoje fundador do PSD, ocupou a vaga deixada por Serra. Kassab também venceu Marta na disputa municipal de 2008.
Apesar da movimentação da senadora, o PT não tem candidato natural em São Paulo. Mesmo assim, o Planalto e o partido da presidente Dilma Rousseff avaliam que o racha no PSDB pode ajudar os petistas. Além de Marta, os nomes mais citados no tabuleiro do PT são os dos ministros Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia), José Eduardo Cardozo (Justiça) e Fernando Haddad (Educação).
Prévias
No momento em que o PT discute propostas para restringir as prévias, Lula lançou a ideia de um partido "de cara nova", seu candidato é Haddad. "A proposta do Lula tem audiência no partido, mas o nome, não", afirmou o deputado Jilmar Tatto (PT-SP), ele próprio pré-candidato à sucessão de Kassab.
Na prática, o grupo de Marta está dividido. Além de Tatto, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) também gostaria de entrar no páreo paulistano. Tatto e Zarattini foram secretários no governo Marta (2001-2004). Na outra ponta, o senador Eduardo Suplicy (SP) ressuscitou a ideia de ser candidato e não vê problema em disputar prévia com Marta. Não é a opinião da senadora: "Seria muito constrangedor". A ordem no partido, no entanto, é evitar as prévias.
Da Redação, com agências