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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 02, 2011

As relações TV Globo-Ricardo Teixeira


luisnassif,

Por Adamastor
Outro assunto que vale a pena retomar...
Do Blog do Miro
Globo e Ricardo Teixeira: tudo a ver
Por Altamiro Borges

Com o título “Fifa irritou Dilma ao negar credencial para concorrentes da Globo”, o Blog do Perrone postou uma nota reveladora:

Um dos principais motivos de irritação de Dilma Rousseff com o COL (Comitê Organizador Local) e a Fifa foi um pedido negado de credencias para jornalistas que fazem a cobertura diária do Palácio do Planalto. Às vésperas do sorteio das eliminatórias da Copa de 2014, a equipe da presidente pediu cerca de 80 credenciais. Conseguiu algumas, mas a Fifa não quis dar autorização para Record e SBT acompanharem Dilma no evento.

p>OCOLO COL informou ao estafe presidencial que a federação internacional não poderia ferir o contrato com a TV Globo, que tinha exclusividade na solenidade, organizada pela Geo Eventos, da qual a emissora é uma das sócias.
Dilma se irritou. Ela e seu estafe interpretaram como uma retaliação de Ricardo Teixeira à Record, que tem exibido reportagens com denúncias contra o dirigente. A equipe da presidente alegou que o COL e a Fifa podem escolher os seus parceiros. Mas o Governo Federal tem que garantir os mesmos direitos a todos. E é praxe os jornalistas de Brasília seguirem a comitiva presidencial.
Como resposta, o governo marcou uma entrevista de Pelé, na véspera do sorteio, no Museu de Arte Moderna do Rio, fora da jurisdição da Fifa e do COL. Lá todas as emissoras de TV tinham passe livre...
*****
A notícia só confirma o que muitos já sabem. A TV Globo, que manda e desmanda no futebol brasileiro, mantém uma promíscua relação com o chefão da CBF. Ela omite as várias denúncias de corrupção contra o poderoso cartola; na outra ponta, a emissora tem um tratamento privilegiado na transmissão desta paixão nacional. Parafraseando o seu slogan, Ricardo Teixeira e TV Globo, tudo a ver!
Nos últimos dias, na guerra nada santa pela audiência, a TV Record fez bombásticas denúncias sobre o estranho enriquecimento do cartola. As reportagens de Luiz Carlos Azenha são demolidoras. Na véspera do sorteio das eliminatórias da Copa, alguns blogs também publicaram que a Rede Globo embolsou R$ 30 milhões dos cofres públicos para organizar a festança (leia aqui).
O silêncio do casal global
Willian Bonner e Fátima Bernardes se fingiram de mortos no Jornal Nacional e nem tocaram no assunto. Já os “calunistas” globais, como o bravateiro Arnaldo Jabor, também evitaram abordar a corrupção no futebol. Será que é por que a TV Globo tem a exclusividade na transmissão dos jogos? Será que é por que a poderosa emissora, além da exclusividade, ainda abocanha recursos públicos para suas festinhas?
Ricardo Teixeira, que se acha imune e impune, nunca escondeu suas relações privilegiadas com a TV Globo. Em recente entrevista à revista Piauí, ele inclusive explicitou que “caga um monte” para as denúncias feitas por outros veículos. “Quanto mais tomo pau da Record, fico com mais crédito na TV Globo”, afirmou o presidente da Confederação Brasileira de Futebol.
Quem “caga um monte”?
Arrogante, ele disse ainda que só ficará preocupado com as denúncias envolvendo seu nome “quando sair no Jornal Nacional”. E ameaçou os jornalistas e veículos que o denunciam: “Em 2014, posso fazer a maldade que for. A maldade mais elástica, mais impensável, mais maquiavélica. Não dar credencial, proibir acesso, mudar horário de jogo. E sabe o que vai acontecer? Nada”.
A TV Globo também deve “cagar um monte” para o que pensam os brasileiros. Ela só não fala isto porque não é otária, como o chefão da CBF! Explorando uma concessão pública, ela mantém o maior império midiático do país. Pode ressaltar ou omitir o que bem desejar, sempre na defesa dos seus interesses econômicos e políticos. Ela ataca os inimigos e protege os amigos!
Bem que a presidenta Dilma Rousseff poderia ser mais conseqüente nas suas “irritações”. O problema não reside apenas nas credenciais da Copa do Mundo.

Ordem dos Músicos do Brasil: Supremo decide pela inutilidade

 Post atualizado com inclusão de música sobre o tema. 

Clique aqui e veja também o post de 28/11/2009
Registro de músico em entidade de classe não é obrigatório
O exercício da profissão de músico não está condicionado a prévio registro ou licença de entidade de classe. Esse foi entendimento do Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) que, por unanimidade dos votos, desproveu o Recurso Extraordinário (RE) 414426, de autoria do Conselho Regional da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB), em Santa Catarina.
O caso
O processo teve início com um mandado de segurança impetrado contra ato de fiscalização da Ordem dos Músicos do Brasil (OMB), que exigiu dos autores da ação o registro na entidade de classe como condição para exercer a profissão.
O RE questionava acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que, com base no art. 5º, incisos IX e XIII, da Constituição Federal (CF), entendeu que a atividade de músico não depende de registro ou licença e que a sua livre expressão não pode ser impedida por interesses do órgão de classe.
Para o TRF, o músico dispõe de meios próprios para pagar anuidades devidas, sem vincular sua cobrança à proibição do exercício da profissão. No recurso, a OMB sustentava afronta aos artigos 5º, incisos IX e XIII, e 170, parágrafo único, da CF, alegando que o exercício de qualquer profissão ou trabalho está condicionado pelas referidas normas constitucionais às qualificações específicas de cada profissão e que, no caso dos músicos, a Lei 3.857/60 (que regulamenta a atuação da Ordem dos Músicos) estabelece essas restrições.
Em novembro de 2009, o processo foi remetido ao Plenário pela Segunda Turma da Corte, ao considerar que o assunto guarda analogia com a questão do diploma para jornalista. Em decisão Plenária ocorrida no RE 511961, em 17 de junho de 2009, os ministros julgaram inconstitucional a exigência de diploma de jornalista para o exercício profissional dessa categoria.
Voto da relatora
“A liberdade de exercício profissional – inciso XIII, do artigo 5º, da CF – é quase absoluta”, ressaltou a ministra, ao negar provimento ao recurso. Segundo ela, qualquer restrição a esta liberdade “só se justifica se houver necessidade de proteção do interesse público, por exemplo, pelo mau exercício de atividades para as quais seja necessário um conhecimento específico altamente técnico ou, ainda, alguma habilidade já demonstrada, como é o caso dos condutores de veículos”.
A ministra considerou que as restrições ao exercício de qualquer profissão ou atividade devem obedecer ao princípio da mínima intervenção, a qual deve ser baseada pelos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Em relação ao caso concreto, Ellen Gracie avaliou que não há qualquer risco de dano social. “Não se trata de uma atividade como o exercício da profissão médica ou da profissão de engenheiro ou de advogado”, disse.
“A música é uma arte em si, algo sublime, próximo da divindade, de modo que se tem talento para a música ou não se tem”, completou a relatora. Na hipótese, a ministra entendeu que a liberdade de expressão se sobrepõe, como ocorreu no julgamento do RE 511961, em que o Tribunal afastou a exigência de registro e diploma para o exercício da profissão de jornalista.
Totalitarismo
O voto da ministra Ellen Gracie, pelo desprovimento do RE, foi acompanhado integralmente pelos ministros da Corte. O ministro Ricardo Lewandowski lembrou que o artigo 215, da Constituição, garante a todos os brasileiros o acesso aos bens da cultura “e as manifestações artísticas, inegavelmente, integram este universo. De acordo com ele, uma das características dos regimes totalitários é exatamente este, “o de se imiscuir na produção artística”.
Nesse mesmo sentido, o ministro Celso de Mello afirmou que o excesso de regulamentação legislativa, muitas vezes, “denota de modo consciente ou não uma tendência totalitária no sentido de interferir no desempenho da atividade profissional”. Conforme ele, “é evidente que não tem sentido, no caso da liberdade artística em relação à atividade musical, impor-se essa intervenção do Estado que se mostra tão restritiva”.
Para o ministro Gilmar Mendes, a intervenção do Estado apenas pode ocorrer quando, de fato, se impuser algum tipo de tutela. “Não há risco para a sociedade que justifique a tutela ou a intervenção estatal”, disse.
Liberdade artística
O ministro Ayres Britto ressaltou que no inciso IX do artigo 5º, a Constituição Federal deixa claro que é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação. “E, no caso da música, sem dúvida estamos diante de arte pura talvez da mais sublime de todas as artes”, avaliou.
Segundo o ministro Marco Aurélio, a situação concreta está enquadrada no parágrafo único do artigo 170 da CF, que revela que é assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei. “A Ordem dos Músicos foi criada por lei, mas a lei não previu a obrigatoriedade de filiação, nem o ônus para os musicistas”, salientou.
Por sua vez, o ministro Cezar Peluso acentuou que só se justifica a intervenção do Estado para restringir ou condicionar o exercício de profissão quando haja algum risco à ordem pública ou a direitos individuais. Ele aproveitou a oportunidade para elogiar o magistrado de primeiro grau Carlos Alberto da Costa Dias que proferiu a decisão em 14 de maio de 2001, “cuja decisão é um primor”. “Esta é uma bela sentença”, disse o ministro, ao comentar que o TRF confirmou a decisão em uma folha.
Casos semelhantes
Ao final, ficou estabelecido que os ministros da Corte estão autorizados a decidir, monocraticamente, matérias idênticas com base nesse precedente.
By: STF


*comtextolivre

Tecnologia em sala de aula

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Protesto inédito em Israel ameaça governo de Netanyahu

Redação, com agências internacionais - de Jerusalém
Israel
Manifestantes saem às ruas de várias cidades para protestar contra o governo de extrema-direita em Israel
Começou por ser um protesto no Facebook contra o aumento do custo de vida e o acesso dos jovens à habitação. Inspirado nos acampamentos europeus e nas revoluções árabes, o movimento juntou este fim de semana mais de 150 mil pessoas em manifestação contra o governo. E ganhou a solidariedade da maioria dos municípios, que entraram em greve.
Depois de acamparem duas semanas em praças de várias cidades israelitas, os ativistas convocaram uma manifestação de protesto na noite de sábado, pela justiça social e contra a política econômica do governo, que prossegue até a manhã desta segunda-feira. O que começou por ser um protesto contra os preços proibitivos da habitação, acabou por juntar muitos setores em luta contra os cortes na despesa pública, como os médicos que estavam há vários meses em greve.
O movimento é já considerada a maior ameaça ao governo da extrema-direita liderado por Netanyahu, que foi pressionado para cancelar o período de férias parlamentares durante esta crise. Os acampados têm o apoio esmagador da população em todas as sondagens, o que terá contribuído para que o governo apresentasse uma proposta para apoiar a construção de unidades habitacionais para arrendamento a preço controlado e dar descontos aos jovens nos passes dos transportes.
Alguns membros do movimento rejeitaram a proposta, que consiste em diminuir o preço dos terrenos para os construtores, na esperança que estes transfiram o desconto para os jovens arrendatários.
– Quem é que vai ter terra de graça? Será o povo de Israel? São os construtores, os ricos. É isso que Netanyahu propõe como habitação acessível – respondeu Daphni Leef, a mulher que deu início ao protesto, citada pelo diário israelita Haaretz.
Quanto à proposta de descontos nos transportes, Daphni vê-a como uma forma de dividir o movimento.
– Porquê só aos jovens? Então e os idosos? Rejeitamos essa proposta – acrescentou.
O diário israelita informa ainda que muitas autoridades municipais do país resolveram apoiar os protestos entrando em greve esta segunda-feira. Mais uma dor de cabeça para Netanyahu, que viu no fim de semana o director-geral do ministério das Finanças demitir-se em protesto contra a desorganização na resposta à crise, responsabilizando o ministro que o tutelava e o próprio primeiro-ministro.



Autoridades municipais de Israel entram em greve em apoio a 'indignados'




A maioria das autoridades municipais de Israel iniciou nesta segunda-feira (01/07) uma greve em solidariedade à onda de protestos sociais no país e que no sábado passado levou às ruas 150 mil pessoas. As autoridades não prestarão serviços nos escritórios governamentais nem abrirão ao público. Além disso, a limpeza das ruas e a coleta de lixo foram suspensas.

O protesto foi convocado pela União de Autoridades Municipais, organização que representa 265 autoridades locais. "Trata-se de um amplo protesto social ao qual não podemos nos opôr (...) Estou orgulhoso que prefeitos de todas as margens do espectro político e de todas as partes do país apoiem seus moradores e se somem a sua justa luta", assinalou seu presidente, Shlomo Bohbot, em comunicado no site da União.


Jerusalém não se unirá à iniciativa porque considera incorreto prejudicar o público, apesar de se identificar com o protesto contra o preço dos imóveis, informa a rádio pública israelense.


A greve representa uma nova faceta no crescente movimento de protestos sociais que começou no último dia 14 com um acampamento em Tel Aviv para protestar contra o preço dos imóveis.

*Cappacete

segunda-feira, agosto 01, 2011


 
Chávez aparece sem cabelo em posse de novos ministros

Chávez apareceu pela primeira vez com a cabeça raspada ante os novos ministros que empossou nesta segunda-feira. Foto: Reuters Chávez apareceu pela primeira vez com a cabeça raspada ante os novos ministros que empossou nesta segunda-feira
Foto: Reuter
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fez nesta segunda-feira sua primeira aparição pública sem cabelo ao participar da cerimônia de posse de vários de seus novos ministros.
"It's my new look (essa é minha nova imagem)", disse o chefe de Estado em inglês ao se referir à sua cabeça raspada.
Chávez empossou os ministros de Cultura, Pedro Calzadilla, e da Juventude, María del Pilar Hernández, assim como o comandante da brigada da guarda de honra presidencial, Wilfredo Figueroa Chacín.
Sobre a queda do cabelo, o governante disse que a quimioterapia "ataca com prioridade aquelas células do corpo que crescem rapidamente" e que isso significa que o tratamento está funcionando.
O líder venezuelano tinha antecipado que cortaria o cabelo, depois que na noite do domingo percebeu que partes dele estavam caindo.
"Ficarei como o Yul Brynner", anunciou em referência ao ator, famoso por sua careca.
Chávez questionou as especulações da oposição sobre sua doença e negou que sofra de câncer no colón, reto ou nariz, como, segundo ele, alguns afirmaram.
Ele ressaltou que não tem células cancerígenas em seu corpo e precisou que se submeteu à quimioterapia para atacar a doença.
*terra

Documentário “O Veneno Está na Mesa”, de Silvio Tendler

O documentário da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida, “O Veneno Está na Mesa”, de Silvio Tendler – lançado no dia 25/7, no Teatro Casa Grande.
Divulgue!

 







*comtextolivre

Obama rende-se incondicionamente à extrema-direita

OBAMA CEDE: CORTE FISCAL CONTRA OS POBRES PODE CHEGAR A US$ 3 TRILHÕES. RICOS SÃO POUPADOS 

O capitalismo americano não iria acabar, fosse qual fosse o resultado do impasse fiscal no Congresso. Mas o desfecho esboçado nesta noite de domingo é quase uma rendição de Obama ao Tea Party, tendo merecido a repulsa da esquerda do partido Democrata. Formada por cerca de 70 parlamentares ela vocaliza os setores da sociedade que mais se engajaram na eleição de Obama. 

A proposta a ser votada nas próximas horas rompe as bases desse engajamento, põe em risco a reeleição democrata e fixa uma nova referencia de crise política dentro da crise financeira mundial. 

Obama não se mostrou uma alternativa histórica capaz de contrastar os interesses enfeixados pela supremacia das finanças desreguladas. Ao contrário de Roosevelt, em pleno colapso econômico, abraça um plano de arrocho fiscal que imobiliza o Estado e torna ainda mais incerta a recuperação americana e mundial. Pior que isso. A crise fiscal evidenciou a monopolização do sistema político norte-americano por uma direita extremista, filha da madrassa neoliberal ativada nas últimas décadas.Embebida em um laissez-faire rudimentar, indissociável de uma visão de mundo belicista, ela busca compensar a desordem intrínseca a sua ideologia com uma pregação moralista e religiosa de sociedade. 

Ao ceder em quase tudo o que exigia a ortodoxia extremista, Obama coloca a população pobre dos EUA na linha de tiro de cortes que podem chegar a US$ 3 trilhões em dez anos. Em contrapartida, seu plano de elevar a receita com maior imposto sobre os ricos foi engavetado. A rendição de Obama coloca o mundo à mercê de forças incapazes de exercer o poder americano com algum equilíbrio e discernimento. Ademais de irradiar instabilidade financeira, os EUA se transformam em fator de insegurança política global. A negociação orçamentária escancarou o que estava subentendido e consolidou uma dimensão atemorizante do passo seguinte da história. Os países em desenvolvimento devem extrair lições esse episódio. Mas, sobretudo, blindar sua agenda econômica e social contra os solavancos implícitos na nova era da incerteza

*esquerdopata

Charge do Dia

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