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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, agosto 01, 2011

 
Chávez aparece sem cabelo em posse de novos ministros

Chávez apareceu pela primeira vez com a cabeça raspada ante os novos ministros que empossou nesta segunda-feira. Foto: Reuters Chávez apareceu pela primeira vez com a cabeça raspada ante os novos ministros que empossou nesta segunda-feira
Foto: Reuter
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fez nesta segunda-feira sua primeira aparição pública sem cabelo ao participar da cerimônia de posse de vários de seus novos ministros.
"It's my new look (essa é minha nova imagem)", disse o chefe de Estado em inglês ao se referir à sua cabeça raspada.
Chávez empossou os ministros de Cultura, Pedro Calzadilla, e da Juventude, María del Pilar Hernández, assim como o comandante da brigada da guarda de honra presidencial, Wilfredo Figueroa Chacín.
Sobre a queda do cabelo, o governante disse que a quimioterapia "ataca com prioridade aquelas células do corpo que crescem rapidamente" e que isso significa que o tratamento está funcionando.
O líder venezuelano tinha antecipado que cortaria o cabelo, depois que na noite do domingo percebeu que partes dele estavam caindo.
"Ficarei como o Yul Brynner", anunciou em referência ao ator, famoso por sua careca.
Chávez questionou as especulações da oposição sobre sua doença e negou que sofra de câncer no colón, reto ou nariz, como, segundo ele, alguns afirmaram.
Ele ressaltou que não tem células cancerígenas em seu corpo e precisou que se submeteu à quimioterapia para atacar a doença.
*terra

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