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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, agosto 26, 2011

Brasileirão: Cristina Kirchner
faz golaço contra a Globo


Cristina e Julio: Al Fonso e Gavilán cortaram os pulsos
Saiu na revista chilena Qué pasa, na pág. 24, reportagem de Diego Graglia, que provoca, outra vez, profunda inveja da Argentina.

A Argentina, por exemplo, no governo dos  Kirchner, demitiu os ministros do Supremo nomeados pelo Fernando Henrique deles, o Carlos Menem; os generais comandantes da tortura estão ou morreram em cana; e se fez a Ley de Medios, que provoca ânsias em certos blogueiros (sujos).

Diz o artigo do Graglia.

A Cristina Kirchner tomou da Globo (grupo Clarin) a exclusividade para transmitir o Brasileirão deles (onde se pratica um futebol infinitamente melhor do que o Brasileirinho da Globo e do Teixeira).

Cristina levou o Brasileirão para a teve estatal e é o maior sucesso.

Cristina o chama de “Futebol para Todos”, porque qualquer emissora pode entrar em rede e transmitir os jogos  NA HORA EM QUE QUISER, e, não, só depois da novela.

A Globo ficava restrita aos jogos das divisões de acesso.

Aí, deu-se o catastrófico rebaixamento do River Plate, que tem uma torcida descomunal.

Crise no Governo !

A transmissão dos jogos do River seria uma grande vitória da Globo.

Só que na Argentina urubu não voa de costas.

E o Ricardo Teixeira de lá, Julio Grondona, não é um varão de Plutarco, mas também não é um Ricardo Teixeira (ou Blatter…).

O que fez o Teixeira argentino ?

Propôs que o Futebol para Todos passasse a cobrir um Brasileirão ampliado, com 38 times, inclusive o River.

Foi um Deus nos acuda.

O Clarin se irritou.

Kirchner quer manipular “la pasión de los argentinos” !

O Al Fonso Kame Lión , notável periodista, produziu edições  históricas do Periódico Anti-Nacional !

O comentarista esportivo Gavilán Malasuerte, de sua mansão em Ibiza, lançava contra o Governo invectivas furiosas em sua proverbial lógica tautológica.

O país se dividiu em duas almas, como dizem os argentinos.

A família Marinho do Clarin ameaçou levar a questão à Supremíssima Corte, no recesso (claro).

O que dez o  Grondona, o Teixeira deles ?

Rompeu unilateralmente o contrato com a Globo e entregou as divisões de acesso (com o River dentro) ao Futebol para Todos da Cristina.

Essa Cristina…

Em tempo: Esse singelo post, escrito ao som de Adiós Nonino, é uma homenagem ao Ministro Paulo Bernardo. Ele se esqueceu da Ley de Medios com medo da Globo e, agora, como a Globo está com medo de a Dilma vetar o item da nova Lei do Cabo que impede telefônicas de produzir conteúdo, a Globo foi pra cima dos jatinhos em que o Ministro viaja. É a “Lei Palocci “. Quanto mais você corteja a Globo, mais dela apanha.

Em tempo 2: não deixe de ler “Gurgel examina denúncia de crimes de Ricardo Teixeira – só falta o Gurgel brindeirar”.


Paulo Henrique Amorim

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