Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, agosto 30, 2011

China 1972

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdo8GgDLcaJnMQQEixo0QPRdLrZC_fV1whzp7fFOM8RnwTBhD8qPo3XLvF3_HAzTnY-vESRwz1-EBMtNGLmUo8G56zL1lKGyrMQsbL-m6SJRyXDRLd15Qlo8BImH4UCJRfQvZde_Ndrxo4/s1600/capa+1+%25281%2529.jpg

SINOPSE
Michelangelo Antonioni era comunista como a maioria dos intelectuais nos anos 60 e 70. Apoiador, como Sartre, do governo de Mao Tse-tung, obteve o feito inédito de conseguir autorização para filmar a China. Mais que documentário, seu filme é um monumental tratado sociológico com três horas e meia de duração que mostra, naquele momento, a China mais próxima da pobreza da Coreia do Norte do que de ser a maior economia do mundo, como hoje. A disciplina, porém, sempre esteve por lá. Curiosamente, o partido comunista chinês não gostou nada do produto final e a obra foi proibida. Exibida na Mostra Internacional de Cinama de São Paulo, 2010.
DADOS DO ARQUIVO
Diretor: Michelangelo Antonioni
Áudio: Italiano
Legendas: PT/Br (separadas)
Duração: 208 min.
Qualidade: DVDRip
Tamanho: 1.5 GB
Formato: AVI
Servidor: Multiupload (duas partes)

LINKS
Parte 1
Parte 2

Postado por Kleen

Nenhum comentário:

Postar um comentário