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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, agosto 15, 2011

Presidente da Nicarágua pede fim de bombardeios contra a Líbia





Vermelho


O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, exigiu mais uma vez que a Aliança Militar do Atlântico Norte (Otan) cesse os bombardeios contra o povo da Líbia, após os aviões da organização terem provocado outra matança de civis, dos quais 33 eram crianças.


Segundo as últimas notícias, os meios aéreos Otan já fizeram mais de 8.400 ataques contra a nação do norte da África, com resultado de mais de 1.400 pessoas mortas e mais de 5.400 feridos, lembrou na noite de quinta-feira (11) o líder sandinista.

Ortega incluiu entre os responsáveis pelo massacre o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) Ban Ki-moon.

Na última quinta-feira, as agências de notícias internacionais noticiaram que o secretário estava reocupado com o aumento de vítimas civis na Líbia. “A verdade é que este personagem é cúmplice desses crimes, porque apoiou a invasão”, afirmou ele. Ban Ki-moon tem sido um firme defensor das ações militares da Otan em território líbio, ao contrário do que defendem outras nações membros do Conselho de Segurança da ONU, como a China, Rússia, Brasil, Índia e África do Sul.

 A maioria dos países integrantes da Organização da Unidade Africana condena os bombardeios, assim como a Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba). 

“A esperança de pôr fim aos bombardeios e de promover a paz é que agora – no momento em iniciar o novo período de sanções da ONU – seja permitido a incorporação da delegação legítima da Líbia, vetada de seus direitos desde o começo da invasão imperialista”, estimou o líder sandinista. E que esse passo, informou, sirva para dar andamento a uma proposta aos países africanos para acabar com o conflito.

 “Já prepararam um plano para que a paz chegue à Líbia e com ele é possível chegar um pouco de paz ao nosso planeta”, comentou o presidente. 
*cappacete

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