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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, setembro 01, 2011

Globo faz as pazes com Ricardo Teixeira

Um banqueiro vai mandar na Veja

Por Altamiro Borges

Na semana passada, a Abril anunciou o seu novo presidente executivo – que tomará posse em 26 de setembro. Fábio Barbosa, que presidia o conselho do Banco Santander, terá enorme poder. Além de comandar a “reestruturação financeira” da empresa – que registrou em 2010 uma receita líquida de R$ 3,028 bilhões –, ele cuidará dos negócios da famiglia Civita nos setores de mídia, gráfica e distribuição. Também integrará o conselho editorial das publicações do Grupo Abril, entre elas, da criminosa revista Veja.

Por Marco Antonio Araujo, no blog O Provocador:

Eu bem que avisei. A reportagem do Jornal Nacional sobre uma (entre muitas) das falcatruas de Ricardo Teixeira era cortina de fumaça. Bravata. Essa turma só morre abraçada. É pacto de sangue.

Neste domingo (28) os principais estádios brasileiros foram tomados por manifestações pedindo a mudança no comando da CBF. A bandeira “Fora Ricardo Teixeira” foi hasteada em todo o país, pelas principais torcidas.

A hipocrisia da Inglaterra

Análise
É incômodo falar da barbárie imperial. Ela é inseparável da essência desumanizante do capitalismo
Por Miguel Urbano Rodrigues*
A onda de violência que se abateu sobre Londres, Birmingham, Manchester, Liverpool e outras cidades inglesas e a brutal repressão que se lhe seguiu foram tema de uma campanha de desinformação de âmbito mundial.
O primeiro-ministro Cameron cujo prestígio tinha caído para um nível muito baixo assumiu perante os dramáticos acontecimentos uma atitude musculada que visava a recuperar-lhe a imagem. Mudou de oratória, usando uma linguagem de terror. Simulou esquecer que os distúrbios começaram com um protesto pacífico motivado pela morte de um estrangeiro pela polícia. Falou como se as milhares de pessoas que participaram dos protestos fossem coletivamente uma horda de malfeitores e arruaceiros. Qual o objetivo: conquistar o apoio da classe média. Ameaçou indiscriminadamente milhares de cidadãos, sobretudo os imigrantes asiáticos e negros de bairros pobres.
A polícia inglesa sabe que os incêndios, o saque de lojas, a destruição de casas e automóveis foram da responsabilidade de uma insignificante minoria de jovens marginais, muitos dos quais já detidos. Mas Cameron generalizou, acompanhado pela mídia. Com poucas exceções (The Guardian, The Independent), os jornais ditos de referência, destacaram-se na exigência de medidas de exceção em reportagens e crônicas xenófobas semeadas de ameaças e insultos de aspecto racista. Os porta-vozes do grande capital (Financial Times e The Economist) não se limitaram a aplaudir a “firmeza e coragem” de Cameron na sua cruzada repressiva; sugeriram alterações à legislação penal e uma política mais dura contra os imigrantes das antigas colônias de Sua Majestade.
A indignação provocada pelos atos de vandalismo é legitima. Mas é inadmissível que tenha sido utilizada como pretexto para uma campanha que destila ódio, tutelada pelo primeiro-ministro com o apoio comovido e entusiástico da classe dominante britânica.
É significativa a adesão imediata das burguesias da União Europeia e dos EUA à versão inglesa dos acontecimentos. De Paris a Nova York, de Berlim a Madrid, psicólogos, psicanalistas, psiquiatras, sociólogos competiram em interpretações, cada qual mais disparatada e hipócrita do comportamento dos participantes da onda de violência.
Abstiveram-se, porém, de comentar as condições subumanas em que vivem os moradores os bairros degradados da periferia de Londres e de outras megalópoles britânicas. Omitiram também referências ao pântano de corrupção em que chafurda a troica imprensa-polícia-governo. Não aludiram sequer às mortes misteriosas dos jornalistas David Kell e o colega que em 2003 destapou as mentiras de Blair sobre a guerra do Iraque, e do seu colega que trouxe a público o escândalo das escutas telefônicas – News of the World-Murdock.
Durante a onda de violência a mídia não recordou também a morte do imigrante brasileiro Jean de Menezes, abatido pela polícia londrina que o tomou por árabe.
O crescimento alarmante da desigualdade na Grã–Bretanha não preocupa as elites; aprova-o. Segundo o muito conservador Daily Telegraph, as fortunas dos britânicos mais ricos aumentaram 20% no último ano enquanto o numero de pobres crescia. O diário liberal The Guardian prevê que o abismo entre os de cima e os de baixo será dentro de 20 anos igual ao existente na época da Rainha Vitoria.
Cameron (e a oposição trabalhista), nas suas catilinárias contra os imigrantes do Terceiro mundo acusa-os de incapazes de se integrarem harmoniosamente numa sociedade civilizada e democrática.
Perfilha conceitos farisaicos, muito ingleses, de civilização e democracia.
Nos mesmos dias em que a onda de violência varria a Inglaterra, bombas da Royal Air Force caiam do céu sobre Tripoli e aldeias vizinhas, matando dezenas de crianças, mulheres e idosos. No Afeganistão, aviões também britânicos, integrados na força de ocupação da OTAN, que ocupa o país, disparam quase diariamente mísseis contra civis sem armas que são mencionados nos comunicados como “terroristas da Al Qaeda”.
Dessa cadeia de crimes do imperialismo inglês, atuais e antigos (genocídios no Kenia e na Malásia, chacina de prisioneiros na Índia, na Austrália, na China etc).
É incômodo falar da barbárie imperial. Ela é inseparável da essência desumanizante do capitalismo.
O sistema afunda-se numa crise para a qual procura com desespero soluções na sobre exploração dos trabalhadores, em guerras de agressão monstruosas e no saque dos recursos naturais de países pobres e indefesos, promovendo o terrorismo em escala mundial enquanto afirma combatê-lo.
Cameron está consciente da realidade. O seu discurso é o da hipocrisia imperial.
Miguel Urbano Rodrigues é jornalista e escritor português. Escreve uma vez por mês para o jornal Brasil de Fato

Juiz proíbe delírio de tucano Alckmin

Parece que não vai vingar a decisão do desnorteado e corrupto tucano Geraldo Alckmin, governador de São Paulo  que criou “área vip” em hospitais públicos para quem pudesse pagar, podendo assim atender a seus “diferenciados” eleitores.
Pelo menos é a visão do juiz Marcos de Lima Porte, da 5ª Vara da Fazenda Pública, dizendo que a lei e o decreto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) - que a regulamentou - "são afrontas ao Estado de Direito e ao interesse da coletividade", citando em sua liminar que suspende a lei que permite aos hospitais paulistas gerenciados por Organizações Sociais (OS) destinar até 25% de seus leitos a planos e seguros de saúde.
O juiz argumenta ainda que a legislação favorece a prática da "dupla porta" nos hospitais públicos, ou seja, atendimento diferenciado para pacientes do SUS e de planos de saúde. Estabeleceu multa de R$ 10 mil ao dia caso de descumprimento da decisão. A ação foi movida pela Promotoria de Justiça de Direitos Humanos. Para o promotor, o decreto permite a "institucionalização da atenção diferenciada" porque os pacientes privados terão preferência na marcação de consultas, exames e internação, e que poderia representar um perda de 2 milhões de atendimentos públicos.
Os conselhos Nacional, Estadual e Municipal de saúde e organizações médicas são contrários à concessão dos leitos. A lei é inédita, e claro, distorcida, pois público significa de todos, com atendimento igualitário e sem qualquer cobrança.
A Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo diz que não foi notificada mas irá recorrer da decisão.
Por: Eliseu
*OCarcara

Professor de Princeton diz que Obama é negro de alma branca


Prof. West, quando o negro ainda não tinha branca a alma

Obama é o mascote negro dos oligarcas.

Um fantoche dos grandes empresários.





*Amoralnato

Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil

 

41 anos de buscas por vítimas da ditadura
Os trabalhos de busca por restos mortais de desaparecidos políticos durante a Guerrilha do Araguaia foram retomados esta semana em Xambioá (TO).
A expedição é organizada pelo Grupo de Trabalho do Araguaia (GTA), criado para localizar, recolher e identificar os despojos.
Essa é a segunda expedição feita pelo grupo este ano. A primeira ocorreu entre os dias 25 de julho e 4 de agosto. Desta vez, a expedição segue até o dia 7 de setembro. As atividades serão acompanhadas por uma equipe técnica pericial, além de parentes dos mortos e desaparecidos da guerrilha e representantes do Ministério Público Federal.
O GTA, reformulado em maio, é coordenado pelos ministérios da Defesa, da Justiça e pela Secretaria de Direitos Humanos (SDH). De acordo com a SDH, as buscas são feitas a partir de informações de parentes dos guerrilheiros desaparecidos e documentos relacionados ao conflito.
As pessoas que tiverem informações que possam levar ao local onde teriam sido enterrados os guerrilheiros devem ligar para o Disque Direitos Humanos (Disque 100). As ligações são gratuitas e não há necessidade de identificação.
A Guerrilha do Araguaia foi um movimento que surgiu na década de 1970 em oposição à ditadura militar. Até hoje, dezenas de militantes que participaram da guerrilha estão desaparecidos. Em 2009, a juíza da 1ª Vara Federal do Distrito Federal, Solange Salgado, determinou que o governo federal reiniciasse as buscas na região.
Em dois anos, o grupo encontrou dez ossadas que estão no Hospital Universitário de Brasília (UnB) e aguardam perícia do Instituto Médico-Legal de Brasília.

Com Agência Brasil


Salário-mínimo: compromisso honrado

 

O compromisso foi honrado. Apesar de todas as pressões para que o Governo roesse a corda do acordo feito no ano passado e mudasse a regra prevista no acordo do ano passado sobre o reajuste do salário-mínimo – variação do PIB de dois anos antes mais inflação do ano anterior – a presidenta Dilma cumpriu o combinado.
A ministra Miriam Belchior entregou a Lei Orçamentária do próximo ano prevendo um reajuste do salário mínimo de 13,6% – que é a soma de 7,5% de crescimento do PIB em 2010 e a inflação prevista para este ano, de 6,1%. O valor vai, portanto, a R$ 619,21. Isso significa um aumento médio real, descontada a inflação pelo INPC, de 58, 6% desde o início do Governo Lula, segundo o cálculo do DIEESE. Ou de 91,7%, se usarmos o IPCA como índice deflator.
Pouco, sim, mas no limite do que as contas públicas podem suportar sem nos encalacrarmos em mais dívidas e não um ato demagógico de campanha eleitoral.

Aliás, não é á toa que a direita brasileira fala tanto em demagogia e populismo. Ela entende bem disso.

O Governo pode enfrentar de rosto erguido todos os que reclamaram do reajuste modesto deste ano, quando seguiu as mesmas regras. Mas vai enfrentar muitas pressões por que, agora, não vai haver quem ache que este reajuste é inflacionário. Embora, é claro, tenham dito que vivemos um surto de inflação mesmo sem reajustes expressivos.

Ao contrário. No seu editorial de hoje, para criticar a declaração da presidenta de que os juros devem baixar, o Estadão não teve vergonha de, outra vez, culpar os reajustes salariais pela elevação dos preços:

“O poder de compra tem sido sustentado tanto pelo crédito quanto pelos aumentos salariais. Mais de 80% dos acordos concluídos pelos sindicatos na primeira metade do ano proporcionaram ajustes acima da inflação.”
Deveriam ter sido abaixo? Andam nossos salários tão luxuosos que podem os sindicatos se dar à generosidade de se deixarem ver desvalorizar? E se foi acordo e não greve ou dissídio não estava dentro da possibilidade das empresas de darem?
Vai haver muita chiação da mídia e de partes do empresariado. Paciência. Deveriam lembrar de um antigo ditado que diz que o combinado nunca é caro.
*Tijolaço

Festa de despedida

Maluf: início na ditadura, fim na democracia
(Foto: ABr)
Paulo Maluf está prestes a completar 80 anos e para comemorar a data prepara uma festa de arromba. Daquelas que não se esquecem tão cedo: o "Parabéns a Você" terá a presença - que luxo! - da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo e do pianista Arnaldo Cohen. E os convidados serão recebidos na Sala São Paulo, lar da Osesp e templo da música denominada "erudita" em São Paulo.
Por falar em convidados, é quase certa a presença do vice-presidente Michel Temer, que deverá ir acompanhado de sua bela esposa, Marcela, e do governador Geraldo Alckmin, que certamente irá à festança com a primeira-dama paulista, a sempre chique dona Lu.
A noite promete. Maluf é daquelas pessoas que sabem como cativar os outros. Construiu a sua carreira política dessa maneira, se aproximando dos donos do poder desde cedo - é bom lembrar que o começo de tudo foi na época da ditadura militar. Subiu rapidamente - presidente da Caixa Econômica Federal, prefeito de São Paulo, secretário dos Transportes, governador, deputado federal...
Seu estilo, uma espécie de populismo conservador, caiu bem ao gosto dos paulistas. O "malufismo" marcou época e nem as dezenas de denúncias de malversação do dinheiro público e de superfaturamento de obras conseguiram abalar a sua popularidade. Seus eleitores se apropriaram do bordão de outro popular político paulista que o antecedeu, Adhemar de Barros: Maluf rouba, mas faz, diziam.
Sua decadência ocorreu na mesma proporção em que a democracia brasileira foi se consolidando. Maluf, definitivamente, não se deu bem com as mudanças. Sua imagem de político empreendedor e competente tocador de obras, migrou rapidamente para a de um homem público como tantos outros que sempre existiram por aí, preocupado apenas em aumentar a sua fortuna pessoal.
Hoje, ninguém duvida que o mandato legislativo é apenas um escudo contra os muitos processos a que responde na Justiça brasileira e internacional.
Sua festa de aniversário é emblemática: vai reunir o que de mais ultrapassado existe na política brasileira, num local frequentado por uma elite que se recusa a entender que o Brasil mudou e não admite mais a divisão entre Casa Grande e Senzala que durante muito tempo imperou por aqui.
A festa de sábado na Sala São Paulo pode vir a ser uma espécie de Baile da Ilha Fiscal paulistano, com a orquestra transformando o "Parabéns a Você" numa evocativa valsa, numa esquecida polca, numa melodia que lembrará aos ilustres convidados o tempo que se foi, o tempo que passou e - esperamos - não volta mais.
*comtextolivre

Charge do Dia

http://www.conversaafiada.com.br/wp-content/uploads/2011/09/charge-bessinha_fabrica-de-crises.jpghttps://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxD1x2NDVIYnQsu24MEPo55ukkZrq63r5QjsLJCcBbG3LaA_Vbf9HRLWXxSae2GeHPLVPSVnAKFAB8cG-n7H-8m19CHIscPPAoYruyvfjSaqyKwjFXOTMRGl0dhNnBlh5-OQ_Y6ByH9ADc/s1600/bessinha_773.jpg

Mark Weisbrot: Um certo país que é refém dos banqueiros

Sanguessugado do Viomundo
O problema “Wall Street” do Brasil
Tirando os interesses do setor financeiro, não há razões para sacrificar crescimento para reduzir a inflação
A economia brasileira está crescendo mais devagar, mas o governo está reduzindo seus gastos para aumentar seu superavit primário, algo que pode desacelerar a economia ainda mais.
A produção industrial caiu 1,6% em junho, e a atividade econômica caiu pela primeira vez desde 2008.
Embora as cifras mensais sejam erráticas e não necessariamente indiquem qualquer tendência, o quadro maior provoca perguntas sobre se a política seguida pelo governo é apropriada, diante dos crescentes riscos e ventos contrários na economia global. Não me interprete mal. A política e os resultados econômicos do Brasil desde que Lula foi eleito, em 2002, têm tido uma melhora imensa em relação a FHC.
Este, que foi objeto de muito amor e afeto em Washington por ter implementado as políticas neoliberais do “Consenso de Washington”, presidiu sobre um fracasso econômico. A economia cresceu meros 3,5% por pessoa durante seus oito anos. A performance de Lula foi imensamente melhor; com crescimento per capita de 23,5%, com um aumento real de 60% no salário mínimo e reduções consideráveis no desemprego e na pobreza, realmente não existe comparação. É provável que o mandato de Dilma tenha resultados ainda melhores.
Mas o Brasil tem um problema estrutural que é semelhante a um dos problemas maiores que temos nos EUA: o setor financeiro é grande demais e detém poder excessivo.
Como este setor não tem muito interesse no crescimento e desenvolvimento -é muito mais obcecado por seus próprios lucros e por minimizar a inflação-, seu controle sobre o Banco Central e a política macroeconômica impede o Brasil de realizar seu potencial. E o potencial do país é imenso: entre 1960-1980, a economia brasileira cresceu 123% por pessoa. Se o Brasil tivesse mantido esse ritmo de crescimento, os brasileiros hoje teriam padrões de vida europeus.
A inflação está em queda no Brasil no momento -nos últimos três meses foi de 4% ao ano, contra 7% no ano passado. Tirando os interesses estreitos do setor financeiro, não existem razões para sacrificar crescimento ou emprego para reduzir a inflação. O setor financeiro é também o maior vilão por trás da sobrevalorização do real, que está prejudicando a indústria e o setor manufatureiro brasileiros. O Banco Central combate a inflação elevando o valor do real, com isso barateando as importações. Mesmo quando o governo tenta puxar o real para baixo, a nível mais competitivo, o fato de o setor financeiro negociar com vários derivativos impede de fazê-lo.
Entre os anos 2002-2011, a Argentina cresceu 90%, o Peru, 77%, e o Brasil, 43%. Não há razão pela qual o Brasil não possa ter uma das economias de mais rápido crescimento da região, ou mesmo do mundo.
Nos últimos quatro anos, o setor financeiro do Brasil cresceu cerca de 50%, três vezes mais que o setor industrial. Hoje os salários dos gerentes de alto nível estão mais altos que os dos EUA.
Isto não é apenas um enorme desperdício de recursos -é muito mais destrutivo ainda devido à influência política desse setor.