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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, setembro 01, 2011

Juiz proíbe delírio de tucano Alckmin

Parece que não vai vingar a decisão do desnorteado e corrupto tucano Geraldo Alckmin, governador de São Paulo  que criou “área vip” em hospitais públicos para quem pudesse pagar, podendo assim atender a seus “diferenciados” eleitores.
Pelo menos é a visão do juiz Marcos de Lima Porte, da 5ª Vara da Fazenda Pública, dizendo que a lei e o decreto do governador Geraldo Alckmin (PSDB) - que a regulamentou - "são afrontas ao Estado de Direito e ao interesse da coletividade", citando em sua liminar que suspende a lei que permite aos hospitais paulistas gerenciados por Organizações Sociais (OS) destinar até 25% de seus leitos a planos e seguros de saúde.
O juiz argumenta ainda que a legislação favorece a prática da "dupla porta" nos hospitais públicos, ou seja, atendimento diferenciado para pacientes do SUS e de planos de saúde. Estabeleceu multa de R$ 10 mil ao dia caso de descumprimento da decisão. A ação foi movida pela Promotoria de Justiça de Direitos Humanos. Para o promotor, o decreto permite a "institucionalização da atenção diferenciada" porque os pacientes privados terão preferência na marcação de consultas, exames e internação, e que poderia representar um perda de 2 milhões de atendimentos públicos.
Os conselhos Nacional, Estadual e Municipal de saúde e organizações médicas são contrários à concessão dos leitos. A lei é inédita, e claro, distorcida, pois público significa de todos, com atendimento igualitário e sem qualquer cobrança.
A Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo diz que não foi notificada mas irá recorrer da decisão.
Por: Eliseu
*OCarcara

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