Portugal: A Igreja católica em números
A Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) é proprietária, em Portugal, de enorme património imobiliário, todo ele isento de IMI, sem contar com os imóveis usados para fins religiosos classificados como monumentos nacionais ou de interesse público, onde cabe à ICAR regular todo o uso dos imóveis e ao Estado a sua manutenção.
Estes privilégios resultam da Concordata assinada pela Santa Sé e pela República Portuguesa em 18 de Maio de 2004, concordata que substituiu a de 1940 porque a perda das colónias e a proibição do divórcio, entre outros absurdos, a tornaram obsoleta.
A enorme fortuna da Igreja num país cada vez mais pobre é administrada por 55 bispos, 3355 padres, 246 diáconos e numerosos leigos que, por interesses vários ou vassalagem assumida, se ajoelham perante o poder eclesiástico.
Para publicidade a ICAR dispõe de 4368 paróquias, 364 centros religiosos (casas de retiro, santuários e reitorias), 539 órgãos da comunicação social, 59 seminários e 165 escolas católicas, além de tempo de antena na televisão pública e de propaganda nas escolas oficiais.
O Vaticano, cuja confiança nas informações bancárias do IOR e nos crimes praticados pelo clero anda muito abalada, afirma que Portugal tem 9,36 milhões de católicos, uma taxa de 88,3% da população, quando se queixa da diminuição acentuada de baptizados, de casamentos religiosos e da baixa frequência do culto por parte da população.
A percentagem deve ser tão verídica como a influência de D. Nuno a curar queimaduras oculares com óleo de fritar peixe, milagre rubricado pelo Papa para o canonizar.
A frieza com que B16 foi recebido na Alemanha natal não deve ser alheia à conduta dos padres em matéria sexual e ao embuste dos milagres, o que exasperou Lutero.
Já dizia o Eça que «quando um povo duvida da virtude dos padres deixa de acreditar no martírio do seu Deus».
Nota: Os números referidos foram retirados do DN.
*comtextolivre
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