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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, setembro 23, 2011

Palestino na ONU: chegou a hora



Os EUA e Israel nao cabem na foto

Leia no New York Times:

O ponto mais aplaudido de Abbas, Presidente da Autoridade Palestina, foi quando mostrou a copia da carta que tinha acabado de entregar ao Secretario Geral da ONU em que pede o reconhecimento pleno da Autoridade Palestina pela ONU.

Clique aqui para ler a reportagem do Estadão


Abbas pede reconhecimento de Estado palestino pleno em discurso

‘Chegou a hora de o povo palestino conquiestar sua liberdade’, disse o líder na Assembleia-Geral

NOVA YORK – O presidente da Autoridade Palestina (Mahmoud Abbas), entregou nesta sexta-feira, 23, às lideranças da Organização das Nações Unidas (ONU) um pedido formal para o reconhecimento do Estado palestino, ignorando as pressões dos Estados Unidos e de Israel para abandonar a iniciativa. Abbas ainda pediu, durante seu discurso na Assembleia-Geral, que os israelenses “negociem a paz”.

Durante meses, Abbas reiterou que levaria o pedido ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, durante o encontro. Washington e Tel Avi, porém, rejeitam a iniciativa. Os americanos advogam pelo retorno das negociações de paz antes do estabelecimento da Palestina, enquanto os israelenses acreditam que o pedido serve apenas para deslegitimar o Estado judeu.

Em seu discurso, Abbas disse que os palestinos continuariam a resistir pacífica e popularmente a ocupação israelense e advertiu que a construção de assentamentos nos territórios palestinos ocupados ameaça a solução dos dois Estados e a sobrevivência de seu governo, a AP.

*PHA 

 

Chegou o tempo da primavera palestina

ABBAS, NA ONU: "TEMOS UM OBJETIVO: SER. E SEREMOS!" 

'Nos últimos anos temos batido em todas as portas e recorrido a todos os caminhos; esperamos um papel ativo da ONU para a paz em nossas região. Há que conquistar direitos e legitimidade para os palestinos...Não queremos isolar Israel, queremos conquistar legitimidade para o povo da Palestina...Estendemos nossa mão ao governo israelense e ao seu povo para lograr a paz; construamos pontes em lugar de controles e muros.

Não creio que ninguém que tenha consciência possa negar nossa petição de ser um Estado independente. É inaceitável: somos o último povo que vive sob uma ocupação...Depois de 63 anos de sofrimento chegou a hora decidir: já basta, já basta, já basta! Chegou o tempo da primavera palestina: a hora da independência. Temos um objetivo: ser. E seremos! Chegou a hora para o meu valente povo viver livre em um Estado independente'

(Presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, em seu discurso na ONU em defesa da criação do Estado Palestino, nas fronteiras de 1967)
(Carta Maior; 6ª feira,23/09/ 2011)

*esquerdopata

 

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