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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sábado, setembro 24, 2011

21 de setembro, Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência

deficiente-amor...
O Brasil é um país com uma população total de 190.755.799 habitantes,  segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2010, distribuídos por uma extensão territorial de 8.502.728,269 Km2.
O País caminha velozmente rumo a um perfil demográfico cada vez mais envelhecido, pois o índice de envelhecimento aponta para mudanças na estrutura etária da população brasileira. Em 2008, para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos, existiam 24,7 idosos de 65 anos ou mais. Em 2050, o quadro muda e para cada 100 crianças de 0 a 14 anos existirão 172,7 idosos.
Os resultados do Censo 2000 mostram que, aproximadamente, 24,6 milhões de pessoas, ou 14,5% da população total, apresentam algum tipo de deficiência. O IBGE levou em conta que deficientes são pessoas com ao menos alguma dificuldade de enxergar, ouvir, locomover-se ou alguma deficiência física ou mental.
É importante destacar que a proporção de deficientes aumenta com a idade, passando de 4,3% nas crianças até 14 anos para 54% do total das pessoas com idade superior a 65 anos. À medida que a estrutura da população está mais envelhecida, a proporção de pessoas com deficiência aumenta, surgindo um novo elenco de demandas para atender as necessidades específicas deste grupo. Abaixo, o gráfico ilustra os números referentes à distribuição por tipo de deficiência:

Fontes: IBGE e Portal do Envelhecimento
Além de graves problemas de falta de acessibilidade em locais públicos e de uso comum, as pessoas com deficiência enfrentam diversas outras dificuldades:
- Alto custo de medicamentos e tratamentos;
- Discriminação e preconceito;
- Dificuldade em se colocar no mercado de trabalho;
- Ausência de escolas preparadas (pedagógica e estruturalmente) para receber crianças com deficiência e promover sua inclusão à sociedade;
- Alto custo de equipamentos mais sofisticados (uma cadeiras de rodas de qualidade ou umsmartphone com recursos de acessibilidade para cegos e surdos, por exemplo);
- Grande burocracia para ter acesso a alguns benefícios, como desconto na aquisição de veículos, descontos em passagens aéreas, seguros, aposentadorias e outros;
- Falta de acessibilidade nos meios de comunicação e entretenimento (principalmente emwebsites, televisão, cinemas e teatros);
- Falta de treinamento das pessoas que trabalham no atendimento ao público (shoppings, aeroportos, restaurantes, bancos e outros);
- Falta de transporte público acessível, tanto urbano quanto intermunicipal e interestadual.
Existem muitos outros problemas além dos citados acima. Muitos deles já possuem soluções garantidas por lei, mas grande parte das pessoas com deficiência ou seus familiares desconhece este fato. Além disso, no Brasil, infelizmente, o que é de direito do cidadão tem de ser "solicitado", enquanto deveria simplesmente ser oferecido pelo poder público e pela iniciativa privada.
Vamos todos juntos, cidadãos de bem, com deficiência ou não, divulgar esta grande luta!

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