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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, setembro 29, 2011

Lula encontra Lech Walesa na Polônia 

Lula recebe prêmio Lech Walesa e o oferece à África


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta quinta-feira (29) em Gdansk, na Polônia, o prêmio Lech Walesa, criado em 2008 pela fundação do ex-presidente polonês para reconhecer personalidades destacadas por seu respaldo à liberdade, democracia e cooperação internacional.

Após receber o prêmio de 100 mil dólares, Lula propôs a Walesa, em seu discurso de agradecimento, que o valor seja doado a um país africano, que será escolhido pelos diretores do Instituto Lula junto aos membros da fundação polonesa.

O primeiro-ministro polonês, Donald Tusk, compareceu ao evento e disse que Lula ajudou a tornar possível um sonho impossível. Ele afirmou que o ex-presidente brasileiro e Walesa fizeram mudanças radicais em seus países, mas que não resultaram em caos como costuma acontecer com os sonhos radicais, mas sim em crescimento econômico e bem estar para as populações. O presidente do Senado polonês também foi à cerimônia.

Segundo nota divulgada pela Fundação Lech Walesa, Lula foi escolhido “em reconhecimento por seus esforços para conseguir uma cooperação pacífica e a compreensão entre as nações, especialmente para reforçar o papel dos países em desenvolvimento no mundo dos negócios, e por sua contribuição para reduzir a desigualdade social”.

Para Piotr Gulczyński, presidente do instituto Lech Walesa, o prêmio concedido “é uma expressão de solidariedade com aqueles que lutam por um melhor amanhã. Lula implementou reformas pacíficas em seu país, reduziu as desigualdades sociais, e também tem desempenhado um papel de destaque como um porta-voz para os países em desenvolvimento no exterior, bem como contribuiu para resolver os conflitos entre as nações”.

*esquerdopata

 

O presidente Lula se encontrou nesta quarta-feira (28) com o sindicalista e ex-presidente da Polônia Lech Walesa.

A trajetória de Lula e Walesa começou de forma semelhante, mas tomaram rumos diferentes.

Walesa fundou a organização sindical Solidariedade na Polônia e liderou as primeiras greves em 1980, mesma época que Lula liderava greves no Brasil. A diferença é que aqui vivíamos um ditadura de direita aliada aos EUA nos tempos da Guerra Fria, e a Polônia era comunista, aliada à antiga União Soviética, e Walesa tinha apoio da Igreja Católica, do papa polonês João Paulo II.

Já naquela época o Solidariedade e o movimento dos trabalhadores brasileiros liderado por Lula trocavam apoios internacional entre si.

O Solidariedade conquistou reivindicações trabalhistas e de abertura política, mas também enfrentou retrocessos, e Walesa chegou a ficar preso político por um breve período (assim como Lula) e, após ser solto, ganhou o Nobel da Paz.

Assim como Lula foi candidato a presidente em 1989 nas primeiras eleições diretas após a redemocratização, Walesa disputou as primeiras eleições de lá em 1990, com a queda do muro de Berlim. A diferença é que Walesa foi eleito naquela época, porém perdeu sua grande oportunidade e falhou ao fazer um governo neoliberal como o de FHC, afastando-se do trabalhismo e socialismo. Com baixa aprovação popular, não conseguiu ser reeleito em 1995. Em 2000 disputou novamente, mas só teve 1% dos votos, devido a decepção dos poloneses com suas posições.

De qualquer forma Walesa faz parte da história, sobretudo do movimento sindical (a parte bem-sucedida de sua biografia), e tem uma fundação com seu nome, que premia personalidades que se destacam na luta pela liberdade, democracia e cooperação internacional. É este prêmio que Lula irá receber nesta quinta-feira (29) às 11h30 (hora local).


Na Polônia, Lula recebe prêmio Lech Walesa


O ex-presidente Lula recebeu nesta quinta-feira o prêmio Lech Walesa, criado em 2008 pelo ativista e prêmio Nobel da Paz para reconhecer as personalidades que se destacaram por seu compromisso com a liberdade, a democracia e a cooperação internacional. Lula recebeu o prêmio em uma cerimônia na cidade de Gdansk (norte da Polônia), e foi chamado de um "homem extraordinário" pelo primeiro-ministro polonês, Donald Tusk.


"É um símbolo de que as coisas impossíveis podem se fazer possíveis, Lula foi o líder que encarnou as esperanças de uma melhora radical no destino de milhões de pessoas", disse o chefe do governo polonês, para quem o Lula  aplicou uma política capaz de transformar o Brasil em um dos países com maior índice de crescimento do mundo. Lula expressou seu agradecimento ao prêmio e afirmou que Lech Walesa é um autêntico herói por ter liderado os trabalhadores poloneses em sua luta pela democracia.

Em seu discurso,Lula criticou o estado atual da economia mundial, que segundo sua opinião se transformou em "um gigantesco cassino", onde o mercado não é capaz de oferecer soluções boas e sensatas. O ex-presidente polonês Walesa reconheceu que o capitalismo não satisfez todas as expectativas, e se mostrou propício a moderar certos aspectos deste sistema.

O prêmio Nobel da Paz afirmou que apesar das raízes ideológicas diferentes, compartilha com Lula a origem sindical e o fato de terem realizado mudanças em suas nações. De acordo com Lula, os dois queriam mudar seus respectivos países, e os dois acreditam no valor da democracia, sabedoria humana e diálogo.

Lech Walesa fundou seu prêmio em 2008, 25 anos após ter sido agraciado com o Nobel da Paz por sua luta contra o comunismo e pelo advento da democracia na Polônia. O prêmio tem um valor de US$ 100 mil. Em 1990, após liderar numerosos protestos contra o regime comunista polonês, Walesa se tornou o primeiro presidente eleito democraticamente em seu país após a Segunda Guerra Mundial.Agência EFE -
*osamigosdopresidentelula

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