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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, setembro 29, 2011

Dilma em entrevista na TV Record: "Fui eleita para defender o emprego do povo brasileiro!"

A presidenta Dilma Rousseff, concedeu entrevista exclusiva ao programa Hoje em Dia da TV Record, em um café da manhã especial nesta quinta-feira (29), em Brasília.

Sobre o recente aumento do IPI sobre carros importados, Dilma foi direto ao ponto, dizendo que investimentos estrangeiros são bem-vindos no Brasil, desde que gerem empregos aqui:
"Fui eleita para defender o emprego do povo brasileiro... Nos últimos dois anos quase vinte por cento da nossa produção de veículos passou a ser importada. Isso é comprometer o emprego do povo brasileiro. Isso, esse governo não vai deixar" - disse.

Outro ponto alto foi sobre impostos para financiar a saúde. Dilma falou direto para o telespectador, olho no olho para câmera:
"... Não aceitem, em hipótese alguma, que a Saúde no Brasil não precisa de mais dinheiro. Não é possível aceitar isso.

... Isso é uma coisa perigosa. Nos Estados Unidos, levou aquela dificuldade do Obama para aprovar o Medicare e o Medicaid, e fez com que eles aprovassem um sistema de Saúde muito menor que o nosso. Porque a tese de uma parte dos políticos americanos é que é um absurdo botar dinheiro para garantir a Saúde universal.

... Então, no Brasil, a gente vai ter de fazer duas coisas... por isso que eu não estou pedindo hoje um aumento de impostos:

Nós vamos melhorar a gestão da Saúde neste país!

E quando ficar claro para a população que ela precisa de mais coisas, ela mesma vai se encarregar de pedir, porque este país tem uma população, que você não subestime não, tem gente que subestima, viu? ... Que acha que a população é manipulada, porque a pessoa tem uma renda menor que a sua que ela não pensa... Eu acho que a população brasileira, pelo contrário, ela sabe muito bem, e quando ela percebe que uma coisa é justa, ela vai atrás!... e veste a camisa... Nós, o governo federal, os governos estaduais e os municipais,  que nós podemos gerir bem a saúde, e a partir daí, a gente começa a conversar claro com a população."
A quem será que a Presidenta estava se referindo quando disse que tem gente que acha que a população é manipulada? Ganha um plim-plim quem adivinhar.
*osamigosdopresidentelula

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