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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 20, 2011

Pau no Bolsonaro!

Contra este canalha, toda hostilidade é pouca


Jornal O DIA via 007bondeblog

Bolsonaro precisa de escolta para sair de palestra em universidade



Deputado foi hostilizado por estudantes. Vídeo mostra segurança supostamente armado


Rio - Depois de uma palestra na manhã desta segunda-feira, na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, o deputado Jair Bolsonaro (PP) precisou de escolta policial para deixar a instituição, por causa de um protesto feito por estudantes. Uma viatura da Polícia Militar foi chamada para conter os manifestantes, que dirigiam ofensas ao deputado e gritavam que Bolsonaro "não os representa".

O evento foi realizado na faculdade de Direito. Dentro do auditório onde a palestra aconteceu o clima era tenso. Segundo Bolsonaro, ele "vendeu o que tinha que vender", apresentando seus argumentos contra a possível implementação do programa contra homofobia nas escolas primárias, que ele chama de 'kit gay 2'. No auditório, ele teria sido impedido de sair e levado cusparadas de um grupo de estudantes.





Do lado de fora do prédio, um protesto foi realizado por vários alunos. Depois de alguns minutos de tensão, um táxi foi chamado e, antes de entrar no carro, Bolsonaro acenou e mandou beijos para os manifestantes.  Ele não conseguiu deixar o local, já que estudantes teriam deitado na frente do veículo.


Junto com o deputado, um segurança entrou no veículo. Um vídeo publicado no Youtube mostra o momento em que o homem guarda o que seria uma arma (minuto 3'57 do vídeo), antes de entrar no carro. Bolsonaro não confirma que estava no local com um segurança armado. "Vi o vídeo e parece que é uma arma, mas se é mesmo eu não sei, as imagens precisam ser periciadas. Se ele estava armado, garanto que todo mundo que anda comigo tem porte de arma".


Cerca de um hora depois do fim da palestra, Bolsonaro finalmente conseguiu deixar a UFF, utilizando uma viatura da Polícia Militar. 




Polêmicas acumuladas


Jair Bolsonaro tem se notabilizado, principalmente, por apresentar posições polêmicas em temas como homofobia, preconceito racial, sexismo, cotas raciais e defesa da tortura e do regime militar no Brasil. Ele cumpre sua sexta legislatura na Câmara dos Deputados. Em março de 2011, acabou gerando mais repercussão ao conceder entrevista ao programa CQC, da Band, onde se posicionou contra os movimentos que fazem "apologia" à homossexualidade e à bissexualidade. Disse que seu filho, com "boa educação e um pai presente", "não corre o risco" de se tornar homossexual, e que desfiles gays são "promoção de maus costumes".


A OAB-RJ chegou a anunciar que encaminharia pedido de cassação do mandato de Bolsonaro por quebra de decoro parlamentar, justificando que as declarações do deputado do Partido Progressista são "inaceitavelmente ofensivas pois têm um cunho racista e homofóbico, incompatível com as melhores tradições parlamentares brasileiras".


*Cappacette


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