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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, setembro 22, 2011

Pesquisa: paulistano fica 30 dias parado no trânsito

Tempo equivalente na somatória em um ano
Aumentou o tempo que os paulistanos perdem diariamente no trânsito da cidade. Segundo pesquisa da Rede Nossa São Paulo e do Ibope, os moradores de São Paulo passam 2h49m diariamente parados em congestionamentos contra 2h42m no ano passado.
Quase 20% dos entrevistados disseram que perdem mais de 4 horas engarrafados todos os dias. Segundo a Rede Nossa São Paulo e o Ibope, isso se deve ao fato de haver mais carros na cidade. De acordo com estimativa da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), 3,8 milhões de carros circulam pelas ruas da capital diariamente. Em 2009, esse número era de 3,5 milhões.
Aumentou também o índice de paulistanos que considera o tráfego péssimo. Chega atualmente a 55% contra 37% do ano passado. O paulistano está mais disposto a usar o transporte público, mas quer que ele seja de qualidade. Entre os entrevistados que disseram ter renda entre 2 e 5 salários mínimos subiu para 62% os que afirmam ter ao menos um carro de passeio. O percentual era de 52% no ano passado.
Um dos representantes da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew, cobrou mais atenção e vontade política para resolver o problema.
"A situação é péssima. Se você fizer a conta, o paulistano passa um mês por ano parado no trânsito. Mas nós sabemos como melhorar. Tem que ter vontade política e competência para que as coisas aconteçam", disse Oded.
Ele cobrou também que a Prefeitura faça um plano de mobilidade urbana. Segundo Oded, o orçamento aprovado para o município prevê R$ 15 milhões na elaboração deste plano, que, de acordo com ele, nunca foi realizado.
Outro ponto que chamou a atenção na pesquisa foi o índice de entrevistados que se disseram favoráveis à aplicação de multas para pedestres que desrespeitam a sinalização. Dos entrevistados, 61% disseram que são a favor contra 41% em 2010. O trânsito apareceu como sendo o segundo problema mais grave da capital. No ano passado era o terceiro colocado. De acordo com a pesquisa 43% dos entrevistadores disseram que o tráfego é o pior problema da cidade. O primeiro problema apontado pelos entrevistados é a Saúde e o terceiro a Educação.

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