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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, setembro 20, 2011

A estrela sobe

Revista "Newsweek" dedica capa a Dilma e a apresenta como a líder de "um país de machos"


Uma das revistas americanas de maior prestígio, a ‘Newsweek’, traz, na edição desta semana, a presidente Dilma Rousseff na capa, com a chamada "Onde as mulheres estão ganhando".


A presidente também ilustra uma reportagem inteira dentro da revista. Sob o título "Não mexa com a Dilma", a ‘Newsweek’ apresenta um perfil da primeira mulher a abrir uma Assembleia Geral da ONU, em Nova York, algo que irá acontecer na próxima quarta-feira (21).
  • 'Newsweek' com Dilma na capa traz reportagens sobre papel da mulher no mundo

Dilma é descrita como uma política durona que consegue governar o Brasil, "um país de machos", com pulso firme e estilo "quase taciturno". A revista americana exalta, durante toda a reportagem, a capacidade do Brasil de se manter imune à crise econômica mundial.


"Sabemos que não somos uma ilha. A Grécia não pode pagar seu socorro. A Espanha está em apuros, assim como a Itália. Os EUA não estão crescendo. Isso tem um impacto negativo nos resto do mundo", afirmou a presidente. "Você sabe a diferença entre o Brasil e o resto do mundo? Temos todos os instrumentos intactos para combater o crescimento lento ou mesmo a estagnação da economia mundial", completou.

A presidente também ressaltou a capacidade do governo em reduzir a pobreza e criar empregos. Dilma lembrou histórias e disse que, quando criança, queria ser bailarina ou bombeira.


A reportagem também conta parte da trajetória de militante de esquerda, durante a ditadura militar, e lembra que a presidente foi presa e torturada.


Sobre a trajetória polícia de Dilma, a "Newsweek" conta que ela foi "criada" pelo presidente Lula como um "Pigmaleão dos trópicos". No entanto, alguns entrevistados, dizem que por causa da personalidade forte, a presidente já dá sinais de que faz um governo com características próprias.


"É a criatura devorando o criador", disse, à revista, o cientista político Amaury de Souza.


Outros protagonistas da economia brasileira, como o empresário Eike Batista, o publicitário Nizan Guanaes e o economista Delfim Netto, também fazem elogios quando falam sobre Dilma.


"Ela é uma administradora experiente que gosta de eficiência. Trabalhar é seu hobby", afirmou Batista.


No entanto, a "Newsweek" lembrou que, em apenas nove meses, o governo Dilma já perdeu cinco ministros e recebeu críticas do especialista em energia Adriano Pires.Uol.

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