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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, outubro 04, 2011

IMPÉRIO EM DECADENCIA - OFICIAIS CORRUPTOS DA OTAN DESVIAM DEZ MIL MÍSSEIS DE ALTO PODER DE FOGO





Ao menos 10 mil mísseis desapareceram na Líbia e há temores de que os armamentos tenham ido parar nas mãos da rede terrorista Al Qaeda, afirmou um oficial da Otan, a aliança militar do Ocidente, à revista alemã "Der Spiegel".

De acordo com a versão on-line do veículo, o almirante italiano Giampaolo di Paola, que dirige o comitê de chefes militares da aliança, informou a preocupação em relação ao assunto na segunda-feira passada (26) aos militares alemães responsáveis em uma reunião secreta.
Os armamentos, disse Paola, poderiam terminar em outros países e cair em mãos perigosas, em "qualquer parte, desde o Quênia ao Afeganistão". Por isso, os mísseis "representam uma grave ameaça para a aviação civil".



Um militar do CNT (Conselho Nacional de Transição, órgão político dos rebeldes líbios), o general Mohamed Adia, responsável pelo armamento do novo Ministério de Defesa, disse que cerca de 5.000 mísseis desapareceram.



"Infelizmente, alguns desses mísseis podem ter caído em mãos perigosas no exterior", afirmou.

Fonte: France Presse
*MilitânciaViva

VERGONHA E PRAGMATÍSMO DO RETROCESSO: BRASIL TENTOU ABRIR "EXCESSÕES" PARA BANIR MINAS TERRESTRES PARA AGRADAR AO IMPÉRIO

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MINAS TERRESTRES - A PRAGA DO MILÊNIO


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Garoto inocente vítima da babárie provocada pelo uso minas
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O Brasil procurou abrir “exceções” e criar uma “flexibilização” no texto final do tratado que previa o banimento de minas terrestres antipessoais, segundo revelam telegramas confidenciais do Itamaraty obtidos pela Folha.
Por meio do negociador brasileiro, José Viegas Filho (foto abaixo), atual embaixador do Brasil em Roma e ex-ministro da Defesa do governo Lula, o Brasil tentou no primeiro semestre de 1997 permitir o uso dos explosivos em “áreas estratégicas”, como regiões de fronteira. Também procurou impedir inspeções “intrusivas” para checagem dos estoques.
http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/files/2010/09/jose_viegas2.jpg
A posição brasileira favorecia os EUA, de olho na fronteira minada entre as Coreias, e contrariava o grupo de países que defendia a abolição completa desse tipo de arma.
http://eduacastro.files.wordpress.com/2010/08/garotos-minas-terrestres.jpg?w=150&h=173
As minas antipessoais explodem com o contato e matavam cerca de 26 mil pessoas por ano até então.


Em abril de 1997, ainda no governo tucano da subserviência, o Itamaraty orientou sua embaixada em Washington a procurar os EUA para oferecer as exceções ao texto do tratado. Um telegrama revela que os EUA passaram a ver o Brasil como “seu aliado nesse processo”.
http://i1.r7.com/data/files/2C95/948E/2F12/C775/012F/21F7/F1B7/1ECF/Minas%20Colombia%20700.jpg
Ativistas e vítimas protestam no mundo inteiro denunciando o holocausto silencioso
Nas intervenções que fez numa reunião em Bonn, Alemanha, para discutir a verificação dos estoques de minas, Viegas disse que os mecanismos “intrusivos” seriam “supérfluos” e sugeriu “a adoção de uma abordagem "moderada" (subserviente) a esse respeito”.


Ouvido pela Folha, Viegas disse que o Brasil, no começo das negociações, tinha de fato “uma posição relativamente conservadora”, mas que acabou abandonada até o final daquele ano.



Mina Bounding Antipessoal
“As correspondências de abril e maio revelam uma fotografia de um processo dinâmico. Houve uma evolução”, disse o embaixador.


Ao longo do ano, o Brasil foi mudando de posição e concordou com o banimento, no final de 1997.
http://lh6.ggpht.com/_Ta44vaZ1Msk/SvQYf0iqoDI/AAAAAAAACoU/_Sm--fgcHQc/elefante%20mina%20terrestre%20protese%201%5B3%5D.jpg
Animais são vitimas naturais da monstruosidade.As vezes são usados como linha de frente e cobaias nos campos


Viegas contou que, na segunda metade de 1997, fez um périplo pela América do Sul para convencer os países vizinhos “da conveniência recíproca e mútua” da proibição das minas.


“Consegui que concordassem que, se a decisão fosse tomada coletivamente, todos a apoiariam.”

Mina M-15 Anti-Tanque
http://anterodealda.com/osdiastodosiguais/img/ed_kashi_iraque2005.jpg
Mulher inocente vitimada pelo plantio macábro de minas
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EVOLUÇÃO


Stephen Goose, diretor da Human Rights Watch e cofundador da Campanha Internacional pelo Banimento das Minas Antipessoais, ONG que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1997, disse à Folha que o Brasil chegou a propor uma emenda com as exceções tratadas nos telegramas, mas que essa posição “evoluiu muito bem” até o fim de 1997.


“A posição brasileira inicialmente foi muito lenta em abraçar o banimento, mas mudou até o final das negociações [...] e desempenhou um papel positivo para garantir a proibição verdadeiramente abrangente”, disse.
Gustavo Oliveira, professor de direito no Rio Grande do Sul e representante brasileiro da campanha, se disse surpreso com o teor dos telegramas. “Não sabíamos que o Brasil queria abrir exceções. É muito contrário ao espírito de todo o processo. Parece haver um pragmatismo amoral nessas negociações.”

  *militanciaviva

Terceirizados, trabalhadores que são precarizados

 

São vítimas de uma teoria fatal para os trabalhadores: o neoliberalismo
A terceirização é uma realidade incontestável no mercado de trabalho do país. Transformou-se em fenômeno mundial em fins dos anos 80 e início dos 90, desencadeada pelo Consenso de Washington, chamado também de neoliberalismo, que nasceu em 1989, criada pelo economista inglês John Williamson, ex-funcionário do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
Por decisão do Congresso norte-americano, as medidas do Consenso de Washington foram adotadas como imposições na negociação das dívidas externas dos países latino-americanos, como os de FHC (1995-2002) no Brasil e Carlos Menem (1889-1999) na Argentina.
O neoliberalismo prega que o funcionamento da economia deve ser entregue às leis de mercado. Entre as principais características se destacavam os itens flexibilizar as leis trabalhista, como a redução de subsídios e gastos sociais por parte dos governos e desregulamentação do mercado de trabalho, para permitir novas formas de contratação que reduzam os custos das empresas.
Alguns defendem o processo, dizendo que ele trouxe mais oportunidades de vagas, os movimentos sindicais lembram que representam os trabalhadores e atestam que a terceirização tem contribuído com a precarização das relações trabalhistas, especialmente no Brasil, onde a falta de uma legislação para regulamentá-la prejudica os que atuam em empresas terceirizadas.
O mercado de trabalho brasileiro registrou 8,5 milhões de trabalhadores terceirizados em 2010, segundo pesquisa do Sindeprestem - Sindicato das Empresas Prestadoras de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário do Estado de São Paulo, o sindicato que representa as empresas prestadoras de serviços a terceiros.
A terceirização mudou as relações de trabalho para pior. Os trabalhadores terceirizados normalmente têm direitos e benefícios inferiores aos oferecidos pela empresa que os contrata (terceiriza). “Muitas vezes fazem jornadas de trabalho maiores e em muitas situações sequer são contratados formalmente (com registro em carteira)", diz Jefferson José da Conceição, economista do DIEESE.
A prática de contratação recorrente em quase todos os segmentos seja no comércio, indústria, serviços e atividade pública e vem sendo adotada pelas empresas para reduzir custos, partilhar riscos, aumentar a flexibilidade organizacional e retirar direitos trabalhistas, porque é onde existe maior pressão no sentido flexibilizar o mercado de trabalho, com reflexos na contratação.
Trabalhadores terceirizados são vítimas mais fáceis de todas às dificuldades existentes nas relações de trabalho. Geralmente são contratados e expostos aos piores trabalhos e a situações mais arriscadas. O estresse é sempre agravado pela instabilidade do vínculo empregatício e medo da demissão.

Fantasmas da Ditadura



*comtextolivre

41 anos sem Janis Joplin

Mino dá uma aula. Sobre a Veja:
“criei um monstro !”


Saiu no Blog do Miro:

Mino sobre a Veja: “Criei um monstro”


Por Chico Bicudo, em seu blog:


O mediador levou cerca de cinco minutos para fazer as devidas apresentações e relembrar apenas algumas das experiências profissionais vividas pelo convidado da noite de abertura da 19 Semana de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero. Ele subiu ao palco e, ao receber o microfone, confessou que naquelas situações fica sempre tentado a cantar “Strangers in the night”, imortalizada na voz de ninguém menos que Frank Sinatra. A plateia (o auditório estava lotado) se animou e insistiu, entoando o tradicional coro de “canta, canta!”. “A tentação é forte. Mas vou conter a empolgação. Resistirei”, recusou elegantemente o jornalista Mino Carta, diretor de redação da revista Carta Capital. O que se ouviu então, e durante quase as duas horas seguintes, foram sinceras e mais do que relevantes lições sobre elementos e princípios do (bom) Jornalismo.


Mino reconheceu que não seria exatamente portador de boas notícias. Apesar de vislumbrar que no longo prazo o Brasil será um país feliz e muito importante no cenário internacional, ressaltou que ainda não alcançamos tal estágio justamente por conta de nossas elites – que classifica como uma das piores e mais atrasadas do mundo. “A elite herdeira do ideal da Casa Grande cuidou para que as coisas por aqui continuassem medievais. É assim que nossas oligarquias sobrevivem”.


Por consequência lógica, completou Mino, o jornalismo não escapa desse cenário. Expressa e representa o que somos, como somos, os nossos conflitos – e atrasos. Ele citou como exemplo a cobertura feita pela mídia grande na semana passada a respeito do título de doutor honoris causa recebido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condecorado pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po, uma das instituições mais importantes e renomadas do mundo na área), por conta da “revolução econômica e social pacífica promovida no Brasil nos últimos oito anos”.


Na entrevista coletiva ocorrida após a homenagem, repórteres brasileiros presentes à cerimônia faziam questão de não esconder o inconformismo com a conquista. Como lembrou Mino, um deles perguntou ao diretor do Instituto francês como era possível alguém receber o título sem que jamais tivesse lido livro algum… Um segundo questionou: como entregar algo tão grandioso a alguém que permitiu a corrupção em larga escala? E um terceiro ainda explicitou que era inexplicável que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não tivesse alcançado o mesmo grau. “Essas perguntas provam muita coisa”, alertou Mino, reconhecendo que Lula, durante os dois mandatos, deixou de promover mudanças que o jornalista considerava importantes, mas também destacando que o balanço final que faz da “Era Lula” é positivo, além de reforçar que a eleição e o governo de um ex-metalúrgico significaram um divisor de águas na História do país, pela simbologia que carregam. “Naquele momento, indignados, os jornalistas estavam expressando o discurso dos patrões e claramente manifestando seu ódio de classe”, confirmou. “Os donos de nossos meios de comunicação adorariam viver em uma democracia sem povo. E somos o único país do mundo onde jornalista chama o patrão de colega”, completou, contrariado.


Sem minimizar a importância da universidade, Mino disse que é nas redações que se aprende a ser jornalista. Para tanto, segundo ele, é preciso reunir alguns talentos. O primeiro: lidar bem com o vernáculo. Segundo: desenvolver sólido conteúdo moral. Foi nesse momento que Mino recordou de seus tempos de enfrentamento com a ditadura militar, quando, revelou, entendeu com profundidade a serventia do jornalismo – se não para mais nada, para narrar as histórias daquele tempo horroroso, a partir do viés dos vencidos, daqueles que não tinham voz.


Mino contou que foi também durante os anos de chumbo que leu “Entre o passado e o presente”, da filósofa alemã Hannah Arendt. De forma bem resumida, na obra a pensadora analisa a verdade que cada um carrega consigo – “são nossas opiniões ou tentativas de interpretação”, diferenciou o jornalista, para em seguida acrescentar: “mas há uma verdade factual, contra a qual o jornalista não pode brigar”. Mino fez uma pausa e tomou um longo gole d’água. “Tomei água. Eis uma verdade factual. É a ela que o jornalista deve fidelidade canina. É mais um fundamento básico da profissão”. A partir do fato, o desafio é dar voz a todos os envolvidos, de maneira plural, sem preconceitos – e a opinião do repórter, admite Mino, pode até ser evidenciada, desde que honestamente anunciada como tal.


Para o diretor de redação de Carta Capital, no entanto, o jornalismo brasileiro não respeita essa premissa básica do buscar a verdade factual. “Omite quando convém ao dono do veículo, ao político, ao empresário. Isso quando não patrocina conscientemente a distorção, a invenção, a mentira. E dizia Hannah Arendt que, quando uma verdade vai ao fundo do mar, não pode mais ser recuperada”, lamentou. Por fim, Mino fez questão de dizer com muita convicção que o jornalista precisa ainda ser movido por candente espírito crítico, para fiscalizar os poderes – os donos do poder, como diria Raymundo Faoro- e todos eles, não apenas o político.


Um aluno na plateia perguntou: se o cenário será diferente no longo prazo, o senhor consegue avaliar de onde virão as transformações? Mino foi incisivo: não tem fórmulas mágicas. Mas reconheceu que as mudanças passam pela democratização, pela regulamentação e pelo controle social da mídia. “É procedimento absolutamente normal em outros países democráticos. É indispensável para definir limites e deveres”, afirmou. O problema, completou, é que os barões da mídia não querem nem pensar nessa hipótese e, sempre que o debate vem a público, saem gritando “estão querendo nos censurar, cercear a liberdade de expressão”. O governo então recua, acomoda-se, lamentou mais uma vez Mino. Para ele, é uma dinâmica semelhante àquela que resultou na criação da Comissão da Verdade. “É difícil acreditar que, do jeito como foi concebida, poderá mesmo revelar alguma coisa”. E fulminou, sem tergiversar: “O problema é que o poder, inclusive o petista, adora aparecer na TV Globo e dar entrevistas para as páginas amarelas da revista Veja”.


Sobre a revista semanal da editora Abril, que Mino Carta ajudou a idealizar e a criar, ainda no final dos anos 1960, em plena época de terror da ditadura, o jornalista não dourou a pílula: “Veja é hoje monstruosa, hedionda. Eu criei um monstro”. Para ilustrar, e mais uma vez provocado pela plateia, ele citou a recente matéria de capa sobre as “relações perigosas” do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu. “Pois é, não tenho admiração divina alguma pelo senhor José Dirceu. Mas com aquele texto o que Veja conseguiu foi só imitar à perfeição o jornalismo feito por Rupert Murdoch. Mas o que esperar da Veja? É assim mesmo. É a Veja”, disparou. 

*PHA

Declaração à imprensa da presidenta Dilma em Bruxelas


*comtextolivre

segunda-feira, outubro 03, 2011

A presidenta Dilma Rousseff iniciou nesta segunda-feira a viagem de uma semana por três países: Bélgica, Bulgária e Turquia


A presidenta Dilma Rousseff iniciou nesta segunda-feira a viagem de uma semana por três países: Bélgica, Bulgária e Turquia. Hoje, ela teve encontro com o primeiro-ministro belga, Yves Leterme. Antes, ocorreu uma reunião com o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, para discutir os preparativos da Copa do Mundo de 2014.

Amanhã (4/10), Dilma participa da 5ª Cúpula Brasil-União Europeia e, em seguida, de almoço oferecido pelo rei Alberto II. À tarde, vai ao encerramento do Seminário Empresarial Brasil-União Europeia e à cerimônia de abertura do festival cultural Europalia.

Na capital búlgara, a presidenta terá encontros na quarta-feira (5/10) com o presidente Georgi Parvanov e o primeiro-ministro Boyco Borissov. No dia seguinte (6/10), Dilma se desloca para a cidade de Gabrovo, onde será recebida por seus familiares búlgaros.

Na sexta-feira (7/10), a Presidenta participa na Turquia de cerimônia de oferenda floral, no Mausoléu de Ataturk, e do encerramento do Encontro Empresarial Brasil-Turquia. À tarde, haverá cerimônia oficial de chegada, seguida de reunião privada com o presidente turco Abdullah Gül.

Um hino à unidade da América Latina

Legionários em Cristo, um história diabólica a " ICAR " igrej cat apos romanargh

Legionários em Cristo, um história diabólica

TV mostra fotos do padre fundador de ordem com sua mulher e filha
Maciel com sua filha e mulher;
ordem afirma que não na sabia
Uma TV mexicana mostrou fotos do padre Marcial Maciel (1920-2008) com sua esposa e filha, em mais uma revelação da vida dupla do fundador da ordem conservadora Legionários de Cristo.
Há fotos nos quais Maciel, de férias, está com sua sua mulher e filha em local onde havia membros da ordem. Até recentemente, a cúpula da Legionários negava saber da vida paralela do seu fundador.
Para a Conferência Episcopal do México, as fotos revelam que Maciel “zombava” da igreja. “Ele deveria estar em estado de oração”, disse o padre Manuel Corral, porta-voz da conferência. “Agora vemos como ele mentiu e foi protegido por seus próximos.”
Se Maciel tivesse apenas constituído uma família, seria um “pecado” que outro padres cometem. O problema é que ele teve várias amantes e filhos, gostava de estuprar coroinhas e seminaristas e era viciado em cocaína.
Ele foi o padre mais devasso da história recente da Igreja Católica. Contou com as vistas grossas não só da Legionários, mas também da Santa Sé. No momento, a ordem se encontra sob intervenção do Vaticano.
O especialista em religiões Bernardo Barranco disse que o Vaticano deveria exigir que a ordem prestasse contas à opinião pública sobre o acobertamento da vida dupla de Maciel. Não há nenhum indício de que isso venha ocorrer algum dia.
Alberto Athié, ex-sacerdote diocesano, que denunciou os abusos sexuais de Maciel e teve de enfrentar o revide da hierarquia da igreja na época, comentou a foto em que o padre aparece em seu leito de morte, tendo ao lado seus seguidores. "Parece a morte de um mafioso ao qual eles juram fidelidade."
Trajetória do chefão da máfia de batina

Padre tarado atacou seus próprios filhos por Paulopes


Pedófilo, ladrão e drogado. Esse foi o criador da Legionários de Cristo
Marcial Maciel, definitivamente a antítese de um santo, foi, ao mesmo tempo, o fundador da congregação mais conservadora e uma das mais poderosas da Igreja. Após sua morte, em 2008, revelou-se a sua farsa. Entramos no território privado onde os legionários se confessam.
São a ponta de lança da Igreja mais conservadora. Não se permitem concessões. Não perdem o tempo. É pecado. Sua caça e pesca de fundos e vocações não se detém. Assim como a sua fome de influência. Uma questão de poder no seio da Igreja.
Em 1950, só tinham um sacerdote, seu fundador, Marcial Maciel. Hoje, cerca de mil. Sua estratégia corporativa foi a de crescer a todo o custo. Copiando o ardor guerreiro dos jesuítas e o elitismo da Opus Dei. E acrescentando uma pitada de secretismo.
Seu objetivo sempre foi o de atrair os "líderes do mundo". Como confirma um velho legionário: "Maciel tinha clareza que tínhamos que ir para a ponta da pirâmide. Pelos líderes naturais e econômicos e, por meio de nossos colégios, pelos seus filhos. A chave era influenciar. E, teoricamente, ajudar os pobres através dos ricos, como Robin Hood".
Na Legião, tudo está regulado. Da vestimenta (distinta) ao modelo de relógio (sem adornos e com pulseira preta). Do tempo que um sacerdote deve rezar por dia (três horas) e escovar os dentes (três vezes) até a forma de comer espaguete (cortando-os, nunca enrolando-os no garfo).
Algo que se estende a seu movimento leigo, o Regnum Christi, no qual o manual redigido por Maciel orienta milimetricamente a vida de seus membros; suas amizades, namoro, sexualidade, forma de vestir, espírito laboral, educação dos filhos, caça de fundos e pesca de vocações. Maciel chega a aconselhar seus seguidores que incluam a congregação "em seu próprio testamento".
Eram os eleitos. Iam salvar a Igreja. Foram o eficaz martelo da Santa Sé contra aTeologia da Libertação; ativistas incansáveis contra a camisinha, o aborto, a eutanásia e a reprodução assistida, inimigos do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Generosa fonte de financiamiento para o Vaticano e, sobretudo, a fiel cavalaria leve de João Paulo II para implantar seu modelo de catolicismo: resistência, reconquista e restauração. A Igreja como poder político.
A Legião cresceu muito rapidamente. Tinha os pés de barro. E um terrível segredo em seu interior, que, após décadas de ocultamento, acabaria estourando: seu fundador, Marcial Maciel, nascido no México em 1921, era um farsante.

Marta Rodríguez, uma consagrada de 30 anos que fez promessa de obediência. Pobreza e castidade e tem um irmão legionário, relembra as pompas da Legião de Cristo em novembro de 2004, no Vaticano, quando João Paulo II celebrou os 60 anos de profissão sacerdotal do fundador. Era a consagração da congregação.
"João Paulo II nos dizia: 'Se sente, os legionários estão presentes'. E você acreditava que era o melhor da Igreja. Pensava: sou do Regnum Christi e que fácil é ser do Regnum Christi".
"Quando, em 2009, o padre Luis Garza (número dois da Legião) nos confessou a vida imoral do padre Maciel, chorei três dias... Passei da Disneylândia para a realidade".
Pergunto ao padre Miguel Segura, valenciano, de 39 anos, reitor da comunidade de Roma, mestre de noviços, físico de nadador e um dos homens mais influentes da Legião:
- O senhor autorizaria que se infligisse castigo físico para vencer a tentação?
- Para começar, se você tem uma sexualidade descontrolada, não pode entrar na Legião. Aqui, é preciso viver sadiamente. E, se apertar, eu recomendo amizade, esporte e descanso. Se essa pessoa for homossexual, eu lhe aconselharia que abandonasse a Legião. Se você é gay, não pode ser legionário. Não pode ser sacerdote. Não pode viver a castidade rodeado de homens. Enquanto aos cilícios e a se açoitar... são demonstrações de vaidade. EU aconselho que se levantem antes, jejuem, deem-se banhos frios... Que não ponham sua integridade física em risco.
Diante da gravidade dos fatos, o Papa foi além da pura retórica.
A maquinaria vaticana se encontra na disjuntiva de dissolver, refundar ou simplesmente reformar a ordem. Qualquer possibilidade está à vista.
No último dia 9 de julho, Bento XVI nomeou o arcebispo italiano Velasio de Paolis, de 74 anos, como comissário para a Legião de Cristo.
De Paolis substitui Álvaro Corcuera, que de 2005 até hoje detinha esse cargo. O arcebispo italiano presidia a Prefeitura para os Assuntos Econômicos da Santa Sé.
Desde a condenação de Bento XVI contra Maciel em maio deste ano, seus retratos desapareceram da Legião. Terão sido queimados? Ninguém sabe.
Marcial Maciel, exemplo durante décadas, faleceu de câncer em janeiro de 2008, em Jacksonville, Flórida, 20 meses depois de ter sido afastado da prática do sacerdócio por ter abusado de 20 seminaristas. Não houve julgamento.
Os abusos sexuais eram o primeiro capítulo da biografia de crimes que seriam conhecidos nos meses seguintes.
A declaração da Santa Sé sobre a vida e a obra de Maciel concluía: "Seus comportamentos gravíssimos e objetivamente imorais se configuram, às vezes, em autênticos delitos e manifestam uma vida carente de escrúpulos e de verdadeiro sentimento religioso".
Os números dos Legionários: 15 universidades na Espanha e 48 no México, 177 colégios, 133.000 alunos, 20.000 empregados, 3.450 sacerdotes, 1.000 consagradas (sua rama feminina de religiosas sem hábito) e 75.000 membros do Regnum Christi, o braço laico da organização.
Do La Vanguardia,  do México
Tradução de Moisés Sbardelotto
Pervertido se passou por santo com as bençãos do Vaticano
Maciel foi citado como exemplo por João Paulo II
O escândalo dos Legionários de Cristo é o maior já registrado na Igreja desde, digamos, a época da venda das indulgências. Ele combina quase tudo o que há de mais grave: subornos passivos até no Colégio dos Cardeais, plágio, omissão, abusos sexuais, abusos de confiança, deturpação da confissão, busca obscena e obstinada do dinheiro e da influência. Tudo assentado sobre uma piedade ostentatória
Em Roma, a combinação fatal da teoria da conspiração, da cultura do segredo, de um anticomunismo de guerra fria, e da obsessão produtivista das vocações permitiu a um pervertido, Marcial Maciel, de se fazer passar por um santo e de enganar Pio XII, João XXIII, Paulo VI e João Paulo II. Agora, o Vaticano resume a carreira do homem que foi um fantástico sargento de recrutamento da seguinte forma: ‘Uma vida sem escrúpulos e sem autêntico sentimento religioso’.
Os sacerdotes e os fiéis que fazem parte dos Legionários de Cristo ou do seu ramo leigo, a Regnum Christi, são as primeiras vítimas. Tirando um punhado de cúmplices e lacaios, o seu compromisso sincero e generoso não pode ser posto em questão.
As medidas cautelares podem parecer justas para salvar o que pode ser uma rede da maior envergadura, em que muitas coisas boas foram feitas. E parece que é nesse sentido que os esforços devem ser vistos.
Mas não se pode pretender ‘refundar’ uma casa que tem, sob belas paredes, fundações tão ruins.
Concordo aqui com o norte-americano George Weigel, um católico conservador, durante muito tempo próximo desta congregação e biógrafo autorizado de João Paulo II. Como ele, também penso que deveríamos dissolver os Legionários de Cristo e propor àqueles que o desejarem entrar no clero diocesano ou em outras ordens religiosas. Em seguida, um pequeno grupo, talvez, poderia criar algo diferente, sobre outras bases que não aquelas do sigilo, do poder e do dinheiro.
Por que eu sou tão radical? Em parte por causa do contexto. O catolicismo atravessa uma crise de credibilidade. O processo feito sistematicamente contra a Igreja tem algo de irritante, e eu já escrevi sobre isso. Mas nossa época rebelde à moral é puritana à sua maneira. Ela é menos tolerante à contradição entre um discurso virtuoso e uma prática ineficiente viciada ou viciosa. Isto, ela está exigindo um preço bem alto.
Mas Bento XVI assumiu um papel ingrato e corajoso ao tentar cortar o abscesso dos escândalos de pedofilia ou, mais recentemente, ao criar uma comissão da verdade sobre as “aparições” de Medjugorje.
A impressionante pesquisa de Jean Mercier, na La Vie, mostra como o ainda cardeal Ratzinger quis fazer a limpeza entre os Legionários, mas foi impedido por conta do apoio que o seu fundador havia granjeado nas fileiras de um João Paulo II envelhecido. Ratzinger deve agora ir até o final.
E tem mais. Todas as grandes ordens religiosas estão assentadas sobre o carisma de um santo ao qual é preciso continuamente voltar para se refontalizar. Mas, aqui, o santo é um impostor, cuja adoração derivou em idolatria. Os Legionários não se desviaram, mas trabalharam desde os primeiros anos sobre uma mentira, uma cultura da dissimulação dessa mentira e sobre o culto do gênio de um mentiroso.
De uma perversão tão diabólica não pode surgir nada que seja evangélico. Não se pode ‘desmacielisar’ [de Maciel] os Legionários de Cristo como não se pode ‘desestalinizar’ [de Stalin] ou ‘desleninisar’ [de Lênin] o comunismo. Não podemos fundar um futuro sobre uma pintura retocada ou sobre um buraco.
Jean-Pierre Denis, da revista católica francesa La Vie

Padre Marcial Maciel teria estuprado dois de seus filhos
O fundador dos Legionários de Cristo, Marcial Maciel, que morreu há dois anos acusado de múltiplos abusos sexuais, manteve uma relação de aproximadamente 25 anos no México com uma mulher, com a qual teve dois filhos próprios e um adotivo, segundo garantiram nesta quarta-feira os envolvidos.
Padre Maciel, o devasso
A revelação foi comprovada com gravações e documentos no programa da jornalista Carmen Aristegui na MVS Rádio [veja vídeo abaixo], no momento em que uma comissão de cinco bispos está para concluir um relatório sobre a Congregação após dez meses.
“Ele tinha 56 anos e eu 9. Ele me disse que era viúvo e que andava buscando uma moça para se casar”, contou Blanca Estela Lara Gutiérrez no início do relato sobre a relação que afirma ter tido com Maciel, que se fazia passar por José Rivas ou Raúl González.
Maciel, fundador de uma das congregações mais conservadoras e poderosas da Igreja, muito próxima ao Papa João Paulo II, foi afastado em 2006 do ministério público assim que começou o Pontificado de Bento XVI.
A pena foi considerada como resultado de mais de uma década de denúncias de abusos sexuais de ao menos 30 seminaristas e estudantes. Mesmo assim, o Vaticano não deu as razões e decidiu não submeter Maciel a processo canônico devido a sua idade avançada.
Depois da morte do sacerdote aos 87 anos, em 31 de janeiro de 2008, descobriu-se que havia tido uma filha na Espanha e começaram a surgir suspeitas de mais uma ou mais famílias no México.
Lara Gutiérrez afirmou que o sacerdote lhe dizia que trabalhava na empresa petrolífera Shell, que era detetive privado e até agente da CIA. Ela tomou conhecimento da verdadeira identidade em 1997 quando foi publicado um artigo na revista Contenido sobre as denúncias de abuso sexual.
“Foi quando me inteirei da verdadeira história, do outro rosto”, indicou. “Eu o idolatrava, o adorava. Eu estava totalmente cega”. A relação terminou alguns anos depois.
De acordo com a afirmação de Lara Gutiérrez, do vínculo nasceram Raúl e Cristian González Lara. Com nome falso, Maciel teria adotado também Omar, um filho que ela havia tido em relação anterior. Cristian, o menor dos três, está com 17 anos. A idade dos demais não foi divulgada.
No programa foram divulgados áudios de conversas supostamente tidas por Raúl González, filho da mulher, com representantes dos Legionários de Cristo e com um dos cinco bispos da comissão investigadora, que confirmaram suas declarações.
Tanto Omar como Raúl disseram que foram abusados sexualmente por seu pai quando eram pequenos, algo que revelaram à sua mãe em 1999. Raúl disse que o primeiro abuso ocorreu quanto tinha sete anos, em uma viagem a Colômbia, e que duraram cerca de oito anos.
“Fomos vítimas também de meu papai, infelizmente”, afirmou Raúl, que reclama do Vaticano um reconhecimento público de todas as vítimas e ressarcimento econômico.
A família também procura um testamento que supostamente Maciel lhes deixaria, que lhes dizia, de com suas palavras, que se algo lhes acontecesse, recorressem ao “senhor Alvaro Corcuera”, que é o atual superior dos Legionários.
Maciel, padre mulherengo e viciado em drogas
Em uma das gravações divulgadas no programa, Raúl González fala supostamente com o conselheiro financeiro dos Legionários, Jaime Durán, e com o reitor da Universidade Anáhuac, o sacerdote legionário Jesús Quirce.
Aí, ambos reconhecem a assinatura e a letra de Maciel em documentos mostrados por González e revelam que o fundador dos Legionários “poderia estar pedindo dinheiro (a doadores), mas que não entrava nas contas da Congregação”.
Também mencionam que existia uma família em Acapulco que “também estava em seu círculo íntimo” e que “esteve próximo do padre Maciel nos anos antes de sua morte”.