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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, outubro 04, 2011

IMPÉRIO EM DECADENCIA - OFICIAIS CORRUPTOS DA OTAN DESVIAM DEZ MIL MÍSSEIS DE ALTO PODER DE FOGO





Ao menos 10 mil mísseis desapareceram na Líbia e há temores de que os armamentos tenham ido parar nas mãos da rede terrorista Al Qaeda, afirmou um oficial da Otan, a aliança militar do Ocidente, à revista alemã "Der Spiegel".

De acordo com a versão on-line do veículo, o almirante italiano Giampaolo di Paola, que dirige o comitê de chefes militares da aliança, informou a preocupação em relação ao assunto na segunda-feira passada (26) aos militares alemães responsáveis em uma reunião secreta.
Os armamentos, disse Paola, poderiam terminar em outros países e cair em mãos perigosas, em "qualquer parte, desde o Quênia ao Afeganistão". Por isso, os mísseis "representam uma grave ameaça para a aviação civil".



Um militar do CNT (Conselho Nacional de Transição, órgão político dos rebeldes líbios), o general Mohamed Adia, responsável pelo armamento do novo Ministério de Defesa, disse que cerca de 5.000 mísseis desapareceram.



"Infelizmente, alguns desses mísseis podem ter caído em mãos perigosas no exterior", afirmou.

Fonte: France Presse
*MilitânciaViva

VERGONHA E PRAGMATÍSMO DO RETROCESSO: BRASIL TENTOU ABRIR "EXCESSÕES" PARA BANIR MINAS TERRESTRES PARA AGRADAR AO IMPÉRIO

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MINAS TERRESTRES - A PRAGA DO MILÊNIO


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Garoto inocente vítima da babárie provocada pelo uso minas
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O Brasil procurou abrir “exceções” e criar uma “flexibilização” no texto final do tratado que previa o banimento de minas terrestres antipessoais, segundo revelam telegramas confidenciais do Itamaraty obtidos pela Folha.
Por meio do negociador brasileiro, José Viegas Filho (foto abaixo), atual embaixador do Brasil em Roma e ex-ministro da Defesa do governo Lula, o Brasil tentou no primeiro semestre de 1997 permitir o uso dos explosivos em “áreas estratégicas”, como regiões de fronteira. Também procurou impedir inspeções “intrusivas” para checagem dos estoques.
http://veja.abril.com.br/blog/ricardo-setti/files/2010/09/jose_viegas2.jpg
A posição brasileira favorecia os EUA, de olho na fronteira minada entre as Coreias, e contrariava o grupo de países que defendia a abolição completa desse tipo de arma.
http://eduacastro.files.wordpress.com/2010/08/garotos-minas-terrestres.jpg?w=150&h=173
As minas antipessoais explodem com o contato e matavam cerca de 26 mil pessoas por ano até então.


Em abril de 1997, ainda no governo tucano da subserviência, o Itamaraty orientou sua embaixada em Washington a procurar os EUA para oferecer as exceções ao texto do tratado. Um telegrama revela que os EUA passaram a ver o Brasil como “seu aliado nesse processo”.
http://i1.r7.com/data/files/2C95/948E/2F12/C775/012F/21F7/F1B7/1ECF/Minas%20Colombia%20700.jpg
Ativistas e vítimas protestam no mundo inteiro denunciando o holocausto silencioso
Nas intervenções que fez numa reunião em Bonn, Alemanha, para discutir a verificação dos estoques de minas, Viegas disse que os mecanismos “intrusivos” seriam “supérfluos” e sugeriu “a adoção de uma abordagem "moderada" (subserviente) a esse respeito”.


Ouvido pela Folha, Viegas disse que o Brasil, no começo das negociações, tinha de fato “uma posição relativamente conservadora”, mas que acabou abandonada até o final daquele ano.



Mina Bounding Antipessoal
“As correspondências de abril e maio revelam uma fotografia de um processo dinâmico. Houve uma evolução”, disse o embaixador.


Ao longo do ano, o Brasil foi mudando de posição e concordou com o banimento, no final de 1997.
http://lh6.ggpht.com/_Ta44vaZ1Msk/SvQYf0iqoDI/AAAAAAAACoU/_Sm--fgcHQc/elefante%20mina%20terrestre%20protese%201%5B3%5D.jpg
Animais são vitimas naturais da monstruosidade.As vezes são usados como linha de frente e cobaias nos campos


Viegas contou que, na segunda metade de 1997, fez um périplo pela América do Sul para convencer os países vizinhos “da conveniência recíproca e mútua” da proibição das minas.


“Consegui que concordassem que, se a decisão fosse tomada coletivamente, todos a apoiariam.”

Mina M-15 Anti-Tanque
http://anterodealda.com/osdiastodosiguais/img/ed_kashi_iraque2005.jpg
Mulher inocente vitimada pelo plantio macábro de minas
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EVOLUÇÃO


Stephen Goose, diretor da Human Rights Watch e cofundador da Campanha Internacional pelo Banimento das Minas Antipessoais, ONG que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1997, disse à Folha que o Brasil chegou a propor uma emenda com as exceções tratadas nos telegramas, mas que essa posição “evoluiu muito bem” até o fim de 1997.


“A posição brasileira inicialmente foi muito lenta em abraçar o banimento, mas mudou até o final das negociações [...] e desempenhou um papel positivo para garantir a proibição verdadeiramente abrangente”, disse.
Gustavo Oliveira, professor de direito no Rio Grande do Sul e representante brasileiro da campanha, se disse surpreso com o teor dos telegramas. “Não sabíamos que o Brasil queria abrir exceções. É muito contrário ao espírito de todo o processo. Parece haver um pragmatismo amoral nessas negociações.”

  *militanciaviva

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