Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, outubro 10, 2011

Números à prova: Enem bate record de inscritos

Enem terá maior número de inscritos desde sua primeira edição, em 1998
O Conversa Afiada reproduz texto da Carta Capital:

Números à prova


por Alexandre Pavan


O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontece nos dias 22 e 23 deste mês, apresenta o maior número de inscritos desde a sua primeira edição, em 1998, quando foi lançado pelo então ministro Paulo Renato Souza (1945-2011). São 6.221.697 interessados em realizar a prova que, originalmente, foi criada com o intuito de avaliar o desempenho dos alunos ao término da escolaridade básica. Com o passar dos anos, no entanto, o exame começou a ser aplicado em substituição ou como complemento dos vestibulares de acesso aos cursos profissionalizantes pós-Médio e ao Ensino Superior. Atualmente, sua atuação é abrangente e, para muitos, dispersiva.


A primeira grande mudança ocorreu em 2004, quando o Ministério da Educação (MEC) instituiu o Programa Universidade para Todos (ProUni-) e vinculou a concessão de bolsas em instituições privadas à nota obtida no Enem. Mais tarde, em 2009, intensificando o discurso de democratização do acesso à educação superior, o MEC instituiu o exame para o ingresso às universidades públicas brasileiras via Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O Sisu é um método informatizado que indica os candidatos para as instituições públicas de ensino de acordo com a nota que obtiveram no Enem. No segundo semestre de 2011, foram oferecidas 26.336 vagas em 48 instituições de ensino públicas por meio do Sisu/Enem.


No que depender do ministro Fernando Haddad, o vestibular convencional está com os dias contados. De acordo com o titular da pasta da Educação, os exames tradicionais podem acabar ainda nesta década. Ele -também já estuda tornar a prova obrigatória. Um exemplo que estimula essa previsão é o da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que decidiu substituir sua prova tradicional pelo Enem para o acesso 2012.


O processo teve início em 2009, quando a instituição utilizou o exame como primeira fase do vestibular. Na época, foram selecionados quatro candidatos por vaga para a segunda fase. Por exemplo, se havia 30 vagas para o curso de Engenharia Mecânica, os candidatos com as 120 melhores notas realizavam a prova específica da UFRJ.


Em 2010, houve uma divisão de vagas: 40% destinadas ao vestibular, 40% para o Sisu e outros 20% pelo Sisu somado ao processo de ação afirmativa, que determinava que somente podiam concorrer candidatos egressos do Ensino Médio de escolas públicas. O Conselho Universitário da UFRJ avaliou a experiência como bem-sucedida e resolveu extinguir o vestibular próprio. Agora, o próximo processo seletivo será pelo Sisu/Enem, oferecendo um total de 9 mil vagas, 30% reservadas aos alunos que fizeram Ensino Médio integralmente na escola pública e com renda familiar per capita inferior a um salário mínimo (545 reais).


“Nosso foco é a democratização do acesso ao Ensino Superior”, afirma Marta Feijó Barroso, superintendente acadêmica da gradução da UFRJ. Segundo ela, a ação resolve um problema antigo do processo seletivo, a autoexclusão dos alunos provenientes de escolas públicas. “Em geral, esses estudantes acham que não têm chance de concorrer. Com o Enem, isso não está acontecendo. Nós estamos preenchendo, inclusive, vagas de cursos de mais baixa procura que antes não conseguía-mos preencher”, explica.


No outro extremo da ponte aérea, a Universidade de São Paulo (USP), continua sem utilizar o Enem em nenhuma das etapas de seu processo seletivo. Em 2009, a instituição até cogitou aproveitar a prova como complemento em uma das fases de seu vestibular, porém, por causa de uma alteração de datas do exame nacional, a experiência foi descartada.


Naquele ano, o Enem sofreu o mais duro golpe na sua credibilidade e eficiência logística, quando a prova foi furtada de dentro da gráfica que fora contratada para imprimi-la. Os criminosos foram descobertos ao tentar vender as questões, o que provocou o adiamento do exame. Inicialmente agendado para outubro, ele foi alterado para dezembro. Na época, o gasto com a reimpressão da prova foi estimado em 148 milhões de reais, além de ter causado prejuízo aos 4,5 milhões de candidatos inscritos. Dos 4,1 milhões de inscritos, 37% desistiram de fazer a avaliação.


Por causa do problema e alegando incompatibilidade de calendários, a USP descartou o Enem – o mesmo aconteceu com a Universidade Estadual- de Campinas (Unicamp). Dois anos depois, a posição da instituição paulista permanece inalterada. A questão do cronograma é o argumento oficial para que o exame nacional continue não sendo usado no seu processo seletivo. Se a intenção de Haddad é unificar os vestibulares, muitos especialistas acreditam que o ministro enfrentará resistência.


Mil e uma utilidades


“A USP jamais terá o Enem como prova determinante. No máximo, o utilizará como complemento”, opina Mauro Aguiar, diretor-presidente do Colégio Bandeirantes e membro do Conselho Estadual de Educação do Estado de São Paulo. Aguiar ainda questiona o foco de atuação do exame que, desde 2009, também serve como certificação de conclusão do Ensino Médio em cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA), o antigo supletivo.


“O Enem nasceu para ser uma avaliação de competências e habilidades, o que é diferente do vestibular. A prova foi uma grande evolução na área educacional, mas ela quer fazer tudo – seleção para vestibular, avaliação das escolas, certificação para o Ensino Médio. Não existe exemplo internacional de exame que seja tudo isso ao mesmo tempo”, comenta Aguiar.


Essa opinião vai ao encontro do pensamento de Nilson José Machado, professor titular da Faculdade de Educação da USP. “O Enem não surgiu para substituir o vestibular. A LDB (Lei de Diretrizes e Bases) estabelece que o Ensino Médio é uma etapa do Ensino Básico, portanto um fim em si mesmo – não é um passo para o Ensino Superior”, argumenta.


Machado afirma que seria fundamental a discussão a respeito dos referenciais teóricos do exame, porém esse assunto não está na pauta. “A preocupação agora é logística”, resume. O professor lembra que o grande mérito do Enem foi tirar do centro das atenções os indispensáveis conteúdos disciplinares, dando ênfase às competências e habilidades pessoais, que deveriam ser desenvolvidas por meio deles. Assim, ao final da educação básica, os alunos deveriam demonstrar capacidade de expressão e de compreensão, de contextualização e de imaginação. “Ultimamente, o pessoal parece confundir contexto com tamanho de texto porque as questões estão apresentando enunciados enormes, sem necessidade”, diz. Se nos primeiros anos a prova contava com 60 questões, hoje são 180. De acordo com o professor, o exame merece redefinições. “Hoje, virou uma maratona.”


Ranking e influência nos currículos


Outro ponto do Enem que há anos causa polêmica é o ranking gerado pela divulgação das médias por escola. O diretor-presidente do Colégio Bandeirantes considera um aspecto negativo julgar e comparar escolas por diferenças de 0,1% ou 0,2%. “Não que eu seja contra o ranking, até porque o Bandeirantes sempre vai bem, mas a função do Enem não é essa”, comenta Mauro Aguiar, cuja escola ficou na sexta colocação entre as melhores de São Paulo e em 49ª no comparativo nacional.


Os resultados relativos a 2010 foram divulgados pelo MEC divididos em quatro grupos, de acordo com a taxa de participação dos estudantes de cada instituição de ensino. O recurso serve para evitar distorções na hora de fazer a comparação. Em setembro, durante entrevista coletiva para tratar dos resultados do exame do ano passado, o ministro Haddad comemorou: “Conseguimos aumentar 10 pontos na média. Isso significa que cumprimos 10% da meta esperada para a década”.


Aguiar entende que, mesmo com a mudança, o Enem continua não sendo uma amostragem, pois a prova é voluntária. Em 2010, o índice de abstenção entre os estudantes do Bandeirantes foi de 37%. “A saída da USP desmotivou os alunos”, esclarece o diretor. Questionado se o Enem interfere de alguma forma no currículo do colégio, ele é direto: “Quem norteia nosso currículo é a Fuvest (fundação responsável pelo vestibular da USP), e acredito que seja assim em todas as escolas de São Paulo”.


O mesmo não acontece no Instituto Dom Barreto, de Teresina (PI). A escola, segunda colocada no ranking nacional, atrás apenas do Colégio São Bento, do Rio de Janeiro, já realizou algumas adaptações curriculares por conta do Enem. Depois que exames anteriores tiveram questões relacionadas ao vôlei, os coordenadores pedagógicos decidiram preparar conteúdos envolvendo práticas esportivas e conceitos de física. O Enem também trouxe para a escola um cuidado maior com as aulas de artes, como a música. É o segundo ano consecutivo que a escola conquista uma boa posição no ranking – em 2009, ficaram em terceiro lugar. “Não vemos o ranking com vaidade, encaramos como um compromisso com a educação”, afirma Maria Stela Rangel, diretora do Instituto Dom Barreto.


Nilson José Machado, da Feusp, avalia que o Enem trouxe mudanças positivas também para alguns vestibulares, que passaram a apresentar questões menos técnicas e herméticas. Para o diretor Aguiar, o grande mérito do exame foi conseguir criar uma cultura de avaliação escolar.



Clique aqui para ler “Enem: a elite não quer ver o pobre subir na vida”.
*PHA

Pegos na Black Ops, Sheik, Latino e Belo têm histórico de encrencas

Sheik, do Corinthians, já é investigado por lavagem de dinheiro; Diguinho tem passado de brigas em boates; Latino sofre acusação por estupro, cujo processo corre em segredo de Justiça; e Belo só está livre pelo regime de progressão
“Sou um atleta e não um maloqueiro. Sou um trabalhador. Foi tudo esclarecido”, disse o jogador Emerson Sheik, titular do Corinthians, em entrevista ao jornal O Globo. O jogador corintiano, o volante Diguinho, do Fluminense, o meia Kleberson, do Atlético Paranaense, e os cantores Latino e Belo tiveram seus carros confiscados na sexta-feira, 7, durante a maior operação realizada pela Polícia Federal este ano no país – a Black Ops.
A megaoperação resultou na prisão de ao menos 13 pessoas, entre elas três PMs e um israelense procurado pela Justiça americana sob acusação de lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. De acordo com as investigações, a quadrilha importava carros usados e os vendia como novos, para lavar dinheiro obtido com a exploração de caças-níqueis. Os veículos vinham dos Estados Unidos e eram importados ilegalmente.
Não é a primeira vez que Emerson Sheik tem problemas com a Polícia Federal. No dia 20 de janeiro de 2006, Sheik foi preso por agentes da Polícia Federal no Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, quando tentava embarcar para os Emirados Árabes com documentos falsos. Em uma certidão de nascimento falsa, que foi usada para emitir o passaporte, havia a informação de que ele nascera em 6 de dezembro de 1981, em Nova Iguaçu, com o nome Márcio Emerson Passos, mas sua certidão de nascimento original diz que ele nasceu em 6 de setembro de 1978, com o nome Márcio Passos de Albuquerque. A justiça brasileira pediu a quebra de sigilo fiscal do jogador, que também é acusado por lavagem de dinheiro. Os crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas podem levar a penas que variam de dois a dez anos.
Entre os envolvidos na operação, o cantor Belo tem o maior histórico de problemas com a justiça. Ele foi acusado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro por envolvimento com traficantes cariocas. Em 30 de dezembro de 2002, Belo foi condenado a oito anos de prisão — por tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de armas. O cantor cumpriu pena em regime fechado. Em março de 2006 foi concedido a progressão para o regime semi-aberto.
A vida polêmica do cantor Latino continua movimentando as colunas de fofocas. Ele também já esteve envolvido em escândalos policiais. Em julho do ano passado, Latino foi acusado de estupro pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O caso teria acontecido após um show na cidade de Liberdade, quando uma menor de 13 anos teria sofrido abusos cometidos por ele em seu camarim. A investigação corre em segredo de Justiça. Caso Latino venha ser condenado, a pena pode variar entre oito e 15 anos de reclusão.
Os escândalos protagonizados pelo volante do Fluminense, Diguinho, também são frequentes no mundo do futebol. Em novembro do ano passado, durante a festa de aniversário do goleiro Fernando Henrique, Diguinho se envolveu em uma discussão que culminou numa briga com três rapazes. Os homens agrediram o volante, que acabou machucando a mão. Os rapazes não prestaram queixa, mas o jogador chegou a ser advertido pela diretoria do clube. Frequentador assíduo da noite carioca, Diguinho foi agredido por torcedores durante um treino do Fluminense, em novembro de 2009. Cerca de 30 integrantes de uma facção organizada do time carioca invadiram o campo das Laranjeiras para cobrar o volante. Na confusão, Diguinho levou um soco no estômago.
A trajetória do meia Kleberson, outro acusado de ter comprado um carro de luxo da quadrilha desbaratada, é marcada por hábitos discretos. O jogador foi revelado pelo Atlético-PR. Em 2004, foi vendido para clube inglês Manchester United, onde tornou-se o primeiro jogador brasileiro da agremiação. Dois anos mais tarde, retornou ao Brasil, de contrato assinado com o Flamengo. Durante o Campeonato Brasileiro deste ano, o jogador foi emprestado para o clube que o revelou. O mandado de apreensão do carro do jogador foi cumprido às 6h na casa dele – e surpreendeu a todos. O carro de Kleberson, um modelo Jeep Hummer, que teria sido importado ilegalmente dos Estados Unidos, foi levado para a Receita Federal. Segundo a assessoria da PF, Kleberson teria agido de "boa fé" e atendido tranquilamente o pedido dos policiais.
A investigação da operação Black Ops contou com o apoio de agências de inteligência de Israel, da Inglaterra e dos Estados Unidos. De acordo com agentes da Polícia Federal, entre os veículos apreendidos estão uma Lamborghini e um Ford Mustang 500. Os veículos foram encaminhados à Receita Federal e ficarão à disposição da Justiça.
Manuela Menezes
No Brasil 247

Comédia

Dilma envergonha o país na Europa

É impressionante a capacidade que certas pessoas tem de meter o bedelho onde não são chamadas e infelizmente no Brazil essa característica é mais acentuada.
Depois do Apedeuta nonadélico que passeou pela Europa usurpando títulos, diplomas, prêmios e polpudas gratificações por onde passou, legitimamente pertencentes a FHC, agora é a vez de sua títere também dar seus pitacos em assuntos que não lhes devem respeito.
Quando o tema é economia do lar todos nós homens bons sabemos perfeitamente que as donas de casa são campeãs, exceto quando tem um cartão de crédito ou conta em lojas de roupas intimas (como a Gisele), mas quando o assunto é finanças internacionais somente os homens com diploma de curso superior e MBA entendem o assunto.
Pois bem , em mais uma cena vergonhosa para nossa nação a búlgara que usurpou o poder do mais preparado dos economistas resolveu dar conselhos sobre economia e como superar a pseudo - crise econômica no primeiro mundo. Como se ela realmente entendesse de mercado e finanças internacionais, citando até o Brazil das décadas de 80 e 90, que diga-se de passagem foi bem governado naqueles saudosos anos (que saudades do over night), quando Bresser , Malan e cia sabiam oque era bom para nossa economia e implementavam as medidas certas para garantir o bom desempenho da economia, a baixa inflação e o emprego pleno. A nação está horrorizada diante da falta de discrição e insubmissão perpetrada por vil criatura, que só porquê sabe fazer uma omelete acha que tem gabarito para tratar de economia com grandes administradores.
Penso eu como deve ter ficado constrangido o primeiro ministro belga ao ouvir tais despautérios.
Com certeza os bons homens de olhos azuis e alva tez já possuem a fórmula para debelar todas e quaisquer crises que possam surgir no horizonte e não precisam dos conselhos tupiniquins , ao invés de se preocupar com a vida econômica alheia, Dilma deveria voltar para o Brazil, passar uma semana no salão de beleza e depois tentar controlar o monstro da inflação, o desemprego recorde e outras mazelas que permeiam seu desgoverno, e vou mais além, deveria ela demitir o Mantega e chamar Dom FHC que entende tudo de economia e um pouco mais, assim este país teria salvação.
Por T. Mello Rego
No Prof. Hariovaldo Almeida Prado
*comtextolivre

COMO LIDAR COM O DESEJO INFINITO?


O desejo não é um impulso qualquer. É um motor que põe em marcha toda a vida psíquica. Ele goza da função de um princípio, traduzido pelo filósofo Ernst Bloch por princípio esperança.

Por sua natureza, não conhece limites, como já foi visto por Aristóteles e por Freud. A psiqué não deseja apenas isto ou aquilo. Ela deseja a totalidade. Não deseja a plenitude do homem, procura o super-homem, aquilo que ultrapassa infinitamente o humano, como afirmava Nietzsche. O desejo se apresenta infinito e confere o caráter de infinito ao humano.
O desejo torna dramática e, por vezes, trágica a existência. Mas também, quando realizado, provoca uma felicidade sem igual. Estamos sempre buscando o objeto adequado ao nosso desejo infinito. E não o encontramos no campo da experiência cotitidiana. Aqui somente encontramos finitos.
Produz grave desilusão quando o ser humano identifica uma realidade finita como sendo o objeto infinito buscado. Pode ser a pessoa amada, uma profissão sempre ansiada, a casa dos sonhos. Chega o momento que, geralmente, não tarda muito, de se perceber uma insatisfação de base e sentir o desejo por algo maior.
Como sair desse impasse, provocado pelo desejo infinito?
Borboletear de um objeto a outro, sem nunca encontrar repouso? Temos que nos colocar seriamente na busca do verdadeiro objeto de nosso desejo. Entrando in medias res, vou logo respondendo: este é o Ser e não o ente, é o Todo e não a parte, é Infinito e não o finito. Depois de muito peregrinar, o ser humano é levado a fazer a experiência do cor inquietum (coração inquieto) de  Santo Agostinho: Tarde te amei,  ó Beleza tão antiga e tão nova.Tarde de te amei.Meu coração inquieto não descansará enquanto não respousar em Ti. Só o Infinito Ser se adequa ao desejo infinito do ser humano e lhe permite descansar.
O desejo envolve energias vulcânicas poderosas. Como lidar com elas? Antes de mais nada, se trata de acolher, sem moralizar, esta condição desejante. As paixões puxam o ser humano para todos os lados. Algumas o atiram para a generosidade e outras para o egocentrismo. Integrar, sem recalcar tais energias, exige cuidado e não poucas renúncias.
A psiqué é convocada a construir uma síntese pessoal que é a busca do equilíbrio de todas as energias interiores. Nem fazer-se vítima da obsessão por uma determinada pulsão, como por exemplo, a sexualidade, nem recalcá-la como se fosse possível emascular-lhe o vigor. O que importa é integrá-la como expressão de afeto, de amor e de estética e mantê-la sob vigilância, pois temos a ver com uma energia vital não totalmente controlável pela razão, mas por vias simbólicas de sublimação e por outros propósitos humanísticos. Cada um deve aprender a renunciar no sentido de uma ascese que liberta de dependências e cria a liberdade interior,um dom dos mais apreciáveis.
Outra forma de lidar com o desejo infinito é pela precaução que nos previne das ciladas da própria vulnerabilidade humana. Não somos onipotentes, nem deuses, inatingíveis ao fracasso. Podemos mostrar-nos fracos e, por vezes, covardes. Mas podemos precaver-nos contra situações que nos poderão fazer cair e perder o Centro.
Talvez uma chave inspiradora nos seja oferecida por C.G.Jung com sua proposta de construir, ao largo da vida, um processo de individualização. Este possui uma dimensão holística: assume com destemor e humildade todas as pulsões, imagens, arquétipos, luzes e sombras. Ouve o rugir das feras que o habitam, mas também o canto do sabiá que o encanta. Como criar uma unidade interior cujo efeito seja o equilíbrio dos desejos, a vivência da liberdade e da alegria de viver?
C. G. Jung sugere que cada um procure criar um Centro forte, um Self unificador que tenha a função que o sol possui no sistema solar. Ele sateliza ao seu redor todos os planetas. Algo semelhante deve ocorrer com a psiqué: alimentar um Centro pessoal que tudo integre, com reflexão e com interiorização. E não em último lugar, com o cultivo do Sagrado e do Espiritual.  A religião, como instituição, não raro cerceia a vida espiritual por excesso de doutrinas e de normas morais demasiado rígidas. Mas religião como espiritualidade desempenha uma função fundamental no processo de individualização. Cabe a ela ligar e re-ligar a pessoa com seu Centro, com todas as coisas, com o universo, com a Fonte originária de todo o ser, dando-lhe um sentimento de pertença.
A falta da integração da energia do desejo se manifesta pela dilaceração das relações sociais, pela violência assassina praticada em escolas ou nas matanças de pessoas negras, pobres e homoafetivos.
Lidar com as forças do desejo implica, pois, uma preocupação pela sanidade social. Não se poderá passar ao lado da educação humanística, ética e cidadã que eduque o desejo. O grande obstáculo reside na lógica mesma do sistema imperante que exaspera o desejo de ter, descuidando dos valores civilizatórios, da gentileza, do bom trato e do respeito a cada pessoa. Ao contrário, os meios de comunicação de massa exaltam o desejo individual e a violência para resolver os conflitos humanos.
A globalização como fenômeno humano, nos obrigará a moderar os desejos pessoais em favor dos coletivos e assim tornar mais equilibrada e amigável a coexistência humana. Como desejamos tempos favoráveis!

Vamos fazer dinheiro ARGHHH


*Alice

Rafinha Bastos: o humor do coronel

Por Rosane Pavam, na CartaCapital:

Rafinha Bastos alcançou a unanimidade. Depois de proferir na bancada de Custe o Que Custar, dia 19, uma sequência de palavras sobre a gravidez da cantora Wanessa Camargo, “Eu comeria ela e o bebê, não tô nem aí”, todos já sabem que um dos mais destacados integrantes do programa televisivo não é um comediante. Ele exercitaria, em lugar disso, a grosseria simples ou, por muita consideração, um humor bunga-bunga, inspirado no temperamento dos sultões. Talvez, ainda, para inseri-lo na história brasileira, agiria como um latifundiário diante do martírio sexual das escravas negras. E como alguém riria disso, a não ser os próprios coronéis e seus simpatizantes?

Só a polícia para acabar com crime organizado

"Corinthians usa tática do crime organizado"
As críticas em relação à falta de transparência das obras do Itaquerão, o futuro estádio do Corinthians, colocaram o ex-secretário nacional de Justiça Romeu Tuma Júnior em clima de guerra com a torcida alvinegra.
Conselheiro do clube, ele diz temer por sua integridade física após ler uma declaração atribuída ao presidente Andres Sanchez, segundo quem Tuma Júnior terá de “se explicar” para a torcida caso as obras do estádio sejam prejudicadas (ou interrompidas).
O delegado, ligado ao grupo rival de Sanchez no Corinthians, tem pressionado o cartola a abrir as contas sobre as obras e divulgar os números na internet. O orçamento do projeto é estimado em 1 bilhão de reais.
De acordo com uma nota publicada no Painel FC, da Folha de S.Paulo, Sanchez está irritando com as críticas de Tuma Jr. – e do também conselheiro Carlos Senger – sobre o Itaquerão. “Ninguém sabe de onde vem o dinheiro”, disse Tuma Jr. a CartaCapital. Diante da pressão, Sanchez chegou a cogitar a possibilidade de parar a obra para que fosse feita uma auditoria, segundo a nota. A ideia seria jogar o conselheiro contra a torcida corintiana.
“Minha preocupação agora é não morrer. A gente que estudou o crime organizado sabe como isso acontece. É a mesma tática”, declarou.

Com Carta Capital

A TV rejeita o cinema brasileiro


Saudades do cinema nacional de qualidade


Outras Palavras


Um estudo revela: menos de 15% dos filmes exibidos pelas emissoras brasileiras são nacionais. Porcentagem cai a 10% na Globo e só é relevante na TV Brasil e TV Cultura-SP
*Cappacete

EUA BOICOTARAM E BOICOTAM O PROGRAMA ESPACIAL BRASILEIRO

VLS, feito no CTA (SP), pronto para lançamento em Alcântara (MA)
EUA BOICOTARAM O PROGRAMA ESPACIAL DO BRASIL NOS ANOS 90
Telegramas sigilosos divulgados pela ‘Folha’ revelam pressão americana sobre projeto brasileiro de foguetes. Ações dos EUA, como proibição de venda de tecnologia espacial ao Brasil, atrasaram projetos do país na área.
Por Rubens Valente, João Carlos Magalhães E Fernanda Odilla, da “Folha”
Telegramas confidenciais do Itamaraty revelam que os EUA promoveram embargo e "abortaram" a venda, por outros países, de tecnologia considerada essencial para o programa espacial brasileiro na década de 1990 [não mudaram de atitude até hoje].
Em um dos telegramas, o Itamaraty associou a ação norte-americana a um atraso de quatro anos na produção e lançamento de satélites.
O projeto ‘Folha Transparência’ divulga em seu site, a partir de domingo [9], 101 telegramas confidenciais inéditos da diplomacia brasileira, que tratam dos programas brasileiros espacial e nuclear.
A pressão norte-americana sobre o projeto espacial já foi ressaltada por especialistas brasileiros ao longo dos anos, e um telegrama do ‘Wikileaks’ divulgado em 2010 indica que ela ainda ocorria em 2009. Os documentos agora liberados permitem compreender a origem e o alcance do embargo, assim como a enérgica reação do Brasil.
Em despacho telegráfico de agosto de 1990, o Itamaraty afirmou que a ação norte-americana começara três anos antes, por meio de "embargos de venda de materiais", impostas pelos países signatários do RCTM (Regime de Controle de Tecnologia de Mísseis) -um esforço ‘voluntário’ entre países, de 1987, para coibir o uso de artefatos nucleares em mísseis [pretexto falso e hipócrita, que não vale para as grandes potências e Israel].
O Itamaraty incluiu o bloqueio dos EUA como um dos motivos para o atraso na entrega do VLS (Veículo Lançador de Satélites), que deveria estar pronto em 1989. O primeiro teste de voo foi em 1997.
Além do VLS, o programa espacial previa a construção de quatro satélites, dois para coleta de dados e dois para sensoriamento remoto.
O Brasil só aderiu ao acordo em 1995 [de nada adiantou; os embargos se intensificaram]. Os telegramas revelam que, um ano depois, o diretor do CTA (Centro Técnico Aeroespacial) da Aeronáutica, Reginaldo dos Santos, atual reitor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), informou ao Itamaraty que os EUA negaram o pedido para importar [simples e comuns] transmissores para uso em foguetes brasileiros.
O Itamaraty orientou seu embaixador em Washington, Paulo Tarso Flecha de Lima, a manifestar "estranheza e preocupação" ao governo dos EUA. A medida dos EUA só foi revista meses depois.
José Israel Vargas, ministro da Ciência e Tecnologia entre 1992 e 1998, confirmou à ‘Folha’ as gestões dos EUA para prejudicar o programa espacial brasileiro.
"Houve sim pressão americana contra qualquer desenvolvimento de foguetes, contra nós e todo mundo [que o fizesse; exceto Israel]." Segundo ele, países avançados na área, que ajudavam outros a criar seus programas espaciais, como a França fez com o Brasil, também eram pressionados.
A Embaixada dos EUA em Brasília, quando procurada em agosto pela ‘Folha’, não comentou os telegramas do Itamaraty, mas elogiou a divulgação dos documentos.”
[COMPLEMENTAÇÃO DESTE BLOG ‘democracia&política’:
Pesquisando esse assunto na internet, compilei trechos de vários links e consolidei-os no seguinte texto, que creio complementar a reportagem da ‘Folha’:
A POSIÇÃO NORTE-AMERICANA CONTRA PROJETOS ESPACIAIS BRASILEIROS
“No final dos anos 80 e na década de 90, a crescente e forte pressão do exterior, especialmente dos EUA, contra projetos espaciais do Centro Técnico Aeroespacial (DCTA/FAB] era fato concreto, claro, documentado.
Os Estados Unidos, por diversos meios, já haviam explicitado, escrito, assinado e carimbado que não aprovavam o desenvolvimento espacial brasileiro quanto a foguetes de sondagem científicos e a lançadores de satélites. Documentos formais do Departamento de Estado daquele país isso claramente manifestavam. Até mesmo, aqueles que nos foram enviados justificando como “razões de Segurança Nacional” [sic] deles as suas negações aos pedidos do CTA de importação de rudimentares e inofensivos componentes de uso comum, “de prateleira”, que o CTA pretendia aplicar em produto espacial.
Quando esses itens eram conseguidos pelo CTA, correta e oficialmente, em outros países, alguns políticos brasileiros da base do governo demotucano, bem como a americanófila “grande” imprensa diziam, errada, acusativa e pejorativamente, e em estranha coincidência com a posição norte-americana, que a Aeronáutica estava “comprando no mercado negro”.
Pelo menos, os EUA não colocavam semelhantes obstáculos para o desenvolvimento brasileiro de satélites pelo INPE. Quiçá, porque já soubessem que ganhariam muito dinheiro com a colocação em órbita daqueles pequenos, simples e inofensivos satélites destinados à coleta de dados ambientais (SCD), cujos lançamentos certamente seriam comprados pelo Brasil (AEB) no exterior, na ausência do embargado VLS. Realmente, os EUA vieram a ganhar, e muito, no lançamento deles.
A suspeita de haver ações dos EUA, lícitas e ilícitas, contrárias aos nossos projetos de veículos espaciais fora reforçada, nos anos 80, por outro fato. Fora contratada pelo CTA uma empresa norte-americana para efetuar tratamento térmico em tubos-envelopes dos motores do primeiro estágio do foguete de sondagem científico suborbital Sonda IV. Aqueles tubos tinham sete metros de comprimento por um metro de diâmetro (idênticos aos dos seis motores, de três dos quatro estágios do VLS).
Motor do Sonda IV e do VLS (que utiliza 6 deles)
Eram feitos com inovador aço especial de ultra-alta-resistência desenvolvido pelo CTA/FAB com apoio de indústria nacional. Aço que veio a ser comercializado pela empresa brasileira que participara do desenvolvimento. Foi exportado até para os EUA fazerem trens de pouso dos aviões Boeing.
Após árduas gestões, que consumiram muitos meses, o governo dos EUA finalmente autorizou o embarque dos tubos do Sonda IV para aquele país. O tratamento térmico foi realizado e pago, mas o governo norte-americano não permitiu a restituição ao Brasil. Novamente, difíceis negociações, inclusive diplomáticas. Outros longos meses foram consumidos até a devolução.
Recebidos e testados em laboratório pelo CTA, foram descobertos defeitos primários, nos serviços feitos nos EUA no metal de relativamente muito fina espessura, que causariam explosão quando se lançasse os foguetes. Então, com o intelecto e os recursos do CTA/FAB, foi capacitada tecnológica e industrialmente uma empresa nacional para não mais dependermos dos EUA naqueles serviços. Foi projetado e construído o maior e mais moderno forno vertical do hemisfério sul para tratamento térmico em metais em atmosfera controlada.
Aquele imprevisto e outros injustificáveis embargos dos EUA retardaram o programa espacial brasileiro completo (satélite-lançador-centro) em muitos anos. Infelizmente, por culpa nossa, ocorreu posteriormente outra oportunidade perdida pelo Brasil: por falta de demanda (por restrição quase total de recursos para a área espacial nos dois governos FHC/PSDB/DEM, o estratégico e avançado forno teve que ser desativado)].
FONTE: reportagem de Rubens Valente, João Carlos Magalhães e Fernanda Odilla da Folha de São Paulo  (http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po0910201114.htm) [imagens obtidas no Google e complentação final, entre colchetes, acrescentadas por este blog ‘democracia&política].