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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 21, 2011

STF garante a José Agripino Maia seu BMW-2012 com IPI reduzido

Apesar de serem pagos com salários dos trabalhadores brasileiros para defender os interesses nacionais, o parlamentares do DEMos fizeram o papel de advogados de defesa dos interesses das montadoras de automóveis fabricados no exterior.

O DEMos ingressou no STF (Supremo Tribunal Federal) com uma ação contra o aumento do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) para carros importados, determinado pelo governo Dilma.

Não deveriam ser os advogados das montadoras estrangeiras a fazer isso, em vez de parlamentares quinta-coluna?

A medida tomada pelo governo foi para enfrentar a concorrência desleal estrangeira, garantindo empregos para metalúrgicos da indústria automobilística e de auto-peças nacionais.

Segundo o STF, a Constituição prevê que o aumento só pode entrar em vigor após 90 dias da edição do decreto.

Porém, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, alegou que o tributo é regulatório e, conforme o Decreto-Lei 1.191/1971, o IPI pode ser aumentado em até 30% para produtos específicos, quando é preciso corrigir distorções. O STF não acatou, por hora.

De janeiro a agosto deste ano, a balança comercial do setor automotivo atingiu um déficit de R$ 3 bilhões, devido à guerra cambial, o que justifica o aumento do IPI, conforme diz Adams.

Com a suspensão, o senador José Agripino Maia (DEMos/RN) conseguiu o IPI reduzido, se trocar seu BMW modelo 645 Cabrio no valor de R$ 300 mil, e mais um Mercedes CL 500 no valor de R$ 330 mil... ou...

.... Quem sabe, nem seja só o IPI mais baixo que ele ganha. Com os milhões que as fábricas no exterior ganharão, não é nada dar um possante importado zero Km de papai noel para o Agripino, Demóstenes, ACM Neto.

Leia também:
- DEMos entram na Justiça contra mais empregos no Brasil, e defendem seus carrões importados
*osamigosdopresidentelula

Globo e Ricardo Teixeira perdem o sono: Blatter quer quebrar sigilo dos subornos

O presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou nos bastidores paraTVs da Inglaterra que pensa em tornar público o caso judicial que trata do julgamento de propinas pagas a cartolas ligadas à Fifa, entre eles Ricardo Teixeira, presidente da CBF.

A investigação foi deflagrada em 2001, a partir do pagamento pela TV Globo do sinal de U$ 60 milhões pelos direitos de transmissão da Copa-2002. A empresa ISL que representava a FIFA nestas negociações, havia desviado esse dinheiro para o paraíso fiscal de Liechtenstein (confira aqui).

Neste paraíso fiscal, Ricardo Teixeira teria recebido cerca de US$ 9,5 milhões por meio de uma empresa de fachada chamada Sanud, segundo reportagens investigativas da TV BBC britânica e TV Record.

Na segunda-feira, a Polícia Federal confirmou a abertura de um novo inquérito sobre estas transações envolvendo Teixeira.

Clima tenso

Na cerimônia da FIFA desta quinta-feira, que anunciou os calendários da Copa do Mundo de 2014 e também da Copa das Confederações, em Zurique, na Suíça, o clima era pesado entre Blatter e Teixeira. (Com informações da BBC Brasil).

Leia também:
Plim-Plim! PF abre inquérito contra Ricardo Teixeira. Assunto: suborno pelos direitos de TV na Copa
*osamigosdopresidentelula

Os 10 minutos do PCdoB para se defender do massacre dos chacais da mídia



No programa o o PCdoB reafirma que é um partido de luta, e foi à luta.

O programa ocuparia todo o tempo mostrando a experiência do PCdoB na gestão de cidades mais humanas. Foi obrigado a mudar para incluir a defesa do partido e de seu ministro contra os recentes ataques desonestos perpetrados pelos barões da imprensa.

“O partido tem se preocupado, dentro de suas condições, em explicar à opinião pública o que está acontecendo e vamos fazer isso na TV”, afirma Renato Rabelo, presidente nacional do partido.

O programa não só defende o ministro, como coloca Orlando Silva como um dos principais oradores, fechado o programa, reafirmando que vai às últimas consequências para restabelecer a verdade é acusado por criminosos porque não aceitou chantagens e exigiu reaver o dinheiro público que devia ser aplicado em esporte para crianças e adolescentes e foi desviado.
*osamigosdopresidentelula

Charge do Dia

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Kadafi e os gangsters imperialistas

Carta Maior: Kadafi foi assassinado para que não fosse levado a nenhum tribunal, onde poderia contar tudo o que sabia sobre as relações entre seu governo e a CIA, o governo e os serviços de inteligência britânicos, Sarkozy e seus “barbudos”, Berlusconi e a máfia, e poderia também lembrar quem são Jibril e Jalil, principais líderes atuais do Conselho Nacional de Transição e, até bem pouco tempo, seus fieis agentes e servidores. O artigo é de Guillermo Almeyra.

 

Chega de sangue

Via Jornal do Brasil
Mauro Santayana




Diante da imagem de Kadafi trucidado, e dos aplausos de Mrs. Clinton e de dirigentes franceses, ao ver o homem seminu e ensanguentado, recorro a um testemunho indireto de Henri Beyle — o grande Stendhal, autor de Le rouge e le noir  — de um episódio de seu tempo. Beyle foi oficial de cavalaria e secretariou Napoleão por algum tempo. Em 1816, em Milão, Beyle ficou conhecendo dois viajantes  ingleses, o poeta Lord Byron e o jovem deputado whig John Hobhouse. Coube a Hobhouse relatar o encontro, no qual Beyle impressionou a todos os circunstantes, narrando fatos da vida de Napoleão. São vários, mas o que nos interessa ocorreu logo depois da volta do general a Paris, em seguida à derrota em Moscou.
Durante uma reunião do Conselho de Estado, da qual Beyle foi o relator, descobriu-se que Talleyrand havia escrito três cartas a Luís de Bourbon, que restauraria, dois anos mais tarde, o trono. As cartas, que se iniciavam com o reconhecimento de vassalagem, no uso do pronome “Sire”, revelavam que o bispo já conspirava contra o imperador. Os membros do Conselho decidiram que Talleyrand devia ser castigado com rigor —  ou seja, condenado à morte. Só um homem, e com a autoridade de “arquichanceler” do Império, Cambacérès, se opôs, com voz firme: Comment? toujours de sang? Napoleão, que estava deprimido e com as cenas de seus soldados mortos no campo de batalha, ficou em silêncio.
Iniciamos este novo milênio com muito sangue e a promessa de novas carnificinas
O sangue que se verteu no século passado devia ter bastado, mas não bastou. Iniciamos este novo milênio com muito sangue e a promessa de novas carnificinas. O cinismo dos que exultam agora com a morte de Kadafi, ao que tudo indica linchado pelos seus inimigos após a captura, dá engulhos aos homens justos. Os que levaram a ONU a aprovar os bombardeios brutais da Otan contra a população líbia haviam sido, até pouco tempo antes, parceiros do coronel na exploração de seu petróleo, indiferentes a que houvesse ou não liberdade naquele país.
Mas Kadafi não era apenas o ditador megalômano, que vivia no luxo de seus palácios e que promovia festas suntuosas para o jet-set internacional. Ele fizera radical redistribuição de renda em seu país, mediante uma política social exemplar, com a criação de universidades gratuitas, a construção de hospitais modernos e assistência à saúde universal e gratuita. Quanto à repressão, ele não foi muito diferente da Arábia Saudita e de outros governos da região, e foi muito menos obscurantista para com as mulheres do que os sauditas.
Apesar das cenas horripilantes de Sirte, que fazem lembrar as de Saddam Hussein aprisionado e, mais tarde, enforcado, além das usuais que chegam da África, há sinais de que os homens começam a sentir nojo de tanto sangue. É alentador, apesar de tudo, que o governo de Israel tenha aceitado acordo com os palestinos, para a troca de prisioneiros. É também alentador que os bascos hajam renunciado à luta armada e preferido o combate político em busca de sua independência. E é bom ver as multidões reunidas, em paz, em todos os países do mundo, contra os ladrões do sistema financeiro internacional — não obstante a violência, de iniciativa de agentes provocadores, como ocorreu em Roma, e a costumeira brutalidade policial, na Grécia, na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos.
Há os que sentem a volúpia do cheiro de sangue, associado à voracidade do saque
Há, sem dúvida, os que sentem a volúpia do cheiro de sangue, associado à voracidade do saque. A reação atual dos povos provavelmente interrompa essa ânsia predadora das elites europeias e norte-americanas — exasperadas pela maior crise econômica dos últimos oitenta anos e ávidas de garantir-se o suprimento de energia de que necessitam e a preços aviltados.
É preciso estancar a sangueira. O fato de que sempre tenha havido guerras não significa que devemos aceitá-las entre as nações e entre facções políticas internas. Como mostra a História, o recurso às armas tem sido iniciativa dos mais fortes, e diante dele só cabe a resistência, com todos os sacrifícios.
No fundo das disputas há sempre os grandes interesses econômicos, que se nutrem do trabalho semiescravo dos povos periféricos, como se nutriram grandes firmas alemãs, ao usar judeus, eslavos e comunistas, como escravos, em aliança com Hitler.
A frase é um lugar-comum, mas só o óbvio é portador da razão: os que trabalham e sofrem só querem a paz, para que usufruam da vida com seus amigos, seus vizinhos, suas famílias.
O odor do sangue é semelhante ao odor do dinheiro, e excita os assassinos para que trucidem e se rejubilem com a morte — como se rejubilaram ontem, diante do corpo humilhado de Kadafi, a secretária de Estado dos Estados Unidos e os arrogantes franceses. Há três dias, em Trípoli, a senhora Clinton disse a estudantes líbios que esperava que Kadafi fosse logo capturado ou morto. Nem Condoleeza Rice, nem Madeleine Albright seriam capazes de tamanho desprezo pelos direitos de qualquer homem a um julgamento justo. Esse direito lhe foi negado pelas hordas excitadas por Washington e Paris, com a cumplicidade das Nações Unidas — e garantidas pelas armas da Otan.
Não que Kadafi tenha sido santo: era um homem insano, e tão insano que acreditou, realmente, que os americanos, italianos e franceses, quando o lisonjeavam, estavam sendo sinceros.

 

Khadafi morreu combatendo com dignidade e coerência

Essa atitude não surpreende, mas o seu efeito é oposto ao pretendido: o imperialismo exibe para a humanidade o seu rosto medonho.
Miguel Urbano Rodrigues

A agressão ao povo da Líbia, concebida e montada com muita antecedência, levada adiante com a cumplicidade do Conselho de Segurança da ONU e executada militarmente pelos EUA, a França e a Grã-Bretanha deixará na Historia a memoria de uma das mais abjectas guerras neocoloniais do inicio do século XXI. Mas, tal como fez surgir uma verdadeira resistência, fez emergir um Khadafi que recuperou a dignidade e morreu com honra.
A foto divulgada pelos contra-revolucionários do CNT elimina dúvidas: Muamar Khadafi morreu em Sirte.
Notícias contraditórias sobre as circunstâncias da sua morte correm o mundo, semeando confusão. Mas das próprias declarações daqueles que exibem o cadáver do líder líbio transparece uma evidência: Khadafi foi assassinado.
No momento em que escrevo, a Resistência líbia ainda não tornou pública uma nota sobre o combate final de Khadafi. Mas desde já se pode afirmar que caiu lutando.
Os media a serviço do imperialismo principiaram imediatamente a transformar o acontecimento numa vitória da democracia, e os governantes dos EUA e da União Europeia e a intelectualidade neoliberal festejam o crime, derramando insultos sobre o último chefe de Estado legitimo da Líbia.
Essa atitude não surpreende, mas o seu efeito é oposto ao pretendido: o imperialismo exibe para a humanidade o seu rosto medonho.
A agressão ao povo da Líbia, concebida e montada com muita antecedência, levada adiante com a cumplicidade do Conselho de Segurança da ONU e executada militarmente pelos EUA, a França e a Grã-Bretanha deixará na Historia a memoria de uma das mais abjectas guerras neocoloniais do inicio do século XXI.
Quando a NATO começou a bombardear as cidades e aldeias da Líbia, violando a Resolução aprovada sobre a chamada Zona de Exclusão aérea, Obama, Sarkozy e Cameron afirmaram que a guerra, mascarada de «intervenção humanitária», terminaria dentro de poucos dias. Mas a destruição do país e a matança de civis durou mais de sete meses.
Os senhores do capital foram desmentidos pela Resistência do povo da Líbia. Os «rebeldes», de Benghazi, treinados e armados por oficiais europeus e pela CIA, pela Mossad e pelos serviços secretos britânicos e franceses fugiam em debandada, como coelhos, sempre que enfrentavam aqueles que defendiam a Líbia da agressão estrangeira.
Foram os devastadores bombardeamentos da NATO que lhes permitiram entrar nas cidades que haviam sido incapazes de tomar. Mas, ocupada Tripoli, foram durante semanas derrotados em Bani Walid e Sirte, baluartes da Resistência.
Nesta hora em que o imperialismo discute já, com gula, a partilha do petróleo e do gás libios, é para Muamar Khadafi e não para os responsáveis pela sua morte que se dirige em todo o mundo o respeito de milhões de homens e mulheres que acreditam nos valores e princípios invocados, mas violados, pelos seus assassinos.
Khadafi afirmou desde o primeiro dia da agressão que resistiria e lutaria com o seu povo ate à morte.
Honrou a palavra empenhada. Caiu combatendo.
Que imagem dele ficará na Historia? Uma resposta breve à pergunta é hoje desaconselhável, precisamente porque Muamar Khadafi foi como homem e estadista uma personalidade complexa, cuja vida reflectiu as suas contradições.
Três Khadafis diferentes, quase incompatíveis, são identificáveis nos 42 anos em que dirigiu com mão de ferro a Líbia.
O jovem oficial que em 1969 derrubou a corrupta monarquia Senussita, inventada pelos ingleses, agiu durante anos como um revolucionário. Transformou uma sociedade tribal paupérrima, onde o analfabetismo superava os 90% e os recursos naturais estavam nas mãos de transnacionais americanas e britânicas, num dos países mais ricos do mundo muçulmano. Mas das monarquias do Golfo se diferenciou por uma política progressista. Nacionalizou os hidrocarbonetos, erradicou praticamente o analfabetismo, construiu universidades e hospitais; proporcionou habitação condigna aos trabalhadores e camponeses e recuperou para uma agricultura moderna milhões de hectares do deserto graças à captação de águas subterrâneas.
Essas conquistas valeram-lhe uma grande popularidade e a adesão da maioria dos líbios. Mas não foram acompanhadas de medidas que abrissem a porta à participação popular. O regime tornou-se, pelo contrário, cada vez mais autocrático. Exercendo um poder absoluto, o líder distanciou-se progressivamente nos últimos anos da política de independência que levara os EUA a incluir a Líbia na lista negra dos estados a abater porque não se submetiam. Bombardeada Tripoli numa agressão imperial, o país foi atingido por duras sanções e qualificado de «estado terrorista».
Numa estranha metamorfose surgiu então um segundo Khadafi. Negociou o levantamento das sanções, privatizou empresas, abriu sectores da economia ao imperialismo. Passou então a ser recebido como um amigo nas capitais europeias. Berlusconi, Blair, Sarkozy, Obama, Sócrates receberam-no com abraços hipócritas e muitos assinaram acordos milionários, enquanto ele multiplicava as excentricidades, acampando na sua tenda em capitais europeias.
Na última metamorfose emergiu com a agressão imperial o Khadafi que recuperou a dignidade.
Li algures que ele admirava Salvador Allende e desprezava os dirigentes que nas horas decisivas capitulam e fogem para o exílio.
Qualquer paralelo entre ele e Allende seria descabido. Mas tal como o presidente da Unidade Popular chilena, Khadafi, coerente com o compromisso assumido, morreu combatendo. Com coragem e dignidade.
Independentemente do julgamento futuro da Historia, Muamar Khadafi será pelo tempo afora recordado como um herói pelos líbios que amam a independência e liberdade. E também por muitos milhões de muçulmanos.
A Resistência, aliás, prossegue, estimulada pelo seu exemplo.
VN de GAIA, no dia da morte de Muamar Khadafi

ISRAEL A UM PASSO DA GUERRA

Bomba sionista
Para os israelenses seu principal problema é a segurança. Consideram que, sendo cercados por países árabes inimigos, terão de ter forças armadas muito superiores para desestimular qualquer ataque movido por seus vizinhos.
A idéia de conceder a independência aos palestinos, que traria paz com os povos islâmicos, não está nos planos do atual governo de extrema-direita, que já deu suficientes demonstrações que pretende exatamente o contrário: aumentar seu território, através da ocupação sistemática de áreas da Cisjordânia árabe por colonos judeus.
Mesmo aquela parte da população contrária a essa política, que deseja resolver o problema palestino, concorda que sem a supremacia militar no Oriente Médio, Israel tem sua sobrevivência ameaçada.
Por isso, toda a sociedade israelense encontra-se preocupada com a possibilidade do Irã, cujo presidente prometeu riscar Israel do mapa, vir a possuir armas nucleares.
Esta preocupação agravou-se agora quando circulam fontes que garantem estar o governo de Teerã próximo de produzir suas primeiras bombas nucleares. É fato sabido que generais e membros do governo tem se reunido nas últimas semanas para discutir a possibilidade de bombardear as instalações nucleares iranianas.
Particularmente, o governo Nethanyau vê com péssimos olhos a mudança recente na atitude do Irã diante do chamado P5 + 1 (China, Rússia, EUA, França, Inglaterra e Alemanha), as potências encarregadas de impedir a produção de bombas iranianas.
De repente, o presidente Ahmaninejad passou a demonstrar a maior boa vontade para atender às exigências do P5+1.
Em setembro, ele declarou ao Washington Post que o Irã interromperia sua produção de urânio enriquecido a 20% se as potências estrangeiras fornecessem o combustível necessário para o reator de pesquisa de Teerã, que fabrica isótopos médicos para atender a 850 mil iranianos.
Em fins do mês passado, Saeed Jalili ,chefe dos negociadores nucleares enviou carta a lady Aashton, chefe de Política Externa da Comunidade Européia, pedindo reuniões com os P5+1 para resolver de uma vez o problema
O Ministro das Relações Exteriores, Ali Akbar Salehi, em entrevista ao Ásia Times, informou que o “Irã está preparado para fazer os esforços necessários para restaurar a confiança mútua.Precisamos procurar propostas inovadoras.”
Por fim, Fereydoun Abbasi,chefe da Organização Atômica do Irã, convidou Yukiya Amano, Secretário-Geral da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) para inspecionar as instalações nucleares do Irã. Todas elas, sem exceção. Antes proibiam a vistoria de algumas, para evitar que fossem alvo de espionagem.
Nethanyau teme que as potências do P5+1 cheguem a um acordo com o Irã, permitindo que esse país continue enriquecendo urânio com fins civis. Ele acha que os iranianos aproveitarão a trégua para, em segredo, tocar em frente seu programa de armas nucleares. E que, no fim, um Irã nuclear acabe aceito por todos. Com isso, Israel deixaria de ser a única potência detentora de bombas atômicas no Oriente Médio, correndo o risco de ser atacada por um país, cujo presidente já o ameaçara de destruição. É verdade que Ahmadinejad cansou-se de explicar que falara em sentido figurado, pretendera dizer que a História acabaria transformando Israel – hoje um país racista sionista – num país multi racial.
Embora essa explicação jamais tenha sido aceita, a verdade é que a idéia de bombardear o Irã encontra sérios obstáculos.
Falando à imprensa israelense, Meir Dagan, que dirigiu o Mossad por 8 anos até 2010, foi peremptório: ”É a coisa mais estúpida que eu já ouvi!” Dagan sustenta que, caso Israel atacasse instalações nucleares inimigas, o Irã responderia com uma chuva de mísseis, secundados por mísseis do Hisbolá, do Hamas e possivelmente da Síria, o que causaria grandes destruições e muitas mortes.
Sacrifício inútil, segundo Dagan. Ele alega que o programa nuclear iraniano está muito atrasado, só poderia gerar uma bomba depois de 2015. E, os países aliados, através de sanções, proibindo a exportação de materiais necessários ao programa iraniano poderão retardar esse prazo muito mais.
Fontes confiáveis confirmam que esse atraso é real. Vários fatores seriam responsáveis por ele.
Desde 2007, 4 cientistas nucleares iranianos foram misteriosamente assassinados, sendo que um quinto escapou por pouco de atentado a bomba. O Irã acusou os EUA, que prontamente negaram, e Israel, cujo Ministro da Defesa, ao ser inquirido pelo Der Spiegel, sorriu e disse que não responderia...
Através de um cyber-attack de origem não identificada (mas presumida), um vírus especial, o Stuxnet danificou seriamente as centrífugas de Natanz.
David Albright, inspetor de armamentos do Instituto de Ciência e Segurança Internacional (ISIS) das Nações Unidas, lembrou outro fator: as sanções das Nações Unidas e dos EUA bloquearam o fluxo de materiais vitais ao programa nuclear iraniano. “O Irã”, disse ele,”provavelmente não pode construir mais de um número limitado de centrífugas de primeira geração. Algumas partes delas exigem aço de alta tecnologia que o Irã não tem condições de produzir mais do que já tem. Em consequencia, o enriquecimento em Natanz está, na verdade, caindo”. E Albright concluiu, informando que as centrífugas originais IR-1 estão ficando velhas e vencidas e o Irã precisaria de mais 1.000 como elas para produzir a mesma quantidade de urânio enriquecido um ano atrás.”
Em outras palavras: obstáculos de superação extremamente difícil.
De qualquer maneira, o bombardeio do Irã teria de encarar grandes dificuldades. Os alvos estão a uma distância excessiva – 1.700 km – o limite máximo de alcance dos aviões táticos israelenses. O que exigiria reabastecimento em vôo, dependendo de aviões americanos. É necessário levar em conta também os problemas diplomáticos decorrentes, pois os planos de vôo teriam de envolver passagem pelo espaço aéreo da Arábia Saudita, Iraque ou Turquia. Seria quase impossível obter permissão desses países.
No entanto, para as autoridades israelenses a questão principal é a possibilidade de conseguir, se não o apoio, pelo menos, o nihil obstat dos EUA.
Em princípio, já se sabe: Obama não quer o bombardeio do Irã porque isso significaria guerra. Os EUA, mergulhados numa devastadora crise econômica, não teriam recursos para entrar em uma terceira guerra, em defesa tanto de Israel, quanto do fluxo de petróleo do Golfo Pérsico, essencial ao país. Isso se a guerra não se estendesse à Arábia Saudita e aos demais países aliados do Golfo, o que também exigira proteção militar americana.
Apesar de ser contrário ao bombardeio das instalações nucleares construídas profundamente no sub-solo, Obama acaba de facilitá-lo. Ele forneceu 50 moderníssimas bombas estratégicas americanas, capazes de penetrar fundo e destruir as mais poderosas barreiras de concreto. Era um pedido que vinha dos tempos do governo Bush, que hesitou em atendê-lo, pois sabia qual o uso a que seriam destinadas. Talvez por fraqueza Obama cedeu.
Mas, logo a seguir, mandou a Israel, Leon Panetta, o Secretário de Defesa, com ordens de acalmar os ânimos.
Segundo Amos Harel, no jornal israelense Haaretz, Panetta levou a seguinte mensagem: “os EUA apóiam Israel, mas um ataque descoordenado israelense ao Irã poderia detonar uma guerra regional. Os EUA defenderão Israel, mas Israel deve comportar-se de maneira responsável. Os EUA estão muito preocupados e nós trabalharemos juntos para fazer o que for necessário para evitar que o Irã represente uma ameaça para a região”. E Panetta teria repetido a palavra “juntos” várias vezes.
Diz Amos Hartel, que aliás, é um dos mais respeitados jornalistas políticos israelenses, que Panetta deixou claro: Israel não deveria agir sem o sinal verde dos EUA.
Estaria Nethanyau disposto a obedecer?
Acredito que não. Ele já teve muitas provas da fraqueza de Obama. Sabe que, a um ano da eleição, o Presidente americano não se arriscará a perder o dinheiro e o voto dos judeus americanos, deixando Israel na mão.
A favor do ataque está o fato de que como a Síria, o Hisbolá e o Hamas viriam em defesa do Irã, Israel, aliado aos EUA, teria grandes chances de destruir de uma vez todos os seus principais inimigos.
É claro, as perdas israelenses também seriam consideráveis. E a guerra só se justificaria para evitar um mal que Nethanyau reputa maior: a nuclearização do Irã. A qual, para ele, seria inevitável caso os países do P+5 negociassem um acordo com o governo Ahmadinejad para garantir o caráter civil do programa nuclear iraniano.
A hipótese de acordo com o Irã me parece pouco viável. Para firmá-lo, Obama teria de vencer os lobbies pró Israel dos EUA, o Congresso e seu próprio partido, que seguem fielmente as orientações de Telaviv.
Embora a Constituição dos EUA atribua ao Presidente a responsabilidade pela política externa, Obama não iria pela primeira vez enfrentar forças às quais até agora sempre se dobrou. Não irá fazer as pazes com o governo de Teerã. Seus fiéis aliados europeus, como sempre, dirão amem. A Rússia e a China ficarão falando sozinhas.
Mesmo com o programa nuclear iraniano pelo menos temporariamente comprometido, mesmo com mínimas possibilidades das potências ocidentais acertarem os ponteiros com o Irã, as possibilidades de guerra ainda persistem.
Nethanyau teria concordado com seus falcões em fixar um prazo para o Irã pedir água e renunciar ao programa nuclear. Venceria antes do inverno, quando começa um tempo pouco propício para ataques aéreos.
Pode ser verdade. Do comportamento irresponsável e agressivo do premier israelense, é lícito se esperar tudo.

Degelo do Ártico pode ser quatro vezes maior

Por redação, com agências internacionais - de Massachusetts
O mar congelado do Ártico está em permanente movimento, seguindo as correntes
Cientistas norte-americanos e franceses acreditam que o IPCC, o painel do clima das Nações Unidas, errou em suas previsões sobre o degelo do Ártico. E errou para baixo, pois o derretimento observado é quatro vezes maior do que apontam os modelos.
Com base em dados de modelagem com observações de satélites, navios e submarinos, os pesquisadores estimam que o mar congelado que recobre o oceano Ártico está afinando a uma taxa de 16% por década. Já, os modelos que alimentaram o relatório do IPCC, publicado em 2007, estimam essa taxa em 4%.
De acordo com os pesquisadores, que publicaram seus dados no Journal of Geophysical Research, os modelos climáticos que estimaram um polo norte sem gelo no verão em 2100 estão atrasados 40 anos em relação às observações.
O papel da chamada “amplificação ártica”, como é conhecido o efeito de aumento da temperatura devido à perda do gelo marinho e à maior absorção de radiação solar pelo oceano, provavelmente também foi subestimado.
Isso porque os modelos não conseguiram reproduzir o aumento de velocidade que ocorre quando o gelo fica mais fino.
O mar congelado do Ártico está em permanente movimento, seguindo as correntes. Todo verão, elas empurram enormes quantidades de gelo para fora do oceano Ártico, pelo chamado estreito de Fram, entre a Groenlândia e o arquipélago norueguês de Svalbard, diminuindo a área do mar congelado.
Com a água mais quente, as placas de gelo ficam mais finas e se rompem mais, aumentando a velocidade de “exportação” do gelo e, assim, ampliando a redução de área da banquisa.
*CorreiodoBrasil

quinta-feira, outubro 20, 2011

Folha de S. Paulo é condenada 13 anos depois de cometer crime

RETRATAÇÃO PÚBLICA: Folha foi responsabilizada por danos morais e materiais

Há treze anos a Folha me entrevistou para saber mais sobre a criação da Liga Paulistana de Basquetebol. Eu, Nelson Luiz Conegundes de Souza, fui taxado por este jornal em ser o principal mentor de liga pirata de basquetebol, que tinha como objetivo "fisgar clubes", segundo a reportagem publicada em 19 de março de 1998.

Na época, eu exercia a função de técnico de basquetebol da "AABB-SP (Associação Atlética Banco do Brasil)". No dia seguinte a publicação da matéria, a AABB me demitiu. Certamente porque nem a AABB-SP, nem ninguém, queria associar seu nome ao mentor de algo Pirata (ilegal, criminoso).
Fiquei impossibilitado de me recolocar imediatamente no mercado de trabalho em razão da imagem negativa gerada pela matéria em questão.

Além dos danos materiais causados pela matéria, fui vítima de toda sorte de chacotas e ainda passei a ser persona non grata em lugares onde era respeitado. Não pude mais entrar, por exemplo, na AABB-SP, clube onde prestei serviço por 13 anos.

A tal "liga pirata" hoje é atuante na Capital, Grande São Paulo, Vale do Paraíba, Baixada Santista e em algumas Cidades do Interior. Mudou o seu registro de "Paulistana" para "Paulista" e está filiada a "Federação Paulista de Basquetebol".

Portanto, não tinha nada de Pirata e foi criada em benefício do Esporte.

Esta matéria é uma retratação oriunda de uma condenação da Folha de S.Paulo em ação judicial indenizatória que tramitou em São Paulo, na 29ª Vara Cível do Fórum João Mendes, sob o número 583.00.1998.709776-2. A Folha foi condenada a ceder o mesmo espaço que há 13 anos utilizou para se referir a mim.

*esquerdopata

Escândalo expõe o absurdo das emendas parlamentares


Pedro Calado/Divulgação
O deputado Bruno Covas chegou a admitir ter sido procurado por um prefeito, que lhe ofereceu 10% do valor que o Município receberia
O deputado Bruno Covas chegou a admitir ter sido procurado por um prefeito, que lhe ofereceu 10% do valor que o Município receberia
Marcelo Semer
De São Paulo no terraMagazine
O recente escândalo na Assembleia Legislativa de São Paulo nos dá oportunidade de perceber o absurdo das emendas parlamentares.
O deputado Roque Barbieri (PTB) declarou em entrevista que cerca de um terço dos deputados estaduais vende suas emendas, recebendo em troca, percentuais dos valores reservados para as respectivas obras.
O também deputado Bruno Covas (PSDB), atualmente secretário do Meio Ambiente do governo Alckmin, chegou a admitir ter sido procurado por um prefeito, que lhe ofereceu 10% do valor que o Município receberia.
Soube-se, então, por intermédio de reportagens do jornal O Estado de S. Paulo, que a origem e destinação das emendas da assembleia paulista não eram tornadas públicas e, quando o foram, em razão do episódio, mostraram alguns deputados que apadrinhavam obras de lugares de onde jamais receberam votos. Isso só aumentou a suspeita sobre a negociação das emendas.
O jornal apurou, ainda, que até mesmo deputados federais paulistas tinham, por vias transversas, acesso a essas emendas.
Roque Barbieri já ficou conhecido como o 'Roberto Jefferson' da Assembleia Legislativa, referência ao deputado federal que em entrevista-bomba denunciou a existência de mensalão na Câmara dos Deputados.
Mas, em São Paulo, dificilmente a questão resultará na abertura de uma CPI, pela forte resistência do bloco governista, amplamente majoritário na casa.
Independente da veracidade ou não da negociata das emendas parlamentares, é preciso entender que a perversão reside na própria existência delas.
A ideia de que deputados tenham uma cota do orçamento para distribuir a seus currais eleitorais é a mais pura expressão do patrimonialismo e da fisiologia.
O dinheiro do orçamento, o conjunto dos gastos públicos, deve ser dirigido a obras prioritárias, construções e serviços que mais demandam a intervenção do poder público. E não necessariamente aos lugares mais bem representados, mais providos de deputados ou senadores.
Que os parlamentares possam fazer parte das escolhas do orçamento, compartilhando as responsabilidades com o governo, é aceitável. Afinal, a eleição das prioridades é também um atributo da política.
Mas daí a que sejam agraciados com cotas apadrinhadas às suas bases vai uma enorme distância.
Deputados mantêm rincões eleitorais com favorecimentos às suas cidades e são continuamente reeleitos também em razão das verbas que conseguem destinar a elas. Cria-se um círculo vicioso que na verdade os reduzem, na melhor das hipóteses, à condição de despachantes.
Mas e as cidades que não elegeram parlamentares, como fazem?
As denúncias do deputado Barbieri e as reportagens do Estadão oferecem uma pista.
O problema das emendas parlamentares não é apenas paulista, tampouco federal.
É a própria estrutura que em si alimenta a formação de coronéis locais, estimula a distribuição de verbas como favores e instaura a negociação privada do interesse público.
Quando a verba estatal é endereçada a uma cidade com o carimbo de um deputado, pode-se ter a impressão que é ele e não o município que merece a atenção dos governos.
A coisa pública e as causas políticas, todavia, devem estar acima do critério da pessoalidade, no contexto de uma democracia republicana.
É preciso empregar a energia da indignação contra a corrupção e alterar as estruturas viciadas e não desperdiçá-la para apenas alavancar a luta partidária.
Porque se o sistema é em si desigual e fisiológico, se é suscetível ou permeável ao patrimonialismo, não tenhamos ilusões. Todos se aproveitarão dele
*BrasilMobilizado