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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 20, 2011

Folha de S. Paulo é condenada 13 anos depois de cometer crime

RETRATAÇÃO PÚBLICA: Folha foi responsabilizada por danos morais e materiais

Há treze anos a Folha me entrevistou para saber mais sobre a criação da Liga Paulistana de Basquetebol. Eu, Nelson Luiz Conegundes de Souza, fui taxado por este jornal em ser o principal mentor de liga pirata de basquetebol, que tinha como objetivo "fisgar clubes", segundo a reportagem publicada em 19 de março de 1998.

Na época, eu exercia a função de técnico de basquetebol da "AABB-SP (Associação Atlética Banco do Brasil)". No dia seguinte a publicação da matéria, a AABB me demitiu. Certamente porque nem a AABB-SP, nem ninguém, queria associar seu nome ao mentor de algo Pirata (ilegal, criminoso).
Fiquei impossibilitado de me recolocar imediatamente no mercado de trabalho em razão da imagem negativa gerada pela matéria em questão.

Além dos danos materiais causados pela matéria, fui vítima de toda sorte de chacotas e ainda passei a ser persona non grata em lugares onde era respeitado. Não pude mais entrar, por exemplo, na AABB-SP, clube onde prestei serviço por 13 anos.

A tal "liga pirata" hoje é atuante na Capital, Grande São Paulo, Vale do Paraíba, Baixada Santista e em algumas Cidades do Interior. Mudou o seu registro de "Paulistana" para "Paulista" e está filiada a "Federação Paulista de Basquetebol".

Portanto, não tinha nada de Pirata e foi criada em benefício do Esporte.

Esta matéria é uma retratação oriunda de uma condenação da Folha de S.Paulo em ação judicial indenizatória que tramitou em São Paulo, na 29ª Vara Cível do Fórum João Mendes, sob o número 583.00.1998.709776-2. A Folha foi condenada a ceder o mesmo espaço que há 13 anos utilizou para se referir a mim.

*esquerdopata

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