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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 21, 2011


Degelo do Ártico pode ser quatro vezes maior

Por redação, com agências internacionais - de Massachusetts
O mar congelado do Ártico está em permanente movimento, seguindo as correntes
Cientistas norte-americanos e franceses acreditam que o IPCC, o painel do clima das Nações Unidas, errou em suas previsões sobre o degelo do Ártico. E errou para baixo, pois o derretimento observado é quatro vezes maior do que apontam os modelos.
Com base em dados de modelagem com observações de satélites, navios e submarinos, os pesquisadores estimam que o mar congelado que recobre o oceano Ártico está afinando a uma taxa de 16% por década. Já, os modelos que alimentaram o relatório do IPCC, publicado em 2007, estimam essa taxa em 4%.
De acordo com os pesquisadores, que publicaram seus dados no Journal of Geophysical Research, os modelos climáticos que estimaram um polo norte sem gelo no verão em 2100 estão atrasados 40 anos em relação às observações.
O papel da chamada “amplificação ártica”, como é conhecido o efeito de aumento da temperatura devido à perda do gelo marinho e à maior absorção de radiação solar pelo oceano, provavelmente também foi subestimado.
Isso porque os modelos não conseguiram reproduzir o aumento de velocidade que ocorre quando o gelo fica mais fino.
O mar congelado do Ártico está em permanente movimento, seguindo as correntes. Todo verão, elas empurram enormes quantidades de gelo para fora do oceano Ártico, pelo chamado estreito de Fram, entre a Groenlândia e o arquipélago norueguês de Svalbard, diminuindo a área do mar congelado.
Com a água mais quente, as placas de gelo ficam mais finas e se rompem mais, aumentando a velocidade de “exportação” do gelo e, assim, ampliando a redução de área da banquisa.
*CorreiodoBrasil

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