Um roteiro para democratizar a mídia
Por Marcel Gomes, no sítio Carta Maior:
Um bom projeto, mobilização da sociedade e vontade política do governo. Esses foram os três itens que permitiram à Argentina aprovar, em 2009, um novo marco regulatório para a comunicação, superando a lei de 1980, promulgada em plena ditadura militar. A avaliação é do professor Damian Loreti, da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires, e integrante da comissão que elaborou a chamada “Ley de Medios”.
Um bom projeto, mobilização da sociedade e vontade política do governo. Esses foram os três itens que permitiram à Argentina aprovar, em 2009, um novo marco regulatório para a comunicação, superando a lei de 1980, promulgada em plena ditadura militar. A avaliação é do professor Damian Loreti, da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires, e integrante da comissão que elaborou a chamada “Ley de Medios”.
Orlando Silva e o tsunami midiático
Do sítio Vermelho:
Em carta dirigida ao jornalista Jorge Bastos Moreno, do jornal O Globo, o ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, fala dos ataques e das calúnias que sofreu recentemente e que culminaram com a sua saída do Ministério do Esporte.
Em carta dirigida ao jornalista Jorge Bastos Moreno, do jornal O Globo, o ex-ministro do Esporte, Orlando Silva, fala dos ataques e das calúnias que sofreu recentemente e que culminaram com a sua saída do Ministério do Esporte.
Golpismo da mão invisível da imprensa
Por Gilson Caroni Filho:
O reino dos céus, de acordo com a tradição cristã, será dos homens de boa fé. A eles já pertencem, na sua íntegra, os conteúdos noticiosos do dispositivo midiático nativo. No momento em que a Comissão Européia prevê um forte freio na atividade econômica em 2012 e não descarta a hipótese de uma longa e profunda recessão, editoriais e os conhecidos representantes do jornalismo de mercado pregam como "medidas de cautela contra o contágio" a mesma agenda que quase nos levou ao colapso nos oito anos do consórcio demotucano.
O reino dos céus, de acordo com a tradição cristã, será dos homens de boa fé. A eles já pertencem, na sua íntegra, os conteúdos noticiosos do dispositivo midiático nativo. No momento em que a Comissão Européia prevê um forte freio na atividade econômica em 2012 e não descarta a hipótese de uma longa e profunda recessão, editoriais e os conhecidos representantes do jornalismo de mercado pregam como "medidas de cautela contra o contágio" a mesma agenda que quase nos levou ao colapso nos oito anos do consórcio demotucano.
Truculenta, Folha demite 40 jornalistas
Por Altamiro Borges
Desde quinta-feira (10), o jornal Folha de S.Paulo já demitiu cerca de 40 jornalistas. Na fria linguagem patronal, o “enxugamento” representa 10% da redação. Além do facão, o diário da famiglia Frias decidiu acabar com o caderno “Folhateen”, voltado para os jovens, que passa a ser uma página da “Ilustrada”, e fechou a sucursal da Agência Folha em Cuiabá (MT).
Desde quinta-feira (10), o jornal Folha de S.Paulo já demitiu cerca de 40 jornalistas. Na fria linguagem patronal, o “enxugamento” representa 10% da redação. Além do facão, o diário da famiglia Frias decidiu acabar com o caderno “Folhateen”, voltado para os jovens, que passa a ser uma página da “Ilustrada”, e fechou a sucursal da Agência Folha em Cuiabá (MT).
Atualidade de Lênin sobre imperialismo
Por Deirdre Griswold, no sítio português O Diário:
Investigadores de Zurique, na Suíça, utilizando uma poderosa base de dados de computador, analisaram quais as companhias transnacionais que dominam a economia mundial. As suas conclusões, com o título “A rede de controlo corporativo global” (“The network of global corporate control”), foram publicadas neste verão em arxiv.org, um editor on-line de material científico.
Investigadores de Zurique, na Suíça, utilizando uma poderosa base de dados de computador, analisaram quais as companhias transnacionais que dominam a economia mundial. As suas conclusões, com o título “A rede de controlo corporativo global” (“The network of global corporate control”), foram publicadas neste verão em arxiv.org, um editor on-line de material científico.
Festa na Itália vai durar pouco tempo
Por Altamiro Borges
Os italianos saíram às ruas neste domingo (13) para comemorar a renúncia do premiê Silvio Berlusconi. Em Roma, em frente ao palácio do governo, cantores e instrumentistas de música clássica interpretaram "Aleluia", de Handel. Já os populares aproveitaram para esculhambar o fascistóide bravateiro, que se projetou na política graças ao seu império midiático.
A festança é plenamente justificada. Afinal, nos 17 anos em que exerceu por três vezes a função de primeiro-ministro (1994/95; 2001/05; e 2008/11), Berlusconi aumentou sua fortuna pessoal e afundou o país numa das mais graves crises econômicas da sua história. Além disso, transformou a “Itália num bordel”, com suas orgias milionárias e incontáveis escândalos de corrupção.
O papo furado do “governo técnico”
Mas a alegria não deve durar muito tempo. Berlusconi só deixou o cargo após fazer o seu último trabalho sujo: a aprovação do “pacote de austeridade”, que aumenta impostos, congela o salário dos servidores públicos até 2014 e eleva a idade da aposentadoria. O objetivo aparente é reduzir a dívida pública, que atinge 121% do PIB. Na prática, o plano visa salvar os banqueiros e a elite rentista.
Para piorar, o presidente Giorgio Napolitano confirmou hoje a indicação do tecnocrata Mario Monti. O papo da mídia rentistas é que ele fará um “governo técnico”. Papo furado! Na prática, o novo premiê radicalizará a orientação neoliberal dos governos anteriores. Como ex-comissário da União Européia, um de seus projetos mais polêmicos foi o da desregulamentação financeira.
“Novo governo aprofundará o neoliberalismo”
O detestado Berlusconi já anunciou que dará total apoio ao novo premiê. Os partidos de centro e direita inclusive já foram convidados a participar do futuro gabinete de “união nacional”. Napolitano insiste que o momento é de unidade. “Precisamos adotar medidas urgentes, começando com aquelas já acordadas com a União Européia. Precisamos restaurar a confiança dos investidores”.
Para o ítalo-brasileiro José Luís Del Roio, que já foi senador na Itália pelo Partido da Refundação Comunista (2006-08), a tendência é de dias ainda mais turbulentos naquele país. Em entrevista ao jornalista Marcel Gomes do sítio Carta Maior, ele prevê que “o novo governo pós-Berlusconi aprofundará o neoliberalismo”. Reproduzo alguns trechos da entrevista:
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E o governo [Berlusconi] acabou caindo por conta da crise...
Pois é. É claro que estou felicíssimo com isso e com o fim da "boldelcracia" no país. Tínhamos um governo desqualificado internacionalmente. Agora teremos outro, feito por homens educados, engravatados, que falam línguas, mas será terrivelmente neoliberal. É uma visão extremamente equivocada para resolver a crise. A política econômica que eles desejam aplicar resultará na destruição do sistema de bem-estar social e na desaceleração econômica, que não colaboraram em nada para a redução da dívida. Se reduzirmos a arrecadação de impostos, a dívida pública em relação ao PIB só poderá aumentar. A Itália deve hoje 120% de seu PIB, e isso poderá chegar a 130%, 140%, 150%... O céu é o limite.
Na Grécia, os efeitos da crise têm sido terríveis no dia-a-dia das pessoas, com desemprego e corte de salários. Como a crise tem afetado a vida dos italianos?
A Itália ainda não chegou à situação da Grécia, e eu espero que não chegue. Mas há problemas graves, como a desocupação crescente, sobretudo entre jovens. A faixa etária de 26, 27 anos enfrenta 40% de desemprego. Isso é um drama. Primeiro do ponto de vista econômico, porque são pessoas que não produzem e nem consomem. Segundo, do ponto de vista da esperança. Metade da juventude italiana não tem perspectiva e fica em casa sem fazer em nada ou acaba imigrando. Outro problema trazido pela crise atinge os funcionários públicos, já que o governo decidiu impor-lhes quatro anos sem reajuste de salários. Além disso, os que se aposentam não poderão sacar um tipo de fundo de garantia por tempo de serviço que beneficia o funcionalismo italiano.