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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, novembro 28, 2011

Datena desmacara ateus e se mostra profundo conhecedor de Filosofia

Valendo-se do fato de que o programa do dia 27 de julho de 2010, até há bem pouco tempo, não tinha ido parar na Internet, Datena mostrou que sua palavra vale tanto quanto a de um moleque: ao invés de assumir o que disse e pedir desculpas (ou assumir sem pedir desculpas mesmo), Datena passou a querer se fazer de vítima, dizendo, em todas os seus pronunciamentos sobre esse assunto, que estava sendo processado "só por ter dito que determinados comportamentos maus são coisa de gente sem deus no coração".
Este que vos escreve é um dos que moveram ações contra José Luiz Datena por causa da miríade de falsas acusações e ofensas gratuitas por ele feitas contra ateus. O processo (№ 625.01.2010.018574) tramitou pela 3ª Vara Cível da Comarca de Taubaté.
No dia 13 de setembro foi proferida a sentença (publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo no dia 15), que pode ser lida aqui (http://www.progressosustentavel.com/sentenca.pdf), condenando José Luiz Datena e Rádio e Televisão Bandeirantes Ltda. a pagarem ao autor deste informe o valor de R$ 10.000,00.
Trata-se, até onde sabemos, da primeira vez na história deste país que alguém é condenado por discriminação contra ateus.
No dia 26 de outubro foram protocoladas as apelações de ambos os réus.
SOBRE O CASO
No dia 27 de julho de 2010, no programa "Brasil Urgente", pela TV Band, o apresentador José Luiz Datena dedicou cerca de uma hora a incitar o público ao ódio e a lançar as mais pérfidas acusações àqueles que, pela mais pura expressão da liberdade de consciência, amparados pela Constituição, decidiram não seguir religião alguma, não professar nenhum tipo de fé religiosa, nem adotar como objeto de adoração nenhum dos deuses criados pela história humana, não por serem contra alguns dos princípios dessas doutrinas, mas por não acreditarem, sinceramente, na existência de um plano metafísico que abrigue uma entidade onipotente que regeria o Universo e julgaria os homens.
Como todos aqui já sabem, Datena ultrapassou todos os limites da liberdade de expressão ao declarar e esbravejar, entre muitas outras coisas, que: não quer ateus assistindo seu programa; ateus são "pessoas do mal"; ateus são pessoas "aliadas do Capeta"; ateus são criminosos, egoístas, gananciosos, capazes de cometer os mais hediondos atos; ateus não têm limites; ateus são responsáveis pelas barbaridades narradas em seu programa; "quem não acredita em deus não costuma respeitar os limites, porque se acha o próprio deus"; é por causa dos ateus "que o mundo está assim, essa porcaria"; um homem que mata a tiros uma criança de dois anos seria "um exemplo típico de um sujeito que não acredita em deus"; só pode estar no "caminho certo" quem acredita em deus.
Datena chegou a lançar uma enquete para "provar para essas pessoas do mal" que deus existiria e que "o bem é maioria", com a questão "Você acredita em Deus?", cujas respostas "Sim" e "Não" poderiam ser dadas por telefone: "Mas se eu fizer uma pesquisa aqui, se você acredita em deus ou não, é capaz de aparecer gente que não acredita em deus". Ao constatar que mais de mil pessoas declararam ser ateias, Datena, em tom indignado, passou a incitar o público a vencer a enquete, a "dar de lavada nos ateus", além de declarar coisas como "tem muito bandido votando do outro lado", "até de dentro da cadeia".
Quando se esperava que, num programa seguinte, Datena fizesse algum tipo de retratação - ao menos em respeito à indignação que ele provocou na comunidade ateia do país com suas acusações caracterizadas pela mais árida argumentação -, o que ele fez foi debochar e reafirmar todas as suas declarações, baixando o nível da linguagem e explicitando a sua vontade gratuita de ofender: "Hah... Tem até uma associação... de ateus! Que pediu direito de resposta para falar aqui. Disse que eu teria metido o pau em quem não acredita em deus... que se lasque quem não acredita em deus!"
SisenandoCalixto
No Blog do Marcio Tavares
Nota deste blog:
*(O Datena diz que é pacifista mas trabalha em fabrica de armas porque precisa )ou por outra diz ter formação de esquerda mas trabalha como reacionário porque precisa.

Faustino preso; Serra mudo. E a mídia?

Na quinta-feira passada, a operação “Sinal Fechado” do Ministério Público Federal resultou no pedido de prisão de 14 pessoas no Rio Grande do Norte. Elas são acusadas de fraudes bilionárias na inspeção veicular – o mesmo esquema que bloqueou os bens do prefeito Gilberto Kassab. A mídia até tem tratado do escândalo na capital paulista, mas evita destacar as prisões em Natal. Por que será?
Um dos envolvidos no escândalo potiguar, já preso e acusado de ser o chefão da quadrilha, é o tucano ricaço João Faustino, suplente do senador Agripino Maia, presidente nacional do DEM. Mais grave ainda: Faustino foi um dos homens-fortes da campanha de José Serra em 2010. Enquanto o esquecido Paulo Preto chefiava a arrecadação de recursos financeiros em São Paulo, ele fazia a coleta nacional.
Relação antiga e sólida
As relações entre Faustino e Serra são antigas. Ele foi o seu subchefe da Casa Civil em São Paulo, subordinado ao ex-secretário Aloysio Nunes Ferreira, eleito senador no ano passado. Quando o grão-tucano se afastou do cargo de governador para disputar o pleito presidencial, Faustino foi acionado para o comando da campanha nacional – principalmente na área de arrecadação de recursos.
Até agora, José Serra, que adora se fingir de paladino da ética, nada falou sobre Faustino. Nem sequer prestou apoio ao seu amigo preso, ao antigo colaborador no Palácio dos Bandeirantes – bem diferente da postura “solidária e humanista” do demo Agripino Maia, outro ícone da “ética”, que logo inocentou seu suplente ricaço. Ingrato, o falante Serra está calado.
Cadê a Veja e o Jornal Nacional?
Já a mídia hegemônica, sempre tão imparcial e neutra, evita dar destaque para a prisão do arrecadador tucano, homem-forte de Serra. Faustino ainda não virou capa da Veja. Willian Bonner e Fátima Bernardes não fizeram cara de nojo no Jornal Nacional da TV Globo. Os jornalões dão apenas pequenas notinhas, nada de manchetes ou das tais reportagens “investigativas”. Estranho, não é?
E olha que o caso é cabeludo. Renata Lo Prete, da Folha, informa hoje (27) que “tucanos graúdos se mobilizam intensamente nos bastidores para avaliar a situação e projetar os danos da prisão de Faustino, que foi o número dois do hoje senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) na Casa Civil durante o governo de José Serra”. Então, por que a mídia não faz seu costumeiro escarcéu? Ela é seletiva?
*Altamiro Borges

Braço direito de Serra sai da cadeia e vai para UTI

Alegando problemas cardíacos, João Faustino deixou a prisão e foi internado num hospital em Natal; fisgado na Operação Sinal Fechado, que também levou à prisão aliados da ex-governadora Wilma Faria, Faustino coordenou a campanha presidencial de José Serra fora de São Paulo; tensão no ninho tucano
Durou pouco a temporada na prisão de João Faustino, ex-subchefe da Casa Civil do governo de São Paulo durante o governo de José Serra. Preso na última quinta-feira na Operação Sinal Fechado, que implodiu um esquema de desvio de recursos na inspeção veicular da capital potiguar, Faustino conseguiu deixar o hospital alegando problemas cardíacos. Braço direito de José Serra e Aloysio Nunes Ferreira, Faustino despachava no Palácio dos Bandeirantes e era também suplente do senador Agripino Maia (DEM/RN).
Neste domingo, o Hospital São Lucas, um dos melhores de Natal, emitiu uma nota sobre o estado de saúde de João Faustino:
“Informamos que o senhor João Faustino Ferreira Neto encontra-se hospitalizado na Unidade de Terapia Intensiva da Casa de Saúde São Lucas desde as 15 horas do dia 26 de novembro do corrente ano, ora sob tratamento médico especializado. O estado clínico do paciente é regular.
As visitas estão restritas aos familiares conforme determinação da equipe médica assistente e normas desta instituição.
Natal, 27 de novembro
Miguel Angel Sicolo – Coordenador Médico
Francisco Edênio Rego Costa – Médico Cardiologista"
Na Operação Sinal Fechado, também foram fisgados aliados da ex-governadora do Rio Grande do Norte, Wilma de Faria, que alegou motivações políticas na investigação do Ministério Público. Em nota, os procuradores rebateram a ex-governadora:
"Como era de se esperar o Ministério Público não ficou calado ao ter sua imparcialidade – inclusive política – questionada pela ex-governadora Wilma de Faria.
Agora há pouco enfrentou ponto a ponto da defesa “acusatória” da ex-governadora.
A conferir:
O Ministério Público do Estado do Rio Grande do Norte, em razão de notas à imprensa elaboradas pela ex-Governadora do RN, Wilma Maria de Faria, e seu filho, advogado Lauro Maia, em que se faz adjetivações negativas a respeito da atuação desta Instituição e se lança um “desafio”, vem a público esclarecer o seguinte:
a) É comum que investigados, confrontados com fortes indícios e evidências de sua participação em ilícitos procurem desviar o “foco” do noticiário, por meio da desgastada estratégia de tentar acusar e desafiar o órgão investigador;
b) Quanto à acusação de má-fé por parte desta Instituição, muito provavelmente pelo fato de se ter dado publicidade a provas, indícios e evidências de que a ex-Governadora do RN, Wilma Maria de Faria, e seu filho, advogado Lauro Maia, tiveram participação na cadeia criminosa revelada na operação “Sinal Fechado”, esta deve ser prontamente repelida;
c) Não existiu qualquer razão metajurídica para tanto. Não houve “pirotecnia jurídica”, mormente diante de peças bem elaboradas, claras e tecnicamente precisas. Não existem “medos políticos inconfessáveis” por parte desta Instituição. Ao contrário, o Ministério Público tem se pautado pela investigação e acusação a quem quer que seja, como no caso presente, independentemente de sua suposta importância ou “lado” na cena política; Aliás, todas as menções a Srª Wilma Maria de Faria e ao advogado Lauro Maia constantes nas petições advém de informações obtidas a partir de diálogos mantidos entre os investigados, que de forma expressa registram tais pessoas como beneficiárias das ações da organização criminosa, tendo o Ministério Público, como é de seu dever, levado os fatos ao Poder Judiciário, que reconheceu a procedência dos pedidos e determinou a realização das diligências necessárias à continuação da apuração dos fatos. Não há uma única afirmação feita pelo Ministério Público que não esteja baseada em elementos de evidências e provas, notadamente as próprias palavras dos demais investigados e pessoas referenciadas em interceptações judicialmente autorizadas.
d) Não é verdade que um membro do MPRN teria afirmado inexistir provas contra a ex-Governadora do RN, Wilma Maria de Faria, e seu filho, advogado Lauro Maia, na coletiva de imprensa dada na tarde do dia 24 passado. O que se afirmou foi que não havia necessidade de busca e apreensão na residência destes investigados, dado que, muito provavelmente, não seriam ali encontradas provas a esse respeito, uma vez que os fatos ocorreram em meados de 2009;
e) Ora, as petições levadas a público com autorização judicial, que continuam à disposição no “site” da Instituição (www.mp.rn.gov.br), descreveram de forma minuciosa as diversas provas acerca da participação dos investigados em comento, colhidas ao longo de nove meses de apurações, como diálogos em que se afirma, categoricamente, que George Olímpio pagou vantagem indevida (“propina”) a Lauro Maia, bem como fez promessa de pagamento de vantagem indevida a este investigado, além de comunicações telemáticas em que George Olímpio revela que participou ativamente da elaboração de projeto de lei de autoria da investigada Wilma Maria de Faria, tendo recebido a própria mensagem por ela encaminhada à Assembléia Legislativa, com o projeto de lei que resultou na sanção da Lei n.º 9.270/09, o que representou indício de que as propostas a Lauro Maia se destinavam, em verdade, à sua mãe, então gestora máxima do Executivo Estadual;
f) O interrogatório do investigado José Gilmar de Carvalho Lopes (Gilmar da Montana), tomado no dia da operação, e, portanto, após a elaboração das referidas petições corrobora a prova e evidências até então conhecidas, reforçando ainda mais o que já havia sido apurado, principalmente quando o mesmo afirma que, de fato, George Olímpio lhe confidenciou que ofereceu promessa de vantagem indevida à investigada Wilma Maria de Faria, consistente em cota de 15% (quinze por cento) da sua parcela nos futuros lucros do Consórcio INSPAR, como forma de garantir a vitória deste consórcio na licitação para a inspeção veicular no RN;
g) Diversas provas já colhidas na investigação Ministerial, portanto, dão conta da implicação e envolvimento da Ex-Governadora Wilma de Faria e seu filho Lauro Maia no aludido esquema;
h) Importante repisar, apesar de ser de conhecimento público, que o Ministério Público Estadual contesta veementemente a constitucionalidade da Lei n. 9.270/09, que trata da Inspeção Veicular no Estado do Rio Grande do Norte, tanto que representou ao Procurador-Geral da República em face de tal vício, tendo sido ajuizada no Supremo Tribunal Federal a competente Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin n° 4.551). A Adin está sob a relatoria da Ministra Carmén Lúcia, em pauta para julgamento;
i) Por fim, é de se reconhecer que é absolutamente compreensível a insatisfação e, mesmo, a revolta, expressadas por pessoas que estão sendo investigadas por fatos tão graves quanto os descortinados com a operação “Sinal Fechado”. É, inclusive, uma reação humana natural e esperada a autodefesa diante da magnitude dos fatos. Todavia, o papel do Ministério Público sempre será regido pelo aspecto técnico, não se deixando envolver partidária e emocionalmente em qualquer caso, nem aceitando desafios pessoais. Afinal, no Estado Democrático de Direito cada instituição deve exercer as suas atribuições, sendo as ações do Ministério Público pautadas dentro da estrita ordem constitucional, da qual jamais se afastará;
j) O Ministério Público do Rio Grande do Norte reafirma o seu total compromisso com a verdade, não havendo qualquer interesse em imputar culpa a pessoas realmente inocentes. Por outro lado, com a mesma serenidade,afirma que jamais deixará de investigar quem quer que seja, inclusive aqueles que, não se sabe por qual motivo, parecem imaginar que estão acima da lei.
Natal/RN, 26 de novembro de 2011.
MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE
O escândalo do Rio Grande do Norte tem relação direta com a acusação, em São Paulo, que bloqueou os bens do prefeito, Gilberto Kassab.
O ponto de conexão entre as duas histórias é a empresa Controlar, criada pelo empreiteiro Carlos Suarez, ex-OAS, para prestar serviços de inspeção veicular. Leia mais a respeito sobre a prisão de João Faustino (aqui) e sobre sua relação com o senador Aloysio Nunes Ferreira (aqui).
*Brasil 247
*comtextolivre

Chávez: Uribe quis transformar Colômbia em Israel da AL


O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, assegurou que o ex-mandatário colombiano Álvaro Uribe (2002-2010) pretendia transformar "a Colômbia na Israel da América do Sul".
Segundo Chávez, a gestão de Uribe distanciou seu país das demais nações da região, "quase causou uma guerra com o Equador e rompeu relações com a Venezuela, países vizinhos".
O chefe de Estado disse, por meio de contato telefônico com uma emissora estatal, não ter informações verificadas a respeito de uma gravação que foi revelada na quinta-feira sobre uma reunião em que Uribe teria instruído um grupo venezuelano de oposição a rechaçar a aproximação que Bogotá e Caracas vêm promovendo recentemente.
Chávez ainda assegurou que a relação entre as nações não irá se deteriorar apesar dos esforços feitos pelos setores da ultradireita colombiana e venezuelana para "sabotar" esta aproximação.
"Estou seguro que as relações entre Colômbia e Venezuela vão continuar se recuperando do grave dano que foi feito durante o governo anterior" afirmou Chávez, acrescentando que "felizmente o governo atual tomou outro rumo".
Desde que tomou posse como presidente da Colômbia, em agosto de 2010, Juan Manuel Santos vem promovendo o aprofundamento da relação entre os países, tendo se reunido com o mandatário venezuelano diversas vezes.
Chávez ainda confirmou que receberá Santos na próxima semana no marco da Cúpula Fundacional dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que acontecerá nos dias 2 e 3 de dezembro, para uma reunião bilateral.
Fonte: Ansa

Um mundo hipócrita e perigoso 

 

“… podemos concluir que o mundo parece haver ingressado naqueles tipos de hipocrisia e perigo que antecederam as duas grandes guerras mundiais”.
Wladimir Pomar
A situação mundial está se tornando cada vez mais hipócrita e perigosa. Os Estados Unidos, por exemplo, utilizam seu poder de emissão monetária para desvalorizar artificialmente sua moeda e dar maior competitividade aos produtos de suas indústrias. Ao mesmo tempo, sem pudor algum, exigem que a China e outros países valorizem suas moedas em relação ao dólar, insinuando a possibilidade de guerras comerciais e outros tipos de retaliação.
A OTAN destruiu toda a infra-estrutura da Líbia para garantir a vitória de seus aliados internos contra Kadafi, apesar das atrocidades que as forças desses aliados cometeram contra minorias étnicas e desafetos políticos. Agora, a OTAN saúda o novo governo provisório por estar implantando a democracia, sobre a qual não existem dados concretos, ao mesmo tempo em que oferece financiamentos para reconstruir o país que ela própria destruiu.
A Liga Árabe decidiu punir a Síria pela repressão militar contra os opositores ao governo e pela falta de democracia no país. Mas não deixa de ser uma demonstração de desfaçatez que reis, emires e potentados de países árabes, aliados dos Estados Unidos e de países europeus, defendam a democracia na Síria, ao mesmo tempo em que mantêm seus próprios povos sob o tacão de ditaduras que não admitem sequer a existência de opositores.
Na mesma linha de pressões articuladas contra o governo sírio, os Estados Unidos e vários países europeus prometem novas medidas de retaliação, ao mesmo tempo em que nada diziam sobre o Iêmen, nem sobre as ações evasivas dos militares egípcios. A democracia e os direitos humanos se tornaram apenas armas ofensivas contra os desafetos, enquanto sequer devem ser mencionadas quando tratam de aliados, ou mesmo de situações internas. A proibição dos movimentos de “ocupação” nos Estados Unidos, a pretexto de que ameaçam a segurança nacional, é o exemplo mais recente da funcionalidade unilateral dessas bandeiras políticas.
Os Estados Unidos e Israel, por sua vez, continuam articulando medidas de retaliação contra o Irã, a pretexto de que esse país está se preparando para produzir a bomba atômica. A sabotagem contra instalações iranianas, provavelmente praticada pelo serviço secreto de Israel, o Mossad, segundo diferentes fontes de informação, mostra o grau de perigo a que tais medidas chegaram, colocando o mundo diante do imponderável.
A hipocrisia dos Estados Unidos e de Israel, no caso, é emblemática. Ambos não são contra a existência de armas atômicas, já que os dois as têm, embora Israel não diga nem que sim, nem que não. Ambos também não se propõem a um acordo mundial de proibição total dessas armas de destruição em massa, o que significaria o desmantelamento de seus arsenais atômicos, e também os da Rússia, China e França. Eles simplesmente são contra sua posse por outros países, em especial se tais países fazem parte dos inimigos declarados, como Irã e Coréia do Norte.
Se juntarmos a esses fatos a situação problemática da Palestina, o aprofundamento da crise econômica nos Estados Unidos e na zona do euro, o ressurgimento de movimentos neonazistas na Europa, a repressão contra os imigrantes nos países capitalistas em crise, as guerras inacabadas no Afeganistão e no Iraque, a persistência de ações terroristas, de fundamentalistas não só islâmicos, mas também de outras confissões religiosas, podemos concluir que o mundo parece haver ingressado naqueles tipos de hipocrisia e perigo que antecederam as duas grandes guerras mundiais.
É evidente que também há sinais crescentes de que os povos dos países desenvolvidos voltam a despertar e a lutar, inclusive nos Estados Unidos. O crescimento e o aprofundamento dessas lutas talvez sejam os principais antídotos para desmascarar a hipocrisia reinante e superar os perigos existentes. Embora no momento elas ainda estejam restritas à indignação contra os políticos e contra o sistema financeiro, essa ainda é a melhor escola de aprendizado.
Wladimir Pomar é escritor e analista político.

Com Enem, preso faz faculdade e dá lição em penitenciária do PA



Pedro Varão Sá Neto, 22 anos, fez o Enem para detentos em 2010 e conseguiu uma bolsa integral do ProUni para cursar a faculdade. Foto: Divulgação
Pedro Varão Sá Neto, 22 anos, fez o Enem para detentos em 2010 e conseguiu uma bolsa integral do ProUni para cursar a faculdade
Foto: Divulgação

ANGELA CHAGAS
Preso há quase três anos por participar de um assalto, Pedro Varão Sá Neto, 22 anos, foi o único detento do Centro de Recuperação Agrícola Mariano Antunes, da cidade paraense de Marabá, a participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2010. Um ano depois, ele garantiu na Justiça o direito de cursar a faculdade de Segurança do Trabalho na Universidade Santo Amaro (Unisa) e hoje serve de exemplo para outros detentos, que se preparam para fazer a prova do Enem em busca da oportunidade de recomeçar.
Ao contrário do ano passado, quando apenas Neto se interessou pela prova do Enem, nesta segunda-feira pelo menos 20 presos da unidade de Marabá farão as provas do exame, que será aplicado a partir das 12h em 527 unidades prisionais do País. Segundo o diretor da casa penal, capitão Emmett Alexandre da Silva Moulton, o caso do jovem, que conseguiu na Justiça escolta policial para frequentar as aulas, foi um estímulo dentro da penitenciária. "Os outros presos perceberam que ele conquistou um tratamento especial. Sai uma vez por semana da penitenciária para ir à faculdade. Eles também querem essa oportunidade", afirma.
De acordo com Emmett, a educação é principal ferramenta para ressocializar as pessoas privadas de liberdade. "É muito bom ver a empolgação deles (detentos). Até a procura pelas aulas de EJA (educação de jovens e adultos) dentro da penitenciária aumentou após a vitória de Neto", comemora. Ele afirma que os presos não acreditavam que o jovem conseguiria na Justiça a liberação para ir até a faculdade. "Foi uma surpresa para muitos, mas eu sempre incentivei e a Justiça foi sensível a nossa luta", afirma ao destacar a decisão do magistrado Marcelo Andrei Simão Santos, da comarca de Itupiranga (PA), tomada em outubro deste ano.
Já que o curso de Neto é semipresencial, ele frequenta as aulas no campus da Unisa em Marabá apenas uma vez por semana. No restante dos dias, estuda na biblioteca e nas salas de aula da penitenciária. Para conquistar um bom desempenho no Enem e garantir bolsa integral por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni), ele recebeu ajuda da mãe e de funcionários da prisão, que levaram livros e cadernos. Neto havia concluído o ensino médio antes de ser preso e não teve dificuldades em assimilar os conteúdos da prova.
Outra conquista garantida após a aprovação de Neto foi uma parceria com a secretaria estadual de Educação, que disponibilizou professores para dar aulas de preparação para os detentos. "Com certeza este ano teremos mais internos aprovados no exame", diz o diretor. "Esta iniciativa é apenas o primeiro passo para chegarmos a tão sonhada paz social, e quem ganha com isso é a sociedade, porque estes infratores deixam de retornar à criminalidade e contribuem para o bem estar de todos", completa o capitão Emmett.
Neto foi preso no dia 13 de janeiro de 2009 com 19 anos de idade, durante o assalto a uma agência bancária. Passados quase três anos, ele ainda não foi julgado. Durante todo esse período, está preso de forma provisória. Em uma carta escrita dentro do presídio ele disse que "todos nós, independente de onde estivermos, somos pessoas e temos capacidade de lutar por nossos objetivos. (...) As dificuldades existem para serem superadas e os sonhos para serem alcançados". O sonho de Neto é concluir a faculdade, cumprir sua pena e reconstruir a vida longe do crime.
Realidade para poucos
A possibilidade de fazer um curso superior ainda é uma realidade para poucos detentos no País. Segundo dados do Sistema Integrado de Informação Penitenciária (Infopen), do total de 8% dos presos que estudam, 55% cursam o ensino fundamental e 24% ainda estão em fase de alfabetização. Outros 16% fazem o ensino médio, 4,5%, cursos técnicos e somente 0,5% são alunos do ensino superior. São Paulo é o Estado onde há o maior número de presos universitários, com 196. No restante do País, a média é de um preso cursando o ensino superior por unidade da federação.
Para Denise Carreira, relatora nacional para o direito humano à educação, a escolta policial é um dos principais problemas para garantir o acesso ao ensino superior aos presos. "Os poucos detentos que conseguem concluir o ensino básico e passar no vestibular muitas vezes não se matriculam por não ter escolta disponível, e a maioria não consegue acompanhamento policial nem mesmo para ir ao posto de saúde ou comparecer às próprias audiências".
Enem nos presídios
Um total de 13.962 pessoas privadas de liberdade e jovens sob medida socioeducativa farão as provas do Enem nesta segunda-feira e amanhã. As provas serão aplicadas 527 unidades prisionais de todo o País, indicadas pelos órgãos da administração penitenciária, pelas secretarias de estaduais de segurança pública ou pela Subsecretaria de Promoção dos Direitos da Criança e dos Adolescentes.
Diferentemente do Enem tradicional, que é aplicado nos finais de semana, o exame para pessoas privadas de liberdade é realizado em dias úteis. Um dos motivos, segundo o Ministério da Educação (MEC), é que a movimentação em presídios é muito grande, sobretudo aos domingos, dia de visita. Nesta segunda-feira, o início será às 12h, pois os detentos deverão responder ao questionário socioeducativo antes da realização da prova, que terá início às 13h. Nesse dia serão feitas as provas de Ciências Humanas e suas tecnologias e de Ciências da Natureza e suas tecnologias. Na terça-feira, os participantes farão prova de Códigos, linguagens e suas tecnologias e de Matemática e suas tecnologias, além de uma redação.
Cada prova terá 45 questões, número idêntico ao do Enem tradicional e também são elaboradas com base na Teoria de Resposta ao Item (TRI), o que possibilita a comparação entre os resultados de ambas. De acordo com o MEC, em cada sala haverá agentes penitenciários para garantir a segurança. No entanto, a prova será aplicada por funcionários do consórcio contratado para o Enem, composto por Cespe e Cesgranrio, e terá supervisão do Inep.
Terra

domingo, novembro 27, 2011

Charge do Dia

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Currículo explica novo “Diretor de Seleções”

O currículo do novo Diretor de Seleções da CBF, Andres Sanches, pode não ser suficiente para qualificá-lo ao cargo que ocupará até 2015, mas, sem dúvida, é digno de alguém que será comandado por Ricardo Teixeira.
Na década de 90, viveu no Rio de Janeiro, ocasião em que utilizava-se do vulgo “André do Rio”, prestando serviços aos meios alternativos de loterias.
Depois, conduzido por empresários deste mesmo ramo, surgiu no Parque São Jorge, para trabalhar nas categorias de base do Corinthians.
Apresentado no clube como “grande empresário”, não passava, de fato, de “laranja” em empresas de sua própria família.
Conseguiu a proeza, em 2001, de ser demitido pelo então vice-presidente do Corinthians, Nesi Curi, por desviar atletas da base para uma equipe do interior de São Paulo, o Palmeirinha de Porto Fereira.
Por ingerência de seus amigos lotéricos, foi reconduzido ao cargo, com a promessa de beneficiá-los, a todos, com sua atuação junto a empresários de futebol.
Seu grande salto ocorreu quando da chegada do iraniano Kia Joorabchian ao Corinthians.
Juntos, tramaram a queda de Alberto Dualib.
A intenção, deixar o clube oficialmente nas mãos da MSI, foi por terra quando a PF e o MP puseram Kia para correr do Brasil.
Restou então, a Andres Sanches, servir aos interesses dessa gente, novamente como “laranja”, tendo sua campanha à presidência financiada pelo grupo estrangeiro, com o acordo de beneficiá-los em caso de vitória.
Votos comprados, torcida comprada, e o antes “André do Rio” assumiu a presidência do clube, coordenando nos últimos quatro anos, um esquema de locupletação de fazer inveja às conhecidas Máfias de nosso mundo.
174 jogadores inscritos na CBF como profissionais, a grande maioria transacionada por parceiros daqueles que o financiaram.
Ficou conhecido, no meio futebolístico, como “Taxinha”, pelo hábito de cobrar, no mínimo, 10% sobre tudo que era comprado e vendido no Parque São Jorge.
Permitiu também que velhos aliados arrumassem suas vidas financeiras no Corinthians.
Bicheiro e Médico tornaram-se engenheiros, Ladrão de Carga, agente de jogadores, Dono de estacionamento cuidou desde a piscina até as categorias de base, torcedores, viraram dirigentes.
Até treinador entrou no esquema, profissional este que reencontrará em seu novo ofício.
Se, mesmo estando há quatro anos sem receber salários no Corinthians, conseguiu ficar milionário, imagine o que não virá pela frente, com a ajuda de custo de R$ 50 mil, e o poder de colocar suas “mercadorias” vestindo a camisa amarela mais famosa do planeta.
Uma coisa é certa.
Ricardo Teixeira soube escolher, com rara felicidade, um substituto à altura de sua gestão.

Radical estadunidense

As Provações de Norman Finkelstein

Assista e divulgue este documentário
A luta do professor e ativista pelos direitos humanos Norman Finkelstein contra a exploração da memória do sofrimento das vítimas do holocausto em benefício de grupos mafiosos; assim como seu empenho na defesa dos direitos humanos do povo palestino que vem sendo dominado e massacrado pela ocupação militar do estado de Israel.

*comtextolivre