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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
segunda-feira, julho 02, 2012
Arthur Virgílio Fantasma
Arthur Virgílio deveria pegar no batente por 40h semanais no MRE
O
funcionário público Arthur Virgílio Neto (PSDB-AM) deveria cumprir
jornada de 40 horas semanais no Ministério das Relações Exteriores,
desde 2011, quando o povo do Amazonas o demitiu do Senado, mas ele
costuma ser visto longe do batente, em Manaus, mais precisamente fazendo
pré-campanha para tentar a prefeitura.
http://www.portaltransparencia.gov.br/servidores/Servidor-DetalhaServidor.asp?IdServidor=1297216 |
No portal da
transparência não consta que ele esteja afastado, nem licenciado. Pelo
contrário, ele recebeu o salário do mês de maio regularmente, no valor
de R$ 3.308,26 (fora verbas indenizatórias, que ainda não estão
disponíveis no portal).
http://www.portaltransparencia.gov.br/servidores/Servidor-DetalhaRemuneracao.asp?Op=1&IdServidor=1297216 |
Reincidência
Arthur
Virgílio, quando era senador, admitiu que manteve em seu gabinete um
funcionário fantasma, estudando na Espanha por 18 meses, e recebendo
salários regularmente como se fosse seu assessor no Senado, sem
trabalhar.
O tucano, para escapar de processos com base no artigo 171 do código penal,
fez um acordo para devolver aos cofres públicos os R$ 210 mil em
salários desviados dos cofres públicos do Senado, parcelado em três
vezes. Porém ele só apresentou ao público o recibo da primeira parcela
de R$ 70 mil. As duas últimas, nunca mais tocou no assunto. O povo quer
saber: os outros R$ 140 mil que ficaram faltando, foram devolvidos aos
cofres públicos?
ZéAugusto*Amigos do Presidente Lula
A saída do Paraguai do Mercosul e seu isolamento
O atual governo paraguaio passará por um isolamento político, após ser
suspenso das reuniões do Mercado Comum do Sul (Mercosul), ao menos até
as próximas eleições presidenciais, em abril de 2013. O mandato de nove
meses, a ser cumprido por Federico Franco, e o processo que conduzirá o
país às próximas eleições, será monitorado pelo Mercosul, que de acordo
com o cenário político internacional, poderá prolongar o prazo de
suspensão. Com o Paraguai temporariamente carta fora do jogo, a crise
interna do país foi a oportunidade vista pelo Mercosul para crescer com a
inclusão da Venezuela.
“Venezuela é o quarto exportador de petróleo, e tem poder de voto nas
Nações Unidas. Distribui petróleo a muitos países e tem negócios fortes.
O Paraguai leva o voto de Taiwan. O que posso lhe dizer?”.
As projeções frente ao atual cenário de conflito político internacional
vivido pelo Paraguai foram desenhadas por Milda Rivarola, historiadora e
socióloga. Paraguaia, exilada política na Espanha e na França, por dez
anos, durante a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989). Ela afirmou
não ser “luguista” e contou ter rejeitado o cargo de ministra de
Relações Exteriores, ao ver a impossibilidade de trabalhar com os
políticos disponíveis no Congresso.
“Suspender e observar. Em linguagem médica se chama quarentena. Alguém
que tem um vírus perigoso é afastado dos demais, observado e depois são
tomadas as medidas, se é que essa enfermidade é realmente contagiosa”,
concluiu, irônica, Milda Rivarola.
Segundo a socióloga, a classe política paraguaia irá entender as
desvantagens em não participar do Mercosul, quando for tomada alguma
medida econômica, como a elevação dos impostos aos empresários que
comercializam com os países do bloco.
Pois, de acordo com Rivarola, apenas com aplicações econômicas os
empresários agroexportadores que apoiaram e fomentaram o golpe contra o
ex-presidente Fernando Lugo, entenderão o que significa a suspensão do
Mercosul e, assim, poderiam deixar de apoiar o atual governo de Federico
Franco.
“Quando os produtores de soja, os pecuaristas e industriais perceberem o
que lhes custou o golpe, aí podem deixar de apoiar o governo. Eles
acreditaram que o golpe sairia grátis. É preciso mostrar o que custa ser
suspenso do Mercosul. Que sintam no bolso, pois é o único lugar onde
entendem”, afirmou Rivarola.
Ao tratar a classe política paraguaia de predadores do Estado, Rivarola
ressaltou que o parlamento atuou sem pensar nas consequências políticas,
pois não sabem administrar e não têm conhecimento sobre relações
exteriores.
“Não pensaram nas consequências. Provocaram um conflito externo que não
sabem dirigir. Não administram a posição e situação que o Paraguai tem
no mundo”, disse Rivarola, que lembrou o fato de que o início da guerra
da Tríplice Aliança (1864-1870) foi celebrado no Paraguai, e ela
acredita que agora o cenário se repete.
“Estão fazendo o mesmo convertendo um conflito externo no Mercosul, que
não podem administrar, em propaganda política interna. Retornaram da
reunião da OEA dizendo que foi um êxito, quando foram desmerecidos. E
falam como se não existisse internet”, afirmou Rivarola. Durante a
reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA), não foi decidido o
envio de uma delegação ao país, o que fez o secretário-geral, José
Miguel Insulza, disponibilizar-se para verificar a situação
político-social.
Suspenso até...
A possibilidade de seguir suspenso das reuniões do Mercosul, após abril
de 2013 – mesmo ao cumprir com as eleições presidenciais livres e
democráticas – não deixa de ser considerada pela possível continuidade
dos desacordos entre as políticas externas e internas implementadas pelo
Paraguai e os demais países do bloco.
Para Milda Rivarola, o país não traz benefícios ao Mercosul, pois impõe
vetos aos projetos de crescimento do bloco, como era a impossibilidade
de acordos comerciais com a China, devido as relações do Paraguai com
Taiwan, e além de sempre haver sido o único país contrário ao ingresso
da Venezuela.
“Isso era o Paraguai no Mercosul, um país pequeno que não oferecia
nenhuma vantagem comparativa e impunha veto a todos os projetos de
desenvolvimento do bloco para construção de um conjunto competitivo
frente à União Europeia e outras uniões mundiais”, disse Rivarola.
Mais um fator que poderia somar como justificativa para o prosseguimento
da suspensão do Paraguai, no Mercosul, é quem será o presidente eleito
no próximo ano. Questionada sobre a possível vitória de um dos três
empresários mais ricos, Horacio Cartes, candidato pelo Partido Colorado,
que deixou de governar o país, por primeira vez na história, após a
vitória de Fernando Lugo.
“Difícil pensar que sentarão para dialogar com Horacio Cartes”, afirmou
Rivarola. Horacio Cartes esteve preso por evasão de divisas, na época da
ditadura militar, hoje, é dono de várias empresas, inclusive da marca
de refrigerante mais popular do Paraguai (Pulp) e conhecido como dono do
“Club Libertad”, o qual atualmente preside.
Maíra Vasconcelos, de MontevidéuNo Advivo
*comtextolivre
Fuerzas militares y policiales de Paraguay manifestaron apoyo a Lugo
Via Telesur
Por
medio de un comunicado las fuerzas militares y policiales expresaron
que la destitución de Lugo fue un intento de doblegar la voluntad del
pueblo (Foto: Archivo)
Oficiales y subalternos
de las Fuerzas Armandas y Policiales de Paraguay emitieron un comunicado
para repudiar la destitución del expresidente de ese país, Fernando
Lugo, y manifestarle su apoyo.
Oficiales y
subalternos de las Fuerzas Armandas y Policiales de Paraguay anunciaron
este domingo su apoyo irrestricto al expresidente de ese país, Fernando
Lugo, quien fue separado de su cargo tras un juicio político
parlamentario celebrado el pasado 22 de junio.
A través de un comunicado de prensa,
las Fuerzas Militares y Policiales del país suramericano repudiaron el
proceso que terminó con la destitución de Lugo, elegido por el voto
popular como mandatario de Paraguay.
“Rechazamos
(...) la iniciativa de llevar a juicio político al Presidente de la
República, más aún sin existir un debate público, consultas o procesos
respetuosos de la voluntad de la ciudadanía paraguaya, lo que se
constituye en un grave retroceso en el proceso de democratización de la
región”, manifestaron.
Denunciaron que lo ocurrido en Paraguay fue un “intento de doblegar la voluntad y la soberanía popular del pueblo”.
En el texto, aclararon que a pesar de su descontento con la realidad política de ese país, no levantarán las armas.
“Con
este comunicado dejamos bien en claro que también somos paraguayos y
que venimos de los estratos más humildes del país, por ello no
levantaremos nuestras armas en contra" del pueblo.
El
nuevo gobierno de Paraguay, encabezado por Federico Franco, fue
sancionado por los países que conforman el Mercado Común del Sur
(Mercosur), la Unión de Naciones Suramericanas (Unasur) y ha sido
criticado por otras naciones por considerar que no se le respeto el
derecho a la defensa al ahora exmandatario, Fernando Lugo.
Por
su parte, Lugo ha reiterado en varias oportunidades su llamado a
resolver el conflicto político por la vía pacífica, mensaje que ha sido
acatado por sus seguidores que se mantienen en las calles en protestas
pacíficas.
*GilsonSampaio
domingo, julho 01, 2012
Lugo: "Caí porque não dei cargos aos partidos"
Como se vê, fisiologismo não é privilégio só do Brasil.
Juízo político por não dar cargos
Em entrevista ao argentino Clarín, o ex-presidente paraguaio Fernando
Lugo diz que contrariou os interesses do sistema político paraguaio; “O
Estado não é uma torta que se reparte”
O ex-presidente paraguaio Fernando Lugo concedeu entrevista exclusiva ao
Clarín para dizer que caiu por não entrar no jogo político do Paraguai.
As palavras foram a um jornal da Argentina, que é justamente de onde
ele tem conseguido mais apoio – até agora, Cristina Kirchner tem
liderado o discurso contra o governo de Federico Franco. Leia alguns
trechos:
Em uma entrevista com Daniel Vittar, do jornal argentino El Clarín, o
ex-presidente Fernando Lugo falou sobre as razões que levaram ao
impeachment, dizendo que seu governo também tentou mudar a política
paraguaia.
"Tínhamos uma frase inspiradora de Pio XI que dizia que "a política é a
expressão mais sublime do amor". Mas ele se referia à alta política, à
genuína, não à politiqueira, a política a que estão acostumados aqui no
Paraguai. Queríamos romper com isso", disse.
Ele ainda afirma que a religião não deve ser dissociada da política,
embora a Igreja "tenha errado muitas vezes na identificação com projetos
políticos passageiros."
Juízo político por não dar cargos
Questionado sobre a formulação do juízo político que o depôs, Lugo disse
que os cinco fundamentos da acusação não eram argumentos o bastante
para para destituí-lo e que o impeachment ocorreu porque ele não atendeu
aos pedidos de cargos dos partidos políticos.
"Aqui estão acostumados a ter uma atitude de patrocínio. Nós queríamos
quebrar essa ordem e fazer políticas sociais, e isso incomodou", disse,
referindo-se ao PLRA, o partido liberal.
"Eu poderia fazer uma aliança com eles (PLRA), mas o preço seria muito
alto. O que os partidos políticos querem? Eles querem postos e eu disse
'não', o Estado não é uma torta que se reparte, é preciso merecer o
posto. Tínhamos outra visão de como conceber a política. Então, quando
os convidados são muitos e a comida é pouca, sem dúvida há descontentes.
E houve grande descontentamento na classe política tradicional", diz.
Lugo diz que sua administração tocou interesses ao mesmo tempo,
indicando que as partes discutem sobre quem quer ocupar cargos e receber
salário e não para projetos ou programas para o país.
"Meu maior erro foi confiar demais em políticos tradicionais. Confiar
demais e acreditar demais. É como acontece na Igreja: vem um assassino
ou um ladrão e diz que é inocente, e nós acreditamos nele. Acho que
confiei e acreditei demais na classe política. Mas eu confiei porque fui
muito respeitoso com os outros poderes, tanto o legislativo quanto o
judiciário. Poderia fazer acordos, mas depois cobram um preço muito alto
e eu não queria pagar", disse.
Promessas não cumpridas
Quanto à falta de cumprimento das suas promessas, ele se concentrou em questões de terra, culpando o sistema judiciário.
"Nós temos arquivadas mais de 100 ações judiciais para recuperar terras
ilícitas (...) Mas não é um tema que dependa do Executivo, mas do
Judiciário, esses registros estão concentrados em escritórios da
Justiça", observou.
Paternidade e câncer
Questionado sobre as denúncias de paternidade, ele disse que nem isso
nem o câncer afetaram seu trabalho duro, que começava às 5 da manhã.
"Nem a minha doença, o câncer, nem essas questões me fizeram perder um
único dia do meu trabalho. Todos os dias às 5 da manhã eu estava no
Palácio do Governo, doente ou bem, reconhecendo ou não reconhecendo a
paternidade. Nada mudou meu ritmo de entrega, de trabalho duro para o
bem deste país", disse.
Senador Lugo
Lugo confirmou que ele se ofereceu para correr como candidato a senador,
encabeçando a lista, uma proposta que será analisada antes de decidir.
Quanto candidatar-se como presidente disse que ainda não tem "uma
análise jurídica clara" para saber isso é possível.
Sobre a sanção ao Paraguai no Mercosul, disse que os presidentes
indicaram que o bloco "tem muito boa informação" e que se deve recuperar
o caminho perdido.
Franco impopular
Quando o jornalista do Clarin lhe consulta sobre o que poderia dizer
sobre o atual presidente, Federico Franco, Lugo respondeu que falaria de
sua ambição.
"Politicamente, ele pode dizer que ele também teve os votos que eu tive.
Mas nas últimas eleições internas de seu partido (Liberal) ficou em um
cômodo terceiro lugar. Não tem popularidade mesmo em seu partido. Então,
mal poderia ser o líder capaz de devolver a paz e tranquilidade ao
país", conclui.247
*Oterrordonordeste
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