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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, julho 29, 2012

‘Gatos gordos’ da religião não devem ter isenção fiscal, diz Dawkins


O cientista britânico e militante ateu Richard Dawkins chamou de “gatos gordos” os pastores que se enriquecem, compram mansões e jatos com o benefício das isenções fiscais, além do dízimo. “É uma obscenidade indefensável.”


Ele afirmou que a isenção fiscal também serve para sustentar proselitismo desses pastores com o propósito de arrecadar mais dinheiro dos fiéis.

Para ele, conceder esse tipo de isenção indiscriminadamente a denominações religiosas só porque se declaram como tais é um “equivoco bizarro”.

Argumentou que esse benefício deveria ser dado às entidades e pessoas que comprovarem que ajudam efetivamente a sociedade, independentemente de serem religiosas ou não.

As igrejas e nenhuma outra entidade, portanto, segundo ele, não deveriam desfrutar a priori da isenção fiscal, conforme escreveu em um artigo publicado recentemente no Washington Post.

“A isenção automática de impostos às igrejas é uma desgraça”, afirmou. “Ninguém nega que algumas igrejas fazem trabalho de caridade, mas isso não significa que qualquer organização esteja automaticamente qualificada para receber o benefício só porque se apresenta com o status de igreja.”

Richard Dawkins
Dawkins defende isenção só
para quem de fato merece
Ele disse que existem entidades seculares que se dedicam à filantropia sem obter, em muito casos, qualquer tipo de isenção fiscal. Como exemplo, citou a Associação Humanista Americana.

Dawkins (foto) destacou o caso de Todd Stiefel que ofereceu US$ 500 mil ao fundo de pesquisas da American Cancer Society. O dinheiro foi recusado porque o filantropo é ateu ou “por razões que, para dizer o mínimo, não são claras”. O meio milhão de dólares acabou indo para a Sociedade de Leucemia e Linfoma.

Dawkins escreveu haver pesquisas que comprovam serem os ateus tão generosos ou mais do que os crentes. Ele destacou que ninguém precisa de Deus ou depender de uma religião para ser bom.
Íntegra do artigo de Dawkins.
Deputado quer isentar música de culto dos direitos autorais.
março de 2012

Isenções fiscais da Igreja.   Richard Dawkins.

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz222rlooXh
Paulopes

Quando a notícia bomba explode no colo de tucanos e de Gilmar Mendes a Globo esconde

 

Como sempre, quando a batata assa para o lado demotucano, não sai nada na TV.

A revista Carta Capital trouxe a matéria com ingredientes novos do "mensalão tucano", entre eles uma listagem em que aparece o nome do ministro do STF Gilmar Mendes, como receptor de R$ 185 mil no "mensalão" tucano de 1998.

O relatório da suposta contabilidade do caixa-2 de campanha chegou às mãos do advogado da família da modelo Cristiane Ferreira, assassinada em Belo Horizonte em 2000.

Para o advogado, o assassinato foi queima de arquivo, pois ela acompanhava políticos importantes do demotucanato mineiro e, na listagem, aparece o nome dela ao lado do nome de políticos, recebendo quantias milionárias.

A listagem é em papel timbrado da agência de publicidade SMPB e assinado por Marcos Valério, que nega a autoria dizendo que o documento é falso. Gilmar Mendes também desqualifica pois o nome de Gilmar aparece como se fosse da AGU (advocacia Geral da União), cargo que ele só veio a ocupar em janeiro de 2000.

Junto com a listagem há a cópia de diversos depósitos ou doc`s de transferência bancária que, em grande parte dos casos, bate com os valores da listagem, o que confere certa credibilidade em seu conteúdo.

Há 3 possibilidade:

1) A lista é verdadeira, e só uma perícia (que será feita) poderá comprovar;

2) A lista era verdadeira e foi adulterada para incluir nomes que não constavam, com fins escusos;

3) A lista é falsa, mas parte de seu conteúdo é verdadeiro, como mostram os comprovantes bancários;

Em qualquer caso o assunto é notícia explosiva que nenhum jornalismo poderia deixar de publicar. O Jornal Nacional não tocou no assunto.
*Osamigosdopresidentelula

CHEGA DE PARAÍSOS FISCAIS, PARAÍSO É PARA A HUMANIDADE

Escravidão moderna: 99% a serviço de 1%

Os offshore não têm pátria*
“O capitalismo tem o mundo a saque e a grande massa da riqueza que rouba está nas mãos de um insignificante punhado. É mais do que tempo de arrumar de vez a questão”.
Filipe Diniz
Enquanto o capitalismo em crise desenvolve uma brutal ofensiva contra os direitos dos trabalhadores e dos povos, só os 10 maiores bancos privados mundiais - incluindo os suíços UBS e Credit Suisse e o inevitável Goldman Sachs – movimentaram para offshores em 2010 mais de 4 triliões de libras, um acréscimo explosivo em relação aos 1,5 triliões que tinham movimentado em 2005.

O capital não tem pátria, e os offshores ainda menos a têm.
Um estudo que acaba de ser publicado (“Estimating the Price of Offshore” - Tax Justice Network, http://www.taxjustice.net/cms/front_content.php?idcat=148) referido pelo “Guardian” (http://www.guardian.co.uk/business/2012/jul/21/offshore-wealth-global-economy-tax-havens?intcmp=239; http://www.guardian.co.uk/business/2012/jul/21/global-elite-tax-offshore-economy) contém elementos particularmente esclarecedores. Estima esse estudo que a “elite global dos super-ricos” fez escapar às malhas do fisco e encaminhou para offshores um total de pelo menos 21 triliões (milhões de milhões de milhões) de dólares, o que equivale aos PIB somados dos EUA e do Japão. Essa quantia colossal vem de muitos lados, incluindo de alguns dos países mais pobres de África. Mas o seu destino é no essencial comum: a Suíça e as Ilhas Caimão. E quem trata do seu encaminhamento para paraísos fiscais não são obscuros contabilistas especializados na trapaça fiscal: são os funcionários altamente qualificados da banca privada. Informa o estudo que os 10 maiores bancos privados mundiais - incluindo os suíços UBS e Credit Suisse e o inevitável Goldman Sachs – movimentaram para offshores em 2010 mais de 4 triliões de libras, um acréscimo explosivo em relação aos 1,5 triliões que tinham movimentado em 2005.
Este estudo contém duas conclusões particularmente importantes. Uma, que para muitos países o dinheiro que escapa por esta via aos impostos seria suficiente para cobrir o total das respectivas dívidas externas. Outra, que o volume de riqueza alojado em paraísos fiscais é de tal ordem que, se fosse tido em conta na avaliação dos índices de desigualdade, alteraria profundamente a caracterização actual. Enquanto 3 mil milhões de seres humanos - 45% da população mundial - sobrevivem com menos de 2 dólares por dia, 92 mil indivíduos - 0,001% da população mundial - possuem bens em offshores no valor 6,3 triliões de libras.
O capitalismo tem o mundo a saque e a grande massa da riqueza que rouba está nas mãos de um insignificante punhado. É mais do que tempo de arrumar de vez a questão.
*Este artigo foi publicado no “Avante!” nº 2017, 26.07.2012
*GilsonSampaio

Charge do Dia

sábado, julho 28, 2012

Deleite Mythodea - Vangelis Papathanasiou - Mythodea -

Deleite Nara Leão


SP: Marcha das Vadias protesta pelo fim da violência contra a mulher 
28 de julho de 2012  15h19  atualizado às 17h39

Mulher participa da Marcha das Vadias realizada em São José do Rio Preto, interior do Estado de São Paulo. Foto: Marcos Madi/Futura Press
Mulher participa da Marcha das Vadias realizada em São José do Rio Preto, interior do Estado de São PauloFoto: Marcos Madi/Futura Press

Estudantes, organizações civis e partidos políticos se uniram na manhã deste sábado no centro de São José do Rio Preto (SP) para a participar da Marcha das Vadias. Cerca de 150 pessoas, entre homens, mulheres e crianças, saíram às ruas para protestar contra a violência sexual, pela legalização do aborto, pela liberdade sexual da mulher, pelo fim do machismo e da exploração sexual.
LAÍS MACHADO
Direto de São José do Rio Preto
Durante a marcha, os manifestantes realizaram atos pacíficos de conscientização social por vários pontos da cidade. Partiram da Praça Dom José Marcondes, passaram pela rodoviária, prefeitura e Delegacia de Defesa da Mulher.
Usando pouca roupa, com corpos pintados e carregando cartazes com frases como "Luta mulher, pois da sua liberdade sairá a liberdade de toda humanidade", "Uso a roupa que eu quiser" e "Isso não é um convite", os protestantes apresentaram suas reivindicações.
Intituladas, por elas próprias, vadias e feministas, algumas participantes apareceram com os seios à mostra para criticar o tabu que existem em torno do corpo feminino. "Fazemos questionamentos como: por que um homem pode andar na rua sem camisa e isso não choca ninguém?", salienta Marilia Botelho, estudante de Letras da Unesp e uma das idealizadoras do evento.
A marcha teve o intuito de chamar a atenção da sociedade em geral e das autoridades, principalmente, para os altos índices de violência contra a mulher. Dados da Delegacia de Defesa da Mulher apontam que no ano passado a cidade teve 1.646 ocorrências de violência contra mulheres.
"Acreditamos que é necessário haver educação sexual dentro das escolas e uma mudança em todos os pensamentos machistas da sociedade que inferioriza a mulher, rebaixando-as, seja como donas de casa submissas ou meramente rebolativas e sensuais na televisão. Uma verdadeira revolução da sociedade é o que mudaria essa situação, a marcha é uma tentativa de conscientização dos problemas e portanto, amenizá-los", salienta a estudante.
Durante o ato, alguns protestantes criticaram o presidente da Câmara, Oscarzinho Pimentel, que é acusado de ter realizado um programa sexual com duas menores. Um jovem carregava um cartaz com uma charge do vereador e com a frase "E a culpa é da mulher".
*Terra

Moto

  

Jornal critica intolerância evangélica contra seguidores de umbanda


Jornal diz que os fanáticos deveriam tirar lições da história do
cristianismo, no período em que foi perseguido pelos romanos

editorial do Jornal do Commercio, de Pernambuco
De tão antiga e tão arraigada à história de todos os povos, a intolerância religiosa se presta normalmente a estudos acadêmicos, mas quando se torna ato de agressão física ou moral a questão desce ao plano policial e é, sim, matéria jornalística. Como vem sendo desde o bárbaro assassinato de uma criança no que se divulgou como “ritual de magia negra” no interior de Pernambuco. Sinal para que grupos evangélicos saíssem do já conhecido teatro de condenações, a tela de TV, para a manifestação direta contra os seguidores de umbanda, com ameaças de violência e gestos de intolerância inaceitáveis.

Esse é um capítulo à parte na história contemporânea do nosso País, principalmente pelo crescimento das denominações pentecostais, que curiosamente associam o demônio às manifestações religiosas de matriz africana quando se trata de uma criação cristã. Todos os preconceitos que alimentam a intolerância religiosa recaem sobre expressões quase sempre desconhecidas, como o vodum e as entidades do panteão da religiosidade afro-brasileira, que recebemos como fruto de um dos capítulos mais sujos de nossa história: a escravidão.

Antes de condenar e perseguir práticas religiosas que desconhecem, esses grupos que atacam quem não reza pelo seu livro deveriam recorrer à história de suas próprias crenças para encontrar as mesmas formas de intolerância que fez a perseguição romana contra os cristãos, destes contra os judeus, a perseguição católica contra os protestantes, até as mais recentes manifestações da “religião” nazista.

Mais que atentar para a história das crenças, cabe lembrar aos fanáticos de todas as denominações que há princípios e leis que asseguram o direito de acreditar, ou não acreditar, em divindades, e que há punição assegurada pelo Estado – entidade sem religião – para quem viola essas normas. É por essas razões que causam inquietação as manifestações de grupos evangélicos contra os seguidores de umbanda, assim como é impensável se associar a práticas religiosas afro-brasileiras algo como ritual de magia negra, com sacrifícios humanos.

Também não podem os intolerantes – tão cuidadosos em pautar suas vidas pela Bíblia – desconhecer que esse livro contém muito sangue e até remete a manifestações que seriam não apenas criminosas do ponto de vista laico, como inaceitáveis na visão do religioso dos dias de hoje. Basta que recorram aos episódios que falam de sacrifício humano e de animais, culminando com o capítulo 9º da Carta aos Hebreus, onde trata do “sangue da nova aliança”. É um trecho coberto de sangue, com expressões como: “E, segundo a Lei, quase todas as coisas são purificadas com sangue, e sem derramamento de sangue não existe perdão”. Essa é a coluna ideológica com que fanáticos de todas as latitudes têm tentado legitimar seus atos, em quaisquer circunstâncias inaceitáveis em uma sociedade onde a liberdade de crença e culto e, sobretudo, o direito à vida, têm a proteção de todas as leis.

Transcrição da edição de hoje do Jornal do Commercio.

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Paulopes