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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

segunda-feira, setembro 10, 2012

11 años después del 9/11


#FalaFHC: Tucanos escalam FHC para atacar Haddad



Carta Capital


Ex-presidente foi à televisão atacar o PT.
Ex-presidente foi à televisão atacar o PT. Foto: reprodução.
Com a queda nas pesquisas do candidato tucano José Serra à prefeitura de São Paulo, o PSDB escalou o ex-presidente Fernando Henrique Carodoso para a linha de frente das críticas ao PT no horário eleitoral.
“A Justiça está despertando o Brasil. Já condenou réus do mensalão e não poupou os poderosos. São Paulo não aceita quem é tolerante com  desvios de dinheiro público,” diz FHC na inserção que está no ar desde o sábado 8, referindo-se ao julgamento no Supremo Tribunal Federal.  Até agora, Fernando Henrique não havia aparecido na campanha.
Desde o começo da campanha eleitoral, Serra já perdeu dez pontos nas pesquisas feitas pelo Datafolha. Ele agora está tecnicamente empatado em segundo lugar com o candidato petista, Fernando Haddad.
Em evento neste domingo na zona sul da cidade, Haddad criticou a fala de FHC. “Como ex-presidente, ele tem que ter uma postura republicana e saber onde começou isso. Começou em Minas Gerais com o partido dele”, disse Haddad, referindo-se ao esquema de caixa 2 na campanha do tucano Eduardo Azeredo à reeleição ao governo de Minas Gerais em 1998.
*Mariadapenhaneles

 

 

Uma carta aberta a FHC que merece ir para os livros de História

 

Theotonio dos Santos
- Via Blog do Rovai

Segue uma carta aberta de Theotonio dos Santos, economista, cientista político e um dos formuladores da Teoria da Dependência. Hoje é um dos principais expoentes da Teoria do Sistema Mundo. Mestre em Ciência Política pela UnB e doutor notório saber pela UFMG e pela UFF. Coordenador da cátedra e Rede ONU/Unesco de Economia Global e Desenvolvimento Sustentável (Reggen).

O texto é um primor e contribui tanto para entender o quanto o governo do PSDB foi deletério para o Brasil como ajuda a impedir que a mídia tente “lavar branquinho” a história e produzir uma nova versão do que foram os anos FHC.


Theotonio dos Santos: Carta Aberta a Fernando Henrique Cardoso


Meu caro Fernando,


Vejo-me na obrigação de responder a carta aberta que você dirigiu ao Lula, em nome de uma velha polêmica que você e o José Serra iniciaram em 1978 contra o Rui Mauro Marini, eu, André Gunder Frank e Vânia Bambirra, rompendo com um esforço teórico comum que iniciamos no Chile na segunda metade dos anos 1960.


A discussão agora não é entre os cientistas sociais e sim a partir de uma experiência política que reflete, contudo, este debate teórico. Esta carta assinada por você como ex-presidente é uma defesa muito frágil teórica e politicamente de sua gestão. Quem a lê não pode compreender por que você saiu do governo com 23% de aprovação enquanto Lula deixa o seu governo com 96% de aprovação. Já discutimos em várias oportunidades os mitos que se criaram em torno dos chamados êxitos de seu governo. Já no seu governo vários estudiosos discutimos, o inevitável caminho de seu fracasso junto à maioria da população. Pois as premissas teóricas em que baseava sua ação política eram profundamente equivocadas e contraditórias com os interesses da maioria da população. [Se os leitores tiverem interesse de conhecer o debate sobre estas bases teóricas lhes recomendo meu livro já esgotado: Teoria da Dependência: Balanço e Perspectivas, Editora Civilização Brasileira, Rio, 2000]. Contudo, nesta oportunidade me cabe concentrar-me nos mitos criados em torno de seu governo, os quais você repete exaustivamente nesta carta aberta.


O primeiro mito
é de que seu governo foi um êxito econômico a partir do fortalecimento do real e que o governo Lula estaria apoiado neste êxito alcançando assim resultados positivos que não quer compartilhar com você… Em primeiro lugar vamos desmitificar a afirmação de que foi o Plano Real que acabou com a inflação. Os dados mostram que até 1993 a economia mundial vivia uma hiperinflação na qual todas as economias apresentavam inflações superiores a 10%. A partir de 1994, todas as economias do mundo apresentaram uma queda da inflação para menos de 10%. Claro que em cada país apareceram os “gênios” locais que se apresentaram como os autores desta queda. Mas isto é falso: tratava-se de um movimento planetário.

No caso brasileiro, a nossa inflação girou, durante todo seu governo, próxima dos 10% mais altos.
Tivemos em seu governo uma das mais altas inflações do mundo. E aqui chegamos no outro mito incrível. Segundo você e seus seguidores (e até setores de oposição a seu governo que acreditam neste mito) sua política econômica assegurou a transformação do real numa moeda forte.

Ora Fernando, sejamos cordatos: chamar uma moeda que começou em 1994 valendo 0,85 centavos de dólar e mantendo um valor falso até 1998, quando o próprio FMI exigia uma desvalorização de pelo menos uns 40% e seu ministro da Economia recusou-se a realizá-la “pelo menos até as eleições”, indicando assim a época em que esta desvalorização viria e quando os capitais estrangeiros deveriam sair do País antes de sua desvalorização. O fato é que quando você flexibilizou o câmbio o real se desvalorizou chegando até a 4,00 reais por dólar. E não venha por a culpa da “ameaça petista”, pois esta desvalorização ocorreu muito antes da “ameaça Lula”.
Ora, uma moeda que se desvaloriza quatro vezes em oito anos pode ser considerada uma moeda forte? Em que manual de economia? Que economista respeitável sustenta esta tese? Conclusões: O Plano Real não derrubou a inflação e sim uma deflação mundial que fez cair as inflações no mundo inteiro. A inflação brasileira continuou sendo uma das maiores do mundo durante seu governo. O real foi uma moeda drasticamente debilitada. Isto é evidente: quando nossa inflação esteve acima da inflação mundial por vários anos, nossa moeda tinha de ser altamente desvalorizada. De maneira suicida ela foi mantida artificialmente com um alto valor que levou à crise brutal de 1999.

O
segundo mito, de acordo com suas declarações, seu governo foi um exemplo de rigor fiscal. Meu Deus: um governo que elevou a dívida pública do Brasil de uns 60 bilhões de reais em 1994 para mais de 850 bilhões de dólares quando entregou o governo ao Lula, oito anos depois, é um exemplo de rigor fiscal? Gostaria de saber que economista poderia sustentar esta tese. Isto é um dos casos mais sérios de irresponsabilidade fiscal em toda a história da humanidade. E não adianta atribuir este endividamento colossal aos chamados “esqueletos” das dívidas dos estados, como o fez seu ministro de Economia burlando a boa-fé daqueles que preferiam não enfrentar a triste realidade de seu governo. Um governo que chegou a pagar 50% ao ano de juros por seus títulos para, em seguida, depositar os investimentos vindos do exterior em moeda forte a juros nominais de 3% a 4%, não pode fugir do fato de que criou uma dívida colossal só para atrair capitais do exterior para cobrir os déficits comerciais colossais gerados por uma moeda sobrevalorizada que impedia a exportação, agravada ainda mais pelos juros absurdos que pagava para cobrir o déficit que gerava. Este nível de irresponsabilidade cambial se transforma em irresponsabilidade fiscal que o povo brasileiro pagou sob a forma de uma queda da renda de cada brasileiro pobre. Nem falar da brutal concentração de renda que esta política agravou drasticamente neste país da maior concentração de renda no mundo. Vergonha, Fernando. Muita vergonha. Baixa a cabeça e entenda por que nem seus companheiros de partido querem se identificar com o seu governo… te obrigando a sair sozinho nesta tarefa insana.

Terceiro mito
– Segundo você, o Brasil tinha dificuldade de pagar sua dívida externa por causa da ameaça de um caos econômico que se esperava do governo Lula. Fernando, não brinca com a compreensão das pessoas. Em 1999, o Brasil tinha chegado à drástica situação de ter perdido todas as suas divisas. Você teve de pedir ajuda a seu amigo Clinton que colocou a sua disposição 20 bilhões de dólares do Tesouro dos EUA e mais uns 25 bilhões de dólares do FMI, Banco Mundial e BID. Tudo isto sem nenhuma garantia. Esperava-se aumentar as exportações do país para gerar divisas para pagar esta dívida. O fracasso do setor exportador brasileiro mesmo com a espetacular desvalorização do real não permitiu juntar nenhum recurso em dólar para pagar a dívida.

Não tem nada a ver com a ameaça de Lula. A ameaça de Lula existiu exatamente em consequência deste fracasso colossal de sua política macroeconômica. Sua política externa submissa aos interesses norte-americanos, apesar de algumas declarações críticas, ligava nossas exportações a uma economia decadente e um mercado já copado. A recusa de seus neoliberais de promover uma política industrial na qual o Estado apoiava e orientava nossas exportações. A loucura do endividamento interno colossal. A impossibilidade de realizar inversões públicas apesar dos enormes recursos obtidos com a venda de uns 100 bilhões de dólares de empresas brasileiras. Os juros mais altos do mundo que inviabilizava e ainda inviabiliza a competitividade de qualquer empresa. Enfim,
um fracasso econômico rotundo que se traduzia nos mais altos índices de risco do mundo, mesmo tratando-se de avaliadoras amigas. Uma dívida sem dinheiro para pagar… Fernando, o Lula não era ameaça de caos. Você era o caos. E o povo brasileiro correu tranquilamente o risco de eleger um torneiro mecânico e um partido de agitadores, segundo a avaliação de vocês, do que continuar a aventura econômica que você e seu partido criaram para este país.

Gostaria de destacar a qualidade de seu governo em algum campo mas não posso fazê-lo nem no campo cultural para o qual foi chamado nosso querido Francisco Weffort (este então secretário geral do PT) e não criou um só museu, uma só campanha significativa. Que vergonha foi a comemoração dos 500 anos da “descoberta do Brasil”. E no plano educacional onde você não criou uma só universidade e entrou em choque com a maioria dos professores universitários sucateados em seus salários e em seu prestígio profissional.


Não Fernando, não posso reconhecer nada que não pudesse ser feito por um medíocre presidente. Lamento muito o destino do Serra. Se ele não ganhar esta eleição vai ficar sem mandato, mas esta é a política. Vocês vão ter de revisar profundamente esta tentativa de encerrar a Era Vargas com a qual se identifica tão fortemente nosso povo. E terão de pensar que o capitalismo dependente que São Paulo construiu não é o que o povo brasileiro quer. E por mais que vocês tenham alcançado o domínio da imprensa brasileira, devido suas alianças internacionais e nacionais, está claro que isto não poderia assegurar ao PSDB um governo querido pelo nosso povo.


Vocês vão ficar na nossa história com um episódio de reação contra o verdadeiro progresso que Dilma nos promete aprofundar. Ela nos disse que a luta contra a desigualdade é o verdadeiro fundamento de uma política progressista. E dessa política vocês estão fora. Apesar de tudo isto, me dá pena colocar em choque tão radical uma velha amizade. Apesar deste caminho tão equivocado, eu ainda gosto de vocês (e tenho a melhor recordação de Ruth), mas quero vocês longe do poder no Brasil. Como a grande maioria do povo brasileiro. Poderemos bater um papo inocente em algum congresso internacional se é que vocês algum dia voltarão a frequentar este mundo dos intelectuais afastados das lides do poder.


Com a melhor disposição possível, mas com amor à verdade, me despeço.


Theotonio dos Santos
*Tudoemcima

Charge do Dia

MOVIMENTO REACIONÁRIO CANSEI, PROTAGONIZADO POR celebridades, PODE CHEGAR AO PODER EM SÃO PAULO SE CELSO RUSSOMANO VENCER A ELEIÇÃO

D’Urso, organizador dos interesses da elite paulistana, é vice de Russomanno
O movimento reacionário Cansei da elite paulistana, que surgiu após a Folha de S.Paulo publicar um texto de um articulista, que não me lembro o nome (não vale a pena), acusando o ex-presidente Lula de ter derrubado o avião da TAM em 2007, pode chegar ao poder com uma eventual vitória de Celso Russomanno.
O candidato a vice-prefeito de Celso Russomanno é nada menos do que Luiz Flávio Borges D`Urso, um dos organizadores do movimento Cansei. Prot(agonizado) por celebridades, o movimento era uma reação da elite que estava descontente com a incapacidade do PSDB de fazer oposição e com o governo do ex-presidente Lula que trazia avanços sociais em várias árias, inclusive levando o povão a andar de avião.
No fundo no fundo, a lotação dos aeroportos parece ter sido a principal causa do movimento, que se caracterizou por questionar o ‘caos aéreo’, a corrupção e pagamento de impostos. E foi ironizado até por Fernando Henrique Cardoso. Veja abaixo entrevista de Conceição Lemes sobre D’urso e o Cansei.

Mas, em entrevista à repórter Conceição Lemes, o presidente do Cremesp desmentiu o Cansei e o que foi publicado no site da OAB-SP. Em 13 de agosto, ele enviou ao presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D’ Urso, uma carta solicitando a correção do “mal entendido”. O pedido foi ignorado. Até o dia 25 de setembro, véspera da publicação da entrevista abaixo, o nome do Conselho Regional de Medicina continuava lá.
Segue a entrevista da repórter:

Conceição Lemes — Afinal de contas, o Cremesp apóia ou não o “Cansei”?
Henrique Carlos Gonçalves – Absolutamente não apóia.

Conceição Lemes — Mas o senhor posou para fotos. É quem segura o cartaz que mostra o único negro que participa da campanha, além do cantor e compositor Seu Jorge.  Em release à imprensa, constava o Cremesp como apoiador…
Regina (Com Medo) Duarte e outras politizadas celebridades
Henrique Carlos Gonçalves — O que aconteceu foi o seguinte. O doutor D’Urso, presidente da OAB, convidou o presidente do Cremesp para o lançamento de uma campanha cívica que ocorreria na Ordem dos Advogados do Brasil, na sede da Praça da Sé. Numa retribuição de gentileza, fui a essa reunião. Só que, na verdade, era uma coletiva de imprensa e não uma reunião. Imagine a situação. Eu te convido para um evento no Cremesp. Você comparece. E, aí, de repente, sem a tua autorização, eu solto um release, dizendo que você apóia o meu movimento. Isso não se faz. Primeiro, eu nem sabia o que era o tal movimento cívico. Segundo, a adesão do Conselho enquanto instituição a qualquer tipo de movimento se dá por decisão da Diretoria e da Plenária. Se quisessem o nosso apoio, teriam que fazer isso de maneira formal. Até porque advogado faz tudo de maneira formal. Isso não foi feito. Portanto, houve por parte dos organizadores do “Cansei” certa imprudência, para não usar outros termos, de colocarem o nome do Cremesp como apoiador. É um direito da Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de São Paulo], da Associação Comercial de São Paulo, da Ordem, dos publicitários fazerem uma campanha. Mas não se alinha às posições que o Cremesp tem adotado. (texto integral)
*Educaçãopolítica

A derrubada de Salvador Allende foi uma dolorosa experiência para os povos sul-americanos

Via Diário Liberdade
090912 allendeChile - TeleSur -
No dia 11 de setembro de 1973 o Exército do Chile derrubou o presidente democraticamente constituído Salvador Allende. O golpe de Estado levou à morte, aos 65 anos, do líder socialista e deu começo ao genocídio de milhares de chilenos.
A ação, planejada por generais do Alto Comando das Forças Armadas e de Carabineros (polícia), foi dirigida pelo general de Exército Augusto Pinochet Ugarte e que recebeu intima colaboração da norte-americana Agência Central de Inteligência CIA, e de vários grupos de poder nacionais e internacionais.
O fim do governo de Allende deu inicio ao Regime Militar, uma cruel ditadura encabeçada por Pinochet e que duraria mais de 17 anos, deixado um saldo de mais de 3 mil desaparecidos.
Allende, eleito por meio de voto popular em 4 de setembro de 1970, se mantém como um dos personagens mais simbólicos da história política do Chile e dos povos progressistas da América Latina.
Apesar de defender a via pacífica para o socialismo, que postulava um socialismo democrático e pluripartidarista, os mil dias do governo Allende concluíram naquele 11 de setembro de 1973.
Sentença de morte
Uma vez que Allende assumiu a presidência começou a história para avançar na construção do socialismo pela via não-armada.
Foram reatadas as relações diplomáticas com todos os paises socialistas. Especial significado teve o restabelecimento das relações com Cuba, o que ajudava a romper o injusto bloqueio imposto à Ilha pelos EEUU.
Profundizou-se a Reforma Agrária, com a expropriação de terras. O Governo Popular pôs fim ao latifúndio em 1972 e iniciou-se a nacionalização do cobre.
Também foram nacionalizados Bancos privados, acertando um duro golpe na oligarquia financeira.
Este conjunto de medidas estruturais provocou reações brutais e teve inicio um bloqueio econômico internacional por parte dos Estados Unidos, com o congelamento das vendas de cobre ao exterior, enquanto que no Chile a reação implementou a sabotagem interna, o estoque de mercadorias, insumos e peças de reposição.
As campanhas de desprestigio feitas pela mídia, os chamamentos e as pressões da direita e o império das Forças Armadas (FFAA) para que aplicassem um golpe de estado, foram a cada dia de maior intensidade.
O Congresso, com maioria demo-direitista, aprovou um voto que estabeleceu a inconstitucionalidade do Governo Popular; isto deu aos golpistas a legitimidade para o golpe de Estado.
O golpe começou de madrugada
A primeira tentativa de derrubar Allende se materializou em junho de 73, através de um fracassado 'Tanquetaço'. Em 29 de julho, o auxiliar de campo de Allende, comandante Araya Peters foi assassinado, enquanto continuavam as pressões contra os militares leais ao Governo.
O golpe tinha sido planejado para o dia 15 ou 16 de setembro afim de camuflar a movimentação de tropas com o tradicional desfile militar de 19 de setembro, entretanto foi antecipado para o dia 11.
A operação militar começou de madrugada, com o levante da Marinha. Em seguida se alastrou por todo o território.
Às 6h20min desse dia, o presidente recebeu uma ligação telefônica na sua residência da Rua Tomás Moro informando-o do golpe militar em andamento. Imediatamente põe a sua guarda pessoal em estado de alerta e toma a firme decisão de deslocar-se ao Palácio da Moneda para defender, do seu posto de Presidente da República, ao governo da Unidade Popular. É escoltado por 23 homens armados com 23 fuzis automáticos, duas metralhadoras calibre 30 e 3 bazucas, tudo levado ao Palácio Presidencial, aonde chegam às 7h30min, em quatro automóveis e uma camionete.
Portando o seu fuzil automático, o presidente, acompanhado pela escolta, entrou pela porta principal do Palácio da Moneda. Até aquele momento a proteção habitual de carabineiros mantinha-se no Palácio
Reúne-se, já no interior do Palácio, com os homens que o acompanharam e os informa da gravidade da situação e da sua decisão de combater até a morte defendendo o governo constitucional, legitimo e popular do Chile diante do golpe fascista. Analisou as forças disponíveis e ditou as primeiras instruções para a defesa do Palácio.
Sete membros do Corpo de Investigações chegaram para juntar-se aos defensores. Enquanto isto, as sentinelas de carabineiros mantinham-se em seus postos e alguns tomavam medidas para a defesa do prédio. Um pequeno grupo da escolta pessoal toma conta da entrada da sala de despachos presidencial com instruções de deixar passar a nenhum militar armado para evitar qualquer traição.
No intervalo de uma hora o presidente Allende se dirige ao povo, via rádio, para expressar a sua vontade de resistir.
Após as 8h15mim, pelos alto-falantes do Palácio a junta fascista convoca o presidente à rendição e renúncia do seu cargo, oferecendo-lhe um transporte aéreo para abandonar o país em companhia de sua família e colaboradores. O presidente responde que "como generais traidores que são não conhecem os homens de honra" e rechaça indignado o ultimatum.
No seu despacho o presidente realiza uma breve reunião com vários altos oficiais do Corpo de Carabineiros que tinham acudido ao Palácio e que, naquele momento, recusavam-se covardemente a defender o governo. O presidente os repreende duramente e os manda embora com desprezo.
Às 9h15min, aproximadamente, começam as primeiras descargas do exterior contra o Palácio. Tropas fascistas de infantaria, em número superior a duzentos homens, avançam pelas ruas Teatinos e Morandé, que ladeiam a Praça da Constituição, rumo ao Palácio Presidencial, atirando contra a sala de despachos do presidente. As forças que defendiam o Palácio não passavam de quarenta homens.
O presidente ordena abrir fogo contra os atacantes e ele, pessoalmente, também atira contra os fascistas que retrocedem desordenadamente com numerosas baixas.
A violenta luta se prolonga por mais de uma hora sem que os fascistas consigam avançar um centímetro.
Por volta do meio dia começa o ataque aéreo. Os primeiros foguetes lançados pelos aviões caíram no pátio de inverno que fica no centro do Palácio da Moneda, perfurando o telhado e explodindo no interior das edificações.
Uma das explosões quebrou as janelas próximas de onde o presidente se encontrava lançando fragmentos de vidro que o feriram nas costas. Foram as suas primeiras feridas.
Às 2h, aproximadamente, os fascistas conseguem ocupar um ângulo do segundo andar do prédio. O presidente se protegia, junto a vários de seus companheiros, num dos cantos do Salão Vermelho.
É neste momento que ocorre a sua morte, da qual existem varias versões. Uma diz que ele morreu combatendo na defesa do Palácio, outra que foi assassinado quando estava ferido e uma terceira diz que preferiu suicidar-se a render-se.
A terceira versão recebe mais créditos depois que, naquele dia, o presidente declarara através da rádio Magallanes: "Pagarei com a minha vida pela lealdade do povo".
Entretanto, Fidel Castro, lider cubano e amigo de Allende, escreveu num testemunho publicado no livro "Grandes Alamedas: O combate do presidente Allende", de Jorge Timossi, no qual assegura que o presidente chileno foi assassinado com dois disparos, um no estomago, que não o fez sucumbir e um segundo impacto no peito, que o derrubou "e já moribundo foi metralhado".
Eis as últimas palavras do companheiro presidente Salvador Allende ao povo do Chile:
"Trabalhadores da minha pátria: tenho fé no Chile e seu destino. Outros homens superarão este momento gris e amargo, onde a traição pretende se impor. Continuem sabendo que, muito mais cedo do que tarde, se abrirão as grandes alamedas por onde passará o homem livre para construir uma sociedade melhor. Viva o Chile! Viva o povo! Vivam os trabalhadores!!!
Estas son mis últimas palabras, teniendo la certeza de que el sacrificio no será en vano. Tengo la certeza que por lo menos, habrá una sanción moral que castigará la felonía, la cobardía y la traición.
Estas são minhas últimas palavras, tendo a certeza de que o sacrifício não será em vão. Tenho a certeza de que, pelo menos, haverá uma sansão moral que castigara a felonía, a covardia e a traição."
*GilsonSampaio

domingo, setembro 09, 2012

Russomanno é acusado por MP de falsidade ideológica

Fonte da Imagem: Facebook

Uma conta de luz pode complicar a vida do líder isolado nas pesquisas de intenção de voto na corrida pela Prefeitura de São Paulo. 


Celso Russomanno (PRB) é acusado pelo Ministério Público de mentir sobre seu domicílio eleitoral e simular o aluguel de um imóvel em Santo André com o objetivo de disputar a vaga de prefeito da cidade do Grande ABC em 2000. 


Uma série de testemunhas e, principalmente, a falta de consumo de energia do apartamento onde ele dizia morar naquela época põem em xeque a versão apresentada por ele no caso. 


As informações constam de uma ação penal na qual Russomanno é réu desde junho, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu a denúncia contra ele. 


Após o recebimento, o processo voltou para a primeira instância porque o hoje candidato do PRB já não tinha mais foro privilegiado – ele deixou de ser deputado federal no ano passado. 


Russomanno tem depoimento marcado para dar explicações à Justiça no dia 29 de janeiro de 2013. 


Para o Ministério Público, embora tenha afirmado em documento que morava no apartamento da região central de Santo André, ele nunca residiu no imóvel. 


A legislação exige que o candidato more na cidade onde se vai disputar um cargo pelo menos três meses antes de pedir a transferência do domicílio eleitoral. 


Instado a se explicar nos autos, o candidato apresentou, via seus advogados, um contrato de locação e o recibo dos pagamentos dos aluguéis de julho, agosto e setembro de 1999, como forma de comprovar o domicílio. 


O Ministério Público, porém, chamou várias testemunhas para depor. 


Na ação penal, o porteiro do prédio e o vizinho de porta afirmam nunca ter visto Russomanno por lá.


Para rebater as acusações, o candidato em São Paulo apresentou quatro testemunhas que disseram tê-lo visto no prédio. 


A promotoria as desqualificou, justificando que uma era locador do imóvel, outra filiada ao partido de Russomanno e as duas últimas disseram tê-lo visto apenas uma vez. 


A pena máxima para o crime de falsidade ideológica é de cinco anos de detenção. 


Pelo fato de o caso ter ocorrido há mais de uma década, a pena numa eventual condenação poderá estar prescrita. 


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. 


Do Grupo Beatrice.
*cutucandodeleve

Deleite SERENATA DO PESCADOR


tio-bisavô - EDUARDO MEDEIROS.
*Manoel M.

Contra Corrente especial 58 anos sem Getúlio


 

Protesto Chile



Manifestante vestido de palhaço anda de bicicleta em confronto com policiais, neste domingo (9), no Chile. O protesto marca o golpe militar de 1973 que marcou o início da ditadura de 17 anos do general Augusto Pinochet Ivan Alvarado/Reuters

Milhares marcham no Chile por vítimas da ditadura de Pinochet        

        


 

Ativistas dos Direitos Humanos do Chile participam da passeata neste domingo (9), em memória dos detidos e desaparecidos da ditadura de Augusto Pinochet, no 39° aniversário do golpe que derrubou Salvador Allende no dia 11 de setembro de 1973 Mais Martin

*Nina