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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, setembro 28, 2012

"Mensalão" tem Daniel Dantas em suas origens Ministro Lewandowsky liga Daniel Dantas ao "Mensalão".


  Quem já meteu a mão na grana do brasileiro

Condenados pela Justiça, eles meteram a mão em pelo menos R$ 5,9 bilhões que poderiam ser revertidos aos brasileiros. A grana desviada por eles é equivalente a dez vezes o valor que o Ministério da Saúde vai investir em hospitais neste ano. O valor também daria para construir 25 pontes e é equivalente a quatro mil quilômetros de estradas recuperados.  Nas imagens a seguir, relembre os truques dos “mestres do esquema”.
Guilherme Fontes: o ator e diretor não cumpriu os dois contratos de patrocínio assinados para seu projeto cinematográfico Chatô, o Rei do Brasil, e agora terá que devolver mais de R$ 2,5 milhões para as empresas Petrobras Distribuidora (R$ 1,1 milhão) e Petrobras S/A (R$ 1,5 milhão).
Guilherme não honrou os compromissos firmados e foi condenado pela 31ª Vara Cível do estado do Rio de Janeiro a devolver o dinheiro, que veio de recursos públicos. Em cima dos valores, há correção monetária e juros, mas ainda cabe recurso. A decisão saiu nesta semana.
Eliana Tranchesi: ela ficou nacionalmente conhecida como uma das empresárias brasileiras mais bem sucedidas do ramo da moda, especializada em grifes internacionais. Mas em 2005, a operação Narciso, da Polícia Federal, apontou sonegação fiscal nas importações da Daslu. Foi descoberta uma dívida estimada com o Fisco de R$ 500 milhões, fruto de impostos sonegados. Foi condenada a 53 anos de cadeia, foi liberada e morreu de câncer em fevereiro deste ano.
Edemar Cid Ferreira: o ex-banqueiro foi preso em 2006 como medida preventiva. Ele e mais outros 18 ex-dirigentes do Banco Santos foram denunciados pelo Ministério Público Federal por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e gestão fraudulenta. O rombo foi estimado em R$ 2,9 bilhões. Edemar foi condenado a 21 anos de cadeia, mas está solto. 
Nicolau dos Santos Neto: ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, o Lalau, foi pivô de um dos casos mais escandalosos de desvio de dinheiro público na década de 90. Foram 203 milhões desviados da construção do Fórum Trabalhista da Barra Funda, em São Paulo, que a Justiça condenou a devolver cada centavo. Este mês, a Suíça vai devolver ao Brasil parte do dinheiro desviado pelo juiz.
Daniel Dantas: é um dos banqueiros que mais têm o nome envolvido em operações suspeitas na história do Brasil, dentre elas, a mais famosa gira em torno de um suposto financiamento do "valerioduto", a espinha dorsal do mensalão — conjunto de contas bancárias pertencentes ao empresário Marcos Valério para as quais se desviava dinheiro público, depois usado para pagar parlamentares em troca de apoio político ao governo.
Dantas teve cerca de R$ 90 milhões bloqueados em contas do Reino Unido e foi condenado por corrupção na tentativa de suborno de US$ 1 milhão para que um investigador desistisse das acusações contra ele em 2008. Nem a polícia brasileira e nem mesmo o FBI conseguem decifrar os códigos de segurança dos computadores do banqueiro para calcular os prejuízos possíveis de suas operações.
Salvatore Cacciola: dono do antigo Banco Marka, o italiano esteve no epicentro de um dos maiores escândalos financeiros da história do País. Em 1999, o Brasil sofria com a desvalorização do real provocada por uma forte especulação que teve início em 1997, com a crise dos países do Sudeste Asiático cujas moedas eram atreladas ao dólar.
O banco de Cacciola foi socorrido estranhamente pelo BC (Banco Central), cujo presidente, Francisco Lopes, acabou condenado por peculato (quando o funcionário público aufere vantagens pessoais usando seu cargo). A operação provocou prejuízo estimado em R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos e arruinou os 1.300 investidores em fundos do Banco Marka. Foi condenado a 13 anos de cadeia, mas sua pena foi extinta neste ano.
Jorgina de Freitas: ex-advogada brasileira era procuradora previdenciária quando ficou famosa pela maior fraude já ocorrida no Brasil contra os aposentados.  Na década de 1980, Jorgina Maria de Freitas Fernandes, chefiou uma quadrilha formada de 25 nomes envolvidos, incluindo juízes, advogados, procuradores, contadores e peritos. Foram R$ 500 milhões de prejuízo.  O que ela fez com a grana? Comprou 60 imóveis, sendo um ou outro em Búzios, um casarão histórico e até a casa do ex-presidente Eurico Gaspar Dutra (1946-1950). Anos depois, a Justiça leiloou tudo. Em 1997, foi presa na Costa Rica. Em 12 de Junho de 2010, Jorgina foi solta depois de 14 anos.
Sérgio Naya: empresário e ex-deputado federal, ficou conhecido com o desabamento do edifício Palace 2, no Rio de Janeiro, em fevereiro de 1998, que desabrigou 150 famílias. O prédio caiu porque a construtora escolheu materiais mais baratos e embolsou a diferença. Foi condenado a pagar indenizações entre R$ 200 mil e R$ 1,5 milhão. Naya foi encontrado morto em um hotel em Ilhéus, na Bahia, em fevereiro de 2009.
Ricardo Mansur: na década de 1990, quando assumiu o controle de redes de lojas Mesbla e Mappin, pegou empréstimo no Bradesco, não pagou e as lojas fecharam. Mais de dez anos depois da quebra do antigo Mappin, em 2011, o empresário foi condenado a 11 anos e meio de prisão por gestão fraudulenta no MPP (Mappin Previdência Privada) e no Banco Crefisul. No processo, há vários saques injustificados, entre eles, um no valor de R$ 2 milhões do fundo de pensão dos funcionários do Mappin, em janeiro de 1999.
Mansur voltou ao mundo dos negócios em 2010, com a compra de uma participação acionária na Usina e Destilaria Galo Bravo, em Ribeirão Preto, além da Faculdade Batista de Vitória (Fabavi), no Espírito Santo. No caso da faculdade, o negócio teria sido desfeito pela falta de pagamentos das prestações. Por responder na Justiça por crimes, Mansur não poderia ser dono de nenhuma empresa.
Assalto ao Banco Central: em agosto de 2005, acontecia o maior assalto da história do Brasil, quando 36 ladrões levaram cerca de R$ 164 milhões dos cofres do BC (Banco Central) em Fortaleza, no Ceará. Ao todo, cerca de R$ 20 milhões foram recuperados e outros R$ 30 milhões foram retomados através de apreensões de bens dos presos, como carros de luxo e imóveis. O Brasil pagou o restante da conta. Acima, foto da sede do Banco Central, em Brasília.
*comtextolivre

O STF não merece ter Barbosa na presidência 

 

Este tema é de decisão estrita do Supremo Tribunal Federal, é óbvio. E não vai, de forma alguma, influir no resultado final do julgamento do “mensalão”. E nem influirá porque, a esta altura, provavelmente todos os Ministros já firmaram sua convicção em relação aos acusados.
Mas, inegavelmente, Joaquim Barbosa não está apto a assumir a presidência do STF. De forma alguma. É uma pessoa emocionalmente desequilibrada, incapaz de entender regras mínimas de convivência com seus pares. Sua truculência é tamanha que, nas sessões do Supremo, um presidente vacilante, como Ayres Brito, mal consegue contê-la. Foi necessário que Marco Aurélio de Mello se manifestasse duramente para Joaquim Barbosa sair do surto que o acometeu.
Como presidente, o que ocorreria? Uma desmoralização completa da corte.
Barbosa é o tipo de pessoa que faz questão de exercer seus poderes ultrapassando seus próprios limites. Não lhe basta a plenitude de poderes de que goza um Ministro da Suprema Corte. Ele quer mais e mais, calar dissidentes, proibir o contraditório, indignar-se com quem tem a petulância de pretender divergir.
Ontem, comportou-se como um valentão de bar disputando a menina (a opinião pública). A ponto de invocar suposta inveja do revisor Ricardo Lewandowski, acusando-o de copiar até seu tempo de exposição. Como se a exposição do revisor pretendesse atrapalhar seu grande momento. Como se o momento solene de um julgamento fosse um palco iluminado com apenas um ator.
O Supremo não pode correr esse risco de desmoralização alçando-o à presidência.
A exploração da imagem de Joaquim Barbosa é veneno na veia do Supremo. Ele é enaltecido por jornalistas e populares que sempre trataram a questão da Justiça como vingança, acerto de contas, linchamento, efeito manada.
Seus seguidores e os exploradores da sua imagem são os mesmos que aplaudiram o linchamento da Escola de Base, do Bar Bodega, os mesmos que exploraram a religiosidade mais obtusa, o preconceito mais escancarado, o ódio mais acendrado, o esgoto mais fétido que já jorrou da mídia.
Se o Supremo quiser atropelar garantias, é prerrogativa dele. Que pelo menos seja através da imagem de um Celso de Melo, Marco Aurélio, até Rosa Weber, não desse protótipo de lutador da UFC togado.
Luis Nassif

Marco Aurélio questiona se Barbosa tem condição de ser presidente do STF

Um dia após a sessão mais tensa do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Marco Aurélio Mello aumentou a polêmica e questionou nesta quinta-feira (27) as condições do colega Joaquim Barbosa presidir a Corte futuramente.
Marco Aurélio disse que a condução de Barbosa à presidência, prevista para novembro com a aposentadoria do Carlos Ayres Britto, não é automática. Ele questiona a postura de Barbosa.
"Eu fico muito preocupado diante do que percebo no plenário. Eu sempre repito, o presidente é um coordenador, é um algodão entre cristais, não pode ser metal entre os cristais", disse Marco Aurélio.
Ele disse, no entanto, que não vê que a eleição esteja em risco.
"Vamos aguardar novembro, é muito cedo. E afinal o voto até pela escolha do presidente e do vice do Supremo é um voto secreto. Há cédulas que são distribuídas e realmente nós temos a designação de um escrutinador e a proclamação de um resultado. Não é por aclamação", disse.

No Justiceira de Esquerda

Marilena Chauí: Russomano é o populismo de extrema direita

 

quinta-feira, setembro 27, 2012

Espanha aprova orçamento austero para 2013


Russomanno, não tem programa de governo. Mas tem laranja como coordenador

Plano de governo de Russomanno é coordenado por 'laranja' da Prefeitura...empregado de Kassab e amigo do Serra


Celso Russomanno, candidato do PRB à prefeitura de São Pualo, usa um "laranja" como coordenador de programa, afirma o jornal O Estado de S.Paulo. Carlos Baltazar na verdade se chama Carlos Alberto Joaquim, e faz funções minoritárias, como reunir sugestões de propostas. Os "técnicos" que ajudam Baltazar não foram divulgados. Nas redes sociais, Baltazar - ou Joaquim - se apresenta como fotógrafo.
Apontado por integrantes do comitê do PRB como o responsável pelo programa, ‘Carlos Baltazar’ chama-se, na verdade, Carlos Alberto Joaquim; candidato diz ser apenas ‘nome de guerra’

O plano de governo impresso por Russomanno é assinado apenas pelo candidato e por seu vice, Luiz Flávio D’Urso (PTB). O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho, Marcos Cintra (PSD), chefe de Joaquim, afirmou desconhecer um funcionário com sobrenome de "Baltazar". "Li uns dez dias atrás que apareceu essa coisa de Carlos Baltazar. Chamou a minha atenção, mandei ver se tinha esse nome. Não tinha. 
Depois é que se falou, parece que é esse nome Joaquim que estaria realmente envolvido nessa atividade (na campanha de Russomanno)", disse Cintra. "Esse Joaquim tem. É funcionário da Prefeitura e está lá na secretaria, sim. Se não me engano, entrou na Prefeitura em 88, no começo da década de 90", completou. 
Cintra levou Ferreira, o chefe de Joaquim, para a secretaria municipal em 2010. Os dois se conheceram na época em que eram filiados ao PFL (atual DEM), antigo partido de Kassab. Já na presidência do banco de microcrédito, Ferreira conheceu Joaquim e o convidou para trabalhar como analista de projetos no órgão.
Haddad
 O programa de Haddad foi coordenado pelo cientista político Aldo Fornazieri, diretor da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e filiado ao partido há mais de dez anos. O trabalho de montagem e sistematização, disse a campanha, durou cinco meses e foi divulgado em agosto.

O programa de governo de Russomanno foi criticado por três propostas genéricas e consideradas "bizarras" pelos adversários, que questionam também a falta de lastro orçamentário das propostas.  
*osamigosdopresidentelula

Tucano Alckmin cala blog do Pannunzio

 

O fim do Blog do Pannunzio

Este é o último post do Blog do Pannunzio. Escrevo depois de semanas de reflexão e com a alma arrasada — especialmente porque ele representa um vitória dos que se insurgem contra a liberdade de opinião e informação.
O Blog nasceu em 2009. Veiculou quase oito mil textos. Meu objetivo era compor um espaço de manifestação pessoal e de reflexão política. Jamais aceitei oferta de patrocínio e o mantive exclusivamente às expensas do meu salário de repórter por achar que compromissos comerciais poderiam conspurcar sua essência.
Ocorre que, em um País que ainda não se habituou à crítica e está eivado de ranços antidemocráticos, manter uma página eletrônica independente significa enfrentar dificuldades que vão muito além da possibilidade individual de superá-las.
Refiro-me às empreitadas judiciais que têm como objetivo calar jornalistas que não se submetem a grupos politicos, ou a grupos dei interesse que terminaram por transformar a blogosfera numa cruzada de mercenários virtuais.
Até o nascimento do Blog, enfrentei um único processo judicial decorrente das milhares de reportagens que produzi para a televisão e o rádio ao longo de mais de três décadas. E ganhei.
Do nascimento do blog para cá, passei a responder a uma enxurrada de processos movidos por pessoas que se sentiram atingidas pelas críticas aqui veiculadas. Alinho entre os algozes o deputado estadual matogrossense José Geraldo Riva, o maior ficha-suja do País; uma quadrilha paranaense de traficantes de trabalhadores que censurou o blog no fim de 2009; e o secretário de segurança de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto, cuja orientação equivocada acabou por transformar a ROTA naquilo que ela era nos tempos bicudos de Paulo Maluf.
A gota d`água foi uma carta que recebi do escritório de advocacia que representa Ferreira Pinto num processo civil, que ainda não conheço, comunicando decisão liminar de uma juíza de primeiro grau que determinou a retirada do ar de um post cujo título é “A indolência de Alckmin e o caos na segurança pública”. O texto contém uma crítica dura e assertiva sobre os desvios da política adotada pelo atual secretário e pelo governador, mas de maneira alguma contém afirmações caluniosas, injuriosas ou difamatórias.
A despeito dessa convicção, o post já foi retirado do ar. Determinação judicial, no entendimento deste blogueiro, á para ser cumprida. Vou discuti-la em juízo assim que apresentar minha defesa e tenho a convicção de que as pretensões punitivas de Antônio Ferreira Pinto não vão prosperar.
Ocorre que o simples fato de ter que constituir um advogado e arcar com o ônus financeiro da defesa já representa um castigo severo para quem vive exclusivamente de fontes lícitas de financiamento, como é o meu caso. E é isso o que me leva à decisão de paralisar o Blog. A cada processo, somente para enfrentar a fase inicial, há custos que invariavelmente ultrapassam cinco ou dez mil reais com a contratação de advogados — e ainda assim quando os honorários são camaradas.
É por estas razões que esta página eletrônica vai entrar em letargia a partir de agora. O espaço vai continuar aqui, neste endereço eletrônico. O acervo produzido ao longo dos últimos quatro anos continuará à disposição dos internautas para consulta. E eventualmente, voltarei a dar meus pitacos quando entender que isso é necessário. Mas a produção sistemática de textos está encerrada.
Espero voltar a esta atividade quando perceber que o País está maduro a ponto de não confundir críticas políticas com delitos de opinião. Quando a manifestação do pensamento e a publicação de fatos não enseje entre os inimigos da liberdade de imprensa campanhas monstruosas como esta que pretende ’kirsnhnerizar’ o Brasil, trazendo de volta o obscurantismo da censura prévia.
Por fim, digo apenas que essa pressão judicial calou o blog, mas não conseguiu dobrar a opinião do blogueiro. E que me sinto orgulhoso por ter conseguido cumprir o compromisso que me impus de respeitar a opinião alheia mesmo quando ela afronta a do editor. Aqui, nunca houve censura a comentários dos leitores que discordavam da minha maneira de ver o mundo. E esta é minha prova de apreço pela liberdade de expressão — inclusive quando ela me desfavorece.
A vocês que me acompanharam deixo meu muito obrigado. A gente vai continuar se encontrando em outra seara, a da televisão.
Muito obrigado. E até breve.
*comtextolivre

Charge do Dia


Sem provas contra Assange

 

Rui Martins
Uma pergunta que não quer calar: como se explica o fato de a ação na Suécia contra Julien Assange, o fundador do site Wikleaks, praticamente ter saído do noticiário? O que terá acontecido?
Notícias procedentes da capital sueca, quase não divulgadas, dão conta de que os advogados de defesa de Assange descobriram que o material de prova sobre o qual se baseou toda a acusação até agora não contém DNA do acusado.
O fundador do WikiLeaks vem sendo acusado de ter abusado sexualmente de uma mulher e por isso foi aberta uma ação penal contra ele. Como se sabe, por temor de ser extraditado da Suécia para os Estados Unidos, onde pode até ser condenado à morte ou pegar prisão perpétua, Assange pediu asilo ao Equador e se encontra na Embaixada daquele país em Londres à espera do governo britânico permitir a viagem para Quito.
Os advogados de Assange, com base em relatório de cem páginas da investigação policial que contém os depoimentos  das vítimas e laudos periciais, demonstraram que o material recolhido do preservativo apresentado como prova pela mulher que se diz vítima de estupro não contém DNA do acusado.
Os advogados encaminharam pedido para que se investigue a possibilidade de a acusadora ter encaminhado material falso à polícia, o que, se comprovado, acarretará a anulação de todo o processo. Aguarda-se agora manifestação do Procurador Geral da Justiça sueca sobre o relatório da investigação policial.
Assange não pode correr o risco de sair de Londres rumo a Suécia, porque se isso acontecer, a Justiça de lá poderá conceder o que os Estados Unidos tanto querem, ou seja, a extradição para julgá-lo e condená-lo à pena rigorosa.
Inicialmente, o governo britânico, acenou com a possibilidade de prender Assange, até mesmo invadindo a sede da embaixada equatoriana. Mas diante das pressões limitou-se a dizer que não permitiria a saída do local rumo ao aeroporto.
Houve protestos em várias partes do mundo, porque o governo britânico está subvertendo a legislação internacional de concessão de asilo político. Se acontecer algo com Assange estará sendo aberto precedente que na prática fará cair este instituto consagrado em lei.
Já no mundo islâmico, que continua conflagrado, o episódio que culminou com a morte do embaixador estadunidense, Cristopher Stevens, em Benghasi, continua sendo objeto de muita controvérsia.
O jornal britânico The Independent, por exemplo, divulgou informação segundo a qual as mortes do diplomata e três guarda-costas ocorreram por séria falha da segurança em Benghasi, que por sinal não era propriamente a sede do consulado, mas apenas um local onde funcionários estadunidenses se reuniam.
Já se tornou pública a informação de que o Departamento de Estado norte-americano 48 horas antes da eclosão do protesto, supostamente contra um filme satirizando Maomé, havia prevenido sobre a possibilidade de ataques no Egito, na Líbia e demais países de religião islâmica. Mas apesar disso, os diplomatas não foram alertados para que se colocassem em estado de alerta elevado. O serviço de segurança da embaixada dos EUA na Líbia chegou até a garantir que Stevens poderia ir a Benghazi tranquilamente.
Outra hipótese que está sendo aventada é a de que o que aconteceu em Benghazi poderia ter sido uma resposta também a ação de drones (voos não tripulados que atingem alvos em terra), especialmente o que resultou no assassinato no Paquistão de Mohammed Hassan Qaed, cujo nome de guerra como agente da AL Qaeda era Abu Yahya al-Libi. O material bélico utilizado, inclusive foguetes, leva a crer que o protesto não foi tão espontâneo, mas devidamente organizado.
Na verdade, extremistas estadunidenses, inclusive apoiadores de Israel, estão a todo momento instigando ódio contra os islâmicos em cartazes com dizeres ofensivos e que terminam exortando a população a apoiar incondicionalmente Israel.
O clima de tensão aumenta visivelmente. Se não teve início ainda uma guerra declarada, em termos verbais a temperatura sobe a cada dia. O governo extremista de Benyamin Netanyahu ameaça diariamente bombardear instalações nucleares iranianas e em resposta às autoridades de Teerã advertiram que se forem atacados vão destruir Israel.
O mundo observa com cautela o aumento da tensão. Se o desejo de Netanyhau não for contido e ocorrer algum bombardeio as consequências não serão restritas a Israel, mas atingirão todo o planeta.
Outra pergunta que não quer calar: até que ponto os cartazes anti-islâmicos afixados nos coletivos em Washington não teriam o objetivo de criar um clima para demonstrar a inevitabilidade de uma guerra, como desejam e demonstram claramente os defensores incondicionais do governo de Benyamin Netanyahu e seus seguidores nos EUA?
É possível, mas não se pode garantir, que apesar do desejo de Netanyahu, um bombardeio às instalações nucleares do Irã não ocorrerá antes de se conhecer o resultado final da eleição presidencial estadunidense. Netanyahu apoia o candidato republicano, porque a linha de ação de Mitt Romney está mais próxima do dirigente israelense e do ministro do Exterior Avigdor Lieberman.
Ah, sim: enquanto tanta coisa acontece em vários países de predomínio da religião islâmica, na Arábia Saudita, aliadíssima dos Estados Unidos, as constantes violações dos direitos humanos cometidas no país da família Saud são absolutamente silenciadas pelas agências de notícias.
Por lá vale a prédica segundo a qual para os aliados (dos EUA) tudo, mas para os inimigos, ameaças e financiamentos de mercenários.
*GilsonSampaio