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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 05, 2012

Lula pede para não brincar com bolinha de papel, de isopor e nem bolinha de sabão

 



Uma grande mobilização petista movimentou o centro de São Paulo no início da tarde desta sexta-feira.  Manifestantes caminharam da Praça da República até a Praça da Sé, onde o ex-presidente Luiz Lula aguardava para fazer um pronunciamento.

 Lula aproveitou o momento para fazer recomendações lembrando o  episódio da bolinha de papel nas eleições presidenciais de 2010, o ex-presidente pediu tranquilidade aos petistas para evitar algo semelhante desta vez. "A gente não pode, nesses últimos dias, aceitar nenhuma provocação. Muito cuidado.(veja o vídeo)

 A gente tem que estar de cara muito boa, muito alegre, se for andar pelas ruas. Mas sem aceitar nenhuma provocação de ninguém", disse Lula no início do discurso.

 Lula se referia ao fato ocorrido durante a campanha presidencial de 2010, no qual Serra, durante uma caminhada, foi atingido por uma bolinha de papel e se dirigiu ao hospital e depois usou as cenas no horario eleitoral para se fazer de vítima. Um vídeo exibido no SBT mostrou que tratava-se de uma bolinha de papel. "Sabemos que tem um candidato aí que, há dois anos, levou uma bolinha de papel na cabeça e tentou culpar o PT.

 Por favor, nada de bolinha de papel. Nada de brincar de bolinha de papel, de isopor, nada. Nada, Aliás, nem bolinha de sabão agora pode fazer. Ele é frágil. Qualquer coisa o machuca", discursou o ex-presidente enquanto  gritavam "olê, olê, olê, olá. Lula, Lula". Como os candidatos são proibidos de fazer discursos até domingo, Haddad, juntamente com sua candidata vice, Nádia Campeão (PCdoB), apenas acompanhou o presidente.

 Lula ainda fez um apelo à militância petista em virtude da situação da eleição da capital, que definiu como "muito delicada porque há um embolamento" e pediu aos petistas para "conversar com as pessoas cada vez mais e não esconder as bandeiras e camisetas".Em pouco mais de uma hora, a caminhada do PT pelo centro da São Paulo ocorreu minutos depois de Haddad também percorrer o Brás por mais de duas horas.

Em frente ao Teatro Municipal, na Praça Ramos de Azevedo, petistas e tucanos, estes mobilizados por José Serra, se encontraram. Apesar de um natural clima de tensão, seguranças dos partidos e a própria Polícia Militar formaram um cordão de isolamento e os dois grupos, de PT e PSDB, tomaram caminhos distintos. 
*osamigosdopresidentelula

Hebe Camargo e o respeito à vida (ou a falta dele)

 

Dou aulas de Geografia há 19 anos. Talvez poucos nomes foram tão lembrados nas minhas aulas quanto o de Hebe Camargo. E tenho certeza de que jamais disse algo de bom a respeito dela. Muita gente deu risada e, de vez em quando, alguém não se continha e perguntava: "Mas por que você não gosta dela?". Para alguns alunos eu dizia as minhas razões. Na maior parte das vezes respondia com outra pergunta: "Por que deveria gostar dela?", ou ainda, "Dê-me pelo menos 3 razões para gostar dela...". Nunca me disseram uma única razão.

Ontem Hebe Camargo morreu e não foram poucos os amigos que me avisaram. Mensagens pelo celular, recados em caixa-postal e mais de 60 notificações no Facebook me obrigaram a dizer qualquer coisa.


A primeira coisa que pensei foi explicar, finalmente, as razões de minha implicância com a falecida. Mas julguei que tão importante quanto isso seria deixar claro que não havia motivo para debochar da sua morte. Quem respeita a vida e luta contra os abusos contra ela não tem o direito de brincar com a morte dos outros. Eventualmente uma piada ou outra acaba saindo, em ambiente privado, descontraído. Publicamente não é bom. E no mundo em que vivemos é preciso cada vez mais separar o que é íntimo, privado, daquilo que pode ser público, aberto.


E eis que aí procuro me diferenciar de Hebe Camargo. A busca pela correção   naquilo que tornamos público.


Já disse algumas vezes, para algumas turmas de alunos, que um professor deve ter responsabilidade com aquilo que diz. Brincadeiras à parte, manifestações racistas, preconceituosas ou que preguem qualquer tipo de mal individual ou coletivo, devem ser combatidas, mais do que evitadas. Na minha carreira de professor tive períodos de lecionar, semanalmente, para centenas de alunos. Não tive o direito de pregar ódio. E procurei ser cuidadoso com isso. Sempre, apesar de erros.


Hebe Camargo tinha um alcance maior. Em rede nacional de TV atingia milhões de brasileiros. Era descontraída e tinha uma capacidade de comunicação rara. Reconhecer isso não me traz nenhuma dificuldade. Minha repulsa era justamente o que ela fazia com essa capacidade rara de comunicação.


Quem ler o livro "Autopsia do medo", de Percival de Souza, ficará sabendo de muitas histórias a respeito do maior torturador do regime militar, Sergio Paranhos Fleury. Nele saberá de ao menos uma das relações entre o delegado torturador e Hebe Carmargo.


Fleury se notabilizou pela capacidade de combater opositores do regime militar, em especial os guerrilheiros.  Ele era um delegado de péssima reputação na polícia de SP, mas foi útil ao empregar suas "técnicas" para a ditadura. Um promotor público de SP, baixinho e fisicamente frágil, chamado Hélio Bicudo, ousou enfrentar o delegado torturador, assassino e ocultador de cadáveres.


Hélio Bicudo sabia que não podia enquadrar Fleury por crimes de combate a perseguidos políticos. Usou outra estratégia. Resolveu enquadrar o delegado pelos abusos que cometeu ANTES de ser agente da repressão política. Fleury fazia parte de um esquema de assassinatos conhecido como "Esquadrão da Morte", e por ele foi processado e julgado.


A estratégia de Hélio Bicudo foi tão engenhosa que a ditadura não tinha como livrá-lo da cadeia. A solução para a ditadura foi mudar a lei. Inventou que réu primário não precisava necessariamente ser preso. A lei ficou conhecida como "Lei Fleury". Criada para livrar a cara de um delegado torturador.


No processo contra Fleury foram arroladas testemunhas para a sua defesa. Uma delas foi Hebe Camargo. Fleury agenciava policiais que trabalhavam como seguranças para cantores e gente da televisão. Por isso era bem relacionado com gente da TV. A estratégia da sua defesa foi impressionar o tribunal com uma figura conhecida e muito influente.


Muita gente pode ser poupada de críticas pelo que fez ou  deixou de fazer durante a ditadura. Hebe Camargo não. Num dos momentos mais tristes da história do nosso país ela escolheu um lado. No caso, o lado de quem não respeitava a vida e a dignidade. E fez isso conscientemente.


No período pós ditadura não me impressionou que Hebe apoiasse Paulo Maluf e atacasse uma figura como Dom Paulo Evaristo Arns. Não foram poucas as vezes em que vi Hebe Camargo protestar contra defensores de direitos humanos.


Também não me causou espanto vê-la no falido movimento "Cansei", aquele que tentou explorar politicamente a dor causada pela queda do avião da TAM. O movimento "Cansei" partiu de uma ação nojenta. Usar a morte e a tristeza para interesses político-eleitorais. Hebe Camargo mais uma vez não respeitou isso.


Num país que valorizasse a vida humana e o respeito ao direito básicos de TODOS, Hebe Camargo não teria público. Não seria proibida de falar as bobagens e as apologias de violência que tanto apreciava. Num país mais civilizado ela simplesmente seria ignorada.
 

Entendo que uma figura como Hebe Camargo não aparecerá novamente, pela simples razão de que a televisão já não é a mesma. Até poucos anos atrás uma apresentadora de TV tinha um peso muito grande na opinião das pessoas, pois não havia muitas opções. Fico muito feliz hoje em saber que meus alunos ficam mais tempo da internet do que diante da TV. É cada vez menor o número de pessoas que ainda assistem novela e que levam a sério porcarias de programas como os que são apresentados na TV brasileira.
 

O que lamento nessa história toda é que a saída de Hebe Camargo da TV brasileira se tenha dado apenas por conta da sua morte. O país que desejo para o povo seria capaz de se livrar desse tipo de conduta sem a morte.


O respeito à vida me obriga a continuar lutando e me manifestando nessa direção. O respeito à vida humana  que Hebe Camargo jamais demonstrou ter.


Morreu Hebe Camargo e espero que um dia morra esse jeito nefasto e desumano de usar a TV no Brasil.
Sérgio de Moraes Paulo
No Assaz Atroz
*comtextolivre

Repórter da Folha relata ameaças depois de denúncia contra a PM


 

Jornalista recebeu ameaças após revelar as apologias à violência policial feitas pelo ex-chefe da Rota e candidato a vereador, comandante Telhada
Após escrever uma matéria sob o título “Ex-chefe da Rota vira político e prega a violência no Facebook”, o jornalista da Folha de S.Paulo André Caramante passou a receber inúmeras ameaças dos seguidores da página pessoal do ex-comandante da Rota e também candidato a vereador pelo PSDB em São Paulo, Adriano Lopes Lucinda Telhada.
Telhada vem usando sua página no Facebook para fazer apologia à violência policial nas periferias da capital. Como resultado, seus seguidores têm deixado comentários do tipo: “bandido tem que ir pra cova” ou então “vamos arrancar o pescoço desses vagabundos”. Uma das “pérolas” de Telhada diz sem rodeios: “que chore a mãe do bandido, porque hoje o bote é certo”.
Após Caramante ter feito a reportagem em forma de denúncia, os seguidores de Telhada – dentre eles muitos policiais – começaram a ameaçá-lo, através de comentários como “é isso aí Telhada, vamos combater esses vagabundos” e “esse Caramante é mais um vagabundo. Coronel, de olho nele”.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo protocolou um documento na terça-feira (17) para a Ouvidoria das Polícias, a Corregedoria da Polícia Militar (PM) e órgãos públicos estaduais, além dos diretórios municipal e estadual do PSDB e a Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República relatando o problema.
Em um dos trechos do documento, o sindicato solicita às autoridades resguardar a liberdade de imprensa e a integridade física dos profissionais da área jornalística. O Sindicato denuncia também a grave atitude do ex-comandante da Rota de incitar a violência física e moral contra o repórter através das redes sociais.
Em entrevista ao Brasil de Fato, André Caramante diz que essas ameaças não atingem somente a ele, mas sim toda a categoria de profissionais que lutam para levar a verdade até as pessoas.
Brasil de Fato: Por que você optou em trabalhar com esses temas voltados à violência? Você já fazia esses trabalhos antes?
André Caramante: Sim. Eu trabalho aqui no grupo Folha há 12 anos. Eu já trabalhei em todos os jornais da empresa Folha da Manhã. Comecei no Notícias Populares, trabalhei no Jornal Agora São Paulo e hoje estou aqui na Folha. Sempre atuei nessa área de cobertura da questão da segurança pública.
Os jornalistas, em geral, costumam evitar esses temas. Qual a importância de dar essa visibilidade?
Eu acredito que a sociedade tem o direito de saber, por exemplo, que essa questão da segurança pública tem que ser tratada de uma maneira mais séria. As pessoas precisam passar a prestar atenção nisso, não somente quando a violência atinge alguém da sua família, alguém próximo.
Qual é o maior risco para o jornalista quando faz denúncias contra a polícia como as que você fez?
Não sei ao certo quais são os maiores riscos, mas acredito que o trabalho pode desagradar algumas pessoas, mas é um trabalho que precisa ser feito. A gente tem hoje no estado de São Paulo uma guerra entre o grupo criminoso PCC (Primeiro Comando da Capital) e a polícia, mas no meio disso tudo a gente acaba se deparando com um alto índice de letalidade policial, com policiais que também são mortos e, no meio disso tudo, acontece uma ação e reação de ambos os lados em que as pessoas vão morrendo. E a morte não é a solução para nada. Acredito que a polícia eficaz só opta pela morte em últimas circunstâncias, não dá para achar que isso tem que ser o padrão. Essa sim seria uma polícia de excelência. Tem muita gente morta por policiais, principalmente militares, em São Paulo. Ano passado, por exemplo, a gente fez uma matéria aqui na Folha de S.Paulo que a cada cinco pessoas que foram mortas na cidade de São Paulo em 2011, uma foi morta por um policial militar. Então, são números que a gente precisa melhorar. A polícia não tem o direito de matar, a não ser, claro, no estrito cumprimento do dever legal. Entre 2005 e 2011, 3.921 pessoas foram mortas por PMs no estado de São Paulo. Esses são números de guerra.
Sobre o ex-chefe da Rota, o Telhada, você esperava algum tipo de ameaça depois da matéria sobre as postagens dele no Facebook ?
A gente que trabalha nessa área de segurança pública tem os seus poréns, mas isso é uma questão que o departamento jurídico da Folha de S.Paulo já está tratando. A solidariedade que eu recebi dos companheiros de profissão também foi algo muito importante. Não é uma ameaça, não é uma violência somente contra o jornalista da Folha de S.Paulo, é uma ameaça contra a imprensa livre. Nós temos leis nesse país de imprensa livre, então, isso é uma reflexão maior do que um simples fato de um ex-comandante da Rota ter dito o que ele disse. Existe uma categoria de profissionais que lutam para levar a verdade até as pessoas. Ele atinge não só a mim, mas também a todos que trabalham com a informação. Nós temos o direito de informar as pessoas.
Ele pediu, inclusive, no texto que publicou no Facebook, para que as pessoas ligassem no jornal denunciando a sua matéria. Isso de fato aconteceu? Alguém chamou sua atenção por causa disso?
Ao contrário, o jornal tem me dado apoio e está ao meu lado, isso é importante. O jornal pede para que eu continue fazendo exatamente o mesmo trabalho que eu já faço aqui há 12 anos. Isso é a maior resposta para essa tentativa de mobilização que esse senhor tentou fazer. Meu trabalho continuará sendo feito da mesma maneira. Hoje, por exemplo, na cidade de São Paulo a gente teve, infelizmente, a morte de um publicitário de 39 anos que, segundo alguns policiais militares, furou uma blitz da PM, fugiu e acabou sendo morto no Alto de Pinheiros, que é uma região de classe média alta. Então, os fatos por si só têm demonstrado que essa violência, que essa coisa de atirar para depois saber quem era a pessoa, está chegando em pessoas que até então não eram atingidas por essa violência. Isso é para gente refletir bastante.
Qual será seu posicionamento depois das ameaças? Não tem medo de perseguições?
Eu sou repórter há um bom tempo e faço isso para ganhar a vida. Eu não tenho o porquê mudar, eu não fiz nada de errado, além de noticiar o fato. Aquilo que aconteceu e que eu escrevi sobre as publicações do ex-comandante da Rota em sua página pessoal no Facebook, está lá para todo mundo comprovar e ler. Então, não tem o que mudar em nada.
José Francisco Neto
No Brasil de Fato
*comtextolivre

Ex-Obreira da Universal revela esquema de manipulação de votos pró Russomanno




Mano Brown faz discurso contra Serra em show


http://soundcloud.com/criticos-brasileiros/mano-brown-racionais-mcs-fora
"O Serra passou o cabo pro Kassab direto e ele está fazendo essa merda ai”. Mano Brown

Mano Brown faz discurso contra Serra em show


Mano Brown criticou políticos durante show na capital. (Foto: AE)O rapper Mano Brown, vocalista do grupo Racionais Mc’s, pediu, durante um show na capital paulista, para as pessoas não votarem no candidato José Serra (PSDB) nas eleições municipais. Brown, morador do Capão Redondo, na zona sul, fez um discurso em desagravo a Serra, ao prefeito Gilberto Kassab (PSD) e ao governador Gerlado Alckmin (PSDB).
Brown falou sobre distribuição de terra, sobre moradia popular e sobre as desapropriaçôes efetuadas pelos governos munipal e estadual em São Paulo nos últimos tempos. “Ouvi falar que serão 12 mil desapropriações até o final do mandato. Sem lugar para essas pessoas morarem, que não é um plano desse governo e dessa prefeitura que está ai. O ser humano para eles é um mero detalhe, o importante são as máquinas, computadores, ruas. Porque não é o povo deles que está aqui, que vai ser despejado e morar na rua”, disse Brow. “O bisavô e tataravô deles foram os mesmos que escravizaram os nossos bizavôes e tataravôs. Isso é uma coisa que vem perpetuando. Já ouviu falar de cadeia pérpetua, que não acaba nunca? É isso.” 


O músico lembrou da renúncia de Serra no meio do mandato, em 2010, para concorrer a governador do estado, quando deixou o vice, Kassab, no comando da Prefeitura. “Na próxima eleição, preste atenção. Porque eu trombei vários irmãos votando no Serra. O Serra passou o cabo pro Kassab direto e ele está fazendo essa merda ai”, pediu Brown. E, por fim, mandou um recado para o prefeito: “É o Brown que está falando, viu Kassab. Não é o rap não. Vem em mim.”

Ouça ao discurso do vocalista dos Racionais Mc’s, que no início do ano gravaram um clipe em homenagem ao guerrilheiro morto pela ditadura, Carlos Marighela, na ocupação popular Mauá, localizada no centro de São Paulo e que corre o risco de ser despejada pelas autoridades. 

*Mariadapenhaneles

A pedido de Serra, polícia invade sindicato 

 

por Claudia Motta, no SPBancários

A Folha Bancária foi censurada. Um policial militar e uma oficial de Justiça estiveram na sede do Sindicato na noite desta quinta-feira 4, além das regionais da entidade, com ordem de busca e apreensão da última edição da FB. A representação protocolada na 1ª Zona Eleitoral de São Paulo (Bela Vista – Capital) na mesma quinta-feira, foi assinada pela juíza Carla Themis Lagrotta Germano, e previa inclusive ordem de arrombamento, “se necessário”.

A censura teve origem em pedido da coligação do candidato José Serra (Avança São Paulo – PSDB, PSD, DEM, PV e PR) que solicitou o recolhimento dos exemplares da Folha Bancária, além da retirada da versão online do site. O mandado afirma que a “matéria denigre a imagem” de Serra.


Publicação apreendida/ imagem via facebook

O jornal trazia na última página reportagem que analisava as propostas e trazia o histórico dos candidatos que lideram a pesquisa à prefeitura de São Paulo: Russomano, Serra e Haddad. Também declarava o apoio da maioria da direção executiva da entidade a Fernando Haddad (PT), o único a receber e se comprometer com a Agenda da Classe Trabalhadora.

“O Sindicato tem quase 90 anos de existência e sempre lutou pela democracia e pela liberdade de expressão. Desde o ano passado estamos fazendo o debate, com os bancários, do que afeta a qualidade de vida dos trabalhadores. Além da campanha salarial e por melhores condições de trabalho, somos um sindicato cidadão se preocupa com a cidade, o estado e o país em que os trabalhadores vivem. Sabemos da importância desse debate”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. "Os trabalhadores têm direito a analisar as propostas dos candidatos. Pode haver divergência, mas repudiamos a censura”, ressalta a dirigente, lembrando que a FB coloca em prática o bom jornalismo. “Não denegrimos a imagem de ninguém. Só não pudemos noticiar o plano de governo de um dos candidatos que não tem seu material divulgado nos sites oficiais da campanha.”

Dados – O jornal Folha Bancária circula desde 1939, o site do Sindicato está no ar desde 2005. É a primeira vez que sofrem censura.

O advogado do Sindicato, Luiz Eduardo Greenhalgh, estranha o desrespeito com que a liminar foi cumprida no Sindicato. “Entraram. Foram recepcionados por funcionários do Sindicato e invadiram as dependências. Comportamento estranho, que não é a conduta costumeira da Justiça eleitoral de São Paulo”, afirma. “Com relação ao mérito vamos contestar e tentar suspender a busca e apreensão.”

Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, está sendo usurpado o direito de informação dos trabalhadores. “Todos os veículos se expressam e respeitamos. Defendemos a liberdade de imprensa, o direito à livre manifestação e foi isso que colocamos em prática. É o nosso ponto de vista, podem concordar ou discordar, mas não censurar”, ressalta o dirigente.

Revista do Brasil – Esta é a terceira vez que Serra investe contra a liberdade de expressão dos trabalhadores, quando o assunto não lhe agrada. Em 2006 e 2010, duas edições da Revista do Brasil, uma que trazia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outra com a então candidata à presidência Dilma Rousseff, foram censuradas por solicitação da coligação tucana à época daquelas eleições. A Revista do Brasil é mantida por cerca de 60 sindicatos de diversas categorias profissionais.
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No Os amigos do Presidente Lula
Há poucas horas a sede e – pelo menos uma subsede - do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, filiado a CUT, foi invadido por oficiais de justiça, acompanhados de viaturas policiais, com ordem de arrombamento – se necessário – para buscar e apreender material relacionado a campanha eleitoral, inclusive com ordem de retirada do site o posicionamento político da entidade frente as eleições municipais.

O Sindicato dos Bancários, historicamente, sempre manifestou a posição majoritária de sua direção em seus informativos, como uma forma de orientar a categoria bancária em relação ao posicionamento político de sua direção em eleição de todos os níveis. Foi assim em todas as eleições disputadas por Lula e em todas as eleições para prefeitura e governo do estado desde a retomada do Sindicato para o campo do sindicalismo combativo no final da década de 1970.

Vale lembrar que nem mesmo no período da ditadura militar o Sindicato foi invadido com acompanhamento policial e ordem de arrombamento. A justiça brasileira passa por um processo de necessária reflexão, estamos acompanhando o caso da AP 470, que faz um julgamento político, sem base nos autos do processo, que é um principio jurídico, fazendo a votação de forma a coincidir com as eleições municipais e passando na frente de dezenas de outros processos mais antigos, como o mensalão do PSDB, onde está envolvido o ex-governador mineiro Eduardo Azeredo, à época, presidente nacional do PSDB.

Vimos também a forma truculenta como o judiciário – em conjunto com a PM paulista – no caso do massacre de Pinheirinho. O caso Bancoop é outro que aparece nos anos pares (anos eleitorais) assim como o procurador José Carlos Blat, que também só aparece nos anos eleitorais, sempre procurando crucificar o PT.

Esta mesma justiça não mantém o mesmo rigor para investigar as denúncias que o livro Privataria Tucana, do jornalismo Amaury Ribeiro Junior apresenta, recheado de documentos, mostrando a lavagem de dinheiro que foi a processo de privatização das estatais e como figuras notórias, como José Serra, sua filha Verônica e outras personalidades do governo Fernando Henrique aparecem envolvidos, ou o caso Aston, Paulo Preto e tantos outros que a justiça não investiga.

No caso desta invasão no Sindicato dos Bancários mostra que a justiça chegou ao fundo do poço e fica difícil tentar justificar qualquer imparcialidade neste episódio que – repito – não assistimos nem mesmo durante o período mais truculento da ditadura militar.


O Blog do Nassif também publicou a notícia
*Tecedora

Presidenta nécios diz Pilar