A pedido de Serra, polícia invade sindicato
por Claudia Motta, no SPBancários
A Folha Bancária foi censurada. Um policial militar e uma oficial de Justiça estiveram na sede do Sindicato na noite desta quinta-feira 4, além das regionais da entidade, com ordem de busca e apreensão da última edição da FB. A representação protocolada na 1ª Zona Eleitoral de São Paulo (Bela Vista – Capital) na mesma quinta-feira, foi assinada pela juíza Carla Themis Lagrotta Germano, e previa inclusive ordem de arrombamento, “se necessário”.
A censura teve origem em pedido da coligação do candidato José Serra (Avança São Paulo – PSDB, PSD, DEM, PV e PR) que solicitou o recolhimento dos exemplares da Folha Bancária, além da retirada da versão online do site. O mandado afirma que a “matéria denigre a imagem” de Serra.
O jornal trazia na última página reportagem que analisava as propostas e trazia o histórico dos candidatos que lideram a pesquisa à prefeitura de São Paulo: Russomano, Serra e Haddad. Também declarava o apoio da maioria da direção executiva da entidade a Fernando Haddad (PT), o único a receber e se comprometer com a Agenda da Classe Trabalhadora.
“O Sindicato tem quase 90 anos de existência e sempre lutou pela democracia e pela liberdade de expressão. Desde o ano passado estamos fazendo o debate, com os bancários, do que afeta a qualidade de vida dos trabalhadores. Além da campanha salarial e por melhores condições de trabalho, somos um sindicato cidadão se preocupa com a cidade, o estado e o país em que os trabalhadores vivem. Sabemos da importância desse debate”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira. "Os trabalhadores têm direito a analisar as propostas dos candidatos. Pode haver divergência, mas repudiamos a censura”, ressalta a dirigente, lembrando que a FB coloca em prática o bom jornalismo. “Não denegrimos a imagem de ninguém. Só não pudemos noticiar o plano de governo de um dos candidatos que não tem seu material divulgado nos sites oficiais da campanha.”
Dados – O jornal Folha Bancária circula desde 1939, o site do Sindicato está no ar desde 2005. É a primeira vez que sofrem censura.
O advogado do Sindicato, Luiz Eduardo Greenhalgh, estranha o desrespeito com que a liminar foi cumprida no Sindicato. “Entraram. Foram recepcionados por funcionários do Sindicato e invadiram as dependências. Comportamento estranho, que não é a conduta costumeira da Justiça eleitoral de São Paulo”, afirma. “Com relação ao mérito vamos contestar e tentar suspender a busca e apreensão.”
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, está sendo usurpado o direito de informação dos trabalhadores. “Todos os veículos se expressam e respeitamos. Defendemos a liberdade de imprensa, o direito à livre manifestação e foi isso que colocamos em prática. É o nosso ponto de vista, podem concordar ou discordar, mas não censurar”, ressalta o dirigente.
Revista do Brasil – Esta é a terceira vez que Serra investe contra a liberdade de expressão dos trabalhadores, quando o assunto não lhe agrada. Em 2006 e 2010, duas edições da Revista do Brasil, uma que trazia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outra com a então candidata à presidência Dilma Rousseff, foram censuradas por solicitação da coligação tucana à época daquelas eleições. A Revista do Brasil é mantida por cerca de 60 sindicatos de diversas categorias profissionais.
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No Os amigos do Presidente Lula
Vale lembrar que nem mesmo no período da ditadura militar o Sindicato
foi invadido com acompanhamento policial e ordem de arrombamento. A
justiça brasileira passa por um processo de necessária reflexão, estamos
acompanhando o caso da AP 470, que faz um julgamento político, sem base
nos autos do processo, que é um principio jurídico, fazendo a votação
de forma a coincidir com as eleições municipais e passando na frente de
dezenas de outros processos mais antigos, como o mensalão do PSDB, onde
está envolvido o ex-governador mineiro Eduardo Azeredo, à época,
presidente nacional do PSDB.
Vimos também a forma truculenta como o judiciário – em conjunto com a PM paulista – no caso do massacre de Pinheirinho. O caso Bancoop é outro que aparece nos anos pares (anos eleitorais) assim como o procurador José Carlos Blat, que também só aparece nos anos eleitorais, sempre procurando crucificar o PT.
Esta mesma justiça não mantém o mesmo rigor para investigar as denúncias que o livro Privataria Tucana, do jornalismo Amaury Ribeiro Junior apresenta, recheado de documentos, mostrando a lavagem de dinheiro que foi a processo de privatização das estatais e como figuras notórias, como José Serra, sua filha Verônica e outras personalidades do governo Fernando Henrique aparecem envolvidos, ou o caso Aston, Paulo Preto e tantos outros que a justiça não investiga.
No caso desta invasão no Sindicato dos Bancários mostra que a justiça chegou ao fundo do poço e fica difícil tentar justificar qualquer imparcialidade neste episódio que – repito – não assistimos nem mesmo durante o período mais truculento da ditadura militar.
Há poucas horas a
sede e – pelo menos uma subsede - do Sindicato dos Bancários de São
Paulo, Osasco e Região, filiado a CUT, foi invadido por oficiais de
justiça, acompanhados de viaturas policiais, com ordem de arrombamento –
se necessário – para buscar e apreender material relacionado a campanha
eleitoral, inclusive com ordem de retirada do site o posicionamento
político da entidade frente as eleições municipais.
O Sindicato dos
Bancários, historicamente, sempre manifestou a posição majoritária de
sua direção em seus informativos, como uma forma de orientar a categoria
bancária em relação ao posicionamento político de sua direção em
eleição de todos os níveis. Foi assim em todas as eleições disputadas
por Lula e em todas as eleições para prefeitura e governo do estado
desde a retomada do Sindicato para o campo do sindicalismo combativo no
final da década de 1970.
Vimos também a forma truculenta como o judiciário – em conjunto com a PM paulista – no caso do massacre de Pinheirinho. O caso Bancoop é outro que aparece nos anos pares (anos eleitorais) assim como o procurador José Carlos Blat, que também só aparece nos anos eleitorais, sempre procurando crucificar o PT.
Esta mesma justiça não mantém o mesmo rigor para investigar as denúncias que o livro Privataria Tucana, do jornalismo Amaury Ribeiro Junior apresenta, recheado de documentos, mostrando a lavagem de dinheiro que foi a processo de privatização das estatais e como figuras notórias, como José Serra, sua filha Verônica e outras personalidades do governo Fernando Henrique aparecem envolvidos, ou o caso Aston, Paulo Preto e tantos outros que a justiça não investiga.
No caso desta invasão no Sindicato dos Bancários mostra que a justiça chegou ao fundo do poço e fica difícil tentar justificar qualquer imparcialidade neste episódio que – repito – não assistimos nem mesmo durante o período mais truculento da ditadura militar.
O Blog do Nassif também publicou a notícia
*Tecedora
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