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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, outubro 23, 2012

A Justiça tem lado: ministros do STJ, o mais novo partido da velha direita brasileira, lincham Dirceu e Genoíno a seis dias das eleições do 2 turno



A Justiça tem lado: ministros do STJ, o mais novo partido da velha direita brasileira, lincham Dirceu e Genoíno a seis dias das eleições do 2 turno



O DIA EM QUE O STF VIROU UM TRIBUNAL POLÍTICO

do Brasil 247


Marco Aurélio Mello e Celso de Mello foram responsáveis pelos maiores arroubos retóricos no clímax do julgamento da Ação Penal 470. Um citou o número 13 do PT e comparou o partido à mafia italiana. Outro, ao PCC e ao Comando Vermelho, afirmando ainda que os réus, como José Genoino e José Dirceu, devem ser punidos como delinquentes – aliás, por que não enforcá-los? Talvez tenha sido coincidência que tudo isso tenha ocorrido a apenas seis dias das eleições. Talvez.


22 DE OUTUBRO DE 2012 ÀS 21:33



Este 22 de outubro de 2012 é o dia que, para o bem ou para o mal, entrará para a história do Supremo Tribunal Federal. A data em que dois ex-presidentes do partido político mais votado no primeiro turno das eleições municipais – José Dirceu e José Genoino – foram mandados para a forca como bandidos comuns e condenados como quadrilheiros.

Talvez tenha sido coincidência que o auge do julgamento do mensalão ocorresse a seis dias das eleições municipais. Outra possível coincidência, a edição do Jornal Nacional, que emendou a propaganda de José Serra com o noticiário sangrento sobre o tema. E que destacou, naturalmente, as peças de retórica mais ousadas. Ambas partiram dos dois “Mellos” do Supremo Tribunal Federal: o decano Celso de Mello e o sempre surpreendente Marco Aurélio Mello.

É possível que haja razões jurídicas para condenar boa parte dos réus da Ação Penal 470. Mas o dia de hoje ficará marcado como a data em que dois ministros preferiram trilhar um caminho político na suprema corte.

Marco Aurélio, em vez de simplesmente votar, resgatou e releu o discurso que fez quando de sua posse no Tribunal Superior Eleitoral em 2006. Um discurso em que comparou a era Lula a um “fosso moral”. Em seguida, incluiu a funcionária “mequetrefe” Geiza Dias da agência DNA na acusação por formação de quadrilha para que os réus fossem 13. “Um número simbólico”, lembrou Marco Aurélio, numa outra possível coincidência, também destacada no Jornal Nacional, a seis dias das eleições. Marco Aurélio falou ainda em bandidos “armados com dinheiro”, numa alusão ao passado guerrilheiro de José Dirceu e José Genoino, que enfrentaram a ditadura militar de 1964 – um regime que Marco Aurélio qualificou como um “mal necessário”.

Em seguida, comparou o Partido dos Trabalhadores, dono do número 13, à Máfia italiana, passando a bola para Celso de Mello, que fez ligações mais próximas à realidade brasileira. Para o “decano” do STF, o PT se parece mesmo com o PCC, o Primeiro Comando da Capital, e com o Comando Vermelho, grupos criminosos que assaltam e matam no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Abaixo, o discurso de Marco Aurélio na ocasião de sua posse no TSE, quando ele também disse acreditar na “voz da urna”. Nesta segunda-feira, os  ministros do STF fizeram política antes de tratar propriamente da Justiça. No domingo, as urnas falarão.

(...)

Fontehttp://www.brasil247.com/pt/247/brasil/83693/O-dia-em-que-o-STF-virou-um-tribunal-pol%C3%ADtico.htm

A bala de prata contra Haddad: para reverter situação de Serra na eleição deste domingo, Rede Globo atacará com um "Globo Repórter" sobre o "mensalão"

por Paulo Jonas de Lima Piva
Todo o espetáculo e todo o palanque político do STJ em torno do "mensalão" que assistimos nesta semana do segundo turno das eleições não foram à toa. A informação é de que a Rede Globo, sócia do projeto político e econômico do PSDB, exibirá um "Globo Repórter" nesta sexta-feira, dois dias antes da eleição, sobre o julgamento do "mensalão". Evidentemente, ela aproveitará criminosamente cada uma das imagens dos argumentos e dos discursos veementes dos ministros, contra o PT e, por conseguinte, contra a candidatura de Haddad. Não faltarão, é claro, informações distorcidas, tendenciosas e, sobretudo, cenas manipuladas, como as dos ministros do Supremo linchando o PT, Dirceu, Genoino e o governo Lula. Será a grande contribuição das organizações Globo à candidatura de José Serra, a bala de prata destas eleições contra a candidatura de Haddad, o qual não terá mais chances de se defender na grande mídia, pois não teremos mais, até lá, o programa eleitoral. Se isso mesmo ocorrer, sentiremos na pele mais uma vez o estrago que uma grande mídia concentrada e oligopolizada é capaz de fazer à democracia.
*Opensadordaaldeia

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