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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 31, 2012

Associação José Martí é 'pedaço' de Cuba em Santos


Entidade inaugurada em outubro promove cultura cubana na Baixada Santista

Por Amanda Cotrim
Especial para Caros Amigos

Cuba-AssociacaoJoseMarti-iNo último dia 20 de outubro foi inaugurada a Associação Cultural José Martí da Baixada Santista. Há um ano a ideia vem sendo lapidada. Durante o evento, o presidente da Associação, Aníbal Ortega, expôs planos para a criação de cursos de idiomas, danças típicas cubanas, grupos de formação política e outras atividades, que segundo ele, visem tornar o espaço um local de “convergência de coletivos solidários às lutas do povo”, ressaltou.
Trajetória Cubana
Entre os convidados para a inauguração estava o cônsul cubano Lázaro Méndez Cabrera. Em seu discurso, destacou a trajetória da Revolução Cubana, as medidas adotadas em Cuba para consolidar as vitórias do socialismo, as lutas de resistência contra o bloqueio dos Estados Unidos e a importância da solidariedade entre os povos. O cônsul também alertou para o fato de as pessoas desconheceram seu país: “Tudo isso faz com que muitos não compreendam como vive o povo cubano e sequer saibam respeitar sua independência, conquistada em 90 anos de luta.”
Legado de Martí
Uma das colaboradoras da Associação José Martí, a professora e mestre em Educação, Maria do Carmo Luiz Caldas Leite, que já foi mais de 50 vezes a Cuba, essa iniciativa não tem qualquer relação com partidos políticos. “Não aceito que associação e o nome de Martí sejam usados para beneficiar grupos com interesses partidários, muito menos sem que esses sejam claros”, afirmou. Martí é um dos heróis nacionais de Cuba; Maria do Carmo acredita que seu legado é sempre atual por sua atuação nos sindicatos de trabalhadores de Nova York e por países onde Martí materializou sua busca a uma legítima cultura, que esteja alinhada à realidade latino-americana.

Durante o evento, a professora Zuleide Faria de Melo falou sobre a importância de iniciativas em defesa da soberania cubana e as falsas informações sobre a morte de Fidel, que vira a mexe aparecem na mídia. Por fim, a professora leu versos do poema de Pablo Neruda dedicados a Fidel Castro.

Serviço
Associação José Martí
Rua Joaquim Távora, 217 - Santos (SP)

Telefone: 13 - 3307-1494
Email: associacaojosemarti@hotmail.com

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