Páginas

Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quinta-feira, outubro 18, 2012

Câmara só autoriza em plenário culto de duas religiões, diz Wyllys


Foto de culto na Câmara que
Wyllys postou em seu Facebook
O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) acusou a mesa diretora da Câmara de discriminação religiosa, porque, segundo ele, só permite ali a celebração de cultos de duas religiões, a evangélica e a católica.

Ele postou em sua página no Facebook a foto de um culto celebrado por deputados-pastores no plenário 1 ou 2. Disse ter visto “um fervoroso deputado João Campos” [presidente da Frente Parlamentar Evangélica] e a deputada Benedita da Silva (PT-RJ). Afirmou que a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros) celebra em plenário uma missa por mês.


O deputado disse que esse “privilégio” não se estende às demais religiões. “A mesa diretora negou aos adeptos das religiões de matriz africana o direito de realizar um xirê nas dependências da Câmara”, escreveu.


“Também não há cerimônias budistas, judaicas, zoroastristas e etc.", disse. “A liberdade de culto aqui [na Câmara] é só pra alguns! Sendo o Estado laico (sem paixão religiosa de nenhum tipo), ou se permite todos os cultos ou, melhor, não se permite nenhum!”


A Frente Evangélica informou em setembro que a Coaud (Coordenação de Audiovisual) da Câmara estava gravando os cultos em plenário para que fossem postados no blog da entidade. Se isso ocorrer, significará gasto da Câmara com funcionários e equipamentos de gravação para atender aos evangélicos.


Wyllys pediu aos fiéis dos credos discriminados que exigiam da Ouvidoria da Câmara a aplicação da neutralidade em obediência à laicidade do Estado brasileiro.


Com informação do Facebook do deputado Wyllys.

Câmara grava cultos para blog da Frente Parlamentar Evangélica.
setembro de 2012


Vereadora eleita vai propor criação de grupo de oração na Câmara.
outubro de 2012


Religião no Estado laico.

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz29grbJMFI
Paulopes

Nenhum comentário:

Postar um comentário