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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 24, 2012


Salve Dilma! Aqueles que irão morrer te saúdam



Vídeo denuncia que pretende sensibilizar a Presidenta Dilma Rousseff pela violência e praticas de extermínio que sofrem os índios Guarani Kaiowa no Mato Grosso do Sul.


Este vídeo foi exibido na abertura do Fórum Social Mundial 2012 na abertura com a presença da presidenta abrindo a apresentação do representante do conselho de direitos humanos que participou da expedição Marcos Veron 2012 organizada pelo Tribunal Popular da Terra.


Realização: Tekoa Virtual Guarani
Idealização e gravação: Gianni Puzzo, Bruno Garibaldi, Fábio Nassif.

Luan Santana pede aos fãs que divulguem o genocídio promovendo a tag  #GenocidioGuaraniKaiowa”

Luan Santana se recusa a fazer shows no Mato Grosso do Sul 


Talvez nenhum outro músico brasileiro tenha uma agenda de shows tão ocupada quanto Luan Santana. Após turnê de sucesso em Angola e prestes a embarcar rumo a uma série de apresentações pelos Estados Unidos e Portugal, a curta estadia do Gurizinho em solo tupiniquim está sendo marcada por numerosos assédios de produtores interessados em tê-lo como atração principal nesta temporada de festivais de fim de ano. Porém, Luan demonstrou que não está disponível a todos que querem e podem pagar por tal privilégio, já que recusou generosos cachês oferecidos para cantar em eventos de seu estado, o Mato Grosso do Sul. Problemas de saúde? Agenda cheia? Máscara? Quem procura as motivos usuais da maioria dos artistas para explicar a recusa de Luan em fazer shows na sua terra natal irá se surpreender com a realidade.

Segundo a assessoria do cantor, nesta semana, Luan Santana teria tomado conhecimento da situação dos indígenas da etnia Guarani Kaiowá no Mato Grosso do Sul e o boicote a shows no estado foi uma forma de protesto encontrada por ele. Em nota aos fãs, Luan se pronunciou: “Nos últimos oito anos, 250 índios Guarani Kaiowás foram assassinados no estado. No mesmo período, ocorreram contra eles 190 tentativas de assassinato, 49 atropelamentos e 176 suicídios. Ao menos um indígena se suicida por semana! Acho que o Mato Grosso do Sul não tem o que festejar, mas cobrar uma dívida de justiça com esses indíos. Peço desculpas a meus fãs, ao meu povo sul-mato-grossense, por recusar esses shows, o que sempre foi uma razão de alegria para mim. Porém, hoje, me sinto envergonhado por ignorar a situação dos Guarani Kaiowá e não quero prosseguir como um cúmplice silencioso desta violência. Como último pedido, gostaria de ver menos o meu nome nos trend topics do Twitter e em seu lugar a divulgação deste genocídio que, calados, todos ajudamos a promover. #GenocidioGuaraniKaiowa”

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