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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, outubro 16, 2012

Senadores paraguaios pedem impeachment de Franco

Senadores paraguaios pediram nesta terça-feira (16) o julgamento político e sanções na justiça para o presidente Federico Franco por irregularidades em sua declaração de bens e aumento em sete vezes de sua fortuna pessoal, em apenas quatro anos.

Essas demandas se uniram em novas denúncias na imprensa, nas redes sociais e a admissão, por um fiscal público, de uma eventual acusação sem a investigação que se fará, surgem suficientes elementos do delito.
A declaração feita para a Controladoria em agosto, por Franco tornou-se um verdadeiro escândalo político para o mandatário, que assumiu o cargo após um golpe de Estado em Fernando Lugo.
O senador do partido País Solidário, Carlos Fillizola, disse que a descoberta feito com a publicação sobre o aumento do patrimônio pessoal de Franco, unido com as acusações anteriores de nepotismo existentes contra ele, merece que ele seja submetido a um julgamento político.
Paralelamente, o fiscal anticorrupção, Carlos Arregui, declarou que apesar da tentativa de Franco de “arrumar” sua declaração de bens, a Controladoria pode determinar que isso não é compatível com os fatos e o Ministério Público começará uma investigação penal.
Enquanto isso, o jornal paraguaio Ultima Hora, meio no qual publicou-se inicialmente a denúncia, dedicou nesta terça-feira (16) a manchete para apontar que as explicações de Franco não convencem e continuou divulgando grande quantidade de opiniões de seus leitores neste sentido.
Apesar dos esforços governamentais por tratar de contornar a repercussão do incidente, este tornou-se o principal assunto na atualidade política e continua afetando a credibilidade pública de Federico Franco.
Fonte: Prensa Latina

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