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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, outubro 17, 2012

O GLOBO não muda, o golpe é o mesmo.

 

 


 


O Globo enxerga fantasmas. Perigo! 



Por Altamiro Borges
 


O editorial do jornal O Globo de ontem (16) é preocupante. Como na véspera do golpe militar de 1964, quando a famiglia Marinho alardeou o perigo do comunismo para justificar o atentado à democracia, o jornalão agora enxerga um pretenso “cerco à liberdade na América Latina” – segundo o título apocalíptico do texto. 


O alerta tem como base as resoluções da 68ª assembleia geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), o convescote dos barões da mídia encerrado nesta terça-feira (16) em São Paulo. Para o jornal, “qualquer pessoa medianamente informada sabe que a democracia representativa passa por mais um ciclo de ataques na América Latina, região com longa história de recaídas autoritárias. Mas, quando é traçado o cenário de cada país, constata-se que há uma tendência de agravamento deste quadro... 


O destaque fica com a Argentina, onde o governo de Cristina Kirchner, que se mostra cada vez mais uma aplicada aluna do caudilho venezuelano Hugo Chávez, prepara uma espécie de assalto final ao grupo Clarín”. 


Como nos pactos mafiosos, os barões da mídia se unem para defender o monopólio do Grupo Clarín, que está com seus dias contados. 


Em 7 de dezembro entra em vigor o capítulo da Ley de Medios que obriga este império a se desfazer de parte dos seus canais de rádio e tevê como forma de se estimular a pluralidade informativa e a concorrência no setor. 


O projeto foi aprovado por ampla maioria no parlamento argentino e tem o apoio da população, que saiu às ruas para criticar a ditadura midiática exercida pelo Grupo Clarín. 


Para a famiglia Marinho, que não respeita as leis e os poderes constituídos, o fim do monopólio do Clarín é um “atentado à liberdade”. 


Pior ainda, ele sinalizaria um perigoso retrocesso na América Latina, que precisa ser contido. 


“No Equador, onde o governo também é plasmado pelo chavismo, e na Venezuela - nesta, por óbvio, por ser o farol do ‘socialismo bolivariano’ - os casos de violência contra jornalistas e veículos se sucedem... 


Há uma nuvem de autoritarismo sobre o continente. Ela se move e fica cada vez mais densa”. 


Se bobear, a Rede Globo – que também exerce um monopólio no Brasil, com a propriedade cruzada de jornais, revistas, rádios, tevês abertas e a cabo, sítios e outros meios – daqui a pouco vai convocar uma “Marcha com Deus, pela família e em defesa dos impérios midiáticos”. 


O discurso terrorista da “nuvem de autoritarismo sobre o continente” servirá como pretexto para acirrar o clima político e para encontrar uma forma de novo golpe contra a democracia – talvez com a ajuda do Supremo Tribunal Federal (STF). 


Postado por Miro 


do blog Lótus Egício
*cutucandodeleve

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