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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, outubro 21, 2012

"Soninha tem interesse pessoal na permanência do PSDB no poder em São Paulo",

O escândalo do cabide de emprego dos correligionários de José Serra: Soninha Francine, candidata derrotada à prefeitura de São Paulo, e suas filhas desfrutam de empregos no governo paulista sem concurso público



SONINHA, PENDURADA COM AS FILHAS NO BANDEIRANTES

do Brasil 247



Candidata pelo PPS derrotada no primeiro turno da eleição paulistana, Soninha Francine chegou a xingar em blog, na semana passada, o candidato do PT, Fernando Haddad (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto à frente de José Serra (PSDB); apoio aos tucanos, pelo jeito, vai além das convicções políticas

21 DE OUTUBRO DE 2012 ÀS 14:21


O texto em que Soninha Francine xingou (antes de mudar o ataque para uma expressão mais leve) o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, causou espanto, de tão fora do tom que saiu. Mas, passados alguns dias, a militância contra Haddad da candidata do PPS derrotada no primeiro turno em São Paulo vai ganhando mais sentido: como lembra o Diário do Centro do Mundo, a ligação de Soninha com o PSDB de Serra vai além das convicções políticas.

"Soninha tem interesse pessoal na permanência do PSDB no poder em São Paulo", escreve o jornalista Paulo Nogueira. "Mãe e filhas têm bons empregos públicos no governo paulista conquistados sem concurso. Ela própria também tem vantagens concretas. Recebe dinheiro para participar de reuniões de diretoria na Cetesb, da qual é conselheira", completa Paulo Nogueira no texto.

"Falta aí, mais que tudo, transparência", emenda o jornalista. "O eleitorado tem que saber disso amplamente. O partido de Soninha apoia o PSDB. Pode ser que o apoio seja por convicções. Mas também pode ser por razões menos nobres. A transparência ajuda o cidadão a formar sua opinião", destaca Nogueira.

Não que o interesse empregatício desligitime de todo seu apoio (também não justifica ataques tão raivosos aos adversários), mas a informação ajuda a contextualizar as atitudes da ex-vereadora.

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