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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

domingo, outubro 21, 2012

Marinha de Israel impede flotilha humanitária de atracar em Gaza

 

Via Opera Mundi
Veleiro Estelle foi abordado por forças militares e seus integrantes serão integrados à polícia
O veleiro "Estelle", pertencente à denominada 3ª Flotilha da Liberdade, foi abordado por forças militares nas proximidades da costa de Gaza e está sendo conduzido ao porto de Ashdod, informou neste sábado (20/10) o exército israelense.
"Há pouco tempo, a Marinha abordou Estelle, um navio que se dirigia à Faixa de Gaza para tentar romper o bloqueio marítimo de segurança", diz o boletim militar que garante que o processo foi completado de forma pacífica. O governo israelense também disse que agiu dentro do direito internacional e agindo depois de ter feito todos os tipos de tentativas para impedir que o navio continuasse seu rumo à Gaza. "Como resultado de sua falta de vontade de cooperar e após ignorar as chamadas para que mudasse de rumo, foi tomada a decisão de abordar o veleiro e conduzi-lo ao porto de Ashdod", relata o boletim militar.
De Madri, a ONG "Rumo a Gaza" disse que a abordagem aconteceu em águas internacionais às 10h15 locais (5h15 de Brasília).
"Cinco ou seis embarcações militares o rodeiam. Os soldados usam máscaras e estão tentando subir ao navio", detalhou uma comunicação enviada do navio e transferida aos meios de comunicação por essa ONG, que se encarrega de organizar e coordenar a participação espanhola na pequena frota.
Israel bloqueou o acesso marítimo à Gaza em 2007. A primeira Flotilha da Liberdade a Gaza, em 2010, terminou de forma trágica quando foi atacada por comandos israelenses e morreram oito turcos e um cidadão americano de origem turca.
Situado a 40 quilômetros ao norte da Faixa de Gaza, o porto de Ashdod é a principal base militar no litoral sul de Israel.
"Ao chegar (..) os passageiros serão transferidos à custódia da polícia de Israel e às autoridades de imigração no Ministério do Interior", conclui a nota.
*GilsonSampaio

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