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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 19, 2012

A presidenta Dilma Rousseff em encontro com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, em Brasília, rejeitou uma possível intervenção militar unilateral no Irã e qualquer solução militar para a crise na Síria. Dilma “reiterou a convicção” do Brasil

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Dilma rejeita intervenções na Síria e no IrãA presidenta Dilma Rousseff em encontro com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, em Brasília, rejeitou uma possível intervenção militar unilateral no Irã e qualquer solução militar para a crise na Síria. Dilma “reiterou a convicção” do Brasil de que não há uma “solução militar possível para a crise síria”. “Um processo político liderado pelos próprios sírios é o melhor caminho para uma solução ao conflito”, declarou a presidenta da República.
Ela disse igualmente que o Brasil se preocupa com a crescente retórica em prol de uma ação militar unilateral no Irã. “Qualquer iniciativa desse tipo constitui uma violação à Carta da ONU e terá grandes consequências para o Oriente Médio”, acrescentou.
Para Dilma, é urgente que a comunidade internacional apoie o processo de paz entre Israel e Palestina. “O multilateralismo deve guiar a todos na busca de uma solução para os conflitos do Oriente Médio. O processo de paz entre Israel e Palestina só é viável com uma maior participação da comunidade internacional; consideramos que adiar uma solução (para esse conflito) só serve para fortalecer interesses extremistas que existem em todos os lados”, completou.
Dilma reafirmou ainda que considera a ONU o principal centro de governo global por valorizar o multilateralismo e o direito internacional: “Consideramos que só uma ONU reformada pode manter uma ordem internacional baseada em regras”, concluiu.
Da Redação

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