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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

sexta-feira, outubro 19, 2012

Do ponto de vista da população mais pobre de qualquer cidade, a eleição que tem mais possibilidade de mudar sua vida para pior ou melhor é a municipal.

Paul Singer: meu voto em Haddad

Do Macro PT Abc 

Do ponto de vista da população mais pobre de qualquer cidade, a eleição que tem mais possibilidade de mudar sua vida para pior ou melhor é a municipal.



"Existe uma diferença inegável entre PT e PSDB: a priorização da luta contra a miséria. E os eleitores sabem disso, basta ver em qual partido a periferia vota"

As políticas do governo federal e estadual também afetam os mais pobres, mas de modo mais indireto. O governo estadual, por exemplo, tem a seu cargo a segurança pública no Estado - algo importante para qualquer cidadão, mas sobretudo para os que são obrigados a morar em áreas em que a criminalidade é mais presente e ameaçadora.


Não obstante, é o governo municipal que responde pela iluminação pública e, especialmente, por políticas sociais que impactam as condições de vida dos moradores mais humildes. A atenção à população mais carente é um aspecto fundamental na escolha do prefeito.


É preciso votar levando em consideração que é a prefeitura que responde pelo registro das famílias mais carentes no Programa Bolsa Família, por exemplo. Ela tem grande possibilidade de agir em parceria com o governo federal no programa Brasil sem Miséria, de ajudar a resgatar famílias que vivem em bolsões de extrema pobreza. A redução da miséria, aliás, certamente ajudará a diminuir inclusive a criminalidade, na cidade inteira.


Eis, então, a razão pela qual votarei em Haddad desde o primeiro turno: estou certo de que ele priorizará a luta contra a miséria, como fazem os diferentes governos chefiados por políticos do PT.


Nesta questão, a diferença em relação aos governos chefiados pelo PSDB é inegável.


E os eleitores sabem disso. Basta ver o mapa eleitoral de São Paulo em qualquer eleição municipal para verificar que os candidatos do PSDB vencem nas áreas mais opulentas, enquanto os candidatos do PT são os preferidos na periferia.


Quanto maior a pobreza em uma região, maior a vantagem relativa do PT. No primeiro turno destas eleições municipais, novamente tal fato foi comprovado.


Além de Fernando Haddad ser o candidato do PT, minha preferência por ele se deve ao fato de que eu o conheço há muito tempo e, assim, sei de sua inteligência e do seu empenho em tornar a sociedade brasileira mais justa, menos desigual.


Nesse sentido, o que Haddad fez como ministro de Educação é notável, sobretudo na expansão do ensino público em nível universitário, área em que os governos do PSDB se notabilizaram pela ausência.


Na gestão do PSDB, os jovens de famílias de baixa renda estavam praticamente condenados a tentar estudar em universidades privadas, já que eram barrados pelos vestibulares nas universidades públicas.


Os governos de Lula e Dilma, em que Haddad serviu como ministro de Educação, priorizaram a expansão das universidades públicas, permitindo o acesso de estudantes mais pobres. Além disso, o ProUni abriu centenas de milhares de vagas em universidades privadas a eles.


Outra política importante foi a multiplicação dos Institutos de Educação Científica e Tecnológica, que foram localizados nas áreas desprivilegiadas do país. Nesses institutos, está sendo efetivado o Programa Mulheres Mil, que dá formação profissional a mulheres de baixa renda. O programa já resgatou dezenas de milhares da pobreza. Quem ouve os depoimentos dessas mulheres percebe que não são poucas as que querem continuar estudando até alcançar um diploma universitário.


No ministério, Haddad se cercou de uma equipe disposta a fazer da educação uma arma na luta contra a opressão da mulher e contra a exclusão preconceituosa de negros e indígenas das oportunidades de exercer plenamente seus direitos como seres humanos e trabalhadores. Agora, ele tem tudo para ter grande sucesso como prefeito.


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* Paul Singer é economista e secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego.
*Tecedora

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