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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, novembro 06, 2012

Padre se protegia de acusações de pedofilia subornando até o papa


Padre Maciel com João Paulo 2º
Padre estuprador Maciel tinha a proteção do papa João Paulo 2º
por Rodrigo Vera para a revista mexicana Proceso

Em seu livro Las finanzas secretas de la Iglesia ["As finanças secretas da Igreja"], que logo estará em circulação, o jornalista americano Jason Berry detalha a maneira como Marcial Maciel (1929-2008) gastava somas milionárias em presentes e doações aos hierarcas da Igreja, começando pelo papa João Paulo II. Desta maneira, o fundador dos Legionários de Cristo acumulava poder para o fortalecimento de sua ordem, ao mesmo tempo em que se protegia das acusações que recebia por pedofilia, que por fim eram de domínio público.

O sacerdote Marcial Maciel, fundador dos Legionários de Cristo, gastava muito dinheiro para comprar favores dos altos hierarcas do Vaticano, incluindo o papa João Paulo II, como também para impedir que os tribunais eclesiásticos o julgassem pelos abusos sexuais cometidos contra menores de idade.


Em 1995, por exemplo, Maciel entregou um milhão de dólares para João Paulo II, que chegava a presidir missas particulares – em sua capela no Palácio Apostólico – para os abastados amigos de Maciel, que costumavam recompensar o pontífice com donativos de até 50 mil dólares.


Vendo o enorme poder que tinha Maciel, durante o pontificado de Wojtyla, o atual papa Bento XVI, então encarregado da Congregação para a Doutrina da Fé, dizia que "não era prudente” investigá-lo por seus atos de pedofilia, que então já eram conhecidos em todo o mundo.


O livro de Berry relata uma das entregas de dinheiro para João Paulo II. “Em 1995, segundo ex-integrantes da Legião, Maciel enviou um milhão de dólares para o papa João Paulo, por meio de dom Stanislaw Dziwisz, quando o papa viajou à Polônia. Como secretário papal, Dziwisz, oriundo da Polônia, durante décadas foi o homem mais próximo de João Paulo. Lidar com dinheiro fazia parte de seu trabalho”.


O secretário do papa – prossegue o livro – também era encarregado de receber os donativos das famílias abastadas levadas por Maciel às missas particulares do pontífice, realizadas na capela de seu Palácio Apostólico, com capacidade para 40 pessoas e adornada com afrescos de Miguel Ángel, especificamente com a “A conversão de Saulo” e “A crucificação de São Pedro”.

Os abastados amigos de Maciel “costumavam encontrar o papa de joelhos, absorto em oração, com os olhos fechados, quase em êxtase, completamente alheio a quem ingressava na capela... para os leigos era uma maravilhosa experiência espiritual”.


O livro recolhe o testemunho de um ex-sacerdote legionário, que participava destas missas exclusivas, e que revela: “Acompanhei uma rica família mexicana numa missa particular e no final a família entregou 50 mil dólares para Dziwisz”.


O secretário papal tinha “frequentes encontros” com os achegados de Maciel, dos quais também recebia donativos, “sempre em dinheiro” e em dólares, pois “em liras se exigiria muitas notas”.


O livro acrescenta: “Em 1998, Maciel abriu as portas para o desperdício, oferecendo uma esplêndida festa em honra de Dziwisz, devido a sua proclamação como bispo, e incluiu a festiva música de mariachis interpretada por uma pequena orquestra dos Legionários”.


Não apenas o papa e seu secretário recebiam dinheiro em espécie, pois também “os cardeais e os bispos, que presidiam missas para os Legionários, recebiam pagamentos de 2.500 dólares ou mais, de acordo com a importância do evento”.


Tratava-se de donativos ou de subornos? Esta pergunta é feita no livro. Alguns ex-sacerdotes legionários respondem que era “uma forma elegante de subornar”. Outros, ao contrário, destacam que era
opere de charitá (obra de caridade), já que a Igreja podia destinar esse dinheiro para ajudar os pobres e necessitados, coisa que não se sabe ao certo, dada a opacidade das finanças vaticanas.
Las Finanzas secretas de la iglesia, livro de Jason Berry
Livro conta que Wojtyla achava
prudente não investigar Maciel
Maciel – diz o texto – também era muito dado a oferecer caríssimos presentes em espécie para os hierarcas vaticanos ou em acolhê-los com festas e comilanças que não podiam ser obras de caridade, cuja intenção era conseguir favores em troca.

A relação de Maciel com Angelo Sodano foi infestada destes favores mútuos, desde quando este último era núncio apostólico no Chile, durante a ditadura de Augusto Pinochet, a qual apoiava. Com a finalidade de “neutralizar os defensores da Teologia da Libertação que militavam na esquerda”, no Chile, Sodano estimulou as obras que os Legionários de Cristo realizavam, empunhando “o estilo católico da teologia da prosperidade, a lealdade papal e o capitalismo de mercado livre”.


A partir de então, Maciel soube corresponder estes favores: “Colocou o padre Raymond Cosgrave, um legionário irlandês, à disposição de Sodano, praticamente como ajuda de campo na nunciatura de Santiago. Em 1989, no escalão para ser nomeado secretário de Estado, Sodano fez aulas de inglês na Irlanda, no colégio da Legião. Ficou de férias numa casa de descanso da Legião, em Sorrento”.


Leia mais em http://www.paulopes.com.br/#ixzz2BTimIrlL
Paulopes

DEMOTukkkanos impedem que renda do Bolsa Família chegue a famílias carentes de SP


__ Vamos foder esses pobres tudo
 __Pode contar comigo...

Ultimo Segundo

São Paulo é capital com menos pobres no Bolsa Família

NA CAPITAL PAULISTA, EXISTEM 500,6 MIL FAMÍLIAS POBRES, SEGUNDO O CENSO DE 2010


Na cidade de São Paulo, onde vivem 11,3 milhões de pessoas, existem 500,6 mil famílias pobres, segundo o Censo de 2010. Com renda de até R$ 140 per capita, todas elas poderiam estar inscritas no Bolsa Família. O número de famílias cadastradas no programa, porém, é de apenas 226,6 mil - o equivalente a 44% do total, de acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social.
Isso significa que mais da metade dos pobres paulistanos identificados pelo Censo ainda não foi alcançada pelo programa de transferência de renda federal criado nove anos atrás.
Na comparação com as outras capitais, a taxa de cadastramento de São Paulo é a pior do País e a única abaixo da linha de 50%.
Florianópolis, que alcança 61% das famílias, Goiânia, com taxa de 65%, e Rio, com 74%, são as três capitais com índices mais próximos dos registrados em São Paulo. Em todas as outras capitais o benefício do Bolsa Família atinge mais de 88%. Ele chega a 100% em Teresina, Maceió, Fortaleza, São Luís, Campo Grande, Cuiabá, João Pessoa, Recife, Porto Velho, Boa Vista, Aracaju, Palmas, Natal Manaus e Distrito Federal.
É possível ter uma estimativa dos recursos que São Paulo não recebe, utilizando como base do cálculo o repasse que o governo federal já faz. Em outubro foram transferidos para as contas das 226,6 mil famílias o total de R$ 24,6 milhões, o que representa R$ 108 por família, na média. Multiplicando esse número pelas 273.987 famílias que poderiam estar sendo beneficiadas, chega-se à quantia de R$ 29,5 milhões. Por esse mesmo raciocínio é possível concluir que os pobres de São Paulo deixam de receber R$ 354 milhões ao ano.
A tarefa de cadastrar os pobres cabe às prefeituras. São os serviços sociais municipais que, depois de identificar, localizar e inscrever as famílias, enviam os dados para o cadastro único do Desenvolvimento Social. Depois que o pedido é aceito, o pagamento começa a ser feito diretamente à família, por meio de conta bancária.
Indagada pelo jornal O Estado de S. Paulo sobre o cadastro paulistano, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, evitou criticar de maneira direta os prefeitos paulistanos. Falou de maneira genérica sobre as responsabilidades dos chefes de municípios.
"A qualidade do cadastro varia de um lugar para o outro de acordo com a disposição do prefeito para trabalhar e mobilizar equipes, independentemente de sua posição partidária. No Piauí, que foi apontado pelo Banco Mundial como o Estado que possui a melhor focalização dos trabalhos, com 100% das famílias pobres cadastradas, houve um enorme esforço para que tudo funcionasse bem."
O serviço de cadastramento em São Paulo nunca figurou entre os melhores. Em 2005, quando José Serra (PSDB) se tornou prefeito, 58% das famílias pobres identificadas pelo Censo de 2000 recebiam o benefício federal. Em 2006, quando entregou o cargo a Gilberto Kassab, então no DEM, para disputar o governo estadual, o índice havia subido para 78%.
Em 2010, caiu para 50%. Naquele ano, quando Kassab começou a articular a formação do PSD, mais próximo do governo federal que o DEM, o número de cadastrados tornou a subir. Foi para 62% no ano passado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

do Blog do Cappacete

CQC e o humorismo reacionário

 



Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
O Brasil, conforme constatou agudamente um leitor do Diário, tem uma esquisitice humorística: os comediantes são reacionários. Não vou entrar no fato de que são essencialmente sem graça. Me atenho apenas ao conservadorismo. Comediantes, como artistas em geral, costumam, em todo o mundo, ser progressistas. Eles quase sempre têm uma forte consciência social que os leva a criticar situações de grande desigualdade e a ser antiestablishment.

Os comediantes brasileiros fogem da regra, e esta é uma das razões pelas quais são tão sem graça. Marcelo Madureira é um caso extremo de conservadorismo petrificado e completo alinhamento com o chamado “1%”. Marcelo Tas é outro caso. De Londres, não o acompanhei, mas ao passar algumas semanas no Brasil, agora, pude ver – sem sequer assistir a um episódio de seu programa – o quanto ele é mentalmente velho.

O que o CQC fez a Genoíno em nome da piada oscila entre o patético, o ridículo e o grotesco. Não me refiro apenas ao episódio em si de explorar o drama de Genoíno. Também a sequência foi pavorosa. Vi no YouTube Tas ter uma disenteria verbal ao falar de Genoíno. Corajosamente, aspas, chamou-o repetidas vezes, aos gritos, de “mequetrefe”.


Não sou petista.


Jamais votei uma única vez em Genoíno.


Mas Tas tem condições morais — e conhecimento, pura e simplesmente — para julgar e condenar Genoíno? Várias vezes ele diz que Genoíno foi condenado pela justiça. E daí? Quem acredita na infabilidade da justiça brasileira acredita em tudo, como disse Wellington.


O que me levou a procurar Tas no YouTube foi uma mensagem pessoal que recebi de Ana Carvalho. Ela estava no local em que houve a confusão entre o humorista Oscar Filho e amigos de Genoíno. Ana acabou sendo citada num texto que OF escreveu, e ficou tão indignada que decidiu escrever sua versão dos fatos numa carta aberta que ela, cerimoniosamente, me pediu que lesse. Li. Primeiro, ela esclarece: ao contrário do que OF escreveu, ela não é militante do PT. Estava apenas votando, com a família, no lugar do tumulto, e tentou ajudar a serenar os ânimos, como boa samaritana.


Ana relata o que ouviu, na refrega, do produtor do CQC e de Genoíno. Do produtor, berros que diziam que os “mensaleiros filhos da puta” iam ser punidos: em vez de um minuto, o programa falaria horas do caso. De Genoíno, ela ouviu: “Calma, calma, sem bater, sem bater”. Mas quem publicaria o que ela ouviu? Essa pergunta Ana fez a si mesma, e é um pequeno retrato da maneira distorcida com que a grande mídia trata assuntos de política no Brasil. A resposta é: ninguém. Nem Folha e nem Estadão e nem Veja e nem Globo publicariam o relato de Ana – embora ela fosse testemunha privilegiada da confusão.


Há formas e formas de violência. O que o pessoal do CQC fez foi uma violência mental, uma tortura. Não faz muito tempo, o mundo soube que presos nos Estados Unidos tinham sido torturados com sessões de música ininterrupta da série Vila Sésamo. Vinte e quatro horas, sete dias por semana. (O autor ficou perplexo com o uso dado a sua canções tão inocentes.)


O que o CQC fez tem um nome: tortura moral. Humor não é isso. Citei, em outro artigo, os repórteres do Pânico que invadiram o funeral de Amy Winehouse para fazer piada. Tivessem sido pilhados, terminariam na cadeia – e teriam formidável dificuldade para convencer a justiça londrina de que a liberdade de expressão, aspas, os autorizava a fazer o que fizeram.


Humor sem graça, como o feito no Brasil, é um horror. Mas consegue ficar ainda pior quando à falta de espírito se junta um reacionarismo patológico, uma completa desconexão com o povo brasileiro, e este é o caso de Marcelo Tas e seu CQC.
*Turquinho

Deputado Rogério Correia e a ditadura midiática no Brasil: a Veja é uma revista de fofoca de direita que quer destruir Lula, a grande mídia brasileira confunde liberdade de imprensa com liberdade de difamação

 

A crítica à religião como exercício democrático

por Paulo Jonas de Lima Piva

Discordo de Marx e me aproximo de Michel Onfray no seguinte ponto: discutir religião é importante, como é importante também posicionar-se criticamente em face da política, da economia, dos costumes e de tudo o que compõe o nosso cotidiano e, de modo direto e indireto, afeta nossas vidas. E discutir franca e abertamente, sem blindagens de temas ou censura de assuntos, afinal, por mais problemas que tenham, nossa sociedade norteia-se pelas luzes da racionalidade. Assim sendo, crítica à religião não é sinônimo de intolerância, tampouco faz do seu crítico necessariamente um fanático ou um religioso às avessas, como querem alguns religiosos incomodados com a discussão. A crítica à religião, ao contrário, é um exercício democrático, num certo sentido, uma necessidade da democracia, e, sobretudo, um direito dos que se interessam pela questão, uma vez que a democracia é o regime que tem na liberdade de pensamento e na garantia da pluralidade de crenças e descrenças as suas principais virtudes civilizatórias. E a ferramenta, terreno e limite para esse exercício é a argumentação, nem sempre agradável para um lado do debate. Já o valor nuclear desse debate será a capacidade de ouvir e conviver com a sua antítese, ou seja, ter estrutura psicológica para dialogar com o diferente, outro nome para "tolerância".

Bob Fernandes/ No Supremo, há quem não esconda: Lula é o alvo


E no Congresso brasileiro... Cantar música e fazer culto evangélico, pode, fazer homenagem a Luiz Gonzaga é inadequado


"Deputados podem utilizar os plenários das comissões para expressar a fé" Jean Wyllys


Da página no Facebook Nação Nordestina

[VERGONHA] Chambinho do Acordeon é impedido de cantar no plenário do Senado

Chambinho do Acordeon, que interpreta Luiz Gonzaga no filme "Gonzaga de Pai para Filho", passou por um constrangimento no Senado na tarde desta segunda-feira. Levado ao plenário pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), ele foi impedido de cantar pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que presidia a sessão. Recorrendo ao 
regimento da Casa, Mozarildo alegou que o local não era adequado. (O globo)

Fazer uma homenagem a Luiz Gonzaga, maior artista que esse pais já viu não pode, é inadequado. Já mentir, roubar, desviar verbas públicas, formar quadrilha e fazer o povo de palhaço pode!

No mais, esse senador Mazarildo Cavalcante é apenas parte de uma instituição corrupta e ultrapassada a ponto de impedir que um artista do povo manifeste a mais pura cultura Brasileira/Nordestina ao cantar um clássico de Seu Luiz Gonzaga. A verdade é que a obra de nosso rei está muito acima de tudo isso e talvez, aquele antro de corruptos não seja realmente adequado e muito menos dígno de apreciar uma obra tão nobre.

Compartilhe esse protesto no facebook com seus amigos e se você tem twitter, proteste usando a hashtag #CantaChambinho

Eu não vou ficar calado! E você?
*Mariadapenhaneles

segunda-feira, novembro 05, 2012

Charge do dia


Ley de Medios. Eu sou argentino!




Por Altamiro Borges 

A mídia hegemônica não descansa e vive em permanente estado de guerra. 


Passadas as eleições municipais, em que ela apostou tudo no “show do mensalão” para evitar o desastre completo da oposição demotucana nas urnas, ela agora afia as suas armas para duas novas batalhas. 


Uma no front interno, com a tentativa de criminalizar o ex-presidente Lula. 


E outra no front externo, com a aproximação da data do fim do monopólio do Clarín na Argentina. 


A máfia midiática do planeta se une para derrotar a presidenta Cristina Kirchner. 


Uma guerra aberta, frontal
 

No país vizinho, a situação já é de guerra aberta, frontal. Manifestações favoráveis e contrárias à “Ley de Medios”, que democratiza os meios de comunicação, são diárias e agitam até os estádios de futebol. 


A guerra também já está sendo travada nas emissoras de tevê. 


Os dois canais do Grupo Clarín – TN (Todo Notícia), no cabo, e El Trece, na TV aberta – promovem ataques raivosos ao governo. 


Jorge Lanata, âncora de um programa no El Trece, faz imitações grosseiras contra a presidenta Cristina Kirchner. 


Já o governo responde através da TV Pública. 


Ele procura esclarecer que a Ley de Medios, que entrará em vigor no dia 7 de dezembro, visa garantir maior pluralidade e diversidade na radiodifusão. 


Aprovada em 2009, ela limita as licenças dos grupos midiáticos. 


Para o Clarín, que controla vários veículos desde a época da ditadura militar, ela será fatal. 


O império terá que se desfazer de várias emissoras de rádio e tevê. 


O seu espaço será ocupado por canais comunitários. 


O governo abrirá concurso para definir os futuros donos. 


Com a proximidade do 7 de dezembro – o 7D da Democracia –, a guerra entre os dois campos se acirra. 


O Grupo Clarín já foi derrotado no Congresso, no Judiciário e nas ruas, com massivos atos de apoio à lei. Mas ele resiste. 


Para o sociólogo Martín Becerra, “o cenário mais provável é que o Clarín tente ganhar tempo, apresentando um plano de adequação indicando empresários aliados como testas de ferro, algo que o governo não aceitará. 


Haverá outra batalha judicial que daria ao grupo tempo para desenhar outras estratégias”. 


A falta de coragem política no Brasil 


É neste cenário de confronto que os barões da mídia da América Latina – reunidos no antro da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) – e do mundo inteiro se unem para salvar o império do Clarín. 


Na semana passada, o Jornal Nacional da TV Globo divulgou longa matéria contra o “atentado à liberdade de expressão” na Argentina. 


Os jornalões também já publicaram vários editorais e artigos sobre o tema. 


Esta será a principal batalha, no front externo, dos donos da mídia nativa. 


Eles temem uma “epidemia” na região. 


Nesta guerra aberta não há espaço para vacilações. 


Diante da fúria monopolista dos barões da mídia, eu sou argentino! 


Na verdade, só lamento que o governo Dilma não tenha a mesma coragem da presidenta Cristina Kirchner para estimular um debate democrático sobre este tema tão estratégico na atualidade. 


Talvez a entrada em vigor da Ley de Medios ajude a espalhar esta “epidemia” democratizante em nosso país. A conferir!


do blog Ficha Corrida
*cuttucandodeleve