Páginas
Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista
quinta-feira, fevereiro 07, 2013
Proposta de cotas do governo Alckmin é racista, afirma professor da USP
Luka Franca - Última Instância
O auditório Prestes Maia da Câmara de Vereadores de São Paulo ficou pequeno nesta terça-feira (5/2), quando a Frente Estadual Pró-Cotas realizou uma plenária aberta para repudiar o PIMESP (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista). O projeto foi apresentado pelo Governo Alckmin e pelo CRUESP (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo) em dezembro de 2012 como alternativa paulista para a implementação das cotas raciais. Estavam presentes cerca de 200 pessoas, além de deputados estaduais, membros da Defensoria Pública, vereadores e representantes de mais de 60 entidades.
Luka Franca - Última Instância
O auditório Prestes Maia da Câmara de Vereadores de São Paulo ficou pequeno nesta terça-feira (5/2), quando a Frente Estadual Pró-Cotas realizou uma plenária aberta para repudiar o PIMESP (Programa de Inclusão com Mérito no Ensino Superior Público Paulista). O projeto foi apresentado pelo Governo Alckmin e pelo CRUESP (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais de São Paulo) em dezembro de 2012 como alternativa paulista para a implementação das cotas raciais. Estavam presentes cerca de 200 pessoas, além de deputados estaduais, membros da Defensoria Pública, vereadores e representantes de mais de 60 entidades.
Durante o
evento, o professor Dennis de Oliveira, do Núcleo de Apoio à Pesquisa
em Estudos Interdisciplinares sobre o Negro Brasileiro da USP, afirmou
que o programa é racista porque cria duas categorias diferentes de
estudantes para as universidades de São Paulo. “A proposta estadual
parte do pressuposto de que a população negra e pobre é despreparada
para entrar na universidade”, completou.
O
principal alvo dos críticos é sistema de “college” presente na proposta
tucana. Por este sistema, os estudantes que ingressarem nas estaduais
paulistas teriam que cursar dois anos em uma espécie de curso de
nivelamento a distância para, depois, poderem ingressar nos cursos da
USP, Unicamp e Unesp
A
justificativa do governo estadual para a instituição do “college” é a de
que os estudantes cotistas precisam de “formação sociocultural para
exercício da cidadania”. “como se isso já fosse garantido por quem passa
nos vestibulares, isso, segundo Dennis, “como se formação para
cidadania fosse o conteúdo exigido nos vestibulares via Anglo ou
Objetivo”, alfinetou Oliveira.
O
professor Silvio Almeida, presidente do Instituto Luiz Gama e doutor em
filosofia do Direito pela USP, afirmou que a proposta apresentada pelo
tucanato é inconstitucional, pois atenta contra os princípios da
isonomia e da dignidade humana previstos na Constituição Federal. “A
proposta provoca discriminação negativa, colocando o cotista em condição
inferior, quando a Constituição só permite a discriminação positiva,
com sentido de inclusão. Além disso, promove a ameaça do estereótipo,
fazendo o negro crer que precisa de reforço, pois não teria condição de
competir, o que inferioriza humanamente o cotista. Assim se viola os
princípios da isonomia e dignidade humana”, completa.
O
deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL) afirmou que o PIMESP visa
rivalizar com o projeto sancionado pelo governo federal instituindo
cotas raciais nas universidades federais. “Não podemos esquecer que o
PSDB é contra as cotas, ele está fazendo isso por conta da pressão
social, somos totalmente contra esse projeto”, acrescentou o
parlamentar.
A
deputada estadual Leci Brandão (PCdoB) apresentou a preocupação não
apenas com a entrada dos estudantes negros e de escolas públicas na
universidade, mas também a garantia de sua permanência na instituição.
“Não é só cota. É auxílio para transporte, para alimentação, a compra de
livros. Eu não quero ver o jovem negro lutar para entrar na
universidade e depois ter de abandonar o curso porque, sendo pobre,
enfrenta outras dificuldades que vão além do entrar na academia”,
completou.
Durante a
atividade na Câmara de Vereadores foi resgatado o processo de
construção dos PL (Projetos de Lei) 530/04 e 321/12 que tramitam na
ALESP (Assembléia Legislativa de São Paulo). Os deputados estaduais
Carlos Gianazzi (PSOL), Adriano Diogo (PT), Alencar (PT) e Leci Brandão
(PCdoB) se comprometeram a lutar pela aprovação do projeto elaborado em
conjunto com o movimento negro e convocar para março uma audiência
pública na Assembléia, convocando o CRUESP e o Governo Alckmin para
debate sobre a efetivação de Cotas Raciais nas Universidades Paulistas.
*Mariadapenhaneles
O tempo corre contra nós
Abaixo, a versão resumida do que falei neste seminário, na parte da tarde, quando se discutia o tema "estágio atual, desafios e perspectivas da integração regional". Uma versão editada será enviada, proximamente, ao Instituto Lula.
Meu posto de observação, para opinar sobre o tema integração, é o Foro de São Paulo, do qual sou secretário-executivo desde 2005.
Todos os partidos do Foro consideram que a integração é algo central, estratégico, seja como proteção contra ingerências externas em geral e contra os impactos da atual crise internacional em particular; seja para aproveitar melhor todo o potencial regional; e, também, como "guarda-chuva" para os diferentes projetos estratégicos que os partidos do Foro perseguem.
Dos que defendem o socialismo, aos que defendem um novo modelo de desenvolvimento capitalista, todos reconhecem que a integração é um fator decisivo para limitar o alcance e a ingerência da aliança conservadora entre as oligarquias locais e seus aliados metropolitanos.
Agora, os partidos que integram o Foro também reconhecem a existência de um déficit teórico. Não apenas nos itens indicados até aqui, neste encontro (o balanço da década de governos progressistas e de esquerda, a integração regional), mas também em três outros temas.
Os temas nos quais se aponta a existência de um déficit teórico são: a análise do capitalismo do século XXI, pois muitos continuam operando com uma interpretação acerca do capitalismo que corresponde ao século XX; o balanço das experiências socialistas, social-democratas e nacional-desenvolvimentistas do século XX, pois muitos repetem erros e desconsideram acertos daquelas experiências; e a estratégia, pois no imaginário de grande parte da esquerda latinoamericana Che ainda suplanta Allende, apesar de que estamos todos envolvidos hoje numa experiência que tem mais a aprender com Allende do que com Che.
Claro que o déficit teórico não significa "pouca produção intelectual", mas sim a relativa debilidade desta produção.
No caso do Brasil, as causas desta debilidade são pelo menos três.
Em primeiro lugar, a perda de status da "classe média tradicional" empurra parcelas deste setor social seja para posturas esquerdistas, seja para posturas conservadoras proclives ao fascismo. E como a classe média é a base de grande parte da intelectualidade, inclusive a de esquerda, isto afeta a produção teórica.
Em segundo lugar, o impacto do neoliberalismo e da tripla crise (do socialismo soviético, da social-democracia e do nacional-desenvolvimentismo) no terreno da cultura, da educação e da comunicação social.
Este impacto afeta os mecanismos de formação e promoção da intelectualidade, não favorecendo o pensamento de esquerda.
Por outro lado, a influência neoliberal na cultura, educação e comunicação obstaculiza a formação de um pensamento de massas: não haverá uma cultura popular, com dezenas e dezenas de milhões a favor da integração, se não tivermos uma indústria cultural, uma educação pública e uma comunicação de massas de novo tipo.
Sem esta mudança, continuaremos colhendo o que foi registrado na recente pesquisa que aponta o PT como partido mais querido (24%, contra 6% do PMDB e 5% do PSDB), mas no contexto de uma redução no número de pessoas que têm preferência partidária (caímos de 61% em 1988 para 44% em 2012).
Em terceiro lugar, há diferenças políticas sobre como se articulam nossas duas grandes tarefas: superar a hegemonia neoliberal e realizar reformas estruturais que superem o desenvolvimentismo conservador.
Estas diferenças políticas geram duas posturas: ou um governismo exacerbado, que só tem olhos para o que é "possível fazer" aqui e agora, atacando qualquer postura crítica; e um esquerdismo também exacerbado, que só tem olhos para o objetivo final, desconsiderando qualquer análise realista da correlação de forças.
O governismo e o esquerdismo expressam um mesmo fenômeno: a ruptura entre teoria e prática, entre objetivos finais e os meios políticos, entre estratégia e tática.
Neste sentido, aplaudo o que disse o Lula na fala inicial deste seminário: precisamos de uma "doutrina", pois afirmar isto equivale a reconhecer a necessidade de uma conexão forte entre teoria e política.
Aliás, não é por acaso que nos damos conta desta necessidade de doutrina, neste momento, em que atingimos um sucesso parcial, mas em que também percebemos que para seguir adiante será preciso alterar a maneira como viemos nos comportando até agora.
Agora, como outros, eu prefiro não falar de doutrina. Sem entrar em outras considerações, eu prefiro não falar de doutrina, porque acho que não devemos cair no erro de construir "uma" doutrina; devemos sim constituir um campo de idéias, que terá um núcleo duro, composto pela prioridade ao social, pela defesa da ampliação das liberdades democráticas, pela afirmação do papel do Estado, pela combinação entre soberania nacional e integração regional.
Agora, este campo de idéias compreende um leque de posições que não cabe nas palavras "doutrina" e "progressista".
É importante assinalar que o tempo corre contra nós.
Não está dado que vamos conseguir passar da ênfase à superação do neoliberalismo, para a ênfase nas reformas estruturais.
A desacumulação que estamos vendo na esquerda mexicana e colombiana, mais a operação denominada "Arco do Pacífico", são alguns dos sinais de que a situação está se complicando. E está se complicando, entre outros motivos, porque as oligarquias, a começar da brasileira, não querem alterar de maneira estrutural a repartição da riqueza entre Capital e Trabalho e dão sinais de que não vão respeitar as regras do seu próprio jogo, se estas regras levam-nas a perder o jogo: vide Paraguai e Honduras.
O caso de Honduras confirma, por outro lado, que devemos manter uma orientação latinoamericanista e caribenha. É claro que nosso foco imediato é a integração da América do Sul. Mas para esta integração ter sucesso, é inescapável enfrentar a hegemonia dos Estados Unidos junto ao México, Caribe e América Central.
Por fim, não haverá integração sem Brasil. Talvez sejamos o país menos latino- americano da região, mas somos também o capitalismo mais potente, que tem melhores condições para ajudar a financiar a integração.
Mas para podermos fazer isto, teremos que afastar a sombra de que somos sub-imperialistas, o que exigirá entre outras coisas mais presença do Estado e mais controle sobre a atuação das transnacionais privadas brasileiras.
Um bom momento para prosseguir esta discussão será o XIX Encontro do Foro de São Paulo, que será realizado no Brasil, na cidade de São Paulo, de 31 de julho a 4 de agosto de 2013.
Todos os partidos do Foro consideram que a integração é algo central, estratégico, seja como proteção contra ingerências externas em geral e contra os impactos da atual crise internacional em particular; seja para aproveitar melhor todo o potencial regional; e, também, como "guarda-chuva" para os diferentes projetos estratégicos que os partidos do Foro perseguem.
Dos que defendem o socialismo, aos que defendem um novo modelo de desenvolvimento capitalista, todos reconhecem que a integração é um fator decisivo para limitar o alcance e a ingerência da aliança conservadora entre as oligarquias locais e seus aliados metropolitanos.
Agora, os partidos que integram o Foro também reconhecem a existência de um déficit teórico. Não apenas nos itens indicados até aqui, neste encontro (o balanço da década de governos progressistas e de esquerda, a integração regional), mas também em três outros temas.
Os temas nos quais se aponta a existência de um déficit teórico são: a análise do capitalismo do século XXI, pois muitos continuam operando com uma interpretação acerca do capitalismo que corresponde ao século XX; o balanço das experiências socialistas, social-democratas e nacional-desenvolvimentistas do século XX, pois muitos repetem erros e desconsideram acertos daquelas experiências; e a estratégia, pois no imaginário de grande parte da esquerda latinoamericana Che ainda suplanta Allende, apesar de que estamos todos envolvidos hoje numa experiência que tem mais a aprender com Allende do que com Che.
Claro que o déficit teórico não significa "pouca produção intelectual", mas sim a relativa debilidade desta produção.
No caso do Brasil, as causas desta debilidade são pelo menos três.
Em primeiro lugar, a perda de status da "classe média tradicional" empurra parcelas deste setor social seja para posturas esquerdistas, seja para posturas conservadoras proclives ao fascismo. E como a classe média é a base de grande parte da intelectualidade, inclusive a de esquerda, isto afeta a produção teórica.
Em segundo lugar, o impacto do neoliberalismo e da tripla crise (do socialismo soviético, da social-democracia e do nacional-desenvolvimentismo) no terreno da cultura, da educação e da comunicação social.
Este impacto afeta os mecanismos de formação e promoção da intelectualidade, não favorecendo o pensamento de esquerda.
Por outro lado, a influência neoliberal na cultura, educação e comunicação obstaculiza a formação de um pensamento de massas: não haverá uma cultura popular, com dezenas e dezenas de milhões a favor da integração, se não tivermos uma indústria cultural, uma educação pública e uma comunicação de massas de novo tipo.
Sem esta mudança, continuaremos colhendo o que foi registrado na recente pesquisa que aponta o PT como partido mais querido (24%, contra 6% do PMDB e 5% do PSDB), mas no contexto de uma redução no número de pessoas que têm preferência partidária (caímos de 61% em 1988 para 44% em 2012).
Em terceiro lugar, há diferenças políticas sobre como se articulam nossas duas grandes tarefas: superar a hegemonia neoliberal e realizar reformas estruturais que superem o desenvolvimentismo conservador.
Estas diferenças políticas geram duas posturas: ou um governismo exacerbado, que só tem olhos para o que é "possível fazer" aqui e agora, atacando qualquer postura crítica; e um esquerdismo também exacerbado, que só tem olhos para o objetivo final, desconsiderando qualquer análise realista da correlação de forças.
O governismo e o esquerdismo expressam um mesmo fenômeno: a ruptura entre teoria e prática, entre objetivos finais e os meios políticos, entre estratégia e tática.
Neste sentido, aplaudo o que disse o Lula na fala inicial deste seminário: precisamos de uma "doutrina", pois afirmar isto equivale a reconhecer a necessidade de uma conexão forte entre teoria e política.
Aliás, não é por acaso que nos damos conta desta necessidade de doutrina, neste momento, em que atingimos um sucesso parcial, mas em que também percebemos que para seguir adiante será preciso alterar a maneira como viemos nos comportando até agora.
Agora, como outros, eu prefiro não falar de doutrina. Sem entrar em outras considerações, eu prefiro não falar de doutrina, porque acho que não devemos cair no erro de construir "uma" doutrina; devemos sim constituir um campo de idéias, que terá um núcleo duro, composto pela prioridade ao social, pela defesa da ampliação das liberdades democráticas, pela afirmação do papel do Estado, pela combinação entre soberania nacional e integração regional.
Agora, este campo de idéias compreende um leque de posições que não cabe nas palavras "doutrina" e "progressista".
É importante assinalar que o tempo corre contra nós.
Não está dado que vamos conseguir passar da ênfase à superação do neoliberalismo, para a ênfase nas reformas estruturais.
A desacumulação que estamos vendo na esquerda mexicana e colombiana, mais a operação denominada "Arco do Pacífico", são alguns dos sinais de que a situação está se complicando. E está se complicando, entre outros motivos, porque as oligarquias, a começar da brasileira, não querem alterar de maneira estrutural a repartição da riqueza entre Capital e Trabalho e dão sinais de que não vão respeitar as regras do seu próprio jogo, se estas regras levam-nas a perder o jogo: vide Paraguai e Honduras.
O caso de Honduras confirma, por outro lado, que devemos manter uma orientação latinoamericanista e caribenha. É claro que nosso foco imediato é a integração da América do Sul. Mas para esta integração ter sucesso, é inescapável enfrentar a hegemonia dos Estados Unidos junto ao México, Caribe e América Central.
Por fim, não haverá integração sem Brasil. Talvez sejamos o país menos latino- americano da região, mas somos também o capitalismo mais potente, que tem melhores condições para ajudar a financiar a integração.
Mas para podermos fazer isto, teremos que afastar a sombra de que somos sub-imperialistas, o que exigirá entre outras coisas mais presença do Estado e mais controle sobre a atuação das transnacionais privadas brasileiras.
Um bom momento para prosseguir esta discussão será o XIX Encontro do Foro de São Paulo, que será realizado no Brasil, na cidade de São Paulo, de 31 de julho a 4 de agosto de 2013.
______
*Tecedora
quarta-feira, fevereiro 06, 2013
[...] Eu acho que uma coisa que prega o respeito e o amor ao próximo não pode, ao mesmo tempo, pregar o preconceito e o racismo.
Cantora Pitty afirma que o Pastor Silas Malafaia deveria ser preso por crimes contra a humanidade
Em
entrevista para o portal UOL a cantora Pitty falou sobre diversos
assuntos, como seu novo trabalho, sexualidade, política e se mostrou
irritada com a ligação da religião com a política, além de afirmar que
o Pastor Silas Malafaia e o deputado Jair Bolsonaro deveriam ser presos por crimes contra a humanidade.
Pitty, agnóstica assumida, também se mostrou indignada com a proibição do kit gay feito pela Presidente Dilma Rousseff, “me sinto no século passado. Política não tem que ter vínculo com religião, somos um país laico, não há o menor sentindo envolver religião em uma discussão como essa”. Para a cantora o Brasil é um país atrasado e arcaico em questões sobre homossexualidade.
Quando perguntada sobre a posição do deputado Jair Bolsonaro e do Pastor Silas Malafaia sobre o homossexualidade a cantora foi enfática: “Esses caras deveriam ser depostos dos seus cargos e julgados por crimes contra a humanidade. Preconceito é crime!”, Pitty se mostrou a favor da criminalização da homofobia: “Ainda não criminalizaram a homofobia, mas eu considero um crime”, mas ponderou: “Gostaria mesmo é que essa lei não precisasse existir, queria que as pessoas tomassem consciência por si só.”
A roqueira também comemorou o reconhecimento da união gay pelo STF, além de afirmar que não deveria haver qualquer ligação entre a políticos e religião: “Vivemos em um país laico e não acho certo poder eleger um candidato que representa uma doutrina. [...] Eu acho que uma coisa que prega o respeito e o amor ao próximo não pode, ao mesmo tempo, pregar o preconceito e o racismo. Por isso religião e política não podem andar lado a lado”, acredita a cantora que afirma ter tentado seguir algumas religiões, mas “todas as vezes que tentei seguir me deparei com os dogmas e não consigo seguir em frente”.
Pitty, agnóstica assumida, também se mostrou indignada com a proibição do kit gay feito pela Presidente Dilma Rousseff, “me sinto no século passado. Política não tem que ter vínculo com religião, somos um país laico, não há o menor sentindo envolver religião em uma discussão como essa”. Para a cantora o Brasil é um país atrasado e arcaico em questões sobre homossexualidade.
Quando perguntada sobre a posição do deputado Jair Bolsonaro e do Pastor Silas Malafaia sobre o homossexualidade a cantora foi enfática: “Esses caras deveriam ser depostos dos seus cargos e julgados por crimes contra a humanidade. Preconceito é crime!”, Pitty se mostrou a favor da criminalização da homofobia: “Ainda não criminalizaram a homofobia, mas eu considero um crime”, mas ponderou: “Gostaria mesmo é que essa lei não precisasse existir, queria que as pessoas tomassem consciência por si só.”
A roqueira também comemorou o reconhecimento da união gay pelo STF, além de afirmar que não deveria haver qualquer ligação entre a políticos e religião: “Vivemos em um país laico e não acho certo poder eleger um candidato que representa uma doutrina. [...] Eu acho que uma coisa que prega o respeito e o amor ao próximo não pode, ao mesmo tempo, pregar o preconceito e o racismo. Por isso religião e política não podem andar lado a lado”, acredita a cantora que afirma ter tentado seguir algumas religiões, mas “todas as vezes que tentei seguir me deparei com os dogmas e não consigo seguir em frente”.
*mariadapenhaneles
Dilma vai defender espaço para centrais sindicais no G20
Dilma vai defender espaço para centrais sindicais no G20
Por Marco Antonio L.Da Rede Brasil Atual
Dilma vai defender espaço para centrais sindicais na cúpula do G20
Em março, presidenta vai receber sindicalistas para discutir temas como redução da jornada e fim do fator previdenciário. Reunião de hoje abordou ainda sistema financeiro e Comissão da Verdade
Brasília – O presidente da CUT, Vagner Freitas, que foi recebido hoje (5) pela presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, pediu ajuda para que os sindicalistas tenham voz na próxima cúpula do G20, que ocorrerá em 5 e 6 de setembro, em São Petersburgo, na Rússia. Segundo ele, Dilma disse que vai trabalhar para que uma delegação sindical internacional tenha direito de fala na reunião da cúpula e também para que os líderes sindicais sejam recebidos pelos chefes de estado.
“A presidenta se comprometeu a ser a interlocutora do nosso pedido porque concorda que a crise financeira internacional não pode ser colocada como responsabilidade da classe trabalhadora”, disse Vagner. Além dele, participaram da audiência o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, o secretário de Relações Internacionais, João Felício, a vice-presidenta, Carmen Foro, a secretária da Mulher Trabalhadora, Rosane da Silva, o secretário de Organização, Jacy Afonso, o secretário de Finanças, Quintino Severo, e o secretário de Políticas Sociais, Expedito Solaney.
Ainda pelo relato dos sindicalistas, Dilma aceitou proposta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) para realizar uma conferência nacional sobre o setor – a presidenta teria sugerido ampliar a pauta e incluir o tema direitos do consumidor. Além disso, determinou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que receba o presidente da entidade, Carlos Cordeiro, para discutir o processo de reestruturação e as demissões na área financeira.
"A presidenta da República não só concordou com a proposta, como disse que vai trabalhar por ela e propôs ampliar a abrangência da conferência nacional. Além da discussão do papel dos bancos, da ampliação e do barateamento do crédito, a presidenta quer debater também na conferência os direitos dos consumidores, tanto no que diz respeito aos juros do cartão de crédito, do cheque especial e das tarifas, quanto em relação ao consumo das novas classes emergentes de todos os tipos de serviços, incluídos os dos celulares e telecomunicações em geral", disse o presidente da CUT.
Diálogo
Ele também conversou com Dilma sobre a importância do diálogo permanente com os representantes dos trabalhadores e pediu a ela que recebesse a pauta das centrais, após a marcha que será realizada em Brasília no 6 de março, com expectativa de reunir 40 mil trabalhadores.
Dilma aceitou o pedido e vai receber uma comissão de dirigentes de todas as centrais que participarão da marcha – além da CUT, Força Sindical, Nova Central, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e União Geral dos Trabalhadores (UGT). A expectativa é reunir 40 mil trabalhadores. A pauta dos trabalhadores prevê o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, o destravamento do processo de reforma agrária e uma política de valorização dos salários dos aposentados.
Vagner Freitas disse que a presidenta não adiantou nenhuma avaliação sobre que pontos da pauta dos trabalhadores poderão ser atendidos. "Na negociação é que vai haver a discussão sobre os possíveis avanços", explicou. "A presidenta não disse que vai concordar, ela disse que a negociação com o movimento sindical é bastante importante, porque representa os trabalhadores, e que ela vai dar essa importância nos recebendo.”
No encontro com dirigentes da CUT, Dilma ressaltou a importância da central. "A CUT chegou onde chegou porque teve um olhar para a sociedade como um todo.” Também falou da necessidade de interlocução com os movimentos sociais para continuar o processo de transformação social do país. O secretário-geral da central lembrou que as medidas de desoneração implementadas pelo governo precisam ser acompanhadas de contrapartidas sociais, como as de proteção ao emprego.
Os dirigentes cutistas também saíram do Planalto com a garantia de que o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, em maio do ano que vem, terá uma parte específica sobre perseguição aos trabalhadores durante a ditadura. "Estava faltando esse capítulo", comentou Solaney.
Com informações da CUT, da Contraf e da TVT
*Nassif
“A outra história do mensalão”
Os acusados estavam condenados – por aquilo que Moreira Leite chama de
opinião publicada, que expressa a visão de quem tem acesso aos meios de
comunicação, para distinguir de opinião pública, que pertence a todos –
antes do julgamento começar. Naquele que foi o mais midiático julgamento
da história brasileira e, possivelmente, do mundo, os juízes foram
vigiados pelo acompanhamento diário, online, de todos os seus atos no
tribunal. Na sociedade do espetáculo, os juízes eles se digladiaram, se
agrediram, se irritaram e até cochilaram aos olhos da multidão, como num
reality show.
Este livro contém os 37 capítulos publicados pelo autor em blog que
mantinha em site da revista Época, durante os quatro meses e 53 sessões
no STF. A estes artigos Moreira Leite acrescentou uma apresentação e um
epílogo, procurando dar uma visão de conjunto dos debates do passado e
traçar alguma perspectiva para o futuro. O prefácio é do reconhecido e
premiado jornalista Janio de Freitas, atualmente colunista do diário
conservador paulista Folha de S. Paulo. Esse é o 7° titulo da coleção
Historia Agora, lançada pela Geração Editorial, entre os livros desta
coleção está o best seller, A Privataria Tucana.
Ler esses textos agora, terminado o julgamento, nos causa uma pavorosa
sensação. O Supremo Tribunal Federal Justiça, guardião das leis e da
Constituição, cometeu injustiças e este é sem dúvida um fato, mais do
que incômodo, aterrador.
Como no inquietante Processo, romance de Franz Kafka, no limite podemos
acreditar na possibilidade de sermos acusados e condenados por algo que
não fizemos, ou pelo menos não fizemos na forma pela qual somos
acusados.
Num gesto impensável num país que em 1988 aprovou uma Constituição
chamada cidadã, o STF chegou a ignorar definições explícitas da Lei
Maior, como o artigo que assegura ao Congresso a prerrogativa de definir
o mandato de parlamentares eleitos.
As acusações, sustenta o autor, foram mais numerosas e mais audaciosas
que as provas, que muitas vezes se limitaram a suspeitas e indícios sem
apoio em fatos.
A denúncia do “maior escândalo de corrupção da história” relatou desvios
de dinheiro público mas não conseguiu encontrar dados oficiais para
demonstrar a origem dos recursos. Transformou em crime eleitoral
empréstimos bancários que o PT ao fim e ao cabo pagou. Culpou um acusado
porque ele teria obrigação de saber o que seus ex-comandados faziam
(fosse o que fosse) e embora tipificasse tais atos como de “corrupção”,
ignorou os possíveis corruptores, empresários que, afinal, sempre
financiaram campanhas eleitorais de todos, acusados e acusadores.
Afinal, de que os condenados haviam sido acusados? De comprar votos no
Congresso com dinheiro público, pagando quantias mensais aos que
deveriam votar, políticos do próprio PT – o partido do governo! – e de
outros partidos. Em 1997 um deputado confessou em gravação publicada
pelo jornal Folha de S. Paulo que recebera R$ 200 mil para votar em
emenda constitucional que daria a possibilidade de o presidente FHC ser
reeleito. Mas – ao contrário do que aconteceu agora – o fato foi
considerado pouco relevante e não mereceu nenhuma investigação oficial.
Dois pesos, duas medidas. Independentemente do que possamos aceitar, nos
limites da lei e de nossa moral, o fato é que, se crimes foram
cometidos, os criminosos deveriam ter sido, sim, investigados,
identificados, julgados e, se culpados, condenados na forma da lei. Que
se repita: na forma da lei.
É ler, refletir e julgar. Há dúvidas – infelizmente muitas – sobre se foi isso o que de fato aconteceu.
Titulo: A outra história do mensalão
Autor: Paulo Moreira Leite
R$ 34,90
Formato 16×23
Número de páginas 352
Edição: Primeira
No Correio do Brasil
“Não” ao troglodismo tucano contra estudantes de USP
Via Revista Consciência.net
TODO REPÚDIO À CRIMINALIZAÇÃO DO MOVIMENTO ESTUDANTIL!!!
Celso Lungaretti
Novamente São Paulo é o palco escolhido para uma FLAGRANTE PROVOCAÇÃO
contra o movimento estudantil, que parece ter tudo a ver com a
sequência de descalabros e arbitrariedades cometidos pelos sucessivos
governo tucanos no Estado.
Estou inteiramente
solidário aos bravos estudantes da Universidade de São Paulo, que têm
reagido até com timidez e comedimento à escalada autoritária em curso –a
qual, em tudo e por tudo, faz lembrar os infames tempos da ditadura
militar.
As coisas não teriam chegado a este ponto se a OCUPAÇÃO MILITAR DA USP houvesse sido firmemente repudiada por todas as forças de esquerda. A reação tíbia à INVASÃO BÁRBARA
da Cidade Universitária estimulou os nostálgicos do arbítrio a
radicalizarem ainda mais seus desmandos, que atingiram o auge no
Pinheirinho; e, como subproduto temos agora uma INÍQUA E INACEITÁVEL TENTATIVA DE INTIMIDAÇÃO EXTREMA AOS USPIANOS.
Recomendo o máximo de sangue-frio neste momento, para não fornecermos munição e pretextos aos PESCADORES EM ÁGUAS TURVAS.
E que todas as forças democráticas de São Paulo e do Brasil unam-se em defesa dos NOSSOS JOVENS IDEALISTAS, QUE NÃO SÃO NEM JAMAIS SERÃO QUADRILHEIROS!!!
Vamos
acreditar que o juiz de quem depende abortar esta aberração honrará a
toga. Vamos evitar quaisquer radicalismos que possam prejudicar aqueles
companheiros a quem tentam injustiçar.
Nada está
consumado. A batalha mal começa. Se a travarmos com inteligência e
determinação, venceremos. Se perdermos a cabeça, os companheiros que
estão na berlinda pagarão por nossos erros. Só idiotas fazem o jogo do
inimigo.
COMECE DE BAIXO PARA CIMA
domingo, 3 de fevereiro de 2013
ESQUEMAS DIDÁTICOS DA POLÍTICA BRASILEIRA III
Quando a direita está no poder, foi um 'trágico acidente'. Quando a esquerda está no poder, a culpa é do governo ... |
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Assinar:
Postagens (Atom)