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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

quarta-feira, fevereiro 06, 2013

Dilma vai defender espaço para centrais sindicais no G20

Dilma vai defender espaço para centrais sindicais no G20

Por Marco Antonio L.
Da Rede Brasil Atual
Dilma vai defender espaço para centrais sindicais na cúpula do G20
Em março, presidenta vai receber sindicalistas para discutir temas como redução da jornada e fim do fator previdenciário. Reunião de hoje abordou ainda sistema financeiro e Comissão da Verdade
Brasília – O presidente da CUT, Vagner Freitas, que foi recebido hoje (5) pela presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto, pediu ajuda para que os sindicalistas tenham voz na próxima cúpula do G20, que ocorrerá em 5 e 6 de setembro, em São Petersburgo, na Rússia. Segundo ele, Dilma disse que vai trabalhar para que uma delegação sindical internacional tenha direito de fala na reunião da cúpula e também para que os líderes sindicais sejam recebidos pelos chefes de estado. 
“A presidenta se comprometeu a ser a interlocutora do nosso pedido porque concorda que a crise financeira internacional não pode ser colocada como responsabilidade da classe trabalhadora”, disse Vagner. Além dele, participaram da audiência o secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, o secretário de Relações Internacionais, João Felício, a vice-presidenta, Carmen Foro, a secretária da Mulher Trabalhadora, Rosane da Silva, o secretário de Organização, Jacy Afonso, o secretário de Finanças, Quintino Severo, e o secretário de Políticas Sociais, Expedito Solaney.
Ainda pelo relato dos sindicalistas, Dilma aceitou proposta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) para realizar uma conferência nacional sobre o setor – a presidenta teria sugerido ampliar a pauta e incluir o tema direitos do consumidor. Além disso, determinou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que receba o presidente da entidade, Carlos Cordeiro, para discutir o processo de reestruturação e as demissões na área financeira.
"A presidenta da República não só concordou com a proposta, como disse que vai trabalhar por ela e propôs ampliar a abrangência da conferência nacional. Além da discussão do papel dos bancos, da ampliação e do barateamento do crédito, a presidenta quer debater também na conferência os direitos dos consumidores, tanto no que diz respeito aos juros do cartão de crédito, do cheque especial e das tarifas, quanto em relação ao consumo das novas classes emergentes de todos os tipos de serviços, incluídos os dos celulares e telecomunicações em geral", disse o presidente da CUT.
Diálogo
Ele também conversou com Dilma sobre a importância do diálogo permanente com os representantes dos trabalhadores e pediu a ela que recebesse a pauta das centrais, após a marcha que será realizada em Brasília no 6 de março, com expectativa de reunir 40 mil trabalhadores.
Dilma aceitou o pedido e vai receber uma comissão de dirigentes de todas as centrais que participarão da marcha – além da CUT, Força Sindical, Nova Central, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e União Geral dos Trabalhadores (UGT). A expectativa é reunir 40 mil trabalhadores. A pauta dos trabalhadores prevê o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, o destravamento do processo de reforma agrária e uma política de valorização dos salários dos aposentados.
Vagner Freitas disse que a presidenta não adiantou nenhuma avaliação sobre que pontos da pauta dos trabalhadores poderão ser atendidos. "Na negociação é que vai haver a discussão sobre os possíveis avanços", explicou. "A presidenta não disse que vai concordar, ela disse que a negociação com o movimento sindical é bastante importante, porque representa os trabalhadores, e que ela vai dar essa importância nos recebendo.”
No encontro com dirigentes da CUT, Dilma ressaltou a importância da central. "A CUT chegou onde chegou porque teve um olhar para a sociedade como um todo.” Também falou da necessidade de interlocução com os movimentos sociais para continuar o processo de transformação social do país. O secretário-geral da central lembrou que as medidas de desoneração implementadas pelo governo precisam ser acompanhadas de contrapartidas sociais, como as de proteção ao emprego.
Os dirigentes cutistas também saíram do Planalto com a garantia de que o relatório final da Comissão Nacional da Verdade, em maio do ano que vem, terá uma parte específica sobre perseguição aos trabalhadores durante a ditadura. "Estava faltando esse capítulo", comentou Solaney.
Com informações da CUT, da Contraf e da TVT
*Nassif

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