A classe trabalhadora é a criadora de toda a riqueza
Por Carlos Everardo Silva
Os
ideólogos da classe capitalista dizem que os empresários são os
verdadeiros "produtores da riqueza", que sem eles nenhuma
produção moderna e eficiente seria possível. Exaltam as ações
individuais de cada burguês na mesma intensidade que os fascistas
exaltam o Estado. Para eles, a ganância do capitalista é, ao mesmo
tempo, a base que sustenta a prosperidade da sociedade. Assim, com o
declínio dos capitalistas, toda a economia seria jogada no abismo.
Afinal, sem a burguesia não existiriam empregos, não haveria
investimento, grandes empreendimentos e construções, pois tudo isso
nada mais seria do que o fruto das ações individuais. No sistema
idealizado pelos teóricos liberais e conservadores, os trabalhadores
não passam de simples auxiliares, ou melhor, instrumentos que o
capitalista utiliza para obter seus fins, como qualquer outra
ferramenta. A riqueza não é compreendida como produto do trabalho,
mas do desejo e da luta por lucro.
É
verdade que, sob o atual sistema, a produção de riqueza depende
bastante dos interesses egoístas dos indivíduos que formam a
burguesia, mas somente porque essa classe possui o monopólio sobre
os meios de produção e distribuição. Esses indivíduos,
entretanto, não se tornam criadores da prosperidade simplesmente por
possuírem os instrumentos necessário para a produção. Ao
contrário, esse monopólio apenas os permite ter domínio e poder
sobre os verdadeiros responsáveis pela geração de valores de uso,
os trabalhadores assalariados, os proletários.
O
marxismo afirma que a classe trabalhadora, ao lado da natureza, é a
produtora de toda a riqueza. (1) E é claro que, a não ser sob
ignorância ou má fé, ninguém discorda dessa afirmação. Afinal,
quem produz as ferramentas e as máquinas? Quem extrai as
matérias-primas do meio ambiente? Quem fiscaliza as máquinas? Quem
produz os bens de consumo e os serviços? Quem transporta as
mercadorias? Só há uma resposta para todas essas perguntas: o
proletariado.
Mesmo
com o desenvolvimento das forças produtivas, com o surgimento de
máquinas e ferramentas cada vez mais modernas, não foi possível
para a classe dominante abrir mão da compra da força de trabalho.
Afinal, até em um processo extremamente dependente da tecnologia, se
faz necessária a fiscalização humana.
A
verdade é que, se amanhã ou depois, todos os trabalhadores
cruzassem os braços e simplesmente decidissem não trabalhar, nem
que fosse por um único dia, isso já seria suficiente para gerar um
enorme prejuízo à economia. Dizem que "tempo é dinheiro",
mas o correto seria dizer que "trabalho é dinheiro".
Isso
não significa que o sistema capitalista nunca tenha servido aos
interesses da humanidade. Ao contrário, o grande teórico socialista
Karl Marx sempre deixou claro que a burguesia e seu sistema
desempenharam um papel revolucionário na história, não somente por
terem enterrado o feudalismo, mas também por terem substituído os
mesquinhos e pouco desenvolvidos meios individuais de produção da
idade média por gigantescas forças produtivas. Foi o
desenvolvimento do capitalismo que tornou o socialismo possível, foi
sua ascensão que gerou condições para por fim à divisão de
classes. (2)
O
capitalismo reuniu os trabalhadores em grandes fábricas, imensos
centros de trabalho. Permitiu que, pela primeira vez na história, a
classe oprimida tivesse acesso a um nível de educação e cultura
que as classes trabalhadoras do passado jamais sonharam em ter. Mas o
capitalismo não foi capaz de romper com a exploração e a opressão.
Nunca se produziu tanta riqueza, mas também nunca os trabalhadores
estiveram tão privados dos produtos do seu trabalho.
Dos
pontos negativos e positivos do capitalismo, surgiu uma poderosa
força capaz de se organizar para por fim ao domínio do homem sobre
o homem: a classe trabalhadora moderna. Pela primeira vez na
história, uma classe explorada tem condições de por fim a
exploração e capacidade para dirigir a sociedade. O futuro da
humanidade está nas mãos dos trabalhadores. A construção do socialismo é sua missão.
A burguesia é
uma classe parasita. Não produz nada. Apenas suga os produtos do
trabalho. Vamos usar como exemplo uma grande empresa. Todo o seu
funcionamento depende exclusivamente dos funcionários assalariados,
desde o mais simples funcionário, até técnicos e gerentes. Qual a fusão
do burguês? Roubar os trabalhadores. Quem são os proprietários de uma
sociedade anônima, por exemplo? São os acionistas. Ou seja, pessoas que
tem como local de trabalho a bolsa de valores. E mesmo quando o
capitalista ocupa cargo na sua empresa, suas funções poderiam
perfeitamente ser executadas por qualquer técnico eficiente sob o
controle dos trabalhadores.
Sob o
socialismo, as empresas, bancos e terras passam para o controle dos
trabalhadores. Os meios de produção e troca passam a pertencer a toda a
sociedade. A concorrência é eliminada e substituída pela cooperação. O
socialismo, ao ser implantado a nível internacional, cria condições para
a eliminação dos principais problemas que enfrentamos hoje: como
miséria, desemprego, fome, ataque aos direitos sociais e trabalhistas,
imperialismo, guerras, racismo, xenofobia e as tão conhecidas crises
econômicas.
E isso tudo é
perfeitamente possível. É claro que a classe capitalista e seus agentes
tentam convencer a todos de que não existem alternativas ao
capitalismo. Os capitalistas veem o capitalismo como o único mundo
possível, assim como os senhores feudais viam o feudalismo como o único
sistema possível. Toda classe dominante encara o seu domínio como
necessário para a preservação da sociedade.
Os
capitalistas falam constantemente em liberdade, mas não entendem que a
sua liberdade gera a escravidão dos trabalhadores. A emancipação dos
trabalhadores não pode ser encontrada nas promessas burguesas de
liberdade e justiça, mas somente pode ser construída por eles mesmos. E
quando finalmente houver liberdade, é porque o capitalismo deixou de
existir. E se existe capitalismo, então a liberdade é apenas um conto de
fadas.
NOTAS
(1) Crítica ao Programa de Gotha
(2) Manifesto do Partido ComunistaNOTAS
(1) Crítica ao Programa de Gotha
*centrodosocialismo
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