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Ser de esquerda é não aceitar as injustiças, sejam elas quais forem, como um fato natural. É não calar diante da violação dos Direitos Humanos, em qualquer país e em qualquer momento. É questionar determinadas leis – porque a Justiça, muitas vezes, não anda de mãos dadas com o Direito; e entre um e outro, o homem de esquerda escolhe a justiça.
É ser guiado por uma permanente capacidade de se estarrecer e, com ela e por causa dela, não se acomodar, não se vender, não se deixar manipular ou seduzir pelo poder. É escolher o caminho mais justo, mesmo que seja cansativo demais, arriscado demais, distante demais. O homem de esquerda acredita que a vida pode e deve ser melhor e é isso, no fundo, que o move. Porque o homem de esquerda sabe que não é culpa do destino ou da vontade divina que um bilhão de pessoas, segundo dados da ONU, passe fome no mundo.
É caminhar junto aos marginalizados; é repartir aquilo que se tem e até mesmo aquilo que falta, sem sacrifício e sem estardalhaço. À direita, cabe a tarefa de dar o que sobra, em forma de esmola e de assistencialismo, com barulho e holofotes. Ser de esquerda é reconhecer no outro sua própria humanidade, principalmente quando o outro for completamente diferente. Os homens e mulheres de esquerda sabem que o destino de uma pessoa não deveria ser determinado por causa da raça, do gênero ou da religião.
Ser de esquerda é não se deixar seduzir pelo consumismo; é entender, como ensinou Milton Santos, que a felicidade está ancorada nos bens infinitos. É mergulhar, com alegria e inteireza, na luta por um mundo melhor e neste mergulho não se deixar contaminar pela arrogância, pelo rancor ou pela vaidade. É manter a coerência entre a palavra e a ação. É alimentar as dúvidas, para não cair no poço escuro das respostas fáceis, das certezas cômodas e caducas. Porém, o homem de esquerda não faz da dúvida o álibi para a indiferença. Ele nunca é indiferente. Ser de esquerda é saber que este “mundo melhor e possível” não se fará de punhos cerrados nem com gritos de guerra, mas será construído no dia-a-dia, nas pequenas e grandes obras e que, muitas vezes, é preciso comprar batalhas longas e desgastantes. Ser de esquerda é, na batalha, não usar os métodos do inimigo.
Fernando Evangelista

terça-feira, fevereiro 12, 2013





Quando os protestantes perseguiram, censuraram, torturam e mataram em nome do seu deus: as Inquisições de Lutero e Calvino

 


Inquisição protestante

Na Inquisição, assim como os católicos, os protestantes também perseguiram os fiéis - com direito a torturas, execuções e espionagem da 'polícia da fé'

por Angelo Adriano Faria de Assis*




O teólogo e reformador João Calvino, o 'papa de Genebra', promoveu até espionagens e visitas às residências para vigiar a fé dos fieis. Imagem: Wikimedia Commons

O teólogo e reformador João Calvino, o 'papa de Genebra', promoveu até espionagens e visitas às residências para vigiar a fé dos fieis. Imagem: Wikimedia Common


A Inquisição não foi o único caso de intolerância movida em nome de Deus na Época Moderna. Embora não houvesse a institucionalização de tribunais similares aos do Santo Ofício, também foram usadas estratégias de controle da fé nos locais em que o protestantismo era dominante, levando à perseguição por crimes como adultério, discordância dos dogmas protestantes e bruxaria.

Na Alemanha, o líder protestante Martinho Lutero (1483-1546) exigiu perseguições aos anabatistas, grupo cristão mais radical da Reforma, porque, entre outras questões, eles não aceitavam as regras da Igreja Evangélica e divergiam sobre o batismo. A decisão causou a expulsão, o encarceramento, a tortura e a execução de milhares de pessoas. Lutero também divulgou textos com críticas aos judeus – embora sem maiores repercussões na época, estes escritos acabariam utilizados pela Alemanha nazista, em pleno século XX.

 Polícia da fé

O teólogo e reformador João Calvino, o 'papa de Genebra', promoveu até espionagens e visitas às residências para vigiar a fé dos fieis. Imagem: Wikimedia Commons

Em Genebra, um dos berços da Reforma Protestante e onde ela se mostrou bastante radical, funcionou uma verdadeira “polícia da fé”. João Calvino (1509-1564), devido à sua autoridade sobre os protestantes suíços, era conhecido como o “papa de Genebra”. Ao organizar a Igreja Presbiteriana, instaurou comissões compostas de religiosos e leigos: a Venerável Companhia, responsável pelo magistério, e o Consistério, que zelava pela disciplina religiosa. Para isso, promovia confissões, denúncias, espionagens e visitas às residências, levando muitos à prisão, à tortura, ao julgamento e, em alguns casos, à morte.

A população era proibida de cultivar certos hábitos, como jogar, dançar e representar. Alguns pensadores foram perseguidos, como o médico e humanista espanhol Miguel Servet Griza. Ele foi preso, condenado e queimado em efígie – representado por um boneco. Fugiu em direção à Itália, mas acabou preso em Genebra, onde foi processado pelo Conselho presidido por Calvino e queimado por causa de proposições vistas como antibíblicas e heréticas, entre outras culpas.

Na Inglaterra, uma verdadeira caça às bruxas levou à morte centenas de mulheres acusadas de feitiçaria. A experiência persecutória inglesa foi ainda “exportada” para as colônias na América do Norte, como no famoso episódio das “bruxas de Salem”, ocorrido em Massachusetts, em fins do século XVII, em que várias adolescentes foram mortas, acusadas de promover reuniões em torno de uma fogueira nas quais, supostamente, invocavam espíritos.

Sem dúvida, não são poucos os exemplos de intolerância religiosa nos variados espaços que vivenciaram a Reforma Protestante, mas nada que representasse o equivalente dos estruturados tribunais inquisitoriais católicos.


*Angelo Adriano Faria de Assis é professor da Universidade Federal de Viçosa e co-organizador de Religiões e religiosidades: entre a tradição e a modernidade (Edições Paulinas, 2010).

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Saiba mais:


Livros:

- DELUMEAU, Jean. Nascimento e afirmação da Reforma. São Paulo: Pioneira, 1989.

- LEVACK, Brian P. A caça às bruxas na Europa Moderna. 2ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 1988.

- SANTOS, João Henrique dos. Da conciliação possível à ruptura. Uma análise dos documentos de 1520 de Martinho Lutero. Tese de doutorado, UFJF, 2009.



Filmes:

“As Bruxas de Salem”, de Nicholas Hytner, 1996.

“Lutero”, de Eric Till, 2003.
*Opensadordaaldeia

Por que encontros de ateus?


*opensadordaaldeia

Vaticano Fashion Week


*Satiro

EUA: OS DRONES DO PODER


Nani.
Assange desafia EUA a tornar pública política sobre o uso de drones
Do Opera Mundi


Em uma rara aparição na televisão, o fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, desafiou as autoridades dos Estados Unidos e o presidente Barack Obama a permitir a consulta pública ao documentos secreto sobre os ataques com drones (aviões militares não-tripulados) contra cidadãos norte-americanos suspeitos de pertencerem à rede terrorista Al Qaeda. Para o jornalista, trata-se de uma decisão arbitrária que evidencia a decadência dos Estados Unidos.

Julian Assange, australiano de 41 anos que desatou a fúria do governo Obama ao revelar milhares de mensagens secretas, condenou a controvertida autorização do presidente Barack Obama de matar cidadãos americanos que tenham conspirado com a rede terrorista Al Qaeda.

"Não vejo uma queda maior (de um sistema) quando o Poder Executivo pode matar arbitrariamente seus próprios cidadãos, em segredo, sem que se difunda publicamente nenhuma decisão", declarou Assange durante o programa Real Time de Bill Maher, no canal HBO.

"É por isso que precisamos de organizações como o WikiLeaks. Eu peço a qualquer um na Casa Branca que tenha acesso a esses documentos e procedimentos que faça o que for necessário para que os recebamos. Seu anonimato será respeitado", enfatizou.

Assange falou com Bill Maher, jornalista defensor do WikiLeaks, por videoconferência da embaixada do Equador em Londres, onde se encontra refugiado há seis meses para escapar de uma extradição para a Suécia, onde é acusado em um caso de estupro, no qual alega inocência. (Fonte: aqui).

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Ao que consta, 54 países pelo mundo concordam em que os drones circulem por seu espaço aéreo, independentemente da missão.  O Patriot Act pisoteava o Direito, e foi imposto por George Bush ao Congresso americano. Com os drones, Obama segue a mesma (ou até pior) trilha, não obstante também tente revestir de legalidade o comportamento - para o que apresenta decisão de juíza federal determinando que em certas circunstâncias a prática é justificável (aqui). Fica uma vez mais demonstrada a importância do WikiLeaks.

segunda-feira, fevereiro 11, 2013

Charge foto e frase do dia








CAPOEIRA - The fight for freedom

OS 72 DA USP: DENÚNCIA DA PROMOTORA DIREITISTA É INEPTA

A promotora, que extravasa sua bílis contra os petistas no Twetter,
tem sede de sangue: diz que os 72 "são criminosos e pagarão por isto"
Até o vetusto  Estadão  admite (ver aqui) ser inepta a denúncia de uma promotora direitista (ver aqui) contra 72 estudantes, professores e funcionários que honraram as tradições da Universidade de São Paulo, reagindo à escalada autoritária do Governo Alckmin e à ocupação militar do campus. 

Tamanho era seu ódio ao preparar a peça acusatória, que a promotora Eliana Passarelli cometeu um erro primário: encaminhou o inquérito ao Foro Regional de Pinheiros, que não tem competência para processar e julgar crimes cuja pena seja de reclusão (vide aqui). Repassada ao Foro Criminal da Barra Funda, tudo indica que a denúncia não será aceita.

Mas, a sucessão de aberrações jurídicas que marcou o Caso Battisti nos aconselha cautela: é fundamental que as forças democráticas se mantenham atentas e mobilizadas até que o perigo seja definitivamente afastado.

Neste sentido, reproduzo e apoio integralmente a nota da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores da USP, de repúdio a "esta verdadeira campanha inquisitória que faz reviver as práticas mais sombrias da ditadura militar". Eis os trecho principais:
"As acusações tentam atribuir aos estudantes e trabalhadores que lutavam contra a militarização da universidade a pecha de criminosos, sendo que os estudantes e trabalhadores seriam enquadrados por: danos ao patrimônio público; pichação; desobediência judicial; e formação de quadrilha por lutar contra o projeto privatista e elitista de universidade.
...Chamamos todas as entidades do movimento estudantil e sindical, intelectuais, parlamentares e todos aqueles que se colocam em defesa dos direitos humanos como a Comissão da Verdade da USP a tomar a frente desta campanha pela anulação desta absurda denuncia, pela revogação das suspensões, para não permitir qualquer tipo de punição aos estudantes e trabalhadores. 
Seguimos na luta pela reintegração dos 8 estudantes eliminados, pela reintegração imediata de Claudionor Brandão (diretor do Sintusp), a reintegração dos 270 funcionários aposentados, pela retirada de todos os processos contra estudantes e trabalhadores e pelo fim da perseguição política na USP que passa pelo fim do decreto de 1972, criado sob o regime militar e utilizado nos dias de hoje (pela reitoria) para fundamentar os processos e sindicâncias que ainda vigoram contra estudantes, funcionários e toda a Diretoria de nosso Sindicato".
*Naufragodautopia

FHC bêbado na Marquês de Sapucaí. Já pensou se fosse o Lula?


Já pensou se fosse o Lula? 

No domingo, dia 10, no desfile das escolas de samba do Carnaval carioca, o incauto repórter da Globo entrevista o ex-presidente FHC que diz em rede nacional, com voz um pouco trêmula e com vários “s”, que é “carioca e gosta de samba” para tristeza dos quatrocentões paulistanos. 










Reparem que um assessor retira um copo da mão do ex-presidente. Já pensou se fosse o Lula? 
*cutucandodeleve